História - Resumo
História - Resumo
História - Resumo
O Brasil Império teve início em 1822, logo após a Independência, e estendeu-se até 1889, com a Proclamação da República. Ao contrário das antigas colônias espanholas
na América, que, após a independência, tornaram-se repúblicas, o Brasil seguiu o caminho do Império, isto é, da formação de um governo central com um monarca com poderes
absolutos.Nesse período, o Brasil consolidou-se como um império de grandes proporções territoriais, o maior da América do Sul, o que reforçava a necessidade de consolidar
tanto as fronteiras como também a unidade política interna. Historicamente dividimos o Brasil Império em três períodos: Primeiro Reinado (1822-1831), Período Regencial (1831-
1840) e Segundo Reinado (1840-1889).
O Segundo Reinado iniciou-se logo após o conturbado Período Regencial. Esse período foi marcado por revoltas provinciais. De norte a sul do Brasil, as províncias pegaram
em armas por conta de disputas de poder local, problemas sociais e questões republicanas.Durante o Período Regencial, não havia imperador. Em 1831, Dom Pedro I
abdicou do trono brasileiro em favor do seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade. A Constituição de 1824 – que foi a primeira Constituição do Brasil e
outorgada por Dom Pedro I – dizia que o novo imperador só poderia assumir o poder com 18 anos. Enquanto o herdeiro não alcançava a maioridade, o Brasil foi governado por
regentes.
As constantes disputas provinciais fizeram com que fosse decretado o Golpe da Maioridade, que permitia a coroação de Dom Pedro II mesmo sem atingir a idade mínima
exigida pela Constituição. Com um imperador coroado, o Poder Moderador poderia ser exercido novamente, garantindo assim a ordem interna do Império brasileiro.
No contexto externo, o mundo era dominado pela Europa, que expandia seus domínios pela Ásia e África. O século XIX foi caracterizado pelo neoimperialismo, avanço das
novas tecnologias e desenvolvimento científico. A segunda fase da Revolução Industrial expandiu a indústria para outras nações europeias, como França e Bélgica. Acontecia
também as unificações da Alemanha e da Itália, que, em pouco tempo, tornaram-se potências europeias.
Abolição da escravidão
A escravidão no Brasil começou desde a chegada dos portugueses em 1500. Primeiramente, tentou-se escravizar os índios, mas foi a escravidão negra que vigorou em nosso território. Mesmo com a
independência em 1822, a liberdade tão defendida na época não atingiu as senzalas. Durante quase todo o período imperial, a mão de obra no Brasil era escrava. Somente em meados do século XIX,
com a chegada dos imigrantes, a mão de obra, aos poucos, foi substituindo o trabalho dos escravos. Aqueles que saíram das fazendas procuravam trabalho nas cidades.
Foi no Segundo Reinado que a abolição da escravidão teve ampla discussão e sua concretização. Intelectuais, jornalistas e políticos, como Joaquim Nabuco|2|, Rui Barbosa, José do Patrocínio, André
Rebouças, discutiam o fim da escravidão em jornais, discursos no Parlamento e em praça pública.
O Parlamento brasileiro aprovou várias leis que, gradativamente, acabaram com a escravidão. Porém, elas tinham suas limitações, como se observa a seguir:
Lei Eusébio de Queiros (1850): aboliu o tráfico negreiro no Brasil. Buscava impedir a chegada de navios vindos da África com negros para o trabalho escravo. Como o tráfico negreiro era muito
lucrativo, a lei demorou a ter o seu efeito esperado e motivou o deslocamento de escravos dentro do Império brasileiro. Os que estavam no Nordeste eram vendidos para os senhores do Vale do
Paraíba que estavam investindo na lavoura de café.
Lei do Ventre Livre (1871): o recém-nascido de escrava era liberto, mas, enquanto não completasse 21 anos de idade, estava sob tutela e trabalhando para o seu senhor.
Lei do Sexagenário (1885): dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos. Porém, o número de escravos que chegavam a tal idade era bastante reduzido.
Lei Áurea (1888): aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, mas sem diretrizes para inserir o escravo liberto na sociedade.
A abolição da escravidão foi um dos fatores que determinaram a queda do Império em 1889. Dom Pedro II perdeu o apoio dos cafeicultores, que tiveram de libertar os escravos após a assinatura da
Lei Áurea e não receberam nenhuma indenização por parte do governo central. Se quiser saber mais detalhes sobre esse processo que pôs fim à utilização institucionalizada de mão de obra escrava no
Brasil, leia: abolição da escravatura.
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai foi um confronto envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A região da Bacia do Prata era muito disputada pelos países envolvidos no conflito,
a fim de dominar o comércio da região. Solano Lopez, ditador paraguaio, desejava abrir um caminho que ligasse o Paraguai até o Oceano Atlântico, facilitando o comércio do
país com as nações europeias sem depender de nenhum país vizinho.
Brasil, Argentina e Uruguai uniram-se por meio da Tríplice Aliança para lutar contra o Paraguai. O conflito durou seis anos, entre 1864 e 1870. Dom Pedro II, decidido a todo
custo a derrotar Solano Lopes, enviou para o front escravos mediante a promessa de liberdade caso voltassem da guerra. A Tríplice Aliança venceu o Paraguai, que saiu
devastado do confronto.
O Exército brasileiro fortaleceu-se após o conflito. Os militares buscaram maior participação na política brasileira, porém foram impedidos por Dom Pedro. Mesmo saindo
vitorioso da guerra, a situação financeira do Império brasileiro deteriorou-se. O endividamento externo para custear as tropas brasileiras no campo de batalha provocou
uma crise econômica determinante para o fim do Império. Para saber mais sobre esse conflito ocorrido durante o Segundo Reinado, acesse: Guerra do Paraguai.
Fim do Segundo Reinado
O Segundo Reinado começou a entrar em crise principalmente após a Guerra do Paraguai. Foram vários fatores que levaram à queda de Dom Pedro II em 1889.
Questão militar
Após a vitória na Guerra do Paraguai e influenciados pelos ideais do positivismo, os militares, em especial os
do Exército, decidiram participar ativamente da política brasileira. Foram criados Clubes Militares, que
discutiam a crise vivida pelo Segundo Reinado, os ideais republicanos e as ideias positivistas. Dom Pedro
II, utilizando as prerrogativas do Poder Moderador, mandou fechar esses clubes. Essa censura imperial fez com
que os militares se organizassem para derrubar Dom Pedro II do poder.
Resumo sobre o Segundo Reinado
Questão da Igreja
A Constituição de 1824, que vigorou durante todo o período imperial, dizia que a religião oficial do Brasil era a Duração do Segundo Reinado: 1840 (Golpe da Maioridade) até 1889
católica. Porém, era comum haver conflito entre “o trono e o altar”. Decretos eclesiásticos só entravam em (Proclamação da República).
vigor no território brasileiro desde que o imperador autorizasse. O Papa Pio IX emitiu um decreto reafirmando o
poder da Igreja e do papa sobre o mundo. Esse decreto chegou ao Brasil, e os católicos buscaram atitudes Dom Pedro II interferia na política por meio do Poder Moderador.
mais rígidas que reforçassem a disciplina religiosa. Dom Vital, bispo de Olinda, na província de Pernambuco,
decidiu proibir a entrada de maçons nas irmandades religiosas. Alguns ocupantes de cargos de destaque do A economia era agroexportadora, baseada principalmente na
Império eram maçons, como o Visconde de Rio Branco, que presidia o Conselho de Ministros. Dom Vidal foi exportação do café.
preso, acusado de “rebeldia”, mas foi solto dias depois. Essa crise abalou o apoio eclesiástico a Dom Pedro
II. A abolição da escravidão foi feita aos poucos, com leis que garantiam
Questão escravista a liberdade aos negros, apesar das suas limitações.
A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Porém, os A vinda dos imigrantes substituiu boa parte do trabalho escravo na
escravos foram libertos sem que os donos de fazenda de café fossem indenizados por causa da abolição. Isso lavoura de café.
fez com que os cafeicultores| abandonassem Dom Pedro II e apoiassem a causa republicana. Esses
cafeicultores que abandonaram o apoio a Dom Pedro II nos últimos momentos do Segundo Reinado foram Apesar da vitória na Guerra do Paraguai, o endividamento com o
apelidados na época de “republicanos de última hora”.
conflito levou à crise econômica.
A República no Brasil foi proclamada em 15 de novembro de 1889. Tropas do Exército lideradas pelo
Marechal Deodoro da Fonseca depuseram Dom Pedro II, e a família imperial foi exilada na Europa. Segundo
Isolamento de Dom Pedro II às vésperas da Proclamação da República.
relatos da época, muitos viram a movimentação das tropas como um mero desfile militar. Já o jornalista Aristides
Lobo conseguiu resumir muito bem o que foi o 15 de novembro de 1889: “O povo assistiu bestializado”.
Primeira República
A Primeira República foi iniciada com a Proclamação da República e ficou marcada pelo predomínio das oligarquias na política nacional. Esse período encerrou-se em 1930.Campos Sales,
presidente brasileiro entre 1898 e 1902 e o arquiteto da política dos governadores.
A Primeira República é o período da história do Brasil que aconteceu de 1889 a 1930, tendo sido iniciado com a Proclamação da República que aconteceu em 15 de novembro de 1889 e
encerrou-se com a deposição de Washington Luís como consequência da Revolução de 1930. Esse período é conhecido por muitos como República Velha, mas entre os historiadores o termo
utilizado para referir a esse período é Primeira República.
Proclamação da República
A Primeira República foi iniciada com a Proclamação da República, que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. A derrubada da monarquia ocorreu pela perda de apoio
político fazendo com que esse regime se tornasse impopular entre as elites do Brasil. Os militares, insatisfeitos com a monarquia há tempos, e uma parcela da sociedade civil,
sobretudo os oligarcas paulistas, organizaram um movimento para derrubar a monarquia.Em 15 de novembro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, os militares
destituíram o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial. Ao longo do dia, as movimentações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a República na Câmara
Municipal do Rio de Janeiro. Isso marcou o início da Primeira República Brasileira.
Periodização
A Primeira República, conforme já mencionado, estendeu-se de 1889 a 1930. Um período específico da Primeira República que foi de 1889 a 1894, também é conhecido
como República da Espada. Esse nome se deve ao fato de que os dois presidentes brasileiros (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) foram militares. A República da
Espada, porém, é um período incorporado à Primeira República.
Toda a Primeira República pode ser dividida em três grandes fases, conforme estabelece o professor Marcos Napolitano:
Consolidação (1889-1898): período marcado pela consolidação das estruturas políticas e econômicas da Primeira República. Foi assinalado por crises na política e
na economia.
Institucionalização (1898-1921): período no qual a estrutura política da Primeira República estava devidamente consolidada. Aqui se definiram políticas como a dos
governadores e do café com leite.
Crise (1921-1930): período no qual as estruturas políticas da Primeira República entraram em crise por conta da incorporação de novos atores na política brasileira.
Conflitos entre as oligarquias também contribuíram para o fim da Primeira República.
A Primeira República, além de República Velha, é muito conhecida também como República Oligárquica e isso porque esse período ficou marcado
pelo predomínio das oligarquias sobre nosso país. As oligarquias eram forças políticas que baseavam o seu poder em suas posses, isto é, na terra (os oligarcas
eram, em geral, grandes proprietários de terra).O predomínio das oligarquias sobre a política do Brasil começou a ser consolidado a partir de 1894, quando Prudente
de Morais foi eleito presidente. A eleição de Prudente de Morais também marcou o fim do citado período conhecido como República da Espada. O predomínio das
oligarquias resultou em algumas características que são consideradas grandes marcas da Primeira República. Essas características são o mandonismo,
o clientelismo e o coronelismo. Essas três simbolizam o poder das elites agrárias do país manifestado na posse de terras, além de manifestar o poder dos coronéis
sobre as regiões interioranas do Brasil e a troca de interesse, elemento fundamental para a sustentação das oligarquias no poder.Outras características muito
importantes desse período foram as políticas que sustentavam as estruturas no âmbito político do Brasil. Aqui estamos falando da política dos governadores e
da política do café com leite. Essas políticas foram muito importantes, porque reduziram os conflitos entre as oligarquias, mas não acabaram com eles.
Política dos governadores
A política dos governadores, também conhecida como política dos
estados, foi criada durante o governo de Campos Sales, presidente
do Brasil entre 1898 e 1902. Foi com a política dos governadores
que o funcionamento político brasileiro na Primeira República foi
estruturado. Por meio dessa política, foi possível realizar
uma aliança entre executivo e legislativo. O historiador Boris
Fausto definiu os objetivos da política dos governadores da seguinte
maneira:
A Primeira República foi iniciada com a Proclamação da República em A revolta contra o governo, nomeada como Revolução de 1930, iniciou-se em 3 de outubro de 1930, e,
15 de novembro de 1889. no mesmo mês, no dia 24, resultou na deposição de Washington Luís da presidência. Júlio Prestes
foi impedido de assumir a presidência do país e, em novembro do mesmo ano, Getúlio Vargas foi
A posse de Getúlio Vargas como presidente, após a Revolução de empossado como presidente provisório do país. Esse era o fim da Primeira República, e o início
1930, marcou o fim desse período. da Era Vargas, período que se estendeu por quinze anos.
Durante a disputa eleitoral, foram veiculadas cartas falsas que atribuíam críticas a Artur Bernar des aos militares. As cartas, mesmo sendo falsas, criaram um clima de inimizade dos
militares com Bernardes. Após a eleição, um novo episódio ampliou a hostilidade entre militares e o presidente eleito. Esse episódio aconteceu em meados de 1922, quando o governo
ordenou a prisão do marechal Hermes da Fonseca por críticas feitas pelos militares ao governo. Essa tensão fortaleceu a insatisfação interna nos meios militares com a política da Primeira
República e deu início ao movimento tenentista. Como consequência, pequenas revoltas organizadas pelos tenentes aconteceram no Rio de Janeiro e no Mato Grosso. A mais famosa
delas foi a Revolta do Forte de Copacabana, que ocorreu em 5 de julho de 1922.
A Coluna Prestes surgiu como parte do movimento tenentista, mais especificamente por conta de levantes que ocorreram em 1924. Em julho desse mesmo ano, aconteceram levantes
tenentistas em diferentes partes do Brasil, dos quais o principal ficou conhecido como Revolta Paulista de 1924. Nesse levante, os tenentistas dominaram a capital de São Paulo por três
semanas e, após esse período, fugiram e instalaram-se no interior do Paraná. Alguns meses depois, diversos levantes tenentistas, liderados por diferentes pessoas, aconteceram no Rio
Grande do Sul. A Coluna Prestes surgiu da junção dos tenentistas rebelados em São Paulo com os tenentistas rebelados no Rio G rande do Sul. Uma reunião definiu a junção das duas
forças, que contava com aproximadamente 1500 homens que foram divididos em duas tropas e foram liderados por Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távora. Além desses,
outro nome de destaque da Coluna Prestes foi Isidoro Dias Lopes. Os membros da Coluna Prestes, conforme definiram as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, defendiam a
derrubada imediata do governo de Artur Bernardes, assim como exigiam que se estabelecessem o “voto secreto, a reforma do ensino, a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização
da política. Denunciavam também as miseráveis condições de vida e a exploração dos setores mais pobres”.
Os membros da Coluna Prestes cruzaram os seguintes estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande
do Norte, Paraíba e Minas Gerais. Uma tática adotada por Prestes durante a marcha da Coluna foi a de evitar conflitos abertos contra as forças, principalmente quando essas forças eram
muito superiores. Uma das ideias centrais da Coluna era mobilizar a população local à medida que eles avançassem pelo território nacional, mas isso nunca aconteceu. Após mais de um
ano de luta, os membros da Coluna optaram por colocar fim à sua marcha. Os motivos para isso eram o desgaste após tanto tempo lutando contra o governo e o término do governo de
Artur Bernardes.
Com isso, em fevereiro de 1927, os membros da Coluna Prestes depuseram suas armas e exilaram-se na Bolívia. A Coluna ficou conhecida como “Coluna Invicta”, pelo fato de não ter
sido derrotada nenhuma vez. Prestes recebeu a alcunha de “Cavaleiro da Esperança” em decorrência da sua liderança e, após iss o, tornou-se um dos principais nomes da luta popular e
revolucionária do Brasil.
Revolta da Armada
A Revolta da Armada foi um levante organizado pela Marinha, entre 1891 e 1894, no qual os marinheiros reivindicaram maior participação na república brasileira, proclamada em 1889.
Até aquele momento, apenas o Exército tinha participação ativa no governo. A denominação “Armada” se refere ao nome que a Marinha recebia naquele tempo. Essa revolta demonstrou a
divisão que havia entre os republicanos, principalmente por conta daqueles que se opuseram à concentração de poderes nas mãos do presidente, como se evidenciou nos
governos Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Floriano Peixoto (1891-1894). A Revolta da Armada começou no Rio de Janeiro, mas se espalhou para o Sul do país, onde estava
acontecendo outra revolta, a Revolução Federalista. O governo federal conseguiu debelar a revolta, e os líderes foram presos e exilados, voltando ao Brasil depois da anistia concedida.
Logo após o decreto publicado por Deodoro da Fonseca, em 3 de novembro de 1891, dissolvendo o Congresso, a Armada se rebelou contra o governo. Navios de guerra foram
tomados pelos rebeldes, que começaram a fazer uma patrulha pela baía de Guanabara e a lançar bombas no Rio de Janeiro. Os fortes que defendiam a Guanabara mantiveram-se
fiéis ao governo do marechal e revidaram os ataques lançando bombas contra os navios rebelados. Pressionado por todos os lados, inclusive pelos Estados Unidos, o marechal
Deodoro da Fonseca renunciou à presidência da república, em 23 de novembro de 1891. Como os revoltosos conseguiram o que queria, a Primeira Revolta da Armada terminou
logo após a saída do presidente.
Segunda Revolta da Armada (1892-1894)
O marechal Floriano Peixoto, que era vice, assumiu a presidência da república logo após a renúncia de Deodoro da Fonseca. Contudo, de acordo com a Constituição de 1891,
se o presidente não completasse os primeiros dois anos do seu mandato, uma nova eleição deveria ser convocada. Dessa forma, Floriano Peixoto deveria assumir o poder
e convocar novas eleições, mas ele permaneceu no cargo. Isso gerou uma reação de generais do Exército, que, em março de 1892, escreveram uma carta manifesto exigindo
o cumprimento da Constituição e a convocação de novas eleições. Floriano puniu os signatários do manifesto com a prisão deles.
A Marinha novamente entrou em cena e exigiu a convocação de novas eleições. Além do autoritarismo do novo presidente, os líderes da Armada se mostraram dispostos
a lutar pelo poder. No dia 13 de setembro de 1893, começava a segunda Revolta da Armada. Desta vez, os revoltosos não tiveram apoio popular. Os marinheiros entraram
em confronto com oficiais do Exército na Ponta da Armação, em Niterói (na época, capital do Rio de Janeiro). Por conta desse embate entre as Forças Armadas, a capital do
estado foi transferida para Petrópolis, em 1894. Percebendo que a revolta seria derrotada, os marinheiros abandonaram a baía da Guanabara e seguiram para a cidade
catarinense de Desterro (atual Florianópolis), onde estava acontecendo a Revolução Federalista, aliando-se aos federalistas gaúchos.
Os aliados de Getúlio Vargas esperavam que o novo presidente A Revolução de 1930 foi chamada desta maneira Washington Luís só retornaria ao Brasil em
convocasse eleições gerais para formar uma Assembleia pelos seus membros. No entanto, trata-se de um 1947. Por sua vez, Júlio Prestes pediu asilo
Constituinte, mas o assunto era sempre adiado. Cansados de golpe de estado e não uma revolução. Uma revolução ao consulado britânico e voltaria em 1934.
esperar, várias vozes começaram a criticar o governo possui amplo apoio popular, propõe e causa drásticas
Três ex-ministros de Getúlio Vargas e três
provisório como o partido comunista, a Aliança Nacional mudanças quando instalada no poder.
tenentes de 1930 chegaram à Presidência
Libertadora, os paulistas, etc. Em São Paulo, cresce o movimento
Já o golpe de Estado, é a retirada do poder por meio da República: Eurico Gaspar Dutra, João
pedindo eleições presidenciais e uma Constituição.
da violência de um político constitucionalmente eleito Goulart e Tancredo Neves (ministros);
Diante da negativa do governo central e do aumento da repressão ou consagrado para aquele cargo. Os Castelo Branco, Emílio Médici e Ernesto
policial, o estado de São Paulo, declara guerra ao governo no acontecimentos de 30 foram uma luta pelo poder Geisel (militares).
episódio que será conhecido como a Revolução de 1932. entre as elites, com margem de vitória a qualquer
Getúlio teve quase 100% dos votos no Rio
uma delas e que pouco mudariam a estrutura social
Grande do Sul durante a eleição de 30.
brasileira em profundidade.
Era Vargas
É a fase da história brasileira em que Getúlio Vargas governou o país de 1930 a 1945. Foi forçado a renunciar à presidência após um ultimato dos militares. Era Vargas foi um período
iniciado em 1930, logo após a Revolução de 1930, e finalizado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas. Nesse período da história brasileira, o poder esteve centralizado em Getúlio
Vargas, que assumiu como presidente do Brasil após o movimento que depôs Washington Luís da presidência.
Resumo
A Era Vargas foi o período de quinze anos da história brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A
ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente
eleito que assumiria o país).
Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação”
da ditadura de Vargas. Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com as massas, característica que se tornou muito marcante durante
o Estado Novo.
Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder,
foi organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964).
Características da Era Vargas
Transição de poder
Resumir as características da Era Vargas é uma tarefa complexa, principalmente
porque cada fase assumiu aspectos diferentes. De maneira geral, as seguintes A ascensão de Getúlio Dornelles Vargas à presidência aconteceu pela implosão do modelo
características podem ser destacadas. político que existia no Brasil durante a Primeira República. Ao longo da década de 1920,
inúmeras críticas foram feitas ao sistema oligárquico que vigorava em nosso país, sendo
Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no poder, os tenentistas um dos movimentos de oposição de maior destaque. A implosão da Primeira
Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar os República concretizou-se de fato durante a eleição de 1930. Nessa eleição, a oligarquia
poderes do Executivo. Essa característica ficou evidente durante o mineira rompeu abertamente com a oligarquia paulista porque o presidente Washington
Estado Novo. Luís recusou-se a indicar um candidato mineiro para concorrer ao cargo. A indicação para
presidente foi do paulista Júlio Prestes.
Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no sentido
de ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o Ministério do Isso desagradou profundamente à oligarquia mineira, uma vez que a atitude do presidente
Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de rompia com o acordo existente entre as duas oligarquias (Política do Café com Leite). Assim,
reforçar seu poder aproximando-se das massas. os mineiros passaram a conspirar contra o governo e, aliando-se às
oligarquias paraibana e gaúcha, optaram por lançar um candidato para concorrer à
Propaganda Política → O uso da propaganda como forma de ressaltar presidência: Getúlio Vargas. A disputa eleitoral travada entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas
as qualidades de seu governo foi uma marca forte de Vargas e que teve como desfecho a vitória do primeiro. No entanto, mesmo derrotados, membros da chapa
também ficou evidente durante o Estado Novo a partir do Departamento eleitoral de Vargas (chamada Aliança Liberal) começaram a conspirar para destituir
de Imprensa e Propaganda (DIP.) Washington Luís do poder (Vargas, porém, havia aceitado a derrota).
Capacidade de negociação política → A capacidade política de Vargas Essa conspiração tornou-se rebelião de fato quando João Pessoa, vice de Getúlio Vargas,
não surgiu do nada, mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de foi assassinado em Recife por João Dantas. O assassinato de João Pessoa não tinha
sua vida política. Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar nenhuma relação com a eleição disputada, mas o acontecido foi utilizado como pretexto para
grupos opostos em seus governos, como aconteceu em 1930, quando que um levante militar contra Washington Luís fosse iniciado. A revolta iniciou-se em 3 de
oligarquias dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando- outubro de 1930 e estendeu-se por três semanas. No dia 24 de outubro de 1930, o
lhe. presidente Washington Luís foi deposto da presidência. Uma junta militar governou o
A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também Brasil durante 10 dias e, em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, que aderiu à rebelião
relacionada com o populismo, principalmente pelos seguintes aspectos: quando ela estava em curso, assumiu a presidência do Brasil.
República Populista
Ditadura Militar
Era Vargas ou Nova República (1930-1945)
Nova República
O período denominado Era Vargas é a época em que o chefe do governo brasileiro era o
gaúcho Getúlio Vargas. Essa fase é subdividida em:
República Velha ou Primeira República (1889-1930)
Governo Provisório (1930-1934)
Após a Proclamação da República no Brasil, instituiu-se imediatamente um
governo provisório. O governo provisório era chefiado pelo Marechal Deodoro da Governo Constitucional ou Presidencial (1934-1937)
Fonseca, que deveria dirigir o País até que fosse elaborada uma nova
Constituição. Estado Novo (regime ditatorial de 1937 até 1945)
No dia 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a segunda Constituição brasileira A partir de 1930, as massas populares foram incorporadas ao processo político, sempre
e a primeira da República. No dia seguinte à promulgação da Constituição, foram sobre controle.
eleitos pelo Congresso Nacional, o primeiro presidente e o vice. Uma das reações contra a nova ordem política instalada pela Revolução de 1930, foi
A Primeira República foi dividida em dois períodos: o Movimento Constitucionalista de 1932. O movimento ocorreu em São Paulo, onde as
elites políticas tentaram retomar o controle político.
República da Espada (1889-1894), em virtude da condição militar dos
dois primeiros presidentes do Brasil: Deodoro da Fonseca (1891) Em 1933, Getúlio Vargas promoveu eleições para a Assembleia Constituinte. A instalação
e Floriano Peixoto (1891-1894) ocorreu em 10 de novembro, quando foi promulgada a nova Constituição em 1934.
República das Oligarquias (1894-1930), período em que as oligarquias O período do governo constitucionalista de Getúlio Vargas foi uma fase marcada pelo
choque de duas correntes ideológicas. Era a "Ação Integralista Brasileira", ideologia de
agrárias dominavam o país, conhecido popularmente como a “política do
café com leite”, em razão da dominação paulista e mineira no governo métodos fascistas e a "Aliança Nacional Libertadora", movimento da frente popular.
federal, que só terminou com a Revolução de 1930. Durante o período, Durante a "radicalização comunista", Getúlio conseguiu do Congresso o decreto de
apenas três presidentes não procediam dos Estados de São Paulo e de Estado de Guerra.
Minas Gerais. A supremacia politica das grandes oligarquias foi aniquilada
com a Revolução de 1930. No dia 10 de novembro de 1937, Getúlio fazia uma proclamação ao povo, justificando a
necessidade de um governo autoritário: nascia assim o Estado Novo.
Getúlio Vargas venceu as eleições de 1950, cinco anos após ser derrubado do poder. A Nova Era Vargas, com sua política nacionalista, recebeu o apoio das classes
populares, de setores da burguesia, dos grupos políticos de esquerda e de parte do Exército. Vargas enfrentou forte oposição da União Democrática Nacional (UDN),
que tinha Carlos Lacerda (1914-1977) como seu principal porta-voz, e pregava a destituição do presidente.
A ala extremista da oposição liderada por Carlos Lacerda acusava as pessoas ligadas ao governo de corrupção. Também denunciava financiamentos escandalosos
do Banco do Brasil. Vargas era acusado de pretender instalar no Brasil uma República Sindicalista. O regime era semelhante ao que Perón havia instalado na Argentina.
Os militares oposicionistas exigiram o afastamento definitivo de Vargas. No dia 24 de agosto de 1954, Vargas comete suicídio.
Nos dezessete meses que sucederam a morte de Vargas, três presidentes ocuparam o poder. Foram eles, Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos. A situação política era difícil.
Em 1955, houve novas eleições para presidente e Juscelino Kubitschek foi eleito, com a promessa de realizar "cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo".
Sua administração foi marcada por obras de grande repercussão, entre elas a construção de Brasília, a nova capital do país.
Em 1961, o populista Jânio Quadros é eleito. Ele renunciou, contudo, em 25 de agosto. De acordo com a Constituição, o vice João Goulart deveria assumir a presidência.
Houve, porém, um veto militar à posse de Jango, acusado de comunista. A solução para a crise política foi a promulgação da Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o sistema
parlamentarista de governo no país. A emenda limitava o poder do presidente.
João Goulart, empossado em 7 de setembro de 1961, colocava em prática uma política nacionalista. Um plebiscito realizado em 1963 determinou a volta do regime presidencialista.
Em 31 de março de 1964, um golpe militar contra o governo derrubou João Goulart. Em 9 de abril, o comando revolucionário promulgou o Ato Institucional nº 1, que dava amplos
poderes ao Alto Comando Militar.
Ditadura Militar (1964-1985)
O período que vai de 1964 a 1985 foi marcado pela presença de militares na vida política brasileira. Durante duas décadas, foi estabelecido um regime autoritário e
centralizador.
Em agosto de 1979, foi assinada a Lei da Anistia, suspendendo as penalidades impostas aos opositores do regime militar. Em 1982, a sociedade brasileira começou
a organizar a campanha das Diretas já, para realização de eleições para a Presidência da República. Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo foi eleito Presidente pelo
Congresso Nacional.
Fernando Collor
Itamar Franco
Dilma Rousseff
Michel Temer
1. Deodoro da Fonseca - Período de mandato: 1889 a 1891 5. Rodrigues Alves - Período de mandato: 1902 a 1906
Governou até 1891, quando ele renuncia ao cargo devido a graves problemas O primeiro presidente eleito do século XX no Brasil foi Rodrigues Alves,
econômicos, como inflação, falência de bancos e fechamento de indústrias. também pertencente à elite cafeeira paulista.
Em seu mandato teve destaque estímulos à reurbanização, políticas de
2. Floriano Peixoto - Período de mandato: 1891 a 1894 saneamento básico e modernização.
Reprimiu revoltas populares que exigiam novas eleições, pois ele assumiu o cargo Entretanto, para concluir esses planos, desalojou populações carentes
por ser vice-presidente de Deodoro, sem eleições diretas. a fim de construir estradas e obras, o que resultou na origem das
Apesar disso, conseguiu reduzir em parte os impostos, aluguéis e produtos, o que favelas.
melhorou um pouco a vida da população. Ele foi também o responsável, com o apoio do médico Oswaldo Cruz,
pela Lei da Vacinação Obrigatória, que, imposta sem uma prévia
3. Prudente de Morais - Período de mandato: 1894 a 1898
conscientização da população, gerou a Revolta da Vacina, em 1904.
Primeiro civil a assumir a presidência, Prudente de Morais coloca fim á República
da Espada. Com ele se inicia a República das Oligarquias, que alternava o poder
6. Afonso Penna - Período de mandato: 1906 a 1909
entre mineiros e paulistas, a política do café com leite. Afonso Pena continuou a estratégia de Rodrigues Alves de investir em
saneamento básico e urbanização.
4. Campos Salles - Período de mandato: 1898 a 1902 Em seu governo aumentou a malha ferroviárias do Brasil e
Fazendeiro e advogado, Campos Salles representava a oligarquia cafeeira de São desenvolvimento da economia, mas também contraiu mais dívidas
Paulo. Assume o poder em 1898, em meio a uma enorme crise econômica, dívida externas.
externa e redução dos preços do café para exportação. Foi ainda incentivador da vinda de imigrantes, pois com a abolição da
Por isso, Salles adota medidas para conter a crise, aumentando impostos e escravatura em 1889 o país precisa de mão de obra. Esses
cancelando obras públicas, o que afetou fortemente os setores pobres do país. trabalhadores viviam em condições parecidas com a da escravidão.
7. Nilo Procópio Peçanha - Período de mandato: 1909 a 1910 10. Delfim Moreira - Período de mandato: 1918 a 1919
Com a morte do Afonso Pena, seu vice Nilo Peçanha assume a presidência, Delfim Moreira foi presidente de forma interina, assumindo no lugar
permanecendo no cargo por apenas um ano e meio. Apesar de pouco tempo de Rodrigues Alves, que havia sido eleito, mas por conta da saúde
no poder, conseguiu realizar feitos que se destacaram. debilitada não conseguiu exercer o posto.
Foi o primeiro presidente afrodescendente e criou em 1910 o Serviço de Delfim ficou pouco tempo na presidência, mas enfrentou grave crise,
greves e insatisfação popular, que já vinha de governos anteriores.
Proteção ao Índio (SPI), que mais tarde deu origem à FUNAI.
Sua saúde também era frágil, então, muitas funções foram delegadas a
Ele também estimulou o ensino técnico no país, tanto que hoje é o patrono
Afrânio de Melo Franco, ministro de viação e obras públicas.
da educação técnica-profissionalizante.
Além disso, criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria. 11. Epitácio Pessoa - Período de mandato: 1919 a 1922
O governo de Epitácio Pessoa foi marcado por agitação social e
8. Hermes da Fonseca - Período de mandato: 1910 a 1914
artística, além de ideias socialistas que chegavam às classes
O militar gaúcho Hermes da Fonseca assumiu o poder em 1910. Ele era trabalhadoras, que foram intensamente reprimidas.
sobrinho do primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro.
Fatos marcantes foram também construções para tentar
O país já passava por uma crise na política do café com leite. Também havia combater a seca no nordeste e a construção de linhas
uma enorme insatisfação dos marinheiros, indignados com o tratamento que ferroviárias, além da criação da Universidade do Rio de Janeiro e
recebiam nos navios. Assim, logo nos primeiros dias de mandato, Fonseca se inauguração da primeira estação de rádio.
depara com a Revolta da Chibata, liderada pelo marujo João Cândido, a qual
reprime duramente.
12. Artur Bernardes - Período de mandato: 1922 a 1926
Anos depois, em 1912, estoura a Guerra do Contestado no sul do país, que
Artur Bernardes fez parte da República Velha e da política do
também foi sufocada pelos republicanos.
café com leite, representando a oligarquia mineira.
9. Venceslau Brás - Período de mandato: 1914 a 1918 Foi em seu mandato que diversos movimentos tenentistas
O governo de Venceslau Brás sofreu influências da política externa. Em uma época ganharam força, como a Coluna Prestes e Comuna de Manaus,
em que a Primeira Guerra estava começando, Brasil teve queda nas vendas de café em que soldados de baixa e média patente se revoltaram contra
para o exterior e dificuldade de importar produtos. o governo.
Assim, o presidente incentiva a industrialização, focando na exportação e gerando o Bernardes também teve que lidar com revoltas operárias e a
aumento nos preços para os brasileiros. crise do final do pós-guerra. Assim, foi um presidente repressor e
Além disso, é em seu governo que ocorrem os surtos de gripe espanhola e também autoritário, restringindo a liberdade de imprensa e aumentando
muitas greves e paralisações. impostos.
13. Washington Luís -Período de mandato: 1926 a 1930 15. José Linhares - Período de mandato: 1945-1946)
Último presidente da chamada República Velha, Washington Luís Permanecendo apenas 3 meses e cinco dias na presidência, José
enfrentou problemas com a crise gerada com a quebra da bolsa Linhares foi um político cearense indicado pelas Forças Armadas
de valores de Nova York. depois da queda de Getúlio Vargas.
Nascido no Rio de Janeiro, com ele teve fim a alternância entre Seu único feito marcante foi a convocação de novas eleições. Ele
mineiros e paulistas no governo federal. também criou o Fundo Rodoviário Nacional, que garantiu a
Teve algumas contribuições positivas na sociedade, como a construção de estradas.
elaboração do Código de Menores em 1926, quando instaura a
maioridade penal, proibindo o encarceramento de menores junto 16. Eurico Gaspar Dutra - Período de mandato: 1946-1951
aos adultos.
Assim como no período de Getúlio Vargas, o governo de Eurico
Gaspar Dutra também foi marcado pela perseguição ao comunismo.
14. Getúlio Vargas - Período de mandato: 1930 a 1945
Ele também instituiu uma nova constituição, na qual a pena de
Chegando ao poder em 1930, o gaúcho Getúlio Vargas foi o morte foi proibida no país.
presidente que ficou o maior período no governo, permanecendo
por 15 anos na presidência. Foi ele também o responsável pela proibição do Partido Comunista
(PCB), que passou a atuar na clandestinidade.
Assume o poder por meio de um golpe de estado depois que seu
vice, João Pessoa, é assassinado. Esse foi também um momento de maior proximidade com a política
externa dos EUA, tanto em termos econômicos como culturais.
Os primeiros quatro anos foram do Governo Provisório e ele já
sinalizava que não deixaria o cargo tão fácil. 17. Getúlio Vargas - Período de mandato: 1951-1954
Foi um presidente populista, realizando ações em prol da Após quatro anos de Gaspar Dutra, Getúlio volta à presidência
sociedade como a criação do Ministério da Educação e Cultura e através de eleições.
elaboração de leis trabalhistas.
Nesse novo momento democrático, Getúlio enfrentou forte crise
Entretanto, reprime os movimentos sindicais e qualquer ideologia econômica e tensão na sociedade.
progressista de esquerda, alinhando-se fortemente com ideias
Seu projeto foi voltado para o nacionalismo, como é evidenciado
fascistas.
com a construção da Eletrobrás e da Petrobras.
20. Nereu Ramos - Período de mandato: 1955-1956 24. João Goulart - Período de mandato: 1961-1964
Por dois meses e vinte e um dias tivemos o advogado Nereu Ramos Ao voltar de viagem, João Goulart, também chamado de Jango, assume a
ocupando a cadeira de presidente apenas para aguardar que o novo presidência. Seu governo teve o apoio das classes populares, sindicatos e
mandatário eleito, Juscelino Kubitschek ocupasse o cargo. operários. Em contrapartida, os militares e a UDN (União Democrática
Nacional) se colocaram como oposição, dizendo se tratar de um político
21. Juscelino Kubitschek - Período de mandato: 1956-1961 comunista.
Juscelino Kubitschek, chamado também de JK, foi eleito no final de Ele tentou colocar em prática sua ideia de distribuição de renda, reforma
1955 e assume o governo em 1956. agrária, reforma educacional, urbana e eleitoral
O lema de se governo era cinquenta anos de desenvolvimento em Entretanto, as pressões da elite, donos de terras, empresários e parte da
cinco, que prometia modernizar e urbanizar o país. classe média deram força para sofrer um golpe militar que o impediu de
concluir seus planos em benefício do povo.
Foi nos anos de JK que Brasília, a nova capital do Brasil, foi construída.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) também teve um aumento Assim, ele é obrigado a se exilar no Uruguai, deixando o poder para os
significativo. militares.
25. Ranieri Mazzilli - Período de mandato: 1964
28. Emílio Garrastazu Médici - Período de mandato: 1969-1974
Novamente Ranieri Mazilli fica com a presidência do país por pouco
tempo, treze dias, até que os militares escolhessem o novo Emílio Garrastazu Médici toma o poder em 1969 e consegue ser ainda mais
governante. autoritário, elevando o nível de repressão.
26. Humberto Castelo Branco - Período de mandato: 1964-1967 Nesse período surgiu o lema Brasil: ame-o ou deixe-o, sugerindo que todos que
tivessem críticas deveriam sair do país (ou seriam presos e, muitas vezes, mortos).
O primeiro presidente da ditadura brasileira foi Castelo Branco. Em
seu governo ele fechou o Congresso, impediu a imprensa de publicar À custa de empréstimos, o país conseguiu uma melhora econômica, mas elevou
livremente, acabou com o voto popular e com demais partidos consideravelmente a dívida externa.
contrários à ideologia ditatorial.
Foi Médici também que estimulou a exploração amazônica, com a Transamazônica
No campo econômico e social retira direitos trabalhistas, faz cortes de e o Projeto Rondon.
gastos públicos e não permite um aumento do salário compatível com
a inflação, gerando insatisfação popular. 29. Ernesto Geisel- Período de mandato: 1974-1979
Então, Costa e Silva concentrou poderes no executivo e aumentou a Ernesto Geisel foi o militar do partido ARENA eleito indiretamente em 1974.
repressão com a criação do Ato Institucional nº5 (AI5), com torturas,
desaparecimentos e mortes de quem se opunha. Em seu governo começa a abertura política e o Ato Institucional nº 5 é retirado.
De qualquer forma, violações, mortes e torturas ainda acontecem, como o caso
famoso de Wladimir Herzog, jornalista morto nas dependências militares.
27. Artur da Costa e Silva - Período de mandato: 1967-1969
No plano econômico, o Brasil passava por uma crise, o "milagre econômico" já não
Eleito indiretamente, ou seja, sem ser escolhido pelo povo, Costa e ocorria e a inflação chega a 40%.
Silva foi o segundo presidente da ditadura, permanecendo por 2 anos,
É nesse período que se inicia o processo de ocupações de terras improdutivas pelo
chamados de anos de chumbo, por seu caráter autoritário.
Movimento Sem Terra (MST), que se consolidou com um dos movimentos por
Sua política era voltada para os interesses de grandes empresários reforma agrária mais organizados da América Latina atualmente.
internacionais, com congelamento de salários e poucas ações em
A luta operária do ABC Paulista também ganha força nesse momento.
benefício da população, o que aumentou ainda mais a revolta
popular. Foram organizados protestos memoráveis como a Passeata
dos Cem mil.
Então, Costa e Silva concentrou poderes no executivo e aumentou a
repressão com a criação do Ato Institucional nº5 (AI5), com torturas,
desaparecimentos e mortes de quem se opunha.
35. Luiz Inácio Lula da Silva (1945-) 36. Dilma Rousseff (1947-)
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em 2003 prometendo manter a Depois que Lula ficou 8 anos no poder foi a vez da primeira mulher a assumir a
estabilidade econômica e combater a fome e desemprego. presidência. Dilma Vana Roussef era a candidata do Partido dos Trabalhadores
(PT) e tinha o apoio de Lula.
No seu governo, reconhecido como de esquerda, foram criadas mais
vagas de trabalho e, para vencer a pobreza extrema, apostou no Tomou posse em 2011 e compromete-se a dar continuidade aos programas
programa social Bolsa Família, que ajudava financeiramente famílias sociais iniciados na gestão anterior.
carentes em troca de que as crianças frequentassem a escola e Seu governo também investiu em infra-estrutura, além de criar outros
mantivessem visitas regulares ao médico. programas sociais como Mais Médicos, para tornar mais acessível o
Dessa forma, naquela época o país conseguiu sair da lista de países que atendimento médico no território brasileiro.
integram o "mapa da fome", organizada pela ONU. O ensino técnico também teve incentivo, assim como o superior, que ganhou
Houve maior democratização do acesso ao ensino, tanto básico quanto mais universidades, ampliando o número de vagas.
superior, com a criação de novas universidades e implementação de cotas Reeleita democraticamente em 2014, Dilma inicia seu segundo mandato.
raciais. Entretanto, devido a pressões e acusações de cometer crime de
Entretanto, seu governo também foi marcado por investigações de responsabilidade fiscal, sofre um processo de impeachment, que culminou com
corrupção e pagamentos de deputados para garantir a aprovação de sua saída em 2016.
projetos, conhecido como "mensalão".
Ainda assim, termina seu mandato com boa taxa de apoio popular.