A Epilepsia
A Epilepsia
A Epilepsia
Antônia Eliane
Maria Roseane
Estellyna Marielle
A Epilepsia:
Conceitos
A Epilepsia não é uma entidade singular, havendo uma
certa variação na definição dos termos crises convulsivas,
epilepsia e síndrome epiléptica. Por conta disso, uma
definição precisa de ambos os termos é importante para
uma adequada comunicação entre profissionais de saúde,
legisladores, educadores e para a segurança no trabalho.
Assim, atualmente, as seguintes definições são utilizadas:
Crise convulsiva: é uma atividade elétrica anormal, a
qual gera sinais e sintomas específicos, como abalos
musculares.
Crise provocada: é uma crise epiléptica decorrente de
uma causa imediata identificada, como distúrbio
metabólico, intoxicação aguda, abstinência de drogas
sedativas ou insulto neurológico agudo. Deve existir
uma relação temporal entre o desencadeante e a crise,
geralmente, nos últimos 7 dias. Entre 1 e 10% da
população terá uma crise provocada na sua vida.
Crise não provocada: quando não há uma causa
conhecida para a crise, após investigação clínica,
laboratorial e de imagem.
Tratamento
O tratamento para epilepsia é feito com o objetivo de
diminuir a frequência e a intensidade das crises epiléticas,
uma vez que não existe uma cura para esta doença. Assim,
pode ser recomendado pelo neurologista o uso de
medicamentos, eletroestimulação e até com cirurgia ao
cérebro, de acordo com a intensidade das crises de cada
pessoa. Além destas técnicas comprovadas, existem ainda
alguns métodos que estão sendo experimentados, como o
canabidiol, que é uma substância extraída da maconha e
que poderá ajudar a regular os impulsos elétricos cerebrais
Medicamentos
O uso de remédios anticonvulsivantes, geralmente, é a
primeira opção de tratamento, uma vez que muitos
pacientes deixam de ter crises frequentes apenas com a
ingestão diária de um destes medicamentos.
Alguns exemplos incluem:
Fenobarbital;
Ácido valproico
Fenitoína;
Clonazepam;
Lamotrigina;
Gabapentina
Valproato semisódico;
Carbamazepina, diminuindo as chances
de ter uma crise.
No entanto, o medicamento e a dose correta podem ser
difíceis de encontrar e, por isso, é preciso ir registrando o
surgimento de novas crises, para que o médico seja capaz
de avaliar o efeito do remédio ao longo do tempo,
alterando-o se achar necessário. Embora possuam bons
resultados, o uso contínuo destes medicamentos pode
causar alguns efeitos colaterais como cansaço, perda de
densidade óssea, problemas de fala, alteração da memória
e, até depressão. Dessa forma, quando existem poucas
crises durante 2 anos, o médico pode interromper o uso do
medicamento.
Estimulação do nervo vago
Esta técnica pode ser utilizada como um substituto do
tratamento medicamentoso, mas também pode ser feita
como complemento do uso de remédios, quando a redução
das crises ainda não é suficiente.
Neste método de tratamento, um pequeno aparelho,
semelhante a um marcapasso, é colocado por baixo da
pele, na região do peito, e fio são colocados até ao nervo
vago que passa pelo pescoço. A corrente elétrica que
passa pelo nervo pode ajudar a aliviar até 40% a
intensidades das crises de epilepsia, mas também pode
provocar alguns efeitos colaterais como dor de garganta ou
sensação de falta de ar, por exemplo.
Dieta cetogênica
Esta dieta é muito utilizada no tratamento da epilepsia em
crianças, pois aumenta a quantidade de gorduras e reduz
os carboidratos, fazendo com que o corpo utilize a gordura
como fonte de energia. Ao fazer isso, o corpo não precisa
transportar glicose pela barreira cerebral, o que diminui o
risco de ter uma crise de epilepsia.
Nestes casos, é muito importante ter acompanhamento
regular de um nutricionista ou médico, para garantir que as
quantidades de nutrientes estão sendo bem respeitadas.
Após dois anos sem crises, o médico pode ir retirando
lentamente as restrições alimentares das crianças, porque,
em muitos casos, as crises desaparecem completamente.
Cirurgia cerebral
A cirurgia normalmente só é feita quando nenhuma outra
técnica de tratamento foi suficiente para diminuir a
frequência ou a intensidade das crises. Neste tipo de
cirurgia, o neurocirurgião pode:
• Retirar a parte afetada do cérebro: desde que seja uma
parte pequena e que não afete o funcionamento global do
cérebro
• Fazer implantação de eletrodos no cérebro: ajudam a
regular os impulsos elétricos, especialmente após o início
de uma crise.Embora na maioria das vezes seja necessário
manter o uso de medicamentos após a cirurgia, as doses
normalmente podem ser diminuídas.
Assistência da Enfermagem
Enfermagem e Epilepsia:
Qual é o papel do profissional na conscientização e
tratamento á doença?
A relação entre Enfermagem e epilepsia é marcante na
saúde. Isso porque esse profissional possui um papel
fundamental não apenas no tratamento à doença, mas na
conscientização. Embora seja uma das doenças
neurológicas mais comuns do mundo, a epilepsia ainda é
cercada por muitos tabus e falta de informações. E o
enfermeiro pode auxiliar no processo de esclarecimento.
A enfermagem no apoio ao paciente com epilepsia
Antes de tudo, os profissionais de enfermagem devem
saber que a epilepsia é um transtorno com predisposição
para crises geralmente persistentes. Logo, a doença é
crônica e de difícil monitoramento dentro e fora dos
hospitais. Um dos alertas é sobre duas crises com intervalo
maior que 24 horas entre elas.
Assim sendo, dos sintomas e sinais reconhecíveis, se
destacam:
Comprometimento da fala
Dificuldades respiratórias
Alucinações ou perda de consciência
Contrações musculares vigorosa
Movimento muscular em forma de onda
Movimento involuntário dos olhos
Olhos virados para cima
Pernas e braços mais rígidos
Salivação
Incontinência urinária
Desmaio
Convulsões
Paralisia temporária
O profissional de enfermagem deve estar preparado para
realizar os primeiros socorros considerando estes e vários
outros sintomas.
Em muitos casos, a pessoa cai no chão, podendo se
machucar. Nesse sentido, é preciso avaliar as lesões,
fraturas, arranhões e contusões sofridas durante a crise.
Ainda assim, vale dizer que algumas pessoas podem
desenvolver as crises durante o sono, devido às alterações
hormonais ou atividades cerebrais. Esses casos exigem
maior atenção.
Além disso, o paciente sente medo e vergonha, tendendo a
se isolar social. Portanto, o apoio da enfermagem não
apenas físico, mas emocional também.
A enfermagem educa sobre a epilepsia
Os profissionais de enfermagem devem conhecer bem a
patologia para fazer o manejo do paciente, auxiliando nos
desdobramentos das crises epilépticas.
Nesse sentido, o olhar da enfermagem é indispensável ao
paciente epilético que precisa receber cuidados específicos
capazes de salvá-lo de quadros piores. Por outro lado, a
enfermagem tem um papel educativo para conscientizar as
pessoas sobre a doença, a fim de eliminar preconceitos e
promover a saúde.
Em conclusão, são profissionais fundamentais para
esclarecer dúvidas fundamentais e oferecer apoio desde a
descoberta até o tratamento do problema, estimulando o
tratamento o autocuidado e os hábitos saudáveis.