BIM de Redes de Drenagem Urbana
BIM de Redes de Drenagem Urbana
BIM de Redes de Drenagem Urbana
SETEMBRO DE 2020
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2019/2020
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
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Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado
o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2019/2020 -
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, Portugal, 2020.
Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.
Aos meus Pais, Namorada, Família e Amigos
AGRADECIMENTOS
Passados 5 anos deste que entrei nesta instituição, só posso agradecer a todos as pessoas que, de alguma
forma, contribuíram para me tornar a pessoa que sou hoje.
Ao meu orientador, Professor Doutor Nuno Manuel Monteiro Ramos, que foi sempre uma ajuda na
elaboração deste documento, que me esclareceu todas as dúvidas que tinha e me aconselhou de todas as
maneiras possíveis, de forma a tornar este trabalho o mais completo possível.
À A400 e todos os seus profissionais que me ajudaram e, em especial, ao Engenheiro Manuel Rodrigues,
por toda a ajuda que me proporcionou ao longo destes meses. Contactar de perto com uma empresa
desta dimensão, conhecer as pessoas e as suas experiências foi muito importante e enriquecedor. Mesmo
em tempos de pandemia, arranjaram-se alternativas de forma a poder concluir, com sucesso, este
trabalho.
Aos meus pais e restante família, por todo o apoio incondicional e sacrifícios ao longo de todos estes
anos, e por ajudarem a tornar-me na pessoa que sou hoje.
À minha namorada Rita, que sem ela não seria a pessoa confiante que sou hoje. Obrigada por me
ajudares a ser o mais perfecionista possível e por acreditares sempre nas minhas capacidades.
Por fim, mas não menos importante, aos meus amigos da faculdade, que conheci ao longo deste anos e
que me proporcionaram experiências fantásticas e que vão ficar para a vida toda.
Obrigado a todos.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
RESUMO
A implementação das tecnologias BIM na indústria AEC veio ajudar os projetistas a ultrapassar
problemas com que normalmente se deparavam. Erros de projeto, de medições e de compatibilização
eram usuais acontecer usando as metodologias tradicionais, ou que até então eram utilizadas
globalmente. Porém, o BIM trouxe vantagens no que toca à compatibilização entre as diferentes
especialidades de projeto, e também na questão da visualização do resultado final, abrindo a
possibilidade de discutir diferentes alternativas, chegando à solução mais viável técnica e
economicamente.
Utilizou-se para o caso de estudo um projeto de um edifício localizado em Lisboa. Utilizando o software
Revit, procedeu-se à modelação das redes prediais de drenagem residual doméstica e pluvial e também
ao seu dimensionamento. Selecionou-se um exemplo que não fosse muito extenso nem complexo, mas
que, por sua vez, demonstrasse que é possível aplicar as metodologias propostas em ambas as redes de
drenagem em estudo. Por último, preparou-se o respetivo projeto de licenciamento, tendo em conta a
entidade licenciadora em questão.
De forma a demostrar as capacidades do BIM na elaboração de projeto, adotou-se uma metodologia que
se focou no alcance da interoperabilidade entre 3 softwares diferentes – o Revit, o Excel e o Dynamo.
Isto permitiu a construção de processos que tornem mais eficaz a elaboração de projetos de engenharia,
tais como scripts no Dynamo que permitem tornar o processo de modelação mais rápido e eficiente.
Procurou-se também perceber de que forma é realizado um projeto de licenciamento de acordo com o
local onde vai ser feito o projeto, e de que forma esse local condiciona a preparação do respetivo
processo.
Chegou-se à conclusão que os scripts criados ajudaram no processo de modelação e podem também ser
usados futuramente noutros projetos, sendo necessário apenas adaptar o scipt criado. Também se
percebeu que, no que diz respeito às entidades licenciadoras, elas ainda não estão preparadas para
receber os projetos em BIM, tendo o projetista que exportar os desenhos do Revit para formatos DWG
e PDF, regredindo de certa forma no que toca ao objetivo final de maturidade BIM.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
ABSTRACT
The implementation of BIM technologies in the AEC industry has helped designers to overcome
problems they normally faced. Design, measurement and compatibilization errors were common to
occur using traditional methodologies, or the ones that were used globally. However, BIM brought
advantages in terms of compatibilization between different design specialties, and also in terms of
visualizing the final result, opening the possibility of discussing different alternatives, reaching the most
technically and economically feasible solution.
For the case study a project of a building located in Lisbon was used. Using the Revit software, we
proceeded to the modelling of the domestic and pluvial residual drainage networks and also to their
dimensioning. An example was selected which was not very extensive or complex, but which in turn
demonstrated that it is possible to apply the proposed methodologies to both drainage networks under
study. Finally, the respective licensing project was prepared, considering the licensing entity in question.
In order to demonstrate the capabilities of BIM in project design, a methodology was adopted that
focused on achieving interoperability between 3 different softwares - Revit, Excel and Dynamo. This
allowed the construction of processes that make the elaboration of engineering projects more effective,
such as scripts in Dynamo that make the modeling process faster and more efficient. It was also tried to
understand how a licensing project is carried out according to the place where the project will be done,
and how this place conditions the preparation of the respective process.
It was concluded that the scripts created helped in the modeling process and can also be used in other
projects in the future, only adapting the created scipt is necessary. It was also realized that, as far as the
licensing entities are concerned, they are not yet prepared to receive the projects in BIM, with the
designer having to export the Revit drawings to DWG and PDF formats, going back a bit in terms of the
BIM maturity final objective.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................................III
ABSTRACT .............................................................................................................................. V
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
1.1. MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS ................................................................................................. 1
1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................... 2
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
3. METODOLOGIA....................................................................................................... 31
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................... 31
3.2. METODOLOGIA PROPOSTA .............................................................................................. 32
3.2.1. FLUXOGRAMAS ............................................................................................................ 32
3.2.2. DESCRIÇÃO DO TRABALHO A REALIZAR (REVIT + EXCEL + DYNAMO) ............................... 35
3.2.3. OBJETOS REVIT A UTILIZAR........................................................................................... 39
3.2.4. DEFINIÇÃO DOS APRESENTÁVEIS................................................................................... 39
5. RESULTADOS ......................................................................................................... 67
5.1. REDE PREDIAL FINAL ..................................................................................................... 67
5.2. SCRIPTS DYNAMO .......................................................................................................... 73
5.2.1. SCRIPT A – INTERVENIENTE NA MODELAÇÃO DAS CALEIRAS ............................................ 74
5.2.2. SCRIPT B – INTERVENIENTE NA MODELAÇÃO DA REDE RESIDUAL PLUVIAL + REDE RESIDUAL
DOMÉSTICA ENTERRADA......................................................................................................... 76
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
6. RESULTADOS ......................................................................................................... 85
6.1. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 85
6.2. CONSIDERAÇÕES FUTURAS ............................................................................................. 86
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 – GRÁFICO DOS DESVIOS DE CUSTOS E TEMPO DE EXECUÇÃO EM VÁRIOS PROJETOS
INTERNACIONAIS (GOLDSTEIN, 2018) ............................................................................................................ 3
FIGURA 2 - SIGNIFICADO DE BIM (AZHAR, KHALFAN E MAQSOOD, 2012) .............................................................................. 5
FIGURA 3 - DIFERENÇA ENTRE O PROCESSO TRADICIONAL E O PROCESSO BIM (AZHAR, KHALFAN E MAQSOOD, 2012) .................... 5
FIGURA 4 - PERDA DE VALOR DURANTE A VIDA ÚTIL DOS EDIFÍCIOS. ADAPTADO DE (BERNSTEIN, 2005) ........................................ 6
FIGURA 5 – DIMENSÕES BIM (ADAPTADO DE (KAMARDEEN, 2010; SMITH, 2014)) ................................................................ 7
FIGURA 6 - CURVA DE FASE DE PROJETO VS INFLUÊNCIA DA SEGURANÇA (KAMARDEEN, 2010) .................................................... 9
FIGURA 7 - LOGÓTIPO DA BUILDINGSMART (BUILDING SMART, 2020) ................................................................................ 9
FIGURA 8 - EVOLUÇÃO DO FORMATO IFC (BIM CORNER, 2020) ........................................................................................ 10
FIGURA 9 - MODO DE FUNCIONAMENTO DE UM IFC (BIM CORNER, 2020) .......................................................................... 10
FIGURA 10 - ESFORÇO DE MODELAÇÃO EM FUNÇÃO DO LOD PRETENDIDO (MARTINS, 2019A) ................................................ 11
FIGURA 11 - RESULTADO DO QUESTIONÁRIO REALIZADO (CHAREF ET AL., 2019) .................................................................... 12
FIGURA 12 - MAPA COM O RESULTADO DO QUESTIONÁRIO REALIZADO (CHAREF ET AL., 2019) ................................................. 12
FIGURA 13 - FERRAMENTAS PLUMBING & PIPING DO REVIT ............................................................................................... 13
FIGURA 14 - JANELA DE PROPRIEDADES DE UMA TUBAGEM NO REVIT ................................................................................... 14
FIGURA 15 – ORGANIZAÇÃO INTERNA DAS SCHEDULES ...................................................................................................... 14
FIGURA 16 - ORGANIZAÇÃO INTERNA DA EMPRESA (ADAPTADO DE ANDRÉ SILVA (2016)) ....................................................... 16
FIGURA 17 - FLUXOGRAMA QUE TRADUZ A METODOLOGIA ADOTADA PARA A IMPLEMENTAÇÃO BIM NA EMPRESA A400 (ADAPTADO
DE ANDRÉ SILVA (2016)) .................................................................................................................................... 17
FIGURA 18 - SISTEMA DE DRENAGEM GRAVÍTICO (PEDROSO, 2007) .................................................................................... 20
FIGURA 19 - SISTEMA DE DRENAGEM ELEVATÓRIO (PEDROSO, 2007) .................................................................................. 21
FIGURA 20 - SISTEMA MISTO (PEDROSO, 2007) .............................................................................................................. 21
FIGURA 21 - REGIÕES PLUVIOMÉTRICAS (DR 23/95, 1995) .............................................................................................. 26
FIGURA 22 - CAUDAIS DE DESCARGA DOS APARELHOS E EQUIPAMENTOS SANITÁRIOS E CARATERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DOS RAMAIS DE
DESCARGA E SIFÕES A CONSIDERAR EM APARELHOS DE UTILIZAÇÃO MAIS CORRENTE (DR 23/95, 1995) ............................ 28
FIGURA 23 - CAUDAIS MÁXIMOS PARA O RESPETIVO DIÂMETRO NOMINAL (A400, 2020A) ...................................................... 29
FIGURA 24 - FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA ................................................................................................................. 32
FIGURA 25 - FLUXOGRAMA QUE TRADUZ, DE UMA FORMA SEQUENCIAL, O TRABALHO REALIZADO NA REDE DE DRENAGEM RESIDUAL
PLUVIAL ........................................................................................................................................................... 33
FIGURA 26 - FLUXOGRAMA QUE TRADUZ, DE UMA FORMA SEQUENCIAL, O TRABALHO REALIZADO NA REDE DE DRENAGEM RESIDUAL
DOMÉSTICA ...................................................................................................................................................... 34
FIGURA 27 - FOLHA DE CÁLCULO DA REDE RESIDUAL PLUVIAL DO DIMENSIONAMENTO DAS CALEIRAS (A400, 2020A) ................... 36
FIGURA 28 - FOLHA DE CÁLCULO DA REDE RESIDUAL PLUVIAL DO DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA (A400, 2020A) ........ 36
FIGURA 29 - FOLHA DE CÁLCULO DA REDE RESIDUAL PLUVIAL DO DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES (A400, 2020A) ................ 36
FIGURA 30 - FOLHA DE CÁLCULO DE RESIDUAIS DOMÉSTICAS DO DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES (A400, 2020A) ................. 37
FIGURA 31 - FOLHA DE CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA (A400, 2020A) ............................................. 37
FIGURA 32 - PÁGINA PRINCIPAL DO DYNAMO .................................................................................................................. 38
FIGURA 33 - CODIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE PROJETO (A400, 2020B) .................................................................................... 40
FIGURA 34 - PLANTA PISO 0 ......................................................................................................................................... 42
FIGURA 35 - PLANTA PISO 1 ......................................................................................................................................... 42
FIGURA 36 - PLANTA PISO 2 ......................................................................................................................................... 42
FIGURA 37 - PLANTA PISO 3 ......................................................................................................................................... 42
FIGURA 38 - PLANTA PISO 4 ......................................................................................................................................... 43
FIGURA 39 - PLANTA PISO 5 ......................................................................................................................................... 43
FIGURA 40 - PLANTA COBERTURA .................................................................................................................................. 43
FIGURA 41 - EXEMPLO DE UM TERRAÇO (PISO 2 E 3), ONDE IRÁ SER FEITA A DRENAGEM DO MESMO .......................................... 44
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
FIGURA 42 - LOCALIZAÇÃO DAS MANSARDAS (PISO 5), ONDE É NECESSÁRIO FAZER A SUA DRENAGEM ......................................... 45
FIGURA 43 - EXEMPLO DE UM PAVIMENTO EXTERIOR (PISO 1), ONDE IRÁ SER FEITA A DRENAGEM .............................................. 45
FIGURA 44 - LOCALIZAÇÃO DAS PISCINAS (PISO 4 E 5), ONDE É NECESSÁRIO FAZER A DRENAGEM DAS MESMAS ............................. 46
FIGURA 45 - EXEMPLO DE UMA FILLED REGION CRIADA PARA O PISO 4 .................................................................................. 46
FIGURA 46 - DIMENSIONAMENTO DAS CALEIRAS .............................................................................................................. 48
FIGURA 47 - LOCALIZAÇÃO DO SHARED PARAMETHER “ID_CALEIRAS” NOS OBJETOS CALEIRAS ................................................... 48
FIGURA 48 - GRÁFICO QUE EXPLICA O FUNCIONAMENTO DO SCRIPT DYNAMO CRIADO PARA AS CALEIRAS..................................... 49
FIGURA 49 - IMAGEM 3D DA INSERÇÃO DO OBJETO RALO DE PAVIMENTO NO OBJETO CALEIRA NO MODELO REVIT ........................ 50
FIGURA 50 - IMAGEM 3D DO OBJETO RALO DE PAVIMENTO ................................................................................................ 50
FIGURA 51 - LOCALIZAÇÃO DO SHARED PARAMETHER "ID_TUBO" ....................................................................................... 51
FIGURA 52 - DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA (DAP) (A400, 2020A) .................................................................. 51
FIGURA 53 - DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES NÃO ENTERRADOS (A400, 2020A) ........................................................... 52
FIGURA 54 - DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES ENTERRADOS (DAP) (A400, 2020A) ........................................................ 52
FIGURA 55 - SCHEDULE CRIADA COM O NOME "DAP TUBAGEM" ........................................................................................ 53
FIGURA 56 - GRÁFICO QUE EXPLICA O FUNCIONAMENTO DO SCRIPT CRIADO PARA A REDE DAS PLUVIAIS ...................................... 54
FIGURA 57 - FLUXOGRAMA QUE REPRESENTA O PROCESSO NA 1ª TENTATIVA DE MODELAÇÃO DA REDE RESIDUAL DOMÉSTICA. ........ 55
FIGURA 58 - LOCALIZAÇÃO DO SHARED PARAMETHER "D_TUBO" ........................................................................................ 56
FIGURA 59 - SCHEDULE CRIADA COM O NOME “DAR TUBAGEM” ........................................................................................ 57
FIGURA 60 - FOLHA DE DIMENSIONAMENTO DAS TUBAGENS DE VENTILAÇÃO (A400, 2020A) .................................................. 58
FIGURA 61 - VISTA 3D DA JUNÇÃO DE QUATRO TUBAGENS DE VENTILAÇÃO, CONVERGINDO NUMA SÓ TUBAGEM .......................... 58
FIGURA 62 - PERSPETIVA 3D DO OBJETO REVIT UTILIZADO PARA REPRESENTAR UMA CVP ........................................................ 59
FIGURA 63 - CORTE DO EDIFÍCIO ................................................................................................................................... 60
FIGURA 64 - ACESSÓRIO DE REDUÇÃO EXCÊNTRICA GEBERIT SILENT-PP, CURTA (GEBERIT TECNOLOGIA SANITÁRIA, 2020) ............ 61
FIGURA 65 - ACESSÓRIO DE BOCA DE LIMPEZA 90º SILENT-PP (GEBERIT TECNOLOGIA SANITÁRIA, 2020) ................................... 61
FIGURA 66 - REPRESENTAÇÃO DA SOLUÇÃO "PESCOÇO DE CAVALO" REALIZADA NO MODELO REVIT ............................................ 62
FIGURA 67 - ORGANIZAÇÃO DA SECÇÃO "EMISSÃO" ......................................................................................................... 63
FIGURA 68 - EXEMPLOS DE TAGS UTILIZADOS NO MODELO ................................................................................................ 63
FIGURA 69 - ORGANIZAÇÃO DA SECÇÃO "SHEETS" ............................................................................................................ 64
FIGURA 70 - ORGANIZAÇÃO DA PASTA A SUBMETER NA CML.............................................................................................. 64
FIGURA 71 - ORGANIZAÇÃO DA PASTA (PE) A ENVIAR AO CLIENTE........................................................................................ 65
FIGURA 72 - PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DOS COLETORES PÚBLICOS ........................................................................................ 68
FIGURA 73 - PORMENOR DE LIGAÇÃO DA REDE PREDIAL À REDE PÚBLICA (DAP) ..................................................................... 68
FIGURA 74 - PORMENOR DE LIGAÇÃO DA REDE PREDIAL À REDE PÚBLICA (DAR) ..................................................................... 68
FIGURA 75 - ESQUEMA 3D DE AMBAS AS REDES PREDIAIS (A) ............................................................................................. 69
FIGURA 76 - ESQUEMA 3D DE AMBAS AS REDES PREDIAIS (B) ............................................................................................. 69
FIGURA 77 - REDE PREDIAL DAP (PISO 0)....................................................................................................................... 70
FIGURA 78 - REDE PREDIAL DAP (PISO 1)....................................................................................................................... 70
FIGURA 79 - REDE PREDIAL DAP (PISO 3 TIPO) ............................................................................................................... 70
FIGURA 80 - REDE PREDIAL DAP (PISO 4)....................................................................................................................... 71
FIGURA 81 - REDE PREDIAL DAP (PISO 5)....................................................................................................................... 71
FIGURA 82 - REDE PREDIAL DAR (PISO 0)....................................................................................................................... 71
FIGURA 83 - REDE PREDIAL DAR (PISO 1)....................................................................................................................... 72
FIGURA 84 - REDE PREDIAL DAR (PISO 3 TIPO) ............................................................................................................... 72
FIGURA 85 - REDE PREDIAL DAR (PISO 4)....................................................................................................................... 72
FIGURA 86 - REDE PREDIAL DAR (PISO 5)....................................................................................................................... 73
FIGURA 87 - APRESENTAÇÃO GERAL DO SCRIPT A ............................................................................................................. 74
FIGURA 88 - PORMENOR DO SCRIPT A (A) ....................................................................................................................... 74
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 - ERROS OU INCONFORMIDADES DETETADOS EM PROJETOS DE DRENAGEM PREDIAL (PIMENTEL RODRIGUES, 2013) ........ 19
TABELA 2 - ERROS OU INCONFORMIDADES DETETADOS EM VISTORIAS A INSTALAÇÕES DE DRENAGEM PREDIAL (PIMENTEL RODRIGUES,
2013)...................................................................................................................................................................... 19
TABELA 3 - DESIGNAÇÃO E FUNÇÃO DOS ELEMENTOS DOS SISTEMAS DE DRENAGEM (ADAPTADO DE PEDROSO (2007)) ................. 23
TABELA 4 - VALORES DOS PARÂMETROS A E B (DR 23/95, 1995) ....................................................................................... 25
TABELA 5 - DIÂMETROS MÍNIMOS DAS TUBAGENS (DR 23/95, 1995) ................................................................................. 26
TABELA 6 – TIPOLOGIA DE CADA PISO DO EDIFÍCIO ............................................................................................................ 41
TABELA 7 - MATERIAL DAS TUBAGENS ............................................................................................................................ 44
TABELA 8 - ÁREAS USADAS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS CALEIRAS.................................................................................. 47
TABELA 9 - CAUDAIS DE DRENAGEM DAS 3 CASAS DE BANHO DO PISO 0 ................................................................................ 62
TABELA 10 - CARATERÍSTICAS DOS COLETORES PÚBLICOS .................................................................................................... 67
TABELA 11 - APRESENTAÇÃO DA DESIGNAÇÃO DOS DIFERENTES SCRIPTS DYNAMO CRIADOS ...................................................... 73
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
1
INTRODUÇÃO
1
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
A escolha desta dissertação, inserida na unidade curricular de Instalações de Edifícios, permitiu ao autor
adquirir uma experiência dentro de um ambiente empresarial, algo que se considera essencial para a
formação de um estudante de engenharia. É na observação do quotidiano e de todos os desafios que,
neste caso, os projetistas têm de ultrapassar que se adquire conhecimentos e experiências que não seriam
possíveis numa dissertação em ambiente normal, na faculdade. O facto de contactar diretamente com
profissionais na área torna-se uma mais-valia para o futuro profissional enquanto engenheiro civil.
Para esta dissertação também contribuíram os conhecimentos adquiridos noutras unidades curriculares,
especialmente o modo de funcionamento dos softwares de Revit e Dynamo. É, mais uma vez, o contacto
próximo com profissionais que trabalham diariamente com estes softwares que permitiu ao autor ganhar
ainda mais conhecimentos, que são cruciais nesta área de trabalho.
2
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2
BIM EM REDES PREDIAIS DE DRENAGEM
2.1. BIM
2.1.1. O QUE É?
Na indústria da construção as exigências têm vindo a ser cada vez maiores, sejam elas arquitetónicas,
ambientais, de desempenho ou contratuais, mesmo em projetos de menores dimensões (Martins, 2019b).
Através da análise da Figura 1, podemos ver que em muitos projetos de grandes dimensões foram
ultrapassados os limites orçamentais inicialmente planeados e também ocorreram atrasos em relação ao
tempo de execução da obra. Isto levou à necessidade de repensar as metodologias adotadas na conceção
dos projetos e planeamento da construção dos edifícios.
Figura 1 – Gráfico dos desvios de custos e tempo de execução em vários projetos internacionais (Goldstein,
2018)
Respondendo à questão que dá o nome a este subcapítulo, BIM é um dos desenvolvimentos mais
promissores e entusiasmantes da indústria AEC (Azhar, 2011; Chuck Eastman, 2011). Segundo Bryde,
Broquetas e Volm (2013), BIM pode ser definido como um conjunto de tecnologias, processos e
políticas, com interações entre si, que geram uma metodologia para gerir dados de projeto, em formato
3
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
digital, que são essenciais durante o ciclo de vida de um edifício. Chuck Eastman (2011) refere ainda
que com a tecnologia BIM podem ser criados um ou mais modelos virtuais de um edifício. O BIM
também permite apoiar a fase de projeto, proporcionando melhores análises e controlo em comparação
ao processo tradicional. Contém muitas das funções que são essenciais para modelar um edifício ao
longo do seu ciclo de vida, fornecendo a base para novas capacidades de conceção e construção e
mudanças nos papéis e relacionamentos entre uma equipe de projeto (Chuck Eastman, 2011).
A AGC (Associated General Contractors of America) define ainda o BIM como o desenvolvimento e
uso de um modelo de software para simular a construção e operação de um edifício. O modelo resultante
é uma representação digital rica em dados, orientada para os objetos, inteligente e paramétrica, a partir
do qual se podem extrair todos os desenhos essenciais e gerar informações que possam ser usadas para
tomar decisões e melhorar o processo de entrega (Azhar, Khalfan e Maqsood, 2012).
No sentido de contextualizar este tema num espaço temporal, as raízes do BIM podem ser interligadas
com a modelação paramétrica que apareceu no final dos anos 70 e início os anos 80. Azhar, Khalfan e
Maqsood (2012) refere também que a indústria AEC apenas começou a implementar o BIM na
elaboração dos projetos a partir de meados dos anos 2000.
Tanto Chuck Eastman (2011) como Azhar, Khalfan e Maqsood (2012) salientam ainda que o BIM não
é apenas uma tecnologia mas também um processo, no sentido de ser uma ideologia de mudança, o
confirmar de um novo paradigma que veio mudar radicalmente a forma de trabalho da indústria AEC,
promovendo um ambiente mais dinâmico e fluído entre os vários intervenientes do processo construtivo.
Para Azhar, Khalfan e Maqsood (2012), o BIM apoia o conceito de IPD (Integrated Project Delivery),
que não é mais do que uma nova abordagem de entrega de projetos de forma a integrar pessoas, sistemas,
estruturas e práticas empresariais em um processo colaborativo para reduzir o desperdício e otimizar a
eficiência em todas as fases do ciclo de vida do projeto.
Mas afinal o que é então o BIM?
Quando analisamos como uma tecnologia, o BIM não é mais do que uma simulação de um projeto que
consiste no modelo 3D do edifício, que contém também todas as informação essenciais relativas a todas
as fases desse edifício desde o planeamento até à última fase, a demolição, como se pode ver na Figura
2. Como já se viu, a tecnologia BIM teve as suas origens na modelação paramétrica orientada para o
objeto. O termo “paramétrico” significa que, quando um determinado elemento é modificado ou
alterado, um outro elemento sofre também alterações se tiverem sido estabelecidas relações de
interdependência previamente (Azhar, Khalfan e Maqsood, 2012; Stine, 2018).
Apesar de existir também o CAD 3D, a principal diferença entre a tecnologia BIM e este é que o último
descreve um edifício através de vistas 3D independente, tal como plantas, cortes e/ou alçados. A edição
de uma dessas vistas requer que todas as outras vistas sejam verificadas e atualizadas individualmente,
um processo sujeito a erros e que é, por si só, moroso. Além disso, os dados nestes desenhos 3D são
apenas informações geométricas, em contraste com a semântica contextual inteligente dos modelos
paramétricos BIM, onde os objetos são definidos em termos de elementos e sistemas de construção,
como espaços, paredes, vigas e colunas. Um BIM transporta toda a informação relacionada com o
edifício, incluindo os seus elementos e sistemas físicos e características funcionais e informações do
ciclo de vida do projeto, em uma série de "smart objects", contendo não apenas informação geométrica
mas também informação textual relevante, que pode ser armazenada (Azhar, Khalfan e Maqsood, 2012).
4
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Do ponto de vista de um processo, o BIM pode ser visto como um processo virtual que engloba todos
os aspetos de um edifício dentro de um único modelo virtual, permitindo que todos os intervenientes
(proprietários, arquitetos, engenheiros, empreiteiros, subempreiteiros e fornecedores) possam colaborar
mais e com maior precisão e eficiência. À medida que o modelo é criado, a equipa está constantemente
a refinar e a ajustar o seu trabalho de acordo com as especificações de projeto para garantir que o modelo
seja o mais preciso possível antes que a construção tenha início. As fundações do BIM assentam em
dois pilares, comunicação e colaboração. A implementação bem-sucedida do BIM requer o
envolvimento precoce de todos os intervenientes no projeto. A Figura 3 ilustra a diferença entre o
processo "tradicional" e o processo "BIM", mostrando que o processo BIM apresenta maiores vantagens.
Figura 3 - Diferença entre o processo tradicional e o processo BIM (Azhar, Khalfan e Maqsood, 2012)
O BIM também ajudou o setor da construção na transição entre as diversas fases do ciclo de vida de um
edifício, desde o projeto até à fase da utilização. Segundo Latham (1994). Estima-se que 30% do valor
total dos custos dos projetos se deva a má gestão dos fundos, no que toca à transição entre as fases do
processo construtivo. A Figura 4 traduz isto mesmo, relatando que, na realidade, existe sempre
retrocessos quando avançamos para a etapa seguinte do processo de construção. Existe sempre um
desperdício quando ocorre transferência de conhecimento e/ou informação entre as diversas fases do
processo construtivo.
5
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 4 - Perda de valor durante a vida útil dos edifícios. Adaptado de (Bernstein, 2005)
Benefícios do BIM
Segundo Azhar (2011) e CRC Construction Innovation (2007), podemos destacar os seguintes
benefícios do BIM:
• Uma representação geométrica detalhada do edifício;
• Um processo mais rápido e mais eficaz, onde a informação é transmitida mais facilmente;
• Melhor design: as várias soluções podem ser rigorosamente analisadas, simuladas mais
rapidamente, de forma a chegar às soluções mais aperfeiçoadas e inovadoras;
• Controlo dos custos de todo o ciclo de vida e informações ambientais;
• Melhor qualidade de produção: os outputs da documentação são flexíveis e automática;
• Melhor serviço para com os clientes: uma melhor visualização permite um melhor entendimento do
projeto por parte do cliente;
• Informações do ciclo de vida: a informação relativa aos requisitos, ao design, à construção e à
operação podem ser usados em FM (Facility Management).
Segundo um estudo realizado pela Stanford University’s Center for Integrated Facilities Engineering,
após a recolha de dados de 32 grandes projetos (Azhar, 2011), tiraram-se as seguintes ilações, que
mostram os benefícios reais após a adoção do BIM:
• Até 40% menos alterações que não estavam incluídas nos orçamentos;
• Uma precisão da estimativa de custos de até 3%, quando comparada com os método tradicionais;
• Até 80% de redução de tempo gasto em estimativas orçamentais;
• Ganhos de 10% do valor global através de clash detection (deteção de erros);
• Até 7% de redução no tempo total de projeto.
Pode-se observar que a utilização do BIM traz enormes vantagens que contribuem para a necessidade
de implementação desta tecnologia num ambiente mais abrangente.
6
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
8D
Segurança
Aumento do grau de complexidade e incerteza
7D
Sustentabilidade
6D
Gestão de Instalações
5D
Custo
4D
Tempo
3D
Geometria
Figura 5 – Dimensões BIM (adaptado de (Kamardeen, 2010; Smith, 2014))
3D BIM
Serviu de base à implementação do BIM no início. O 3D BIM é a representação do projeto nas três
dimensões espaciais (x, y, z) (Charef, Alaka e Emmitt, 2018; Koutamanis, 2020). Charef, Alaka e
Emmitt (2018) também referem que o 3D BIM, que foi usado largamente nos últimos 20 anos para
visualização dos projetos, clash detection e model walkthroughs (este último é mais usado como forma
de apresentação do modelo ao cliente). Permitiu o aumento da colaboração e o melhoramento das
técnicas de projeto e construção.
4D BIM
4D corresponde ao planeamento de forma a ligar as atividades de construção representadas em
cronogramas com modelos 3D para gerar uma simulação gráfica do progresso da construção em tempo
real. A adição da 4ª dimensão (´tempo’) oferece uma oportunidade para avaliar a capacidade de
construção e o planeamento do fluxo de trabalho num projeto. Os envolventes do projeto podem
visualizar, analisar e comunicar eficazmente os problemas relativos aos aspetos sequenciais, espaciais e
temporais do progresso da construção. Como consequência, podem ser gerados horários e planos
logísticos muito mais robustos, bem como o layout do local para melhorar a produtividade (Koutamanis,
7
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2020; Smith, 2014). Lopez et al. (2016) refere ainda que uma das maiores potencialidades do 4D BIM
é a ligação entre o software BIM e um software de planeamento de maneira a criar simulações com o
objetivo de testar soluções mais rapidamente e permitir a sua visualização a toda a equipa de trabalho.
5D BIM
De acordo com Smith (2014), a adição da 5ª dimensão (‘custo’), permite a geração automática de folhas
de orçamentação dos custos necessários para a construção do modelo. Isso faz com que o tempo
necessário para as estimativas orçamentais seja reduzido de forma muito drástica, melhorando também
a precisão dessas estimativas, permitindo, de certa forma, aumentar o valor real do modelo, aproveitando
melhor o tempo poupado.
A partir da 6ª dimensão, torna-se menos claro e universal a definição destas dimensões (Koutamanis,
2020).
6D BIM
Cerca de 80% do custo total dos projetos está relacionado com FM (Facility Management). A 6ª
dimensão (‘gestão das instalações’) está, portanto, localizada temporalmente na fase de exploração do
edifício - O&M (Operation and Maintenance) (Nicał e Wodyński, 2016). Também Smith (2014) refere
que o facto de o modelo ser rico em informações diversas que podem ser armazenadas permite uma boa
aplicação para FM.
7D BIM
A adição da 7ª dimensão (‘sustentabilidade’) viabiliza que sejam atingidas as metas de carbono
permitidas para elementos específicos dos projetos, validando as decisões dos projetistas e comparando
diversas soluções.
8D BIM
De acordo com Smith (2014) e Kamardeen (2010), a 8ª dimensão refere-se à ‘segurança’. Kamardeen
(2010) refere que muitos dos riscos de segurança são criados no início dos projetos. Por essa razão, a
ideia do 8D BIM é atuar na PtD (Prevention through Design), eliminando na fonte todos os riscos de
segurança, prevenindo futuros acidentes de trabalho, como se pode observar na Figura 7.
8
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2.1.3. INTEROPERABILIDADE
Início
Projeto
conceptual
Possibilidade de
Contratação
Fase de construção
Fase de projeto
Interoperabilidade pode ser definida como a possibilidade de dois ou mais sistemas ou componentes
trocarem e partilharem informação (Grilo e Jardim-Goncalves, 2010). Grilo e Jardim-Goncalves (2010)
refere também interoperabilidade como um campo de atividade cujo objetivo é melhorar a maneira como
as empresas, através das ICT (Information and Communications Technologies), comunicam e interagem
com outras empresas, ou até mesmo com outros departamentos dentro da mesma empresa, com o
objetivo de desenvolver as suas atividades. O ideal seria todos os participantes fazerem uso do mesmo
software ao longo de todas as fases do ciclo de vida de um edifício. Porém, como é percetível, cada
interveniente usa o software que melhor se adequa aos seus objetivos e requisitos profissionais. Isto
implica que, para haver uma correta troca de informações, devem, antes de mais, existir garantias de
interoperabilidade entre softwares, para que as equipas e os sistemas possam trabalhar em conjunto. Para
atingir tal objetivo é necessário ter plataformas técnicas capazes de tratar esse tipo de informação, no
sentido de atingir a comunicação e colaboração entre os diferentes participantes da equipa de projeto
(Laakso e Kiviniemi, 2012).
A IAI (Industrial Alliance for Interoperability) surge no início dos anos 90 com o objetivo de atingir a
interoperabilidade entre softwares, providenciando uma base universal para o melhoramento dos
processos e trocas de informação na indústria AEC. Em 1997 passou a ser chamada de “Internacional
Alliance for Interoperability” e finalmente em 2005 passou para ‘buildingSMART’, cujo logótipo
podemos observar na Figura 8.
9
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Atualmente, os dois principais modelos standard de trocas de informação entre aplicações BIM são o
IFC (Industry Foundation Classes), usado no planeamento, projeto, construção e operação, e o CIMsteel
Integration Standard Version 2 (CIS/2), usado para fabricação de estruturas metálicas. O formato IFC
mais recente é o IFC 4.0 e na Figura 9 podemos ver a sua evolução desde a sua formação em 1994. Já a
Figura 10 mostra o modo de funcionamento do IFC. O modelo é dividido na sua geometria e nos seus
dados. Esses ficheiros são depois convertidos em IFC, que podem ser usados por outro software que tem
a capacidade de ler o IFC e juntar novamente a informação, construindo o modelo original.
Porém, a conquista desta interoperabilidade não foi fácil e, atualmente, ainda não está globalizada (Grilo
e Jardim-Goncalves, 2010). Laakso e Kiviniemi (2012) salienta dois obstáculos à conquista desta
interoperabilidade, sendo elas a fragmentação da indústria e a adoção heterogénea de diferentes
softwares de IT (Information Technology). Também Bryde, Broquetas e Volm (2013) refere, no
resultado de um estudo feito em 35 projetos diferentes, que a falta de conhecimento dos limites da
interoperabilidade foram um problema constante na conquista da interoperabilidade pretendida.
Para além da interoperabilidade falada anteriormente, que faz a comunicação entre diversos softwares e
empresas, existe também a interoperabilidade entre diferentes softwares na mesma estação de trabalho.
É esta interoperabilidade que vai ser abordada neste trabalho, cujo objetivo é mostrar que se consegue
melhorar os métodos de trabalho existentes. Irão ser abordadas as capacidades do Revit, conjuntamente
com o Excel e o Dynamo, que vamos ver mais à frente. Estes dois últimos irão impulsionar as
capacidades do Revit e permitir uma otimização do trabalho.
10
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
11
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2.1.6. REVIT
O Autodesk Revit é um software especificamente construído para BIM e totalmente paramétrico (Stine,
2018). Nesta dissertação foram testadas as capacidades da funcionalidade MEP (Mechanical, Electrical
and Plumbing), que está incluída no Revit.
A parte BIM do processo começa quando, usando o modelo virtual do edifício contruído em Revit, se
adiciona toda a informação pretendida que poderá ser usada tanto para FM, análises energéticas,
estruturais, processo construtivo, estimativa de custos e muito mais (Stine, 2018).
Stine (2018) faz também a referência de uma das vantagens deste software em comparação com os
métodos tradicionais CAD que é o facto de o Revit eliminar muitas tarefas repetitivas e morosas que
aconteciam no CAD.
A modelação das redes neste software é um processo relativamente simples. A parte onde surgem mais
dificuldades são na compatibilização com as outras especialidades. Desde o início, o projetista tem de
12
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
arranjar soluções criativas no sentido de chegar às melhores localizações para as courettes onde irão
passar os tubos de queda, por exemplo. Esta fase é, por vezes, muito complicada pois é alvo de muitos
avanços e recuos, pois as bases de arquitetura sofrem mudanças com alguma regularidade. Com o
avançar das fases de projeto a maior dificuldade assenta na compatibilização com as outras
especialidades no sentido de evitar colisões frequentemente verificadas com, por exemplo, os sistemas
de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado).
A Figura 14 mostra a organização destas ferramentas na aba Systems do Revit. O próprio software
contém, para todas as ferramentas referidas anteriormente, famílias já pré-definidas, podendo, porém,
serem editadas e adaptadas às diferentes exigências dos projetos abordados. Este é um processo
fortemente aconselhado e que deve ser usado em todas as empresas que pretendam atingir um nível de
maturidade BIM grande, estando preparadas para todas as circunstâncias.
Cada elemento do Revit tem a sua janela de propriedades, como podemos ver na Figura 15, que pode
ser configurada pelo utilizador. Ela contém informações diferenciadas, que dizem respeito à sua
geometria, material, tipo de rede e outras informações adicionais
13
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2.1.6.2. SCHEDULES
As schedules são folhas dentro do Revit que permitem fazer contabilização de quantidades de todos os
elementos usados no modelo e também podem auxiliar no dimensionamento das redes. A Figura 16
mostra a organização interna da empresa das schedules no Revit. Qualquer alteração que haja no modelo
vai-se refletir na schedule e vice-versa, demonstrando a parametrização existente neste software.
Podem ser exportadas para o Excel e também permitem fazer a interoperabilidade com o Dynamo, que
vai ser desenvolvida posteriormente no caso de estudo. Isto vai servir de base no processo de modelação
e dimensionamento da rede drenagem doméstica e pluvial.
14
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2.1.6.3. WORKFLOWS
Os workflows são mapas de processos feitas para ajudar os projetistas a atingir o resultado pretendido,
clarificando todos as etapas a realizar, minimizando qualquer dúvida que possa surgir. Internamente, e
para o âmbito deste trabalho, foram feitos dois workflows (ou fluxogramas) que dizem respeito à
drenagem residual doméstica e pluvial. Isto serviu de base a todo o processo de modelação e
dimensionamento das duas redes desde o início até ao fim, que consiste na elaboração dos processos de
emissão para as entidades licenciadoras.
2.1.6.4. DYNAMO
O Dynamo é uma aplicação de código livre, que foi desenvolvida de forma a complementar o Revit. De
um modo geral, o Dynamo é uma ferramenta de programação visual, não sendo necessário possuir
conceitos complexos de programação. Serve para a automatização de processos repetitivos e interações
com o modelo Revit, de maneira a facilitar certas operações.
Criar uma rotina em Dynamo consiste, no fundo, em montar uma sequência de tarefas, e podem ser
executadas automaticamente ou manualmente. Cada tarefa pode ser entendida como um comando
próprio do Revit, mas também pode ser uma operação matemática ou qualquer outro processo. Pode ser
alterar o valor de um parâmetro de um elemento, selecionar objetos, comparar valores, ler e escrever
folhas de Excel, criar e apagar objetos no modelo, contribuindo para a interoperabilidade entre o Revit
e o Excel.
Anderle (2016) agrupou as potencialidades e áreas de utilização do Dynamo para o Revit em 4 áreas de
atuação, que explicam o que foi dito anteriormente:
• Extração de dados;
• Visualização;
• Processamento de dados;
• Criação.
15
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
16
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 17 - Fluxograma que traduz a metodologia adotada para a implementação BIM na empresa A400 (adaptado de
André Silva (2016))
De seguida irão ser explicadas, com mais pormenor, as etapas, conforme a respetiva numeração:
1. Foram adquiridas licenças quer para o Revit completo quer para o Revit LT. Esta opção permitiu
poupanças significativas nos custos de licenciamento sem grandes alterações produtivas, sendo que
as funcionalidades da versão LT são suficientes para todo o processo de modelação estrutural se não
forem incluídas as armaduras. O departamento de Estruturas Metálicas utiliza softwares BIM,
nomeadamente o Tekla Structures, há cerca de 10 anos, com elevado grau de sucesso e
enraizamento. Os custos anuais de licenciamento para Revit Completo, Revit LT e Tekla Structures
rondam os 30 000 €. Dadas as alterações do licenciamento Autodesk estima-se que uma licença de
Revit em regime de aluguer poderá atingir cerca de 15% do custo direto de um posto de trabalho,
representando assim um encargo elevado;
2. Selecionaram-se elementos de 4 departamentos (Estruturas, Instalações Hidráulicas, Instalações
Elétricas e Mecânicas) com atuação na criação de conteúdos e procedimentos, com coordenação
através de reuniões periódicas, lideradas pelo BIM Manager. Por duas vezes foi necessário realocar
recursos devido à fraca produtividade deste grupo de trabalho:
a. Numa primeira abordagem selecionaram-se técnicos desenhadores. Os elementos
escolhidos possuíam uma experiência elevada e estavam enquadrados na empresa há vários
anos;
b. Através da identificação das falhas da equipa inicial, selecionaram-se engenheiros de cada
departamento com 3 a 6 anos de experiência;
c. A equipa que melhor efeito surtiu foi composta por engenheiros estagiários, com 0 a 1 ano
de experiência.
3. Processamento e parametrização das famílias previamente à sua introdução, partindo-se de um
sistema de classificação interno em aplicativo próprio, uniformizando parâmetros gerais internos,
mas também parâmetros particulares de cada especialidade. Homogeneização de templates internos
preparados com requisitos específicos de cada especialidade, bem como visualizações do próprio
modelo e entre modelos interligados. Definições específicas para a interoperabilidade entre o
17
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
modelo Revit e outros softwares, concretamente softwares de cálculo estrutural e simulação térmica,
energética e luminotécnica;
4. Igual ao ponto 3;
5. Realização de projetos no sentido de testar as metodologias e procedimentos escolhidos e encontrar
erros de processos possíveis de melhoria;
6. Correção das metodologias e procedimentos propostos em função da análise do processo anterior;
7. Recorreu-se a um plano de formação com o intuito de uniformizar generalizadamente os
conhecimentos BIM entre os colaboradores. Esta formação teve a duração total de 32 horas, cujo
conteúdo programático incidiu principalmente nas funções macro do Revit. Salienta-se a dificuldade
em encontrar programas adequadas para a parte MEP do Revit. A utilização de sistemas com
equipamentos interligados que transportam fluidos ou energia, contém particularidades importantes
que os formadores não estão suficientemente familiarizados;
8. Implementação do processo alargada às outras estações de trabalho;
9. Possíveis desenvolvimentos futuros de aplicativos que ajudem na metodologia BIM;
10. Contínuo melhoramento do processo com ajuda de todos os colaboradores.
18
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Tabela 1 - Erros ou inconformidades detetados em projetos de drenagem predial (Pimentel Rodrigues, 2013)
19
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Por essas razões, torna-se bastante importante ter em atenção a conceção e dimensionamento destas
redes, durante a fase de projeto.
Ora, neste capítulo irão ser abordadas a constituição destes sistemas, os processos necessários para a sua
correta conceção e as etapas de dimensionamento destas redes.
Tipos de sistemas
Os sistemas de drenagem pública, para onde as redes prediais drenam os seus resíduos, podem ser (DR
23/95, 1995; Pedroso, 2007):
• Separativos: constituídos por duas redes de coletores distintas, uma destinada às águas residuais
domésticas e industriais e outra à drenagem das águas pluviais ou similares;
• Unitários: constituídos por uma única rede de coletores onde são admitidas conjuntamente as águas
residuais domésticas, industriais e pluviais;
• Mistos: constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de coletores
funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo;
• Pseudo-separativos: onde se admite, em condições excecionais, a ligação de águas pluviais de pátios
interiores ao coletor de águas residuais domésticas.
Tipos de drenagem
Em função das diferenças altimétricas entre o ponto de recolha das águas e o coletor público de
drenagem, pode-se recorrer aos diferentes processos enumerados de seguida (Pedroso, 2007):
• Drenagem gravítica: Nas situações em que as águas são captadas a um nível superior ao do
arruamento em que se encontra instalado o coletor público de drenagem. A condução das águas é
feita única e exclusivamente com recurso à gravidade até ao coletor público, como se pode
observar na Figura 19.
20
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
• Drenagem com elevação: É indispensável nos casos onde existe recolha de águas a um nível
inferior ao do coletor público. É necessário bombear as águas dos pisos inferiores ao coletor
público e encaminhá-las até à caixa ramal de ligação para depois, através da gravidade, serem
conduzidas ao sistema público de drenagem, como se pode observar na Figura 20.
• Sistemas mistos de drenagem: É necessário nas situações em que, no mesmo edifício, ocorrem as
duas situações anteriores, como se pode observar na Figura 21. São os casos mais frequentes.
21
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Lançamento de águas
Nos sistemas de drenagem residual doméstica e pluvial, o objetivo final é fazer a ligação entre a câmara
ramal de ligação e o coletor público ou, caso este seja inexistente, as valetas dos arruamentos (no caso
das pluviais) e sistemas simplificados de drenagem, como por exemplo fossas sépticas seguidas de
sistemas complementares de tratamento (no casos das residuais domésticas) (Pedroso, 2007).
Independentemente de a rede pública ser do tipo separativa ou unitária, a montante do ramal de ligação,
ambos os sistemas de drenagem residual doméstica e pluvial, têm de ser obrigatoriamente separativos.
No caso de não haver redes públicas de drenagem, as águas pluviais não deverão nunca ser conduzidas
para sistemas simplificados de tratamento de águas residuais existentes (Pedroso, 2007).
Nos sistemas de drenagem pública de águas pluviais são apenas permitidos os lançamentos de águas a
seguir listadas (Pedroso, 2007):
▪ Provenientes da chuva;
▪ Provenientes da rega de jardins, lavagem de arruamentos, pátios e parques de estacionamento
(águas gordurosas);
▪ Provenientes de circuitos de refrigeração e instalações de aquecimento (condensados);
▪ Provenientes de piscinas e depósitos de armazenamento de água;
▪ Provenientes da drenagem do subsolo (águas freáticas).
Já nos sistemas de drenagem pública de águas residuais não são permitidos lançamentos das matérias e
materiais enumerados de seguida (DR 23/95, 1995; Pedroso, 2007):
22
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Tabela 3 - Designação e função dos elementos dos sistemas de drenagem (adaptado de Pedroso (2007))
Elementos acessórios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Câmaras de são caixas que fazem a ligação entre a última câmara de visita e a
SIM SIM
ramal de ligação rede pública através do ramal de ligação
é um poço que, no seu interior, possui uma ou várias bombas
Poços de
submersíveis para dar força à saída de água, conseguindo elevá- SIM SIM
bombagem
la até à cota da caixa de ramal de ligação [7]
é um elemento essencial no tratamento de águas residuais
Separador de
contaminadas por óleos de origem mineral com origem em NÃO SIM
hidrocarbonetos
parques de estacionamento, etc..[8]
É importante também fazer referência a dois componentes que podem fazer parte do sistema de
drenagem residual pluvial. São eles o sistema sifónico e as bacias de retenção/atenuação.
O sistema sifónico Geberit Pluvia permite fazer a drenagem das águas residuais pluviais das coberturas.
A dimensionamento deste sistema não é feito pelos projetistas uma vez que é assegurado pela Geberit.
No que diz respeito às vantagens, elas são (Geberit Tecnologia Sanitária, 2020):
▪ Menos ralos para drenagem de cobertura devido à elevada capacidade de drenagem do sistema;
▪ Maior flexibilidade no planeamento, devido à poupança dos tubos de queda;
▪ Aproveitamento máximo do espaço uma vez que as tubagens são horizontais não existindo
pendentes.
Já as baciais de retenção são componentes do sistema que apenas se usam em projetos com determinadas
caraterísticas e que se destinam a amortizar o escoamento pluvial efluente, retardando os caudais de
ponta, nunca atingindo assim os limites previamente fixados. Podem ser ainda divididas em subterrâneas
e superficiais, sendo que estas últimas também podem ser secas ou bacias de água permanente. Também
contribuem para o melhoramento da qualidade da água, do sistema de drenagem pluvial quando existe
a ocorrência de precipitações não esperadas e constituem ainda possíveis reservas contra incêndios ou
para fins de rega.
24
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
2.2.3. DIMENSIONAMENTO
2.2.3.1. DIMENSIONAMENTO DA REDE RESIDUAL PLUVIAL
Relativamente à rede de drenagem residual pluvial, para proceder à determinação do caudal de cálculo
é necessário conhecer o valor da intensidade de precipitação I (mm/h). Este valor depende do tempo de
precipitação e ainda de duas constantes, a e b:
𝐼 = 𝑎 ∗ 𝑡𝑏 (1)
O tempo de precipitação é, como o termo indica, um valor que traduz o tempo de duração de uma
precipitação, e depende do critério do projetista, sendo que o valor máximo é de 5 min (Ramos, 2019).
Relativamente às constantes a e b, como foi referido, dependem do período de retorno adotado e ainda
da região pluviométrica onde o edifício está localizado. Portugal é assim divido em 3 regiões
pluviométricas distintas, como mostra a Figura 22. De seguida são retirados os parâmetros a e b da
Tabela 4.
25
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Para se proceder à determinação do caudal de cálculo, recorre-se à equação (2), que depende do valor da
intensidade de precipitação, da área a drenar e ainda de um coeficiente de escoamento. Este coeficiente
de escoamento depende da permeabilidade do local onde a precipitação se faz sentir. Caso seja no solo,
este coeficiente assume o valor de 0, ou seja, toda a água se infiltra no solo. Mas no caso de ser num
pavimento de um terraço, por exemplo, o coeficiente assume o valor de 1, ou seja, toda a água que cai
não é infiltrada no solo, sendo encaminhada para o sistema de drenagem existente.
Qc = 𝐶 ∗ 𝐼 ∗ 𝐴 (2)
O DR 23/95 faz também referência aos diâmetros mínimos das tubagens que têm de ser respeitados,
como mostra a Tabela 5.
Ramais de descarga 40 mm
Tubos de queda 50 mm
26
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida são apresentados os caudais de cálculo para fazer o dimensionamento dos elementos da rede.
• Caleiras
2
𝑄𝑐 = 𝐾𝑠 ∗ 𝑠 ∗ 𝑅ℎ3 ∗ √𝑖 (3)
Como as caleiras são dimensionadas para 7/10 da altura, a secção e o raio hidráulico são:
7
𝑆=𝑏∗ ∗ℎ
10 (4)
7
∗ℎ𝑏∗
𝑅ℎ = 10 (5)
7
𝑏+2∗ ∗ℎ
10
Q3/8
∅c = 3 (6)
0.6459 ∗ Ks 8 ∗ i3/16
• Tubos de queda
𝐻
𝑄 = (𝛼 + 𝛽 ∗ ) ∗ 𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝐻 ∗ √2 ∗ 𝑔 ∗ 𝐻 (7)
𝐷
27
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
𝑄 = 𝐶 ∗ 𝑆 ∗ √2 ∗ 𝑔 ∗ 𝐻 (8)
Figura 22 - Caudais de descarga dos aparelhos e equipamentos sanitários e caraterísticas geométricas dos
ramais de descarga e sifões a considerar em aparelhos de utilização mais corrente (DR 23/95, 1995)
1. Tubos de queda
O dimensionamento dos tubos de queda baseia-se na utilização da Figura 24. Ou seja, o diâmetro do
tubo de queda é aquele cujo valor de caudal é maior do que a soma de todos os caudais de cálculo dos
aparelhos sanitários, que drenam para o respetivo tubo de queda.
28
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
CAUDAIS
DN
TAX AS DE OCUPAÇÃO
50 81 50 34 25 20
75 259 160 111 82 63
90 433 268 185 136 106
110 749 464 320 236 182
125 1055 653 450 332 257
140 1429 885 610 450 348
160 2039 1262 870 642 497
200 3704 2293 1581 1167 902
250 6728 4165 2872 2119 1639
2. Coletores
O método de dimensionamento dos coletores é igual quer seja coletor suspenso ou enterrado, mudando
apenas o material da tubagem. São dimensionados sempre para meia secção:
2
𝑄𝑐 = 𝐾𝑠 ∗ 𝑆 ∗ 𝑅ℎ3 ∗ 𝑖 1/2 (9)
29
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Porém, é importante referir que um projeto normal apenas contempla as 4 seguintes fases:
• PBA – Programa Base;
• ESP – Estudo Prévio;
• PRB – Projeto Base;
• PRE – Projeto de Execução.
A preparação dos processos, seja de licenciamento, concurso, comunicação prévia, etc, são apenas
adaptações de umas das 4 fases descritas anteriormente (A400, 2020b).
Estas diferentes fases estão apresentadas pela ordem cronológica que devem ser respeitadas. À medida
que avançamos no tempo, é essencial o projeto ganhar riqueza a nível de detalhe e na eficácia das
soluções adotadas. Também é essencial haver uma maior comunicação interpessoal, de modo a
ultrapassar os obstáculos que possam vir a aparecer.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
3
METODOLOGIA
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
32
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 25 - Fluxograma que traduz, de uma forma sequencial, o trabalho realizado na rede de drenagem residual pluvial
33
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 26 - Fluxograma que traduz, de uma forma sequencial, o trabalho realizado na rede de drenagem residual doméstica
34
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Excel
Durante a modelação, o uso do Revit e do Excel é um processo a ser feito quase que em simultâneo. O
objetivo principal passa por modelar em Revit as tubagens, numerá-las com uma designação pré-definida
e, de seguida, fazer o respetivo dimensionamento. Este dimensionamento é feito sempre de montante
para jusante, quer na rede residual doméstica quer na rede residual pluvial, de forma a começar com o
caudal mais pequeno que vai aumentando até obter o máximo caudal que é necessário drenar.
O software Excel é responsável por ajudar no processo de dimensionamento. Como é um programa de
uso comum e generalizado, não foi explicado o seu modo de funcionamento, visto que todas as funções
usadas são relativamente simples. Ora, a empresa já possui folhas de Excel preparadas com todos as
fórmulas que o projetista necessita, que podem ser usadas para o dimensionamento das redes de
drenagem doméstica pluvial e residual, entre outras.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
A Figura 28, Figura 29 e Figura 30 mostram as folhas de cálculo de Excel utilizadas para o
dimensionamento das caleiras, tubos de queda e coletores, respetivamente, pertencentes à rede de
drenagem pluvial. Pode-se verificar que todas elas efetuam uma verificação hidráulica final, tornando o
processo bastante intuitivo e fácil de se fazer. A folha de cálculo de dimensionamento dos coletores é
igual para coletores suspensos e enterrados, mudando apenas o material da conduta. Deve-se ter em
atenção de que os dados presentes nas folhas de cálculo seguintes não se relacionam com o projeto,
servindo meramente para demonstrar o modo de funcionamento das mesmas.
C - Coeficiente de Escoamento
Qe - Caudal Efectivamente
i(%) - Inclinação
Transportado
horizontal
h - Altura
b - Base
C a le ira
Caleira C1 1,75 1,00 120 0,3 0,1 0,5 1406,74 804,36 0,00 0,10 OK
Caleira C2 1,75 1,00 75 0,15 0,1 0,4 327,06 187,01 0,00 0,10 OK
Figura 27 - Folha de cálculo da rede residual pluvial do dimensionamento das caleiras (A400, 2020a)
Figura 28 - Folha de cálculo da rede residual pluvial do dimensionamento dos tubos de queda (A400, 2020a)
Coeficiente de Escoamento
T ro ç o
Área de Pavimento (m²)
Velocidade (m/s)
Geodreno (m²)
Caudal (l/s)
K Y/ D
Montante
Jusante
2 1 60 0,50 1,00 0,05 30 0,87 10 75 69,8 3,09 120 0,025 0,36 0,69 1,39 ok
3 2 60 1,00 1,00 0,05 60 1,75 10 110 102,8 8,67 120 0,031 0,30 0,82 1,78 ok
4 3 60 1,00 1,00 0,05 60 1,75 10 110 102,8 8,67 120 0,031 0,30 0,82 1,78 ok
Figura
5 29 4- Folha
60 de
1,00 cálculo 1,00
da rede residual
0,05 60 pluvial
1,75 do
10 dimensionamento
110 102,8 8,67 120dos coletores
0,031 0,30 (A400,
0,82 1,78 2020a)
ok
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Figura 30 - Folha de cálculo de residuais domésticas do dimensionamento dos coletores (A400, 2020a)
37
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Dynamo
Por último, mas não menos importante, o Dynamo desempenha o papel de “ponte” entre o Excel e o
Revit. É ele quem vai buscar a informação ao Excel, faz o tratamento desses dados através de listas e
introduz essa informação no sítio correto no Revit.
Esta é uma ferramenta que tem a capacidade de, através de uma programação visual que se baseia na
junção de vários nós, de forma a otimizar e minimizar o trabalho do projetista. Porém, o script tem de
estar escrito de forma correta e ter a capacidade de ser mutável de forma a cobrir diversas alternativas,
em diferentes situações.
Ora, o objetivo final é o utilizador não visualizar o código em Dynamo, bastando apenas recorrer ao
Dynamo player, uma ferramenta que faz correr os scripts de Dynamo, criados previamente. Mas para
isso acontecer é necessário o script estar criado do modo mais eficaz possível.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Como podemos observar na Figura 33, do lado esquerdo, tem-se a biblioteca de nós, onde estão todos
os nós existentes. No canto inferior esquerdo pode-se predefinir o modo de funcionamento do Dynamo,
automático ou manual. Apesar de estar predefinido automático, a opção manual é a melhor pois não é
necessário o programa estar constantemente a processar os nós adotados, algo que pode-se tornar
demorado e pesado pois a informação seria carregada sempre que houvesse uma alteração dos nós.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Todos os ficheiros têm de respeitar uma codificação existente dentro do funcionamento da empresa, a
chamada ‘Codificação das peças de projeto’. A Figura 34 mostra a constituição tipo e quais os
parâmetros que a constituem.
40
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
4
CASO DE ESTUDO
Piso Constituição
Piso 1 2 T1 + 1 T7 (cooliving)
Piso 2 2 T1 + 1 T7 (cooliving)
Piso 3 2 T1 + 1 T7 (cooliving)
Piso 4 1 T0 + 1 T1 + 1 T3
A Figura 34, Figura 35, Figura 36, Figura 37, Figura 39, Figura 40 e Figura 41 representam os pisos que
constituem o edifício.
41
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
42
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
43
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Tubagem Material
Contém também uma informação importante que é essencial para começar a modelação em Revit que
são os locais onde é necessária fazer a drenagem das águas pluviais, tais como:
• Terraços acessíveis
Figura 41 - Exemplo de um terraço (piso 2 e 3), onde irá ser feita a drenagem do mesmo
44
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• Mansardas e saguão
Figura 42 - Localização das mansardas (piso 5), onde é necessário fazer a sua drenagem
Figura 43 - Exemplo de um pavimento exterior (piso 1), onde irá ser feita a drenagem
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 44 - Localização das piscinas (piso 4 e 5), onde é necessário fazer a drenagem das mesmas
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
A Tabela 8 mostra as áreas recolhidas de todas as filled regions criadas no Revit. Porém, para
dimensionamento, e por opção do autor deste trabalho, estas foram arredondadas para cima, como
habitualmente deve ser feito como medida de segurança de dimensionamento.
Área (m2)
Zona de
Caleira Efetivamente Usada no
influência
medida dimensionamento
Caleira 5A Piso 5 53 60
Caleira 5B Cobertura 29 35
Caleira 5C Cobertura 45 50
Caleira 5D Cobertura 29 35
Caleira 5E Cobertura 22 30
Caleira 3A Piso 3 28 35
Caleira 2A Piso 2 14 15
Caleira 1A Piso 1 27 30
Depois de ter as áreas de dimensionamento, recorreu-se à folha de Excel para dimensionar as caleiras,
como mostra a Figura 47. Na primeira coluna tem-se a identificação da respetiva caleira, depois a área
a drenar para dimensionamento, como foi explicado acima. De seguida, o projetista preenche as colunas
da base e da altura, de forma a que na última coluna o resultado dê “OK”. Esta verificação compara o
caudal efetivamente transportado com o máximo transportado, sendo que este último tem de ser sempre
maior que o primeiro. Por norma, e como é prática comum na empresa, as dimensões mínimas utilizadas
para as caleiras são de 15 cm para a base e de 10 cm para a altura. Como se pode observar, nas caleiras
2A e 3A, a altura foi ainda reduzida para 7,5 cm devido à área de dimensionamento ser menor e também
à natureza do escoamento. Também foi adotada uma inclinação de 0,5% de forma a existir uma pendente
para o escoamento se dar na direção pretendida.
47
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
C - Coeficiente de Escoamento
I - Intensidade de Precipitação
h - Altura
b - Base
Caleira
Caleira 5A 60 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 105,00 2,60 OK
Caleira 5B 35 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 61,25 1,80 OK
Caleira 5C 50 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 87,50 2,30 OK
Caleira 5D 35 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 61,25 1,80 OK
Caleira 5E 30 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 52,50 1,70 OK
Caleira 4A 35 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 61,25 1,80 OK
Caleira 3A 35 1,75 1,00 90 0,15 0,075 0,5 295,98 169,13 61,25 1,80 OK
Caleira 2A 15 1,75 1,00 90 0,15 0,075 0,5 295,98 169,13 26,25 1,10 OK
Caleira 1A 30 1,75 1,00 90 0,15 0,1 0,5 438,80 250,74 52,50 1,70 OK
De forma a passar para a próxima etapa, foi necessário criar, no modelo Revit, um shared paramether
com a designação “Id_Caleiras”, que consiste num parâmetro localizado na tabela das propriedades dos
elementos pretendidos, como mostra a Figura 48. Este teve de ser configurado para aparecer, apenas,
nos elementos que interessam, associados à categoria de Plumbing Fixtures, onde estão localizadas as
caleiras. Depois, teve de se preencher em todas as caleiras a sua designação respetiva, à medida que iam
sendo colocadas no modelo. Esta designação é do tipo “Caleira ni”, onde n representa o número do
respetivo piso e i uma letra do abecedário, começando por ‘A’. A Figura 48 mostra a localização do
shared paramether no painel das propriedades.
48
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida, o processo passou pela criação de um script no Dynamo de forma a obter as dimensões da
caleira que foram dimensionadas no Excel e transcrever essas dimensões nos objetos das caleiras com a
designação respetiva. O princípio de funcionamento do script criado está descrito no fluxograma da
Figura 49.
Figura 48 - Gráfico que explica o funcionamento do script Dynamo criado para as caleiras
Como está evidenciado na Figura 49, em primeiro lugar, faz-se um levantamento de dois conjuntos de
dados. Por um lado, é necessário recolher, na folha de cálculo das caleiras, os dados relativos à
designação de cada caleira e também relativamente às suas dimensões de base e altura. Por outro lado,
é também necessário recolher os dados relativos aos objetos que representam as caleiras no modelo
Revit. Para isso, selecionam-se todos os elementos que pertencem à categoria de Plumbing Fixtures e
filtram-se aqueles que apresentam a designação no shared paramether criado (“Id_Caleira”), do tipo
‘Caleira ni’. Depois, o processo passa por obter os índices dos elementos do modelo Revit com as
posições relativamente à lista que contém os elementos obtidos da folha de cálculo. Este passo é
importante para realizar a etapa final, que consiste em ir buscar as dimensões pretendidas, neste caso a
base e a altura das caleiras, e aplicá-las aos elementos respetivos no modelo Revit, consoante os índices
obtidos anteriormente.
Resumindo, o processo passa por cruzar os dados entre o Excel e o Dynamo, da seguinte forma:
1. Ir buscar à folha de Excel todas as informações necessárias:
i. Designação das caleiras;
ii. Base das caleiras;
iii. Altura das caleiras.
2. Ir buscar ao modelo Revit todos os elementos da categoria Plumbing Fixtures que contêm o
nome “caleira” no shared paramether criado. Isto filtra todos os objetos pertencentes aos
Plumbing Fixtures e seleciona apenas os que interessam;
3. De seguida, associar as dimensões do Excel com as caleiras respetivas no modelo através
da correlação com a sua designação do Excel respetiva.
49
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida, e antes de passar para a criação da tubagem, colocaram-se os ralos no modelo Revit. Como
já se viu, a sua função é encaminhar as águas recolhidas nas caleiras para os tubos de queda. A Figura
50 mostra a posição do ralo de pavimento (a azul) no objeto caleira. A Figura 51 ilustra o objeto Revit
ralo de pavimento usado, pertencente à biblioteca de objetos usada pela empresa.
Figura 49 - Imagem 3D da inserção do objeto ralo de pavimento no objeto caleira no modelo Revit
Relativamente à modelação da tubagem, criou-se outro shared paramether, neste caso, para a categoria
Pipes, com o nome “Id_Tubos”, como mostra a. À medida que se ia modelando os tubos, atribuía-se a
designação no shared paramether, numerando os tubos com a designação “DAP ni”, onde n representa
o número do respetivo piso e i uma letra do alfabeto.
50
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Passando agora para a modelação da rede, adotou-se uma estratégia de fazer a modelação e o
dimensionamento piso a piso, ou seja, modelava-se um piso e de seguida fazia-se o dimensionamento
de todos os tubos desse piso. A Figura 53, Figura 54 e Figura 55 mostram as tabelas de dimensionamento
em Excel dos tubos de queda, coletores não enterrados e coletores enterrados, respetivamente.
0 HPR - Instalações Hidráulicas Prediais
DAP - Drenagem de Águas Pluviais
0
Dimensionamento dos Tubos de Queda
Caudal Unitário
Comprimento
Carga Máxima
Área Adstrita
DAPs de Queda
Coeficiente de
Diâmetro
Diâmetro
Admitida
Exterior
Interior
Escoamento
Cálculo
de transporte do DAP
TQ
para o caudal de
cálculo queda adoptado
DAP 5I 53,00 1,75 1,00 93 5,77 75 67,8 4,07 5,04 7,61 456,80 OK
DAP 5J 74,00 1,75 1,00 130 15,24 75 67,8 4,07 5,04 7,61 456,80 OK
DAP 5K 70 2,76 75 67,8 4,07 6,04 10,71 642,66 OK
DAP 5N 65,00 1,75 1,00 114 75 67,8 4,07 7,04 2,12 127,29 OK
DAP 4D 61,00 1,75 1,00 107 10,55 75 67,8 4,07 5,04 7,61 456,80 OK
DAP 4E 140 10,55 75 67,8 4,07 6,04 10,71 642,66 OK
DAP 3C 81,00 1,75 1,00 142 2,62 90 79,0 4,74 5,04 2,44 146,23 OK
DAP 2C 95,00 1,75 1,00 166 2,16 110 98,0 5,88 5,04 3,75 225,02 OK
DAP 1C 92,00 1,75 1,00 161 2,68 110 98,0 5,88 5,04 3,75 225,02 OK
DAP 0F 74,00 1,75 1,00 130 2,55 90 79,0 4,74 5,04 2,44 146,23 OK
51
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Coeficiente de Escoamento
Coeficiente de Escoamento
Velocidade (m/s)
Geodreno (m²)
Caudal (l/s)
K Y/D
Montante
Jusante
DAP 5A 14,50 1,00 1,00 0,00 0,50 14,5 0,42 10 75 67,8 2,86 120 0,018 0,26 0,57 1,02 ok
DAP 5B 29,00 1,00 1,00 0,00 0,50 29 0,85 10 75 67,8 2,86 120 0,025 0,37 0,69 1,37 ok
DAP 5C 51,50 1,00 1,00 0,00 0,50 51,5 1,50 10 75 67,8 2,86 120 0,035 0,52 0,80 1,73 ok
DAP 5D 22,50 1,00 1,00 0,00 0,50 22,5 0,66 10 75 67,8 2,86 120 0,022 0,32 0,64 1,24 ok
DAP 5E 74,00 1,00 1,00 0,00 0,50 74 2,16 10 75 67,8 2,86 120 0,044 0,65 0,87 1,96 ok
DAP 5F 26,50 1,00 1,00 0,00 0,50 26,5 0,77 10 75 67,8 2,86 120 0,024 0,35 0,67 1,32 ok
DAP 5G 53,00 1,00 1,00 0,00 0,50 53 1,55 10 75 67,8 2,86 120 0,036 0,53 0,81 1,75 ok
pisicna DAP 5H 1,17 10 75 67,8 2,86 120 0,030 0,44 0,75 1,56 ok
DAP 5L 35,00 1,00 1,00 0,00 0,50 35 1,02 10 75 67,8 2,86 120 0,028 0,41 0,72 1,48 ok
DAP 5M 65,00 1,00 65 1,90 10 75 67,8 2,86 120 0,041 0,60 0,85 1,88 ok
DAP 4A 30,50 1,00 1,00 0,00 0,50 30,5 0,89 10 75 67,8 2,86 120 0,026 0,38 0,70 1,40 ok
DAP 4B 61,00 1,00 1,00 0,00 0,50 61 1,78 10 75 67,8 2,86 120 0,039 0,57 0,84 1,84 ok
piscina DAP 4C 1,17 10 75 67,8 2,86 120 0,030 0,44 0,75 1,56 ok
DAP 3A 14,00 1,00 1,00 0,00 0,50 14 0,41 10 75 67,8 2,86 120 0,017 0,25 0,56 1,01 ok
DAP 3B 28,00 1,00 1,00 0,00 0,50 28 0,82 10 75 67,8 2,86 120 0,025 0,36 0,68 1,35 ok
DAP 2A 7,00 1,00 1,00 0,00 0,50 7 0,20 10 75 67,8 2,86 120 0,012 0,18 0,46 0,75 ok
DAP 2B 14,00 1,00 1,00 0,00 0,50 14 0,41 10 75 67,8 2,86 120 0,017 0,25 0,56 1,01 ok
DAP 1A 13,50 1,00 1,00 0,00 0,50 13,5 0,39 10 75 67,8 2,86 120 0,017 0,25 0,55 0,99 ok
DAP 1B 92,00 1,00 1,00 0,00 0,50 92 2,68 10 75 67,8 2,86 120 0,053 0,78 0,90 2,06 ok
DAP 0B 95,00 1,00 1,00 0,00 0,50 95 2,77 10 75 67,8 2,86 120 0,054 0,80 0,90 2,06 ok
DAP 0D 74,00 1,00 1,00 0,00 0,50 74 2,16 10 75 67,8 2,86 120 0,044 0,65 0,87 1,96 ok
Coeficiente de Escoamento
Coeficiente de Escoamento
Troço
Força Tractiva (N/m2)
Inclinação (mm/m)
Velocidade (m/s)
Geodreno (m²)
Caudal (l/s)
K Y/D
Montante
Jusante
DAP 0A 61,00 1,00 1,00 0,00 0,50 61 1,78 10 125 107,6 9,79 120 0,031 0,29 0,82 1,78 ok
DAP 0C 248,00 1,00 1,00 0,00 0,50 248 7,23 10 125 107,6 9,79 120 0,069 0,64 1,18 3,09 ok
DAP 0E 322,00 1,00 1,00 0,00 0,50 322 9,39 10 125 107,6 9,79 120 0,085 0,79 1,23 3,27 ok
Devido ao facto de num projeto poderem existir centenas de tubos que são necessários dimensionar, é
normal haver lapsos. De forma a tentar diminuir este erro, foi criada uma schedule, como foi abordado
em 2.1.6.2. Ora, no caso desta rede, esta página assumiu uma função meramente visual e apenas para
confirmação do trabalho realizado.
52
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
A Schedule criada, como mostra a Figura 56, reúne todas as tubagens criadas no modelo, a rede (System)
a que pertencem (neste caso, DAP), a designação que aparece no shared paramether (“Id_Tubo”) e
ainda o diâmetro da respetiva tubagem (Diameter). Caso houvesse algum tubo que não tivesse nenhuma
designação do shared paramether, apareceria em branco e o projetista saberia que naquela tubagem
tinha faltado preencher o “Id_Tubo”.
Relativamente à drenagem das piscinas adotou-se a seguinte abordagem. Foi adotado como critério de
projeto um caudal de recirculação que corresponde ao volume de água a repor em função do período de
tempo de recirculação, cujo valor é de 3 m3/h. Existe também um critério de projeto que é seguido, que
é geralmente indicado pelos fabricantes, em que o caudal de lavagem dos filtros, que corresponde ao
volume de água que irá ser drenado, é de cerca de 140% do caudal de recirculação. Ora, por essa razão,
ao valor de 3m2/h foi multiplicado por 1.4, sendo este valor (3x1,4 = 4,2 m3/h) o utilizado para o
dimensionamento da tubagem.
De seguida, com todas as tubagens modeladas, numeradas e dimensionadas, avançou-se para a criação
de outro script no Dynamo. Este script tem como base de funcionamento o anterior script:
1. Ir buscar à folha de Excel todos as designações das tubagens e os diâmetros respetivos;
2. Ir buscar ao modelo Revit todos os elementos da categoria Pipes que contêm o nome “DAP” no
Shared paramether criado (“Id_Tubo”). Isto leva a que haja uma filtragem dos elementos
pretendidos;
3. De seguida associar os diâmetros dimensionados no Excel com os tubos respetivos no modelo
através da correlação com a sua designação do Excel.
53
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
O gráfico da Figura 57 ilustra o funcionamento do script criado, muito similar ao das caleiras.
Figura 56 - Gráfico que explica o funcionamento do script criado para a rede das pluviais
No final desta fase, depois de executado o script criado, todas as tubagens já contêm os diâmetros
corretos, que foram alterados para os valores que estavam discriminados no Excel.
O passo seguinte, como mostra o fluxograma das pluviais, é fazer uma revisão pormenorizada da rede.
Isto é importante uma vez que os tubos de queda e os coletores são dimensionados de maneiras
diferentes. Ou seja, ao dimensionar um coletor que receba um caudal de um tubo de queda, o diâmetro
pode ser diferente. Por essa razão, nesses casos, é necessário mudar para o maior dos dois diâmetros
pois a tubagem não pode diminuir de diâmetro à medida que avançamos na rede.
Assim, concluindo as etapas previstas no fluxograma elaborado, chega-se ao fim da modelação da rede,
estando já tudo dimensionado e revisto.
54
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Figura 57 - Fluxograma que representa o processo na 1ª tentativa de modelação da rede residual doméstica.
55
Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Depois de executado o script, verificou-se que este não era o método mais eficaz, isto porque o script
apenas altera o diâmetro das tubagens, não fazendo o mesmo para os acessórios. Isto é uma
particularidade do Revit que, por vezes, traz problemas para o projetista. O piso 0 é uma zona onde se
adotou a solução de coletores suspensos, local onde convergem as águas provenientes dos pisos
superiores. Uma vez que se trata de uma zona que concentra muitas tubagens, próximas umas das outras
e com valores de diâmetros diferentes uns dos outros, ocorreu um erro que é muito comum nestas
situações. Quando o modelo não tem espaço para aplicar os novos diâmetros às tubagens juntamente
com os acessórios com os diâmetros originais, o Revit apaga a tubagem, mostrando uma mensagem de
erro.
Isto levou a um repensar da estratégia adotada e a mudar o processo de modelação da rede. Como já
existiam muitos tubos com o diâmetro correto devido ao uso do script mencionado acima, o processo
adotado passou por:
1. Refazer a rede nas zonas onde tinha sido apagada, adotando na mesma a designação acordada
anteriormente (“DAR i”, onde i representa um número começando por 1).
2. Criação de um novo shared paramether, com a designação “D_Tubo”, como mostra a Figura 59.
Este novo shared paramether contém o valor do diâmetro da respetiva tubagem segundo o
dimensionamento no Excel.
3. Criação de um script, com a mesma ideologia do das pluviais, que faz o seguinte:
a. Ir buscar à folha de Excel todos as designações das tubagens e os diâmetros respetivos;
b. Ir buscar ao modelo Revit todos os elementos da categoria Pipes que contêm o nome “DAR”
no shared paramether criado anteriormente (“Id_Tubo”). Isto leva a que haja uma filtragem
dos elementos pretendidos;
c. De seguida, escrever no shared paramether “D_Tubo” de cada tubagem o valor do diâmetro
dimensionado no Excel.
4. Criação de uma schedule que compara o valor do diâmetro da tubagem no modelo com o diâmetro
dimensionado no Excel, que está alojado no shared paramether “D_Tubo” criado. Se o diâmetro da
tubagem no modelo Revit for menor do que a do shared paramether, aparece ‘KO’, senão, aparece
‘OK’.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
A criação do shared paramether foi necessária para fazer a comparação dos diâmetros na schedule. Foi
usada uma formatação condicional onde, caso dê ‘KO’, apareça a vermelho. Isto torna a perceção visual
mais fácil, uma vez que existem dezenas de tubos. Nesta rede, a função da schedule assume uma
importância muito maior quando comparada com a schedule criada para as pluviais, demonstrando a
ajuda que podem fornecer ao projetista para realizar um trabalho eficaz.
As primeiras três colunas permitem fazer a filtragem de todos os tubos do modelo, de modo a aparecer
apenas os que interessam. Depois, a schedule está organizada pelo shared paramether “Id_Tubo” de
forma crescente. De seguida, aparece o outro shared paramether criado “D_Tubo”, que, como já se viu,
contém os valores dos diâmetros dimensionados no Excel. As duas colunas seguintes (“Diameter” e
“Tamanho”) representam o diâmetro da tubagem que está no modelo Revit. A coluna “Tamanho” foi
criada apenas para esta schedule e representa, de forma numérica, a coluna “Diameter”, de maneira a
ser possível efetuar a comparação com a coluna “D_Tubo”, que também é numérica. Por fim, a última
coluna (“Verificação”), como já foi dito, faz a comparação entre as colunas “D_Tubo” e “Tamanho”.
Caso o primeiro seja maior do que o segundo, aparece KO a vermelho. Senão, aparece OK. A Figura 60
mostra a schedule criada.
Ora, ainda dentro da modelação da rede de drenagem residual doméstica, chama-se a atenção para a
rede enterrada. Como se trata de uma rede independente da restante, isto é, apenas é representada por
um tubo entre caixas de visita, o seu processo de modelação é mais simples e pode ser otimizado.
Procedeu-se a um aprimoramento do script criado para a rede pluvial. Adicionaram-se os nós
necessários ao script no Dynamo, de modo a ir buscar os diâmetros à folha Excel das residuais (coletores
enterrados, Figura 55) e substituí-los no modelo, conforme é efetuado na rede residual pluvial, como foi
explicado anteriormente. Deste modo, ao executar o script criado para as tubagens da rede residual
pluvial, os coletores enterrados da rede residual doméstica também são atualizados de forma automática.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Por último, procedeu-se à representação da tubagem responsável pela ventilação primária dos tubos de
queda, prolongando-os até à cobertura. Ora, quanto ao seu dimensionamento, como se viu, o tubo de
ventilação tem de ter pelo menos 2/3 do diâmetro tubo de queda respetivo. Neste projeto, e como é
prática comum na empresa, o tubo de ventilação assume sempre, pelo menos, o mesmo diâmetro do
tubo de queda respetivo. Isto traz vantagens quanto à diminuição do número de acessório utilizados no
projeto, contribuindo para uma redução generalizada dos custos, mesmo usando um diâmetro maior do
que o mínimo necessário. Em situações onde afluem dois tubos de ventilação, dimensionou-se supondo
tratar-se de tubos queda. De seguida, calculou-se 2/3 do diâmetro da tubagem, e caso fosse maior do que
a tubagem a montante, aumentava-se o diâmetro.
Caudal
Designação Dispositivos 2/3
(l/min) Diâmetro Caudal M áximo
Diâmetro Diâmetro
Br Ba Bd Ch Lv M ll M lr Mi Ll Tq Esq Exterior (mm) Admitido (l/min)
Tubo de Ventilação N.º Acumulado Cálculo (mm)
90 60 30 30 30 60 60 60 30 60 60
V ENT 1 2 2 2 6 300 156 75 50 160 75
A Figura 62 mostra uma vista 3D da junção de quatro tubagens de ventilação. Como já foi dito,
priorizou-se a diminuição de perfurações da cobertura. Também se deve chamar à atenção que a junção
das tubagens é feita em ângulos de 45º.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Esta particularidade traz problemas na modelação no Revit, uma vez que no modelo existe apenas uma
planta para um determinado piso, porém o mesmo piso tem cotas diferentes dependendo do local que se
quer modelar. Uma das soluções podia ser a criação de duas vistas independentes do mesmo piso com
cotas diferentes. Porém, a solução escolhida foi o uso de uma ferramenta do Revit denominada “plan
region” que permite ter view ranges diferentes no mesmo piso. O view range funciona como um corte
em planta que está a uma determinada altura do piso respetivo e permite mostrar o que se pretende tornar
visível ou não na vista.
Um outro desafio encontrado, porém, já é algo com que os projetistas estão acostumados no mundo
profissional atualmente, é o facto de se ter tubos de queda interiores, obrigando a haver roços nas
paredes. Isto acontece mais frequentemente em projetos de reabilitação.
Por último, um dos desafios que também foram encontrados foi a existência de casas de banho no piso
0 com cota abaixo do arruamento, obrigando à existência de bombagem dos resíduos para cota acima
do arruamento, com o objetivo de ser feita a drenagem por gravidade dos mesmos.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
projetista com anos de experiência, ao realizar um projeto, já sabe minimamente os diâmetros das
tubagens que são necessárias para cada situação, sendo apenas necessário fazer verificações finais. Uma
das muitas situações que os projetistas anteveem as soluções são nas redes de coletores suspensos. Por
experiência, chegou-se à conclusão que é muito mais fácil usar um mesmo diâmetro numa rede de
coletores suspensos em vez usar o diâmetro dimensionado para cada tubagem. Isto traz vantagens, tanto
a nível económico como a nível de instalação durante a construção, uma vez que o uso dos acessórios é
muito menor. Sempre que ocorre uma mudança de diâmetro é necessário utilizar um acessório de
redução. A Figura 65 ilustra um exemplo de um acessório de redução, neste caso redução excêntrica.
Também ainda neste subcapítulo chama-se a atenção para o uso das bocas de limpeza, sempre que
necessário. A Figura 66 também ilustra um exemplo deste tipo de acessório. Note-se que estes acessórios
são do mesmo tipo (Silent-PP) que os material das tubagens dos coletores suspensos.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Dispositivos Caudal
Casa de
banho Bacia de
Lavatório Chuveiro (l/s)
retrete
A 1 2 0 1,8
B 1 1 0 1,6
C 1 3 1 2,15
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
No project view, ou seja, a barra do lado esquerdo que permite escolher a vista do modelo, existe uma
secção chamada “Emissão”, que se divide em “EmissãoDAP” e “EmissãoDAR”, como se pode ver na
Figura 68.
Estas vistas, pertencentes à secção “Emissão”, serão usadas na criação das sheets, como se irá ver mais
a frente. Ora nestas vistas é necessário preencher com TAGs de forma a identificar no modelo as
dimensões das tubagens. A Figura 69 ilustra os vários TAGs utlizados no modelo que permitem
representar a dimensão e inclinação das tubagens utilizadas e também, por exemplo, a designação das
caleiras existentes. Neste caso refere-se à “EmissãoDAP”.
Por último, passa-se ao preenchimento das sheets que, de certa forma, irão ser os outputs do modelo
Revit. Todo o trabalho desenvolvido no modelo está lá representado e necessita de estar bem explicado
todo o processo de funcionamento.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Como já foi dito, nas sheets são colocadas as vistas de “Emissão” consoante a sua designação e também
contêm uma legenda. A Figura 70 ilustra a organização da seção “Sheets”, dividindo-se em DAR e DAP
e cada uma contém as plantas da cobertura, piso 5 e piso 4 e piso 3 (Tipo), piso 1 e piso 0. Como se
também pode observar, dentro de cada uma das vistas da secção “Sheets” estão inseridas as vistas
respetivas da secção “Emissão”.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Como se pode observar, pela ordem apresentada na imagem acima, a pasta é constituída por:
• Termo de responsabilidade do técnico autor do projeto;
• Conjunto de documentos e declarações:
o Cartão de Cidadão;
o Declaração da OE (Ordem dos Engenheiros);
o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da empresa;
o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da OE.
• MD;
• Esquema 3D de ambas as redes e tabelas de dimensionamento (casos hajam);
• PD.
Por sua vez, a pasta a enviar ao cliente divide-se em PE e PD. A pasta de PE tem a seguinte constituição,
como se pode observar na Figura 72:
Como se pode observar, a pasta (PE), pela ordem apresentada na imagem acima, tem os seguintes
documentos:
• Termo de responsabilidade do técnico autor do projeto;
• Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da empresa;
• Cartão de Cidadão do projetista;
• Declaração da OE a atestar a qualificação do projetista;
• LPD;
• LPE;
• MD;
• Uma folha de rosto, que indica as principais informações do projeto;
• Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da OE.
Estes documentos apresentados acima fazem parte da pasta de PE. Existe também a pasta de PD que é
constituída por todos os desenhos exportados do modelo Revit.
Como se viu, e como já foi abordado anteriormente, é difícil tornar este processo mais automatizado do
que já é.
O processo a enviar é constituído por uma série de documentos que servem para comprovar a qualidade
profissional do projeto, onde estão os termos de responsabilidade, os seguros de responsabilidade civil
profissional, entre outros. Normalmente, todos estes documentos têm de ser impressos e assinados pelo
responsável pelo projeto, sendo necessárias duas cópias – uma para a entidade gestora e outra para o
cliente.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
5
RESULTADOS
COTA
Diâmetro Distância ao
Caraterísticas Entre pavimento e
(mm) plano marginal
soleira (m)
(m)
COLETOR
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
Os pormenores de ligação da rede predial à rede pública têm de estar sempre incluídos no projeto de
licenciamento, uma vez que são necessários para obter o licenciamento do projeto. A Figura 74 e Figura
75 esquematizam a ligação da rede predial à rede pública da rede pluvial e doméstica, respetivamente.
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As Figura 76 e Figura 77 mostram um esquema 3D das duas redes prediais. Pode-se tirar conclusões
relativamente à extensão e dimensão da rede. A complexidade não é muita uma vez que o sistema é
quase 100% gravítico e não usa soluções tecnológicas fora das que se costumam usar comummente.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida apresentam-se as imagens relativas a ambas as redes prediais de cada um dos pisos
constituintes do projeto. Já foi explicado o processo de modelação todo, a forma de colocar os TAGs a
identificar as tubagens e as suas respetivas dimensões e também todos os desafios que foram encontrados
e as respetivas soluções adotadas.
A Figura 78, Figura 79, Figura 80, Figura 81, Figura 82, Figura 83, Figura 84, Figura 85, Figura 86 e
Figura 87 representam então a rede predial pluvial e doméstica completa de todos os pisos constituintes
do edifício.
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O bloco a verde, com o nome ‘Excel’, é responsável por ir buscar a informação presente na folha Excel
respetiva (Figura 89). De seguida, os 3 blocos com os nomes ‘Id_Caleiras’, ‘Base_Caleiras’ e
‘Altura_Caleiras’ fazem a filtragem dos dados presentes na folha Excel, de forma a que o último nó seja
uma lista com a informação pretendida (Figura 90). Por sua vez, a Figura 91, apresenta os nós
responsáveis por filtrar, de todos os elementos do modelo Revit, aqueles que têm a designação pretendida
no shared paramether criado com o nome “Id_Caleiras”.
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Por último, os nós apresentados na Figura 92 traduzem a ligação Revit – Excel. Os dois últimos nós são
responsáveis por reescrever os valores da base e da altura dos objetos das caleiras do modelo pelos
valores dimensionados no Excel. Isto permite tornar o processo mais rápido e eficiente. Houve o trabalho
de escrever o script pela primeira vez, mas futuramente, sempre que seja preciso escrever valores em
objetos de caleiras, ou similares, apenas é necessário recorrer a este script e seguir os passos que foram
explicados quanto ao seu modo de utilização.
Por sua vez, o script B foi criado no sentido de atribuir o diâmetro dimensionado no Excel aos tubos
modelados no modelo, de forma automática. Como foi dito anteriormente, para ser possível esse
processo, foi necessário criar um shared paramether com a designação “Id_Tubos”, na mesma medida
que no script anterior foi criado o shared paramether “Id_Caleiras”.
A Figura 93 apresenta, de uma forma geral, a constituição do script B, com todos os nós necessários
para o seu pleno funcionamento.
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida, apresentam-se, com mais pormenor, os nós constituintes do script B. Primeiramente é feita
a recolha dos dados do Excel relativamente ao dimensionamento dos tubos de queda e coletores
(enterrados e não enterrados) da rede residual pluvial e também dos coletores enterrados da rede residual
doméstica (Figura 94, Figura 95 e Figura 96).
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Paralelamente, é necessário recolher também a informação relativa aos elementos do modelo Revit que
interessam neste script, a designação no shared paramether “Id_Tubo” de ambas as redes de drenagem,
‘DAR’ e’ DAP’ (Figura 97).
De seguida, os nós apresentados na Figura 98 traduzem a ligação Revit – Excel. É preciso ir buscar a
posição dos tubos do Excel relativamente à designação presente nos elementos do modelo Revit. Depois,
para cada uma dessas posições (ou índices) é recolhido o valor do diâmetro da tubagem referente. Por
último, é feita a atribuição automática desses valores ao diâmetro da tubagem
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Modelação BIM de redes prediais de drenagem adaptada ao processo de licenciamento de edifícios
De seguida, apresentam-se, com mais pormenor, a constituição dos nós responsáveis pelo script C. O
bloco a verde, com o nome ‘Excel_Residuais’, vai buscar a informação presente nas folhas de
dimensionamento dos tubos de queda, coletores e tubos de ventilação (Figura 100, Figura 101 e Figura
102, respetivamente). É feito um tratamento da informação de forma a obter duas listas com a designação
pretendida e o diâmetro das tubagens respetivas.
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Por sua vez, é necessário ir buscar a informação ao modelo Revit. A Figura 103 mostra os nós
responsáveis por ir buscar os elementos pretendidos que correspondem às tubagens que contém a
designação ‘DAR’ e ‘VENT’ no shared paramether “Id_Tubo”.
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De seguida, os nós apresentados na Figura 104 traduzem a ligação Revit – Excel. É preciso ir buscar a
posição dos tubos do Excel relativamente à designação presente nos elementos do modelo Revit. Depois,
para cada uma dessas posições (ou índices) é recolhido o valor do diâmetro da tubagem referente. Por
último, é feita a atribuição desses valores ao shared paramether “D_Tubo”, para, depois, ser incluído na
schedule criada, que foi explicado anteriormente.
5.3. QR CODE
Foi ainda abordada uma possibilidade de utilizar um gerador de código QR no sentido de qualquer
pessoa ler o QR code e ser direcionada para um ficheiro de visualização 3D da rede predial final. Para
tal ser possível seria necessário ter uma conta no BIM 360, algo que não foi explorado na totalidade.
Porém, é importante referir que este seria um processo com um potencial imenso, e que começa a ganhar
atenção uma vez que diminui consideravelmente uma lista extensa de peças desenhadas que podem ser
simplificadas numa lista de QR codes.
Porém, foi utilizado um gerador de códigos QR de forma a cada código conter uma ligação para um
PDF que resulta da extração das sheets do Revit. Contém o traçado das redes, a legenda e o rosto, que é
importante para identificar cada sheet individualmente.
A Figura 105, Figura 106, Figura 107 e Figura 108 representam os Qr code gerados.
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CONCLUSÃO
6.1. CONCLUSÕES
Terminado este trabalho, conclui-se que foram atingidos todos os objetivos propostos inicialmente. Para
além de realizar um trabalho sobre um tema tão importante e atual, que é o BIM, o facto de o fazer numa
empresa com uma forte presença nacional e internacional permitiu um forte crescimento pessoal e
profissional. O contacto próximo com pessoas que trabalham nesta área há muitos anos permitiu
observar realidades diferentes, adquirir novos conhecimentos e fortalecer aqueles que já haviam sido
adquiridos.
Na revisão de literatura no capítulo 2 foi possível perceber a realidade do BIM e a sua presenta a nível
nacional e internacional. É um processo cada vez mais utilizado e, com as vantagens que traz, é quase
obrigatória a sua implementação em todos os setores. Em todas as etapas do processo construtivo assume
um papel de auxílio aos profissionais envolvidos.
De entre os objetivos propostos inicialmente, a modelação e dimensionamento de ambas as redes
permitiu consolidar os conhecimentos em Revit. Não é um processo que apresente muitas dificuldades,
e é algo com que os engenheiros projetistas têm de trabalhar diariamente. A criação dos script no
Dynamo foi muito importante no sentido de tornar o processo mais otimizado e tentar diminuir o número
de inputs do projetista, diminuindo assim a probabilidade de cometer erros. Os 3 scripts criados, que
transportam os tamanhos dos elementos dimensionados no Excel para os respetivos elementos no Revit,
constituem um passo muito importante e decisivo no objetivo de tornar este processo de modelação mais
eficaz e com o menor erro possível.
A nível de criação dos scripts, como se viu, não é um processo difícil nem é obrigatório o conhecimentos
de linguagens de programação avançados de forma a criar ferramentas úteis para os projetistas. Porém,
de forma a criar ferramentas mais avançadas, é recomendado o conhecimento de Python, que ajuda a
complementar o trabalho no Dynamo e eleva-o para outro patamar conseguindo superar desafios cada
vez mais ambiciosos.
Como também se viu é essencial para o projeto de licenciamento a inclusão dos pormenores de ligação
da rede predial à rede de coletores pública.
Quanto aos desafios com que o autor se deparou, pode-se concluir que foram ultrapassados com sucesso.
Destacam-se a falta de alinhamentos que dificulta em muito o trabalho dos projetistas. Também o facto
de as bases de arquitetura estarem constantemente em mudança não permite que o trabalho dos
projetistas seja contínuo, obrigando-os a estarem constantemente a rever trabalho já realizado. Cada
projeto apresenta os seus próprios desafios, porém é o projetista, que com a sua equipa de trabalho, tem
de arranjar formas de ultrapassar os problemas de forma eficaz. É importante também referir que à
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medida que o projetista adquire experiência profissional em cada projeto que trabalhe, é possível utilizar
alternativas e adaptar soluções que foram usadas anteriormente.
Relativamente ao processo de licenciamento, viu-se que, primeiramente, depende do local onde se situa
o projeto. Cada localidade tem as suas próprias entidades que licenciam o projeto, e cada uma delas
pode ter a sua própria maneira de receber os processos, obrigando os projetistas a adaptarem-se à sua
maneira de trabalhar. Neste caso específico que foi analisado nesta dissertação, a localização do projeto
é em Lisboa, o que obriga a separar o processo em abastecimento (EPAL), que não foi abordado neste
trabalho, e em drenagem (CML). É necessário ainda fazer a preparação da pasta a enviar ao cliente, que
é diferente da plasta a enviar para a CML.
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