3ano - PV NEM - 3 Anos
3ano - PV NEM - 3 Anos
3ano - PV NEM - 3 Anos
Aulas de
Projeto de Vida
Edição Novo
Ensino Médio
3º ano
Realização
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
CONSELHEIRO
Alberto Chinen
EQUIPE DE DIREÇÃO
Juliana Zimmerman
Liane Muniz
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Amália Ferreira e Carolina Maciel
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Alessandro Sbampato, André Lacerda Batista, Gisele Sodre Paes, Maria Betânia
Ferreira, Regina Celia Melo de Lima, Reni Adriano Batista e Thereza Barreto
Revisão Ortográfica: Cristiane Schmidt
Projeto Gráfico: Axis Idea e Instituto Qualidade no Ensino
Diagramação: Instituto Qualidade no Ensino
2ª Edição | 2021
© Copyright 2021 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
Projetar a vida a partir de uma visão que se constrói do próprio futuro é essencial para todo
ser humano. As pessoas que constroem uma imagem afirmativa, ampliada e projetada no
futuro e atuam sobre ela, têm mais possibilidades de realizá-las do que aquelas que mera-
mente sonham e não conseguem projetar de forma nítida o que pretendem fazer em suas
vidas nos anos que virão.
O que as diferencia é, sobretudo, que aquelas que têm uma visão estão comprometidas,
direcionadas, fazendo algo de concreto para levá-las na direção dos seus objetivos. Tudo que
contribui para que se avance na direção da visão, faz sentido.
Projetar a vida é um processo gradual, lógico, reflexivo e muito necessário para as nossas
vidas. É a própria experiência da autorrealização, ou seja, conferir sentido e significado
para a nossa existência no mundo, perante nós mesmos, perante aqueles com quem nos
relacionamos e perante os compromissos que assumimos com os nossos sonhos.
A construção de um Projeto de Vida é uma tarefa para a vida inteira porque ela parte de
um ponto, que é o autoconhecimento e focaliza outro ponto, onde se deseja chegar. Mas, se
Projeto de Vida é a experiência da autorrealização e esta não é um fim, mas um processo,
então “chegar lá” na realização dos sonhos não pode ser o término, mas algo que inclusive
deverá ser objeto de revisões periódicas onde nos submetemos a um processo reflexivo de
Estar ao lado do jovem nesta sofisticada e elaborada narrativa de si, ou seja, na construção
do seu primeiro projeto para uma vida toda, será uma tarefa transformadora. Para ele, que
viverá um mundo de reflexões e decisões importantes e para você, professor, porque ser
seu parceiro significa, por um lado, viver o jovem que foi e, por outro lado, acolher a pessoa
que vive e que está diante de você, cheia de sonhos, desejos, planos e muita vida.
1 – Identidade
Aborda temas que estimulam a criação do ambiente reflexivo fundamental para o desenvolvi-
mento do autoconhecimento que deverá levar o estudante ao reconhecimento de si próprio,
das suas forças e das limitações a serem superadas; da autoconfiança e da autodeterminação
como base da autodisciplina e da autorregulação.
2 – Valores
3 – Responsabilidade social
É a representação daquilo que se é frente àquilo que potencialmente se será num futuro.
As aulas iniciadas neste ano permitem a elaboração de uma espécie de primeiro projeto
para uma vida toda, certamente a mais sofisticada e elaborada narrativa de si, iniciada
na escola.
2 – Planejar o futuro
Estimula e orienta o estudante a compreender que o sucesso das realizações pessoais depende
de algumas etapas iniciais. A idealização de um sonho e os mecanismos necessários para a sua
materialização são alguns dessas etapas, ou seja, é importante desenvolver o planejamento das
realizações pessoais. Para isso é preciso que o professor continue a apoiá-lo no processo de
reflexão sobre “quem ele sabe que é, e quem gostaria de vir a ser”, além de ajudá-lo a planejar o
caminho que precisa construir e seguir para realizar esse encontro.
3 – Definir as ações
Ensina a estruturar um plano de ações a partir dos objetivos que se deseja alcançar.
Assim como, ensina o estudante a administrar de forma adequada os recursos e meios
disponíveis em seu ambiente interno e externo, a fim de criar e potencializar ganhos no
curso das ações desenvolvidas.
As aulas contidas neste material não obedecem ao que se estabelece quanto à distri-
buição de tempo do horário escolar, ou seja, as aulas podem se estender para além do
tempo estabelecido e que caracteriza a “aula”. Há também uma indicação de duração
de cada atividade, no entanto, ela serve apenas como parâmetro para orientação do
planejamento do professor.
Elas são denominadas por títulos que objetivam despertar a atenção e a curiosidade tanto
dos jovens quanto dos professores.
b) Material necessário
É a indicação dos materiais a serem providenciados pelos professores. Nessa
indicação, encontram-se as referências para os anexos, vídeos, áudios, textos
e/ou outros materiais a serem utilizados.
c) Roteiro
É uma síntese das atividades previstas, com a sua descrição e previsão
do tempo de duração. Aqui é muito importante dedicar um pouco mais de
atenção porque trazemos uma indicação do tempo de duração das ativi-
dades (incluindo a avaliação) apenas como parâmetro para planejamento
do professor.
e) Avaliação
Ao final, são apresentadas as orientações para a avaliação da aula quanto à
consecução dos seus objetivos. Via de regra, ela se orienta pela observação
dos professores realizada enquanto as atividades são desenvolvidas e, no final
da aula, apresenta-se como a sua síntese e um convite para os estudantes
refletirem sobre o que foi vivenciado.
g) Seção Na Estante
Nesta seção são apresentadas indicações e elas se dividem em:
• Vale a Pena Ler: livros que vão da literatura à psicologia e são recomendados
para os professores conhecerem, ampliarem suas referências e fazerem uso
oportunamente. Para todas as recomendações, é apresentada uma pequena
imagem ilustrativa, acompanhada das referências relativas ao título, autor, edi-
tora, ano e quantidade de páginas. Ao final, uma síntese do livro recomendado.
• Vale a Pena Ver: links que trazem temas, instituições e organizações que
valem a pena conhecer. Para todas as recomendações, é apresentada uma
pequena imagem ilustrativa, acompanhada das referências relativas ao título
e ao site onde se encontra, bem como à última data de acesso. Ao final, uma
síntese da recomendação.
Esse componente curricular tem 2 horários definidos na matriz curricular. Sua distribuição
deve seguir a seguinte orientação: 2 aulas geminadas distribuídas na semana.
Segue um exemplo:
As aulas foram elaboradas para terem uma duração de 50 minutos, mas há flexibilidade
nessa definição, considerando que uma aula pode se estender para além do tempo de 50
minutos determinados por hora/aula. Elas estão organizadas em bimestres, mas, tendo em
vista que algumas aulas poderão se estender, talvez ultrapassem o limite de um bimestre.
No entanto, não devem ser deslocadas de um ano para o outro.
Por outro lado, algumas aulas foram previamente definidas para durar mais do que 50 minutos
e, quando isso ocorrer, haverá uma indicação no Roteiro de quanto tempo ela demandará, seja
um tempo de 50 minutos, sejam dois tempos de 50 minutos ou mais.
É possível fazer adequações quanto ao uso dos materiais necessários para o seu desenvolvi-
mento e o das atividades propostas, desde que sejam preservados os parâmetros apresen-
tados no GPS das Aulas (objetivos, habilidades etc.). Isso quer dizer que o planejamento de
alguma atividade (sua descrição), pode sofrer alterações a depender dos recursos que a escola
dispõe e das demandas surgidas nas turmas em que se aplicam. Cabe ao professor identificar
previamente essa necessidade, incorporando, no seu planejamento e na avaliação, os registros
necessários sobre as modificações realizadas e seus respectivos resultados.
De maneira análoga, a ideia de elaborar um GPS das Aulas consiste em oferecer aos
professores as informações que posicionam cada aula em relação:
O GPS das Aulas localiza-se no final dessa abertura e, com ele, os professores têm a posição
exata de cada aula ao longo do ano letivo!
A ordem a ser seguida pelos professores ao desenvolver as aulas deve respeitar o seguinte
percurso formativo: primeiramente, as aulas que se referem à formação da identidade, na
sequência, as aulas relativas ao desenvolvimento de valores e, por fim, aquelas relativas ao
desenvolvimento da responsabilidade social e das competências para o século XXI.
Os professores são responsáveis por observar e fazer registro das aprendizagens da turma e
dos estudantes durante as aulas, principalmente após o desenvolvimento das atividades pro-
postas. Para isso, o professor deve retomar o objetivo específico da atividade de acordo com o
que observou dos jovens, assim como as estratégias pedagógicas, didáticas e metodológicas.
Em linhas gerais, isso requer buscar evidências sobre como cada atividade proporcionou um
autêntico espaço de participação dos jovens e aquisição de competências e habilidades.
1 AEE - Atendimento Educacional Especializado. Para saber mais: icebrasil.org.br/surl/?8c6b2a. Acesso em: 8 ago 2021.
OS REGIONALISMOS
O Brasil é um país com dimensões continentais, com uma única língua, mas diversas
culturas. É possível que, em algumas aulas, observem-se expressões ou palavras pe-
culiares de determinada região. Na indicação de materiais para o desenvolvimento das
aulas, isso pode ser identificado com relativa frequência, embora os autores tenham tido
a preocupação de esclarecer sobre o uso de materiais a exemplo do barbante ou cordão,
como é conhecido nas diferentes regiões do Brasil.
A nossa equipe estará sempre à disposição para mais esclarecimentos sobre este material.
Assim, professor, não hesite em solicitar da Equipe de Implantação do Programa de Educação
Integral da Secretaria de Educação, o esclarecimento de eventuais dúvidas e, por meio desse
fluxo de comunicação, nos acionar para apoiá-los.
Ah, considere os Cadernos de Formação - Ensino Médio, imprescindíveis para os seus estudos.
Contamos com a sua dedicação e estudo para o uso deste Caderno de Aulas.
Bom trabalho!
OUTRAS
HABILIDADES
NÚCLEO HABILIDADES
OBJETIVO1 COMPETÊNCIAS3 CAPACIDADES5 AULAS VALORES6 SOCIOEMO-
FORMATIVO2 FOCO4
CIONAIS e
VALORES7
OUTRAS
HABILIDADES
NÚCLEO HABILIDADES
OBJETIVO1 COMPETÊNCIAS3 CAPACIDADES5 AULAS VALORES6 SOCIOEMO-
FORMATIVO2 FOCO4
CIONAIS e
VALORES7
1. O que se espera como produto; 2. Itinerário formativo para realizar o objetivo; 3. Como o conhecimento adquirido se aplica às
atividades humanas; 4. O conteúdo da competência; 5. Desdobramento das habilidades em objetivos específicos; 6. Qualidades e
convicções desejadas e valiosas que direcionam as atitudes; 7. Outras habilidades socioemocionais e valores presentes nesta aula.
• Aulas 13 e 14: Decifre-os ou seu sonho não se realiza: fatores críticos de sucesso 123
• Aulas 23 e 24: Como saber se deu certo antes de dar errado? 199
• Aulas 25 e 26: Começar de novo. Sempre e sempre em frente. A ilusão do definitivo 216
Quantas vezes desistimos de nossos objetivos porque nos sentimos desmotivados? Às ve-
zes, a desistência ocorre no meio do caminho por falta de recursos, de tempo ou outros
obstáculos que nos parecem intransponíveis. Outras vezes a desmotivação pode surgir a
partir de causas situadas dentro de nós mesmos, envolvendo aspectos de baixa autoestima
que podem ser melhorados através do autoconhecimento e da valorização de nossas po-
tencialidades e talentos. Saber com clareza aonde queremos chegar permite dimensionar
e organizar nossos objetivos em células mais simples e controláveis chamadas de metas.
Além disso, a satisfação obtida ao concluir metas contribui para a sensação de completu-
de e recarrega nossas baterias de determinação e perseverança, tornando o objetivo mais
fácil de ser alcançado.
Mas temos que ter alguns cuidados ao praticar o DROP! O objetivo deve ser alcançável
- se não for um objetivo alcançável, poderemos nos sentir com ainda menos motivação
para alcançá-lo. Um exemplo de um estudo conduzido pela Gabrielle Oettingen com
participantes que queriam se exercitar mais, revelou que aqueles que usavam o DROP
se exercitavam o dobro de tempo do que aqueles que não usavam. Esse padrão ficou
evidente nos 4 primeiros meses e permaneceu o mesmo por mais 2 anos de acompa-
nhamento do estudo. É preciso alguma prática, mas o DROP é muito poderoso.1
Nesta aula, trabalharemos com os estudantes a necessidade de serem traçadas metas fac-
tíveis e desafiadoras que os levem a alcançar os objetivos de maneira eficiente. O exercício
da escrita das metas é trazido como meio de ordenar os pensamentos para orientar as
ações. Para tanto, é importante que os estudantes resgatem os objetivos definidos em seu
Plano de Ação e a partir daí definam metas e as apliquem em suas próprias vidas.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
A atividade “Os passos necessários para agir” traz como proposta a realização dos obje-
tivos a partir da missão. Trata-se de preparar o estudante para a execução de seu plano,
iniciando a criação de um Programa de Ação. A aula está dividida em duas etapas:
1º Momento
Declarar a missão é decidir uma direção para o Projeto de Vida em um período de longo
prazo. É a definição do que uma pessoa acredita ser a razão de sua vida pelos próximos cin-
co ou dez anos. Por se tratar de jovens, planejar cinco anos pode ser suficiente, pois durante
esse período muitas mudanças se processam e os transformam, e assim, uma avaliação e
redirecionamento do Projeto de Vida podem ser empreendidos.
Nesta aula, é importante que os estudantes declarem sua missão. Para tanto, devem uti-
lizar a estrutura textual predefinida com lacunas, presente no Anexo 1. As lacunas serão
preenchidas com algumas das habilidades, a visão de futuro e os valores pessoais. Como
exemplo para preenchimento dessa estrutura, sugerimos:
2º Momento
O esclarecimento dos objetivos possibilita aos estudantes visualizarem as metas para al-
cançar o que desejam. Para tanto, os estudantes devem resgatar os objetivos formados nas
aulas anteriores – “Meus objetivos” – e fazer o tabuleiro ou mapa como um jogo que com-
partilhará posteriormente com o professor e os colegas. O importante é que os estudantes
percebam que as metas derivam do objetivo e por isso devem se manter conectadas a este
para realização da missão e visão de futuro.
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento
A leitura do texto “Metas que fazem acontecer” possibilita ampliar o diálogo e o debate
sobre as metas, compreendendo sua definição em uma situação prática (Anexo 2). Os
estudantes podem ser estimulados a responder as perguntas trazidas no texto ‘O que eu
realmente quero?’, ‘O que é preciso fazer para alcançar o que desejo?’, ‘O que é de fato im-
portante fazer para eu alcançar meus objetivos?’ ‘Quando eu realizarei essa meta? ‘Quando
eu concluirei essa meta?’.
2º Momento
QUANDO FAZER?
METAS O QUE FAZER? - AÇÃO
- PRAZO
Meta 1
Iniciar um programa de estudos Próxima semana
Passar no vestibular
(exemplo conectado
Analisar as matérias com maior
ao objetivo de se tor- No final de semana
peso para área escolhida
nar cientista)
Avaliação
eSpecífica – O quê?
Mensurável – Quanto?
Alcançável – Como?
Relevante – Por quê?
Temporal – Quando?
Uma meta deve ser definida de forma muito específica, a tal ponto que qualquer pessoa
possa visualizá-la e entender exatamente o que você quer com ela. É como tirar uma fo-
tografia do seu pensamento. Essa parte é a mais criativa do processo de definição de uma
meta e é a responsável por delimitar os objetivos. (...)
Especificar significa detalhar ao máximo o que você deseja com a sua meta. É o poder da
visualização em ação e de saber exatamente quando ela estará concluída. As metas devem
primeiro acontecer dentro de você, de forma que você as veja, ouça e sinta em detalhes
para depois se tornarem realidade física. (...)
Veja este exemplo de desejo: “Falar inglês fluente.” O que significa falar inglês fluente?
Talvez seja cursar quatro anos de uma escola de idiomas, ou poder conversar com as pes-
soas na rua e escrever corretamente. Se não for específico, você não saberá se conseguiu
ou não concluir a meta. Você poderia substituir esse desejo vago pela seguinte meta: “Con-
seguir o mínimo de 550 pontos no exame presencial TOEFL. Conseguir assistir a filmes em
inglês, sem legendas, com compreensão total.” Agora você poderá saber quando essa meta
for alcançada, pois ela está claramente especificada. (...) O trabalho de torná-la específica
significa fazer com que ela revele em detalhes aquilo que se pretende alcançar. Isso define
limites e evita ilusões.
O que é delimitado pode ser medido, certo? Mensurar uma meta significa determinar seu
tamanho, de forma qualitativa ou quantitativa. Quando você a mensura, na verdade está
avaliando quanto ainda precisa andar para chegar ao ponto em que pretende. Essa respos-
ta pode ser dada em valor, em tempo ou em qualquer outra unidade de medida que permita
o acompanhamento dos passos dados. (...)
Para que uma meta se concretize é preciso definir os passos necessários para sua realização.
Elaborar um Plano de Ação. O que pode parecer um objetivo enorme e inalcançável deixa
de ser assustador depois de dividido em pequenas atividades. Cada uma delas deverá ser
executada em períodos de tempo (diário, semanal, mensal etc.). Sem esse plano, não existe
maneira de se realizar uma meta.
Sugiro, também, a adoção de um critério de prioridades (1, 2, 3, 4…) para essas atividades
– de forma a ordenar o que deve ser feito. (...)
Vamos ver um exemplo para deixar o conceito “alcançável” mais claro: Meta – Obter certi-
ficação Microsoft.
DATA
PRIORIDADE ATIVIDADE H RESP.
INÍCIO
A resposta deve estar conectada aos itens da sua identidade. (...) Fazer algo com um senti-
do e não apenas fazer por fazer. É muito comum as pessoas definirem suas metas e para-
rem no meio, pois a motivação acaba. Por isso, o motivo que o faz partir para a ação deve
ser forte o suficiente para manter sua meta ao longo do tempo.
O filme “Procurando Nemo”, dos estúdios Disney, é uma boa analogia para relevância. Martim,
um peixe-palhaço muito engraçado, tem como meta achar seu filho Nemo, que foi levado por
mergulhadores. Ele enfrentou mil dificuldades nessa jornada, mas não desanimou.
Achar seu filho era importante em seu papel de pai e também porque ele era o único mem-
bro da família que lhe restara. Ele agiu com propósito, por algo que era de fato relevante. (...)
Uma boa definição para metas é: um sonho com data marcada. Se você não tiver uma data,
vai ficar empurrando com a barriga. É preciso ser específico e definir o tempo necessário
para a realização de seu sonho.
(...)
Se você não especificar um determinado dia, mês e ano, vira promessa de algum dia, talvez,
quem sabe... A data específica dá o tom do seu desafio. Se você errar, não tem problema, é
humano e perfeitamente aceitável. Você se desafiou para isso, não deixou a decisão para as
circunstâncias. Se precisar, prorrogue o prazo, mas tenha um!
Específica: viajar com a família para a Disney, durante 15 dias. Conhecer as cidades de Mia-
mi e Orlando. Hospedagem no Hotel XYZ em Miami e ABC em Orlando. Entrada para os par-
ques A, B, C, D, E e F. Com dois dias livres para fazer compras. Viagem pela ABC empresas
áreas em classe econômica.
DATA
PRIORIDADE ATIVIDADE H RESP.
INÍCIO
Relevante: para realizar meu sonho de infância e dedicar tempo aos papéis de pai e marido.
Para passar mais tempo em família. Para comemorar a melhora de saúde da minha esposa.
Temporal: a viagem será realizada no período de 01/06/12 a 15/06/12.
5 BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4 ed, 2020. Instituto de Corresponsa-
bilidade pela Educação. p. 57.
Livro: Autocoaching
Autocoaching: seja dono do seu destino
Autor: Luciano Pacheco
Editora: Mauad
Ano: 2012
Número de páginas: 192
“A proposta deste livro abrange desde pessoas que buscam atingir uma
única meta específica, o que é perfeitamente legítimo na abordagem Coaching, até quem
está em busca de se reinventar em sua fase da vida atual. Quando você aceita esse convite
fica claro que você não está neste mundo a passeio. Acredito que as pessoas pretendem
deixar um legado. [...] Elas sabem que são líderes da sua própria vida e que influenciam
pessoas a seguirem em frente em busca de realização plena.”
O livro aborda conceitos que possibilitam o autoconhecimento ao leitor por meio da orga-
nização e de uma visão mais clara de seus Projetos de Vida. Disponibiliza ferramentas para
que possa trilhar seu caminho rumo a realizações.
Todos os objetivos e metas de um Plano de Ação são orientações para agir no tempo e de
uma maneira específica. Há objetivos de longo, de médio e de curto prazo. Quando você
declara sua missão está definindo a primeira orientação para sua ação. A missão deve ser
definida com um prazo longo de cinco a dez anos, sempre contando com o conhecimento
que temos a nosso respeito no presente. Reforçamos a ideia de que nenhum obstáculo vis-
to na sua situação inicial (tempo presente) deve impedir que você estabeleça sua missão,
embora seja importante salientar que ela tem de ser clara, objetiva e realizável.
Dessa forma, ter uma missão é ter um objetivo de longo prazo conectado ao sonho e uma
base ideal na busca de encontrar caminhos para realizá-lo. A primeira tarefa é retomar o
que sabe a seu respeito e declarar sua missão, para isso utilize a estrutura abaixo:
Para refletir
Uma vez definida a visão – aonde você quer chegar no futuro, se estabele-
ce a missão, os valores e reconhece suas habilidades e talentos em um só
tempo. A missão o convida a arquitetar objetivos para atingir os sonhos.
Mas os objetivos, a princípio, estão fora do seu alcance, daí a necessidade
de dividirmos em metas. As metas são os passos mais curtos para trilhar o
mapa – o Plano de Ação.
Como vimos em aulas anteriores, para concretizar a missão você deve traçar objetivos que
são os alicerces do seu Projeto de Vida. Os objetivos compreendem aquilo que queremos
alcançar e devem ser claramente definidos, logo, escritos. Geralmente, são amplos ou distan-
tes de sua realidade atual, mas possibilitam que você visualize o que deseja no futuro.
A maneira mais simples e direta de realizar os objetivos é dividi-los para que sejam realizados
parte por parte, passo a passo. Cada parte dividida é uma meta, um meio para realizar o
objetivo. É como se você tivesse o quarto todo para arrumar e escolhesse começar pelo guar-
da-roupas. É muito mais fácil organizar uma parte de cada vez. Primeiro a gaveta de meias,
depois a de camisetas, e assim vai até que arrume todo o guarda-roupa e possa iniciar outra
meta, como arrumar a mesa do computador. Realizar uma ação por vez é bem mais fácil que
querer concretizar todas simultaneamente. As metas ajudam a orientar as ações.
Na história, Ulisses nos mostrou que seus objetivos foram divididos em diferentes metas.
Ele queria chegar à sua casa, mas seu caminho rendeu-lhe surpresas as quais fizeram com
que ele tivesse que estabelecer novas metas para atingir os objetivos que o ajudassem a
chegar a Ítaca vivo, mantendo suas premissas. Assim como o herói grego, você também
esquematizou alguns objetivos. Sugerimos, então, que você resgate os objetivos nas aulas
anteriores – “Meus objetivos” – e escolha um que você julgue mais importante para ser
executado neste momento. Em seguida, siga a orientação do professor e construa um ta-
buleiro ou mapa com seus objetivos e metas.
1. Para visualizar o seu caminho, crie um pequeno jogo de tabuleiro (ou um mapa) com um
ponto de chegada – que será um objetivo final. O último espaço é onde ficará esse objeti-
vo, o restante do tabuleiro terá espaços vazios. O primeiro espaço é o lugar de onde você
deve partir – seu contexto atual. Cada espaço vazio entre o primeiro e o último deverá ser
preenchido com metas. As metas devem ser orientadas para que o objetivo seja alcançado.
Siga passo a passo, determinando o que será feito para chegar mais perto do seu objetivo.
Pode ser interessante, também, que você coloque em alguns desses espaços um ou outro
obstáculo que você sabe que vai ter que enfrentar. Essas metas podem ser pequenas ou
grandes decisões de mudança para sua vida. Certifique-se de que as etapas fluam com
lógica de uma para outra.
2. Compartilhe seu tabuleiro com outros colegas, faça trocas e peça para que eles obser-
vem se as metas estão harmônicas, se elas permitem um fluxo coerente e progressivo até
atingir os objetivos. As metas devem oferecer um nível de dificuldade de possível alcance e
não devem ser fáceis demais, pois podem desmotivar.
Leia o texto escrito por Luciano Pacheco em seu livro Autocoaching: Seja dono de seu destino.
[...] A meta pode ser vista como a quebra de um objetivo maior em objetivos menores ou
intermediários.
Por isso, vou citar o exemplo de Lauro. Ele nunca gostou de academia, mas, aos 60 anos,
chegou a hora de fazer um esforço muscular por recomendação médica – afinal de contas,
a partir dos 25 anos, começamos a perder massa muscular. Lauro chegou à academia pela
primeira vez, sem nunca ter feito exercícios de bíceps, e o educador lhe ofereceu uma barra
de, provavelmente, cinco quilos, sem nenhum peso nas laterais. Ele até achou que o edu-
cador estivesse debochando dele. Quando o educador então solicitou que ele a erguesse
15 vezes, em três sequências, Lauro pensou: ‘Isso é moleza! Estou fora de forma, mas não
precisa exagerar’.
Lauro foi para casa achando que o educador o estava menosprezando. Mas, no dia seguinte,
surpresa! Ao pegar um copo de água, sentiu o braço mais pesado. Concluiu então que a meta
da barra ‘leve’ fora uma meta intermediária, pois se fez com que o seu músculo reagisse de
forma diferente do normal, ela já representava um progresso importante. Se o educador de
musculação tivesse posto algum peso, um quilo que fosse a mais nas laterais, Lauro talvez
encontrasse dificuldade para dirigir no dia seguinte. Então, aquela meta havia sido uma meta
factível e desafiadora ao mesmo tempo. Boas qualidades que uma meta deve ter.
6 PACHECO, L. Autocoaching – Seja Dono do Seu Destino. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012. p. 107-109. Versão digital
Saraiva Reader.
As metas podem também ser encaradas como uma forma de aumentar a sua motivação e
o seu comprometimento com a realização do seu objetivo de mais longo prazo, ou um re-
curso para aumentar a sua crença na realização de seu sonho. Dessa forma, as suas metas
e os seus sonhos estarão sempre relacionados e interligados.
Quando você traça uma meta, deve estar muito claro para você a qual objetivo ela está
relacionada e à qual projeto pertence. Como a meta é um objetivo de curto prazo, ela pode
ser uma meta diária, ou semanal, mensal, trimestral etc. (...)
‘O que eu realmente quero?’, ‘O que é preciso fazer para alcançar o que desejo?’, ‘O que é
realmente importante fazer para eu alcançar meus objetivos?’
Essas perguntas fornecem respostas para a primeira parte da estrutura da meta, que deve
ser a seguinte:
Após o diálogo com os colegas e o professor seguido da leitura do texto acima, retome o
tabuleiro ou mapa que você construiu e faça uma previsão das ações, conforme a tabela
abaixo, detalhando suas metas, especificando ‘o que’ fazer e estabelecendo um prazo para
a sua realização, o ‘quando’ fazer.
Referência Iconográfica
CLOUD, B. Assorted arrow signage photo, 2018. 4016 × 6016 pixels. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?8a4b32. Acesso em: abr 2021. (Editado)
Meta 1
Iniciar um programa de estudos Próxima semana
Passar no vestibular
(exemplo conectado
Analisar as matérias com maior
ao objetivo de se tor- No final de semana
peso para área escolhida
nar cientista)
1.
2.
Meta 2
3.
4.
1.
2.
Meta 3
3.
4.
1.
2.
Meta 4
3.
4.
1.
2.
Meta 5
3.
4.
Os personagens Ulisses e Dom Quixote têm nos ensinado: todos os caminhos demandam
empenho para caminhar. O primeiro personagem abre seu caminho através da razão, já
o segundo, com a perda do juízo. Ambos sabem aonde querem ir e por isso planejaram
seus caminhos.
Há outros, ainda, que chegam a encruzilhadas e não sabem qual caminho seguir. É o caso
de Alice da obra “Alice no País das Maravilhas” que pergunta ao Gato qual caminho
deve seguir para sair de onde está, e o Gato lhe diz que depende de onde ela queira
ir. Para a menina não importa aonde chegar e então o Gato é implacável: - Sendo assim, não
importa qual caminho seguir.
É importante ter aonde ir. Porque para fazer escolhas e tomar decisões o estudante precisa
saber o que quer. Contudo, é muito importante também refletir sobre como e o que fazer
para chegar aonde quer, ou seja, qual é o caminho que julga ser o melhor a seguir.
O trecho do texto de “Alice no País das Maravilhas” apresenta uma reflexão sobre a impor-
tância de se ter aonde ir. Por se encontrar perdida, Alice não conseguiu obter respostas
claras do personagem Gato. Em contrapartida, os personagens de Ulisses e Dom Quixote
estavam certos aonde queriam chegar.
Nesta aula daremos foco aos possíveis caminhos que podem ser trilhados pelos estudantes
a fim de que um objetivo seja atingido. Para tal, faz-se necessária a definição de ações faci-
litadoras para o percurso a ser seguido, garantindo que as ações e as metas se mantenham
conectadas a um objetivo e às premissas de seu Projeto de Vida.
Objetivos Gerais
• Refletir sobre a escolha do caminho para alcançar as metas;
• Estabelecer metas em um planejamento semanal.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade: Ca-
minhos curtos, Organização, seleção e aplicação das metas
40 minutos
diretos e recom- num planejamento semanal.
pensadores.
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento - Em roda
2º Momento - Individual
Após o primeiro momento, é importante que os estudantes sejam orientados a criar uma
lista, partindo da hipótese de que ganharam “Um milhão de reais” (Anexo 2). A lista deve
compreender três colunas, as quais devem conter as ações a serem empreendidas, tendo
em vista o recurso financeiro. A primeira coluna deve conter as ações do primeiro dia, a
segunda da primeira semana e a terceira do primeiro mês. Os estudantes devem construir
a lista a partir das metas estabelecidas no seu Plano de Ação. A divisão das colunas sugere
que o estudante pense em curtíssimos, curtos e médios prazos, com ações encadeadas.
Objetivos
Desenvolvimento
Uma vez definidas as metas, os estudantes deverão saber quais delas terão foco em seu
planejamento. No Anexo 3 é disponibilizada uma planilha para que os estudantes possam
organizar um planejamento semanal. No entanto, antes do preenchimento da planilha, o
professor deverá orientá-los sobre a metodologia que será aplicada. Adotamos, aqui, a
orientação de Christian Barbosa, disponível no livro “Tríade do Tempo”, mas os estudantes
podem pensar o planejamento e criar sua própria planilha, desde que atenda às demandas
com eficiência.
O planejamento anual, nesta “regra”, será definido a partir de oito metas. Contudo, isso não
significa que o estudante apenas realizará oito metas anualmente, pois sempre que alcançar
uma, poderá inserir outra em seu lugar. A intenção é filtrar as metas mais importantes, para
que o foco se mantenha nas ações, posto que, muitas metas podem confundir a organização
das ações.
Após a explicação da Regra 8-4-2, no que se refere aos planejamentos anual e mensal, o
professor deve indicar que os estudantes reservem alguns minutos iniciais para definir as
oito metas anuais e as quatro mensais.
A partir de então, eles podem compor o planejamento semanal, conforme o quadro apresen-
tado no Anexo 3, em que organizará a cada semana duas metas conectadas ao planejamento
mensal e ao planejamento anual. Assim, tem-se a Regra 8-4-2.
A ideia de realizar duas metas por semana é proporcionar maior flexibilidade, pois uma
semana pode não ser suficiente para a realização de uma meta, assim ela poderá ser re-
tomada na semana seguinte, facilitando, mais uma vez, o acompanhamento e a revisão de
seu plano. É indicado que, a cada início de semana, o estudante se debruce 30 minutos para
fazer seu planejamento semanal. Na planilha disponibilizada no Anexo 3, há alguns campos
para preenchimento e deverá ser atualizado semanalmente.
Ao estabelecer as metas, os estudantes tornarão suas ações conscientes e poderão prever até
onde conseguem ir com seus planos, mantendo o foco, a determinação e a responsabilidade. A
planilha traz cinco ações diárias que devem ser definidas no campo PRIORIDADES, permitindo
a escolha de caminhos curtos e diretos; no campo COMPROMISSOS, estão as tarefas que têm
hora para começar e não podem ser adiadas; no campo PROJETOS, os estudantes podem de-
finir a quais projetos irão se dedicar – nos planos pessoal, social e familiar; tomando nota, ainda,
da missão e das premissas que devem acompanhar todas as suas ações.
Avaliação
As histórias de Ulisses, Dom Quixote e Alice servem como ilustração para os estudantes re-
fletirem suas trajetórias, mas não servem como moldes, bem como nenhuma outra histó-
ria, mesmo real, não serviria. Cada pessoa, com ou sem Projeto de Vida, tem o seu próprio
caminho a trilhar. Nenhuma história se repete de maneira idêntica, como nenhum caminho
ou ação se repetem. Por isso, quem faz um projeto sabe, de antemão, que precisa de auto-
nomia (auto “de si mesmo” + nomos, “lei” = aquele que estabelece as suas próprias leis).
O Projeto de Vida apresenta aos estudantes histórias, exatamente para que eles possam
refletir sua própria história, sua narrativa. E, depois de tanto tempo refletindo e exercitando
o conhecimento de si, de seus valores, habilidades e competências, faz sentido esperar que
ele saiba aonde quer chegar.
Vale também lembrar: a meta deve partir da visão de futuro do estudante, senão ele não
encontrará motivação para atingir os objetivos. Por isso, o saber “o que se quer” deve pas-
sar pela crítica e pela escolha do estudante e não pelo pai ou pela mãe. Daí a exigência da
autonomia e a busca de como se dá esse processo no plano familiar, de forma a ser o mais
tranquilo possível. A conexão com a visão de futuro pode servir de auxílio para que esses
jovens estabeleçam bons argumentos e consigam direcionar suas ações com mais prota-
gonismo e empoderamento. Encorajar-se a modificar relações de dependência são temas
de primeira ordem e não deverão ser evitados.
Biel começou a se interessar pela alimentação saudável depois que o seu melhor amigo
passou a sofrer com um câncer causado por agrotóxicos usados nas plantações da própria
família. Após longas pesquisas sobre o tema, o jovem chegou à conclusão de que o mun-
do seria um lugar melhor se as pessoas deixassem de lado os alimentos industrializados,
transgênicos e cheios de agrotóxico, optando pelo orgânico.
Para estimular esse pensamento, ele apresenta o programa Arte na Cozinha, além de ser
um verdadeiro embaixador dos alimentos saudáveis. Aos 12 anos, Biel é chef de cozinha,
vegetariano e apresentador. Também escreveu um livro: “Meu diário para Jamie Oliver –
realizando sonhos e inventando receitas”.7
Referência Iconográfica
Não tenha dúvidas: para trilhar um caminho para a plenitude, é necessário muito empenho e
dedicação. Você precisará estudar e se especializar naquilo que é essencial para a obtenção
do sonho que tanto almeja, por isso deve relacionar os recursos disponíveis e utilizá-los de
maneira eficiente. A disciplina e a autonomia serão combustíveis para sua jornada.
Atente-se, ainda, que ao definir e escrever as metas, detalhando as ações, você pode per-
ceber que faltam recursos, no presente, para executá-las. Esteja certo: se isso acontecer
é porque suas metas podem estar maiores do que deveriam. Isso significa que se você
diminuir o passo, ou seja, dividir suas metas em metas menores, não perderá a qualidade
de suas ações. O que parece um pequeno passo se estiver dentro de suas possibilidades
de recursos e ação, pode significar um importante avanço em direção ao seu objetivo. As
metas devem gerar um desafio que motive sua caminhada, mas ela não pode ser maior que
suas possibilidades no presente.
Observe mais um exemplo: Você quer aprender a falar inglês fluentemente – meta – por-
que tem um projeto de viajar para o exterior quando terminar a universidade – objetivo.
Ir para o exterior poderia ser a solução ideal para aprender o idioma, no entanto, você não
tem possibilidade real para fazer esta escolha – contexto. Também possui como premissa
em seu Projeto de Vida a independência de seus pais, ou seja, quer ter o máximo de auto-
nomia possível e, neste momento, não quer pedir a eles que paguem um curso de inglês.
Ora, o que é possível realizar tendo em vista esta meta? Você pode estruturar um programa
de ação e estudar por meio de filmes, músicas e recursos disponíveis na internet – plano
estratégico, e ainda checar sua aprendizagem em espaços que tenham pessoas que falem
inglês fluentemente. Que tal?
Sendo assim, as ações conectadas às metas, que você definiu para atingir o objetivo, depen-
dem de recursos, sejam eles internos ou externos. A atividade que segue é uma dinâmica que
possibilita você pensar a escolha dos caminhos e sua execução a partir dos recursos neces-
sários. Então, realize a atividade e descubra como você está pensando suas metas.
1. Tendo como referência as ações e metas definidas em seu Plano de Ação, imagine que
você tenha ganhado um milhão de reais. Então, faça uma lista das ações que você em-
preenderá. Você pode dividir a lista em três colunas que representará as ações do primeiro
dia, da primeira semana, e do primeiro mês, após o recebimento do dinheiro.
2. Observe sua lista, compartilhe com os colegas e reflitam juntos sobre as possibilidades
de realização das ações listadas.
Para refletir
Ao traçar uma meta o mais importante é: ter clareza do que se quer; ter or-
ganização para o que é possível realizar; ter disciplina para sempre estar em
movimento, fazendo algo em direção ao seu sonho e se sentir desafiado o
suficiente, para manter vivo o seu Projeto de Vida. Muitas pessoas se limitam
a acreditar que não podem fazer nada, a menos que tenham todos os recur-
sos do mundo. O Projeto de Vida tem que ser um desafio para a sua realidade,
independentemente dos recursos disponíveis. Aja com criatividade, sempre!
Agora que você já tem metas definidas, a sugestão é que possa fazer um planejamento
de longo, curto e médio prazo. A base é o planejamento semanal e abaixo você tem uma
planilha que orientará suas ações cotidianas. Inicialmente, esteja atento às orientações do
professor que apresentará a Regra 8-4-2.
Após a explanação do professor, você deve estabelecer oito metas para serem desenvol-
vidas no intervalo de um ano. E dessas oito metas, extraia quatro que serão projetadas
para o primeiro mês, compondo o planejamento mensal. No seu planejamento mensal,
você deve reservar um dia, antes de começar sua semana, para fazer a programação das
ações, incluindo seus compromissos e criando para si tarefas prioritárias.
Esteja atento à planilha e saiba que os compromissos são aquelas atividades às quais você
não pode faltar, que tem prazo para realizar e horário para acontecer, tais como as aulas
diárias que você frequenta na escola, ou outros cursos que você frequenta semanalmente.
Já as tarefas são mais flexíveis, pois podem ser cumpridas ao longo do dia, ao determinar
algumas horas ou minutos para realizá-las. Os projetos têm relação com diferentes planos
e dimensões de sua vida. Então, você pode focar metas para um projeto pessoal, social ou
profissional, depende do que você quer transformar em sua realidade.
1.
2.
SEG 3.
4.
5.
1.
2.
TER 3.
4.
EXECUÇÃO
5.
1. 1.
2.
METAS CONECTADAS
QUA 3.
4. 2.
5.
1.
2.
PROJETOR
QUI 3.
4.
5.
1.
2.
PROJETOR
SEX 3.
4.
5.
1.
EXECUÇÃO
2.
SAB 3.
4.
PREMISSAS
5.
1.
2.
DOM 3.
4.
5.
EM CASA
Nestas aulas, você pode detalhar parte de seu Plano de Ação, iniciando um Programa de Ação
detalhado. É importante que você se reúna com sua família para apresentar a programação
semanal do seu Projeto de Vida. Dialoguem sobre as ações que você pretende desenvolver e,
ao final, escreva um pequeno diário sobre como foi compartilhar essa experiência:
8 LEVITIN, D. J. A mente organizada: como pensar com clareza na era da sobrecarga de informação. 1 ed. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2015. p. 51-53.
9 LEVITIN, D. J. A mente organizada: como pensar com clareza na era da sobrecarga de informação. 1 ed. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2015. p. 622.
10 LEVITIN, D. J. A mente organizada: como pensar com clareza na era da sobrecarga de informação. 1 ed. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2015. p. 773.
Esta aula tem por finalidade enfatizar as ações, que são o ponto culminante de todo plano
arquitetado pelos estudantes – é quando o que foi planejado se efetiva. As atividades que
se seguem pretendem ser um começo de conversa sobre o tema, que terá desdobramentos
práticos nas aulas subsequentes. Em termos práticos, chega-se ao momento do Projeto de
Vida em que se aproxima a lente de aumento – depois de observarmos os objetivos, passan-
do pelas metas – chegando até as ações, o que permite aprimorar a estruturação do Projeto,
em direção a sua plena efetivação.
Objetivos Gerais
• Compreender a correlação entre os objetivos do Projeto de Vida e o imperativo
de agir;
• Analisar a qualidade das próprias ações mediante as metas traçadas no plano.
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
Criado em Los Angeles, EUA, o Fifty People One Question é um projeto em formato de web-
série em que pessoas comuns são entrevistadas e falam sobre seus sonhos, desejos e me-
dos. Em 2014, a plataforma de produção de conteúdo digital Selo criou uma versão brasi-
leira do projeto.11 Tenha acesso a todos os vídeos visitando o canal do YouTube do projeto -
https://www.youtube.com/c/FiftyPeopleOneQuestion.
No vídeo proposto para esta aula (Anexo 1), e que pode ser acessado no canal oficial da
plataforma no YouTube – icebrasil.org.br/surl/?d34dfe – cidadãos de São Paulo respondem
à seguinte pergunta: “Qual é o seu sonho”?
11 50 pessoas, 1 pergunta: conheça esse projeto inspirador. Hypeness. 19 jan 2015. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?b7e9a4. Acesso em: 26 dez 2020.
Seria interessante que eles pudessem assistir ao vídeo uma primeira vez, sem compro-
missos, apenas com a finalidade de se familiarizarem com o conteúdo. Feito isso, com os
estudantes distribuídos em grupo, o professor passará as questões relacionadas à inter-
pretação do texto, de forma que todos realizem uma leitura prévia. Após esse contato com
o vídeo e com as questões, os estudantes assistirão ao filme novamente e precisarão “ler”
os depoimentos. Depois dessas etapas, um representante de cada grupo apresenta as
deliberações de sua equipe para toda a classe.
Objetivo
• Refletir sobre a relação Ação – Objetivos, a partir da análise (lúdica) das metas
estabelecidas no Plano de Ação.
Desenvolvimento
Avaliação
Em casa
Cuidado com os lotófagos!
Leia juntamente com os estudantes o texto do Anexo 3 e copie o conteúdo do
box “Em casa” na lousa, explicando o que deve ser feito em casa.
Respostas e comentários
As respostas são pessoais e, não só, podem indicar eventuais dificuldades que os
estudantes apresentem no cumprimento de suas metas, como também podem
possibilitar o diálogo com o professor sobre possíveis estratégias para o melhor
alinhamento das ações com os objetivos estruturados no Projeto de Vida.
Leia juntamente com os estudantes o texto do Anexo 3 e copie o conteúdo do
box “Em casa” na lousa, explicando o que deve ser feito em casa.
Uma enfermeira que aconselhou muitas pessoas em seus últimos dias de vida escreveu um
livro com os cinco arrependimentos mais comuns das pessoas antes de morrer.
Bronnie Ware é uma enfermeira que passou muitos anos trabalhando com cuidados palia-
tivos, cuidando de pacientes em seus últimos três meses de vida. Em “The Top Five Regrets
of the Dying” (“Top Cinco Arrependimentos Daqueles que Estão Para Morrer”), ela conta
que os pacientes ganharam uma clareza de pensamento incrível no fim de suas vidas e que
podemos aprender muito desta sabedoria.
12 VEJA os cinco maiores arrependimentos daqueles que estão para morrer. Folha de São Paulo, 2012. Disponível
em: icebrasil.org.br/surl/?b93d70. Acesso em: 26 dez 2020.
Na estante
13 Texto curatorial de Paulo Miyada para a exposição Arte e Ciência - Nós entre os extremos, Instituto Tomie Ohtake,
2015. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?889221. Acesso em: 26 dez 2020.
14 A ARTE DA PROCRASTINAÇÃO - Como realizar tarefas deixando-as para depois. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?267d4d. Acesso em 26 de dezembro de 2020.
Referência Iconográfica
Freepik. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?2798b6. Acesso em: mar 2021.
15 Guia Ilustrado Zahar De Mitologia - Coleção Guia Ilustrado Zahar. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?693275.
Acesso em: 26 dez 2020.
No vídeo selecionado para esta aula, “50 pessoas, 1 pergunta”, os entrevistados responderam
a uma simples questão: “Qual é o seu sonho?”. Assista ao vídeo uma primeira vez, atento às
respostas e às reações dos entrevistados. Em seguida, a partir das questões propostas abaixo,
assista a ele uma segunda vez e discuta com seus colegas de grupo sobre a relação de alguns
dos sonhos apresentados no vídeo e a viabilidade das ações correspondentes.
Tome nota do que for discutido. Ao final, um representante do grupo apresentará para a
classe as conclusões a que chegaram.
Para a próxima aula, traga o jogo de tabuleiro e o roteiro do filme “Visão do futuro – missão
para os próximos cinco anos” desenvolvidos na aula anterior “Estou no caminho certo?”.
Falar dos sonhos dos outros é mais fácil. “Se eu fosse você, eu faria assim ou assado”, costu-
mamos dizer quando nos pedem nossa opinião. E é por isso que na aula passada foi proposta
a reflexão entre objetivo e ação a partir dos sonhos alheios. Já quando o assunto é tratar
do nosso próprio Plano de Ação, é mais complicado: estamos de tal forma, imersos na nos-
sa própria vida, que é difícil algum distanciamento para julgarmos adequadamente nossas
ações. É exatamente por isso que fazemos um plano: pondo-o no papel, nos distanciamos
e mobilizamos ferramentas necessárias para a execução. Enquanto está dentro de nós em
forma de sonhos, pertence ao aspecto subjetivo, mas quando ganham forma em um plano
definido, pode ser abordado com objetividade. A essa altura do curso, você já está bastante
adiantado, uma vez que já desenvolveu ferramentas objetivas para o seu plano.
Analise calmamente o jogo de tabuleiro e o roteiro cinematográfico que você elaborou numa
das aulas anteriores. Tome nota das suas conclusões a partir do seguinte questionamento:
No dia em que você criou o jogo de tabuleiro, qual era a ação mais imediata a se efetivar e
em que estágio ela se encontra agora?
Em que ponto do tabuleiro você se encontra no momento? Quais ações concretas já estão
em andamento para o próximo salto?
Em vez de escrever aqui, no caso desta última questão, você pode inserir as cenas do filme
diretamente nas casas correspondentes ao seu jogo de tabuleiro.
Para refletir
“Daí por nove dias ventos funestos me conduziram sobre o piscoso mar. No
décimo, abicamos à terra dos lotófagos, que se nutrem de flores. Ali descemos
em terra e provemo-nos de água; em seguida, meus companheiros tomaram
sua refeição junto dos ligeiros barcos. Depois de nos alimentarmos de comida
e bebida, despachei alguns companheiros a investigar que homens comiam
pão naquela terra; escolhi dois homens e mandei com eles um terceiro, como
arauto. Eles se adiantaram e confundiram com a gente lotógafa. Os lotófagos
não pensaram em matar nossos companheiros; deram-lhes a comer do loto e
quem, dentre eles, comia o fruto de loto, doce como mel, já não queria trazer
notícias nem regressar, mas sim ficar ali com os lotófagos, sustentando-se de
loto, sem pensar no regresso. Eu os trouxe à força para bordo, desfeitos em
pranto; amarrei-os nos bojudos barcos, debaixo dos bancos. Aos outros leais
companheiros mandei que embarcassem à pressa nos ligeiros barcos, para
que nenhum, comendo loto, viesse a esquecer o regresso. Eles embarcaram
sem demora, sentaram-se nos bancos e, dispostos em linha, feriram com os
remos o mar cinzento...”16
De todas as provações pelas quais Ulisses passou, talvez a mais ameaçadora não tenha
sido nenhuma daquelas em que o que estava em risco era a integridade física do herói,
atacado por gigantes devoradores de homens, ou acuado por feiticeiras que ameaçavam a
forma humana. O perigo, por excelência, enfrentado por Ulisses foi o de chegar a uma terra
de homens absolutamente pacíficos, que passavam o dia inteiro alimentando-se de uma
flor chamada loto. Esse hábito aparentemente inofensivo tinha consequências gravíssimas
para qualquer viajante que tinha um objetivo na vida: o esquecimento absoluto. Esquecia
para onde ia, por que ia, com quem ia, esquecia-se inclusive do próprio nome, ou seja, per-
dia a identidade. A Odisseia nos ensina que o esquecimento é a mais desalentadora forma
de morte. Se morresse lutando contra gigantes, por exemplo, Ulisses teria sido destruído
sendo quem ele era, mas, caso se rendesse à tentação do esquecimento dos comedores
de loto, se perderia de si mesmo para sempre. Portanto, a primeira regra para quem tem
16 HOMERO. Odisseia. São Paulo: Cultrix, 2006. Tradução de Jaime Bruna. p. 107-110.
Em casa
Cuidado com os lotófagos!
Com base no que foi exposto no trecho da “Odisseia” na seção Para Refletir,
pense cuidadosamente no seu Projeto de Vida e redija um pequeno texto, a
partir da seguinte consideração: cite três situações as quais podem ameaçá-lo
a esquecer ou ainda a negligenciar as ações necessárias ao cumprimento de
seus objetivos. Quais as estratégias necessárias e os apoios de que você dispõe
para livrar-se desses perigos?
Para refletir
O assunto abordado nessa aula – as ações que compõem as metas – não
deixa dúvida sobre qual o verbo fundamental a ser conjugado nesse momen-
to: AGIR! Dentro do aprendizado socioemocional, entretanto, é possível inferir
que agir é muito mais do que apenas o significado que podemos encontrar no
dicionário: agir é acionar habilidades socioemocionais que potencializem as
competências vindas do aprendizado, trabalhando para alcançar os objetivos
do Projeto de Vida.
17
17 BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4 ed. 2020. Instituto de Corresponsa-
bilidade pela Educação. p. 56-57.
É chegado o momento de propor aos estudantes um caminho mais prático para o alcan-
ce de metas e objetivos. A princípio, o conceito de estratégia pode até estar claro para al-
guns estudantes devido à familiarização com Plano de Ação. Contudo, muitos estudantes
podem ter definido estratégias em seu Plano de Ação sem saber exatamente o que esta-
vam fazendo. Por isso, nestas aulas os estudantes aprenderão a definir as estratégias para
otimização do seu Plano, compreendendo que as estratégias são meios para se chegar à
visão. Para isso, é importante o autoconhecimento e um Projeto de Vida definido. Além dis-
so, os estudantes refletirão sobre a sua capacidade de operacionalizar as estratégias – ao
descobrirem suas dificuldades de executá-las.
Objetivos Gerais
• Refletir sobre as estratégias como meio para alcançar a visão;
• Estabelecer relações entre objetivos, metas e estratégias e como esses ele-
mentos devem estar operacionalizados no Plano de Ação;
• Exercitar a capacidade de pensar estrategicamente;
• Refletir sobre o processo de execução das estratégias.
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Os estudantes já conhecem o trecho do livro “Alice no País das Maravilhas”, pois já foi lido
e trabalhado em estudos anteriores. Dessa forma, fica mais fácil desenvolver as relações
existentes entre visão, missão e estratégias. Pensar estrategicamente é ter um propósito a
ser atingido, pois quem não sonha e não tem objetivos claros fica sem rumo na vida, assim
como Alice. É dedicar-se à realização de um ideal e transformar o sonho num objetivo –
chegar ao Plano de Ação.
As estratégias surgem muitas vezes a partir das dificuldades enfrentadas pelos estudantes ao
longo do desenvolvimento do seu plano, ou seja, são ditadas pela dificuldade, quando pode-
riam estar mais relacionadas à geração de oportunidade. Contudo, esse entendimento advém
a partir da clareza de informações que os estudantes vão adquirindo a respeito de si ao cons-
truir o seu Projeto de Vida. Olhar para a própria vida ajuda a perceber os acontecimentos e
entendê-los – esse é um dos propósitos da atividade (Anexo 1). Com o tempo, os estudantes
aprenderão o caminho para gerar resultados mais rápidos, antecipando-se às dificuldades e
aos problemas e descobrirão como gerar oportunidades por meio das estratégias.
É importante, portanto, reconhecer e tomar posse do conhecimento de si, das variáveis que
impactam positiva e negativamente seus objetivos, além de possuir conhecimento sobre os
seus pontos fortes (competências) e fracos (fragilidades ou possibilidades de melhorias)
para trilhar com mais segurança o caminho desejado.
Objetivos
Desenvolvimento
Elaborar e criar estratégias é fascinante, porém executá-las com sucesso é uma tarefa desa-
fiadora. Saber utilizar os recursos certos, no momento certo, demanda muita habilidade. Os
estudantes inicialmente podem apresentar dificuldades no desenvolvimento do PA (Plano de
Ação), quando descobrirem que as ações não podem ser realizadas de forma aleatória e sem
propósito. O importante nesta atividade (Anexo 2) é fazê-los entender que definir estratégias
é um processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes, as quais visam
alcançar objetivos previamente estabelecidos. Assim como também são uma “ocupação in-
telectual” com o futuro, mas revestidas de ação e não somente de pensamento.
Avaliação
Observe a capacidade dos estudantes estabelecerem uma visão objetiva acerca do seu
Plano de Ação, de modo a definir estratégias solucionadoras de futuros problemas, supe-
rar dificuldades presentes e desafios no seu Projeto de Vida. A disciplina e o estímulo na
consecução das estratégias são fatores que demonstram grande comprometimento com
o Projeto de Vida. A forma como os estudantes alocam as estratégias permite perceber
o domínio deles frente a essa ferramenta, bem como se conseguem criar através delas
oportunidades de crescimento.
Em casa
Projetar ou transcrever na lousa o conteudo do box “Em casa” que se encontra
ao final do Anexo 1, explicando aos estudantes o que deve ser desenvolvido.
Comentários e resposta da atividade de casa
As interferências na execução das estratégias podem ser oriundas de ele-
mentos atrelados às limitações pessoais de cada pessoa, habilidades que
ainda não dominam – FATORES INTERNOS – e às limitações ocasionadas
pelas mudanças/transformações naturais da vida – FATORES EXTERNOS
– que impactam de diferentes formas o PA e na construção do Projeto de
Vida. Tomar conhecimento sobre esses fatores ajuda a fazer uso de melhores
estratégias, além de executá-las sem resistências.
Este livro marca um avanço digno de registro no estudo da estratégia como processo.
Caracteriza os elementos essenciais da sua utilização e interação.
Referência iconográfica
VENTURA, A. Xadrez Jogo Estratégia. Pixabay, 2015. 3456 x 2304 pixels. Disponível em: icebrasil.org.
br/surl/?2ad905. Acesso em: abr de 2021.
– Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
– Isso depende muito para onde queres ir – respondeu o gato.
– Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
– Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o Gato.19
Fala-se muito em estratégias na formulação do Plano de Ação como meio para alcançar
a visão, construir alternativas e traçar caminhos. Contudo, isso só é possível para quem
sonha e tem objetivos claros, pois pensar estrategicamente aponta para aonde se deseja
chegar. Assim como a resposta do gato Cheshire a Alice no País das Maravilhas, de Lewis
Carroll, a falta de propósitos leva a qualquer caminho. Sem a definição do que se quer é di-
fícil escolher qual caminho trilhar. Sobre isso, preencha o modelo abaixo para definição das
estratégias do seu Plano de Ação de acordo com as orientações dadas.
Modelo para fazer melhor uso dos meios e recursos para a consecução dos objetivos:
19 CARROLL, L. Alice no País das Maravilhas. São Paulo: Ática, 1991. p. 60-61.
Agora, antes de seguir para a próxima atividade, analise suas estratégias e veja se têm fina-
lidades práticas, como: simplificar ou estabilizar certas dificuldades suas – pontos fracos
– e/ou melhorar as habilidades em que é muito bom – pontos fortes. Caso isso aconteça,
significa que as estratégias definidas são precisas e possibilitam exatamente romper com
as suas limitações (sejam internas ou externas) e criar possibilidades. Para ajudá-lo nesta
identificação, faça a análise:
Dica: Em tese, os pontos fracos são as características ou limitações que advém das suas
dificuldades pessoais ou do ambiente em que está inserido. As estratégias nesse senti-
do devem eliminar ou transformar as dificuldades em uma competência ou ponto forte.
As forças são elementos e/ou competências que trazem benefícios para alcançar os seus
objetivos. Geralmente, é algo que você controla/domina totalmente e faz toda a diferença
utilizar esse ponto forte como estratégia.
Elaborar e formular estratégias é uma tarefa desafiadora. Porém, executá-las com sucesso,
colocá-las em prática no momento certo, da maneira certa, com os recursos certos, ao ponto
de traduzir objetivos e metas em resultados, é algo mais desafiador ainda. Isso depende da
sua capacidade e competência em fazer as coisas acontecerem, ou seja, é preciso discipli-
na na execução das estratégias. Assim, nosso exercício é transformar suas estratégias em
ações, pois de nada adianta definir as estratégias se você não sabe como empregá-las.
Plano Estratégico
Estratégias: Ações:
1- 1-
2- 2-
3- 3-
4- 4-
5- 5-
6- 6-
• Elas definem diariamente um curso ou direção que apontam para a sua visão?
Como você sabe disso?
• Elas são relevantes para a realização da sua missão? Explique como.
• Você tem pleno domínio sobre elas? Ou seja, todas as ações estão ao seu
alcance e você sabe como realizá-las? Como elas se relacionam com as
suas competências?
20 CORREA, Idalina. BLINK: Pensar sem pensar. Artigo disponível em: icebrasil.org.br/surl/?4e1aa9. Acesso em 26
de dezembro de 2020.
21 GLADWELL, Malcolm. Blink: A decisão num piscar de olhos. São Paulo: Sextante, 2016.
Em casa
Sucesso na execução
Considerando que a execução das estratégias é um processo sistemático de
discussão exaustiva dos “quês” e “comos”, faça um levantamento dos fato-
res que podem interferir na execução de suas estratégias. Isso inclui levantar
hipóteses sobre as possíveis mudanças que podem interferir no seu plano,
assim como, avaliar as suas competências e conhecimentos atrelados aos
resultados que busca alcançar.
Dom Quixote é um excelente exemplo para pensar o resultado das ações a partir das metas
alcançadas. Assim que ele queimou os miolos e rompeu com a realidade, já se colocou em
marcha e passou a traçar metas e executá-las ao mesmo tempo. A leitura de sua história
nos permite ver que ao mesmo tempo em que executava uma ação, já era possível verificar
e traçar uma nova meta, basta lembrar-se do episódio em que preparava suas armas e
armadura. A realização das metas modificava a realidade e essa modificação interagia com
o seu Projeto de Vida.
Materiais Necessários
• Carretel de barbante ou linha suficientemente comprida;
• Um balão de aniversário.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade em
grupo: Ação-re-
Leitura dos textos, reflexão e discussão sobre
sultado-ação: 45 minutos
o processo de ações a partir de um exemplo.
consequências
e tendências.
Objetivos
Desenvolvimento
A atividade “Interatividade e ação” (Anexo 1) propõe aos estudantes a prática do jogo “Teia
da Interação”. Espera-se que, ao realizar o jogo, os estudantes possam vivenciar o ambiente
criado e observar a interação entre o resultado das ações e as metas alcançadas, estimu-
lados pela frase: “A ação é a parte que é diferente da meta, que é o todo, mas também é o
mesmo que a meta, o todo. A essência é o todo e a parte”. O ambiente de integração pro-
porcionado pela dinâmica sugere um passeio pelas sensações e sentimentos que surgem
durante a atividade, conforme é dado o comando pelo professor, que surge como uma lide-
rança positiva na condução das ações. A integração e a interação entre as partes e o todo,
neste jogo, cria condições de refletir como metáfora do processo: as partes, consideradas
como ações, e o todo, considerado como meta e objetivo. É possível haver novas leituras,
dependendo do entrosamento e da reflexão do grupo. O trabalho do professor consiste em
provocar a reflexão dos estudantes, de acordo com o que vivenciam durante o jogo.
Objetivo: vivenciar de forma lúdica a integração do resultado das ações e interações entre
as ações, as metas, os objetivos e o Projeto de Vida.
1º Passo: escrever no quadro ou em uma cartolina: “A ação é a parte que é diferente da meta,
que é o todo, mas também é o mesmo que a meta, o todo. A essência é o todo e a parte.”.
2º Passo: pedir a todos os estudantes do grupo que formem uma grande roda e leiam a
frase escrita no quadro.
3º Passo: entregar o carretel de barbante para um dos integrantes da roda e explicar que
ele deve ficar com a ponta do barbante e jogar o carretel para outra pessoa qualquer da
roda, justificando porque escolheu tal pessoa.
Cada ser desta roda é uma parte que forma um todo. Então, iremos pensar que cada indi-
víduo aqui presente é uma ação que está comprometida com a realização de uma meta.
Chamaremos de ação cada parte que, ao se completar o fio, atinge a meta; e de objetivo, o
todo. É importante perceber as ações interligadas, comunicando-se, interagindo e depen-
dendo umas das outras para que a meta e o objetivo sejam alcançados. Estas relações – de
interligação, de comunicação, de interação e de dependência – são a essência do plano e
sua integração deve ser observada.
Uma ação desencadeia outra ação que alcança uma meta, que exige novas ações para
realizar novas metas até alcançar o objetivo, todas as ações trazendo novo valor agregado.
O resultado de cada ação e de todas, ao mesmo tempo, interage e transforma a realidade,
determinando o Projeto de Vida. [Ação do Professor: colocar o balão de aniversário cheio,
no meio da teia, de modo que ele fique sustentado e em equilíbrio sobre ela].
Observem o balão e sua relação com a teia: para haver equilíbrio é importante que todas
as partes cooperem entre si. [alguns estudantes podem pensar em não se mexer para
não alterar o equilíbrio]. Não agir também significa agir, pois uma ação/força estagnada
também participa, dificultando ou facilitando a dinâmica do todo.
Essa dinâmica entre as ações gera resultados que provocam consequências e apontam ten-
dências, que ao mesmo tempo ecoam na vida e definem sua nova realidade e seu Projeto de
Vida. O todo (metas/objetivo) e as partes (ações) são interdependentes e harmonizam-se,
embora haja uma perpétua oscilação em que as ações e as metas se alimentam mutuamen-
te, modificando a realidade. O resultado final vai sendo adivinhado a partir das consequências
que vão sendo geradas, e as tendências são sinalizadas e podem ou não ser redefinidas com
a mudança consciente de ação. [Ação do Professor: A partir de agora, o professor tira da
mão de cada estudante, um pedaço de barbante deixando-o cair. Faz de maneira lenta, para
que o efeito se conecte com a narrativa e interaja com o que acontece no grupo].
Entretanto, ao observar o balão e a dinâmica das ações, é possível perceber que as mudan-
ças na realidade podem ser positivas e favoráveis ao plano, a todas as ações, ou à maior
parte delas, ou podem ser desfavoráveis e colocar todo o projeto em risco. [aos poucos
continuar retirando o barbante da mão dos estudantes, dando tempo para observar o efeito]
Isso significa que pode haver uma competição e não cooperação entre as ações, assim, cor-
remos o risco de uma ação sobrepor-se à outra; uma ação ou uma meta atrapalhar ou impe-
dir que outra aconteça; ou ainda que a realidade criada não tenha sido a realidade desejada.
Por isso, a consequência das ações precisa ser mapeada e observada para gerar novas refle-
xões e abertura para repensar novas ações e meta de maneira cooperada e sinérgica.
E o que acontece quando não há cooperação e sinergia entre as ações? Quando elas não
são refletidas a partir das dificuldades e possíveis obstáculos reais ou quando não há cola-
boração de todas as partes? [Neste momento todos já largaram sua parte dos barbantes e
o balão está no chão]
Acontece o mesmo que aconteceu com este balão: perde-se o equilíbrio do Plano até que
ele perca o rumo. [Ação do Professor: O educador deve pegar o balão].
No entanto, ainda há tempo de recuperar o equilíbrio, se todos pegarem suas partes do bar-
bante, ou seja, se todas as ações forem realinhadas e cada meta for questionada, refletida e
realinhada ao Projeto de Vida, só que se demorar muito, pode ser tarde demais.
Objetivos
Desenvolvimento
A mudança da realidade é impulsionada pelos resultados das ações executadas. Para refletir
sobre esse tema, é importante que os estudantes leiam o Texto 1 (Anexo 2 – Atividade “Ação –
resultado – ação: consequências e tendências”), que versará sobre as mudanças da realidade
e o impacto nos diferentes planos da vida – social, pessoal e profissional. É esperado que os
estudantes percebam que a decisão em seguir determinada ação pode desequilibrar outros
planos, bem como pode afetar o plano de outras pessoas do convívio, gerando desafios difíceis
de mensurar. O equilíbrio deve ser balanceado pela verificação do resultado das metas durante
o processo de execução das ações e no final dele.
Avaliação
“Nada mais importante, se vemos as coisas dessa forma, que saber como essa bendita
realidade se transforma. Se eu ajo para modificar coisas que estão em si mesmas se trans-
formando, com ou sem minha ação, eu ajo em verdade contra ou a favor de tendências que
existem, como já vimos. Nada mais importante, então, que tentar saber como se dão as
transformações, como se processa essa evolução. Sobre isso parece que existem pelo me-
nos duas maneiras de entender esse processo. Uma maneira que chamaríamos de linear:
as situações vão se sucedendo umas às outras, as coisas vão passando disso para aquilo,
de homem vivo a homem morto, de paraquedista no ar para paraquedista ensopado, de
dominante a dominado, de dominado a dominante. A evolução é uma permanente alte-
ração de situações que se sucedem simplesmente umas às outras. Na outra maneira, se
considera que pela maneira linear se veem somente as aparências. Já se vê muito, é bem
verdade, porque já não se veem as coisas estáticas, imutáveis, que vimos que é o modo
como interessa a muita gente que elas apareçam. Já é um grande progresso em relação à
cegueira completa, imposta ou escolhida, dos que são impedidos ou recusam ver evolução.
Mas ainda não se vê tudo. Segundo a segunda maneira de entender o processo de transfor-
mação da realidade, por trás dessa linearidade aparente existe uma permanente tensão de
tendências, forças, interesses, que se opõem ou se reforçam uns aos outros. Nesse conjun-
to existem sempre duas [forças] mais importantes que são opostas uma à outra, uma delas
sempre sobrepujando a outra, e dando com isso uma determinada forma à realidade, ao
repercutir-se o seu domínio nas combinações ou enfrentamentos das demais. Mas a força
sobrepujada estando sempre em ação e por isso mesmo, de fato, também influenciando a
realidade. Que evolui segundo o comando da força dominante, mas cada situação tradu-
zindo uma determinada relação de forças entre a dominante e a dominada, considerada
também a ação das demais. Isto implicando em transformações somente quantitativas da
realidade em evolução, sem transformações qualitativas, enquanto a mesma relação de
dominação se mantiver. Essa evolução continuando até que a força dominada se iguale à
força que a ela se antepõe. Criando-se nesses momentos um quase equilíbrio, momentos
que às vezes podem ser um bocado longos, e que dão à realidade uma aparência quase to-
talmente estática. Como a gaivota para no ar, depois de uma rápida descida, graças a uma
conjugação determinada de correntes ascendentes, de atração da gravidade e da ação das
22 FERREIRA, F. W. Planejamento Sim e Não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1983, p. 140-141.
Na estante
23 SHINYASHIKI, R. In: MEGIDO, J. L. T. O voo do cisne: a revolução dos diferentes. São Paulo: Editora Gente, 2002.
Referência iconográfica
Imagem: Freepik.com. 8PHOTO. Conceito de crescimento do negócio na opinião lateral da parede
cinza e branca. mão colocando o bloco de madeira na torre. 2020. 6720 x 4480 pixels. Disponível
em: icebrasil.org.br/surl/?940105. Acesso em: abr de 2021.
24 Nota de contracapa em: LEMINSKI, Paulo. Guerra dentro da gente. São Paulo: Editora Scipione, 2006.
INTERATIVIDADE E AÇÃO
Para que possamos discutir resultados, iremos fazer um passeio por nossas ações, intenções
e relações. Já vimos que, sempre que se projeta um sonho e se decide planejá-lo, alinhamos
os nossos ideais (visão, missão, valores, premissas) aos caminhos e alvos operacionais (ob-
jetivos e metas) e, dessa forma, conseguimos guiar nossas ações e investir nelas desejando
atingir nossos sonhos.
Para pensar na dinâmica dos objetivos, metas e ações e perceber como acontece a interação
dos resultados com o Projeto de Vida, trazemos a proposta do jogo “Teia da interação”. Siga as
instruções do professor que irá animar o texto sugerido.
Teia da interação
Uma ação desencadeia outra ação que alcança uma meta, que exige
novas ações para realizar novas metas até alcançar o objetivo. O resultado de cada ação
e de todas, ao mesmo tempo, interage e transforma a realidade, determinando o Projeto
de Vida.
A realidade é transformada a cada vez que a teia se movimenta. O balão, sustentado pela teia,
representa o equilíbrio que resulta da interação de todas as ações. Também é possível pensar
que essa dinâmica integrativa se repete quanto à interação do objetivo ao Plano de Ação, assim
como entre o Plano de Ação e o Projeto de Vida: esses são padrões da visão do todo.
Essa dinâmica entre as ações gera resultados que provocam consequências e apontam
tendências, ao mesmo tempo ecoam na vida e definem sua nova realidade e seu Proje-
to de Vida. O todo (metas/objetivo) e as partes (ações) são interdependentes e harmoni-
zam-se, embora haja uma perpétua oscilação em que as ações e as metas se alimentam
mutuamente, modificando a realidade. O resultado final vai sendo adivinhado a partir das
consequências que vão sendo geradas, e as tendências são sinalizadas e podem ou não ser
redefinidas com a mudança consciente de ação.
Entretanto, ao observar o balão e a dinâmica das ações, é possível perceber que as mudan-
ças na realidade podem ser positivas e favoráveis ao plano, a todas as ações, ou à maior
parte delas, ou podem ser desfavoráveis e colocar todo o projeto em risco.
Isso significa que corremos o risco de uma ação sobrepor-se à outra; uma ação ou uma
meta atrapalhar ou impedir que outras aconteçam; ou, ainda, que a realidade criada não
tenha sido a realidade desejada. Por isso, a consequência das ações precisa ser mapeada
e observada para gerar novas reflexões, dar abertura para repensar novas ações e novas
metas, de maneira cooperada e sinérgica.
E o que acontece quando não há cooperação e sinergia entre as ações? Quando elas não
são refletidas a partir das dificuldades e possíveis obstáculos reais ou quando não há co-
laboração de todas as partes? Acontece o mesmo que aconteceu com o balão: perde-se o
equilíbrio do Plano até que ele perca o rumo. No entanto, ainda há tempo para recuperar o
equilíbrio, se as ações forem realinhadas e cada meta for questionada, refletida e realinha-
da ao Projeto de Vida, só que se demorar muito, pode ser tarde demais.
Como vimos na aula anterior, alcançar a meta resulta em modificar a realidade, e nenhuma
realidade se transforma completamente de uma hora para outra, nem de maneira direta e
linear. O processo de mudança se dá gradativamente e, por isso, precisamos ter clareza e
consciência de nossas ações, a qual meta se dirigir e qual objetivo cumprir. Escrever, exe-
cutar e verificar faz parte do circuito ação-resultado-ação. A partir desse circuito, você é
capaz de refletir sobre todo o processo entre planejar uma ação, executá-la e verificar o seu
resultado antes que inicie uma nova ação.
A opção por não verificar o processo, significa agir no automático e não despertar a consciência
para a realidade em que se atua. O risco é entrar num espaço de incertezas, em que as condi-
ções vão mudar, mas não se sabe o que vai acontecer. Os resultados podem ser atingidos, mas
os meios não serão checados. E nem todos os resultados serão, necessariamente, bons, pois
alguns deles podem concorrer com outros que não estavam nos planos, principalmente se nos
deixarmos levar e não tivermos clareza da nossa identidade e do que queremos.
Texto 1
“Uma vez concluída a ação planejada, surge uma nova realidade. Nesse momento, verifi-
camos que a ação empenhada gerou consequências em nosso plano. As consequências
geram impactos positivos e/ou negativos em nossas vidas, em nosso Projeto de Vida. Di-
versos planos da vida – social, pessoal e profissional – são tocados por esses impactos.
Quando pensamos na força do resultado de nossas ações, durante e após o processo da
ação, devemos perceber os benefícios e prejuízos dessas ações para nós mesmos e para
outras pessoas. Assim, como mostra a dinâmica do balão, é importante observar suas me-
tas, durante e ao final do processo de cada ação, antes que seja tarde demais, antes que
o balão estoure, pois nem sempre o que planejamos acontece da maneira que pensamos.
É preciso estar certo de que o planejado compete em uma realidade, que ampliada, toca
outras realidades, daí fazer ajustes e corrigir caminhos para que seu Plano se aproxime
mais e mais do idealizado por você ou mude a rota ao perceber que os meios pelos quais se
atingiram os resultados não são ideais, pois prejudicam a sua identidade e a de outras pes-
soas. Planos mudam, porque sempre surgem obstáculos inesperados, por isso agregamos
a oscilação como um valor, que deve ser visto de maneira positiva. As oscilações sugerem
peso às ações. Quando observamos o balão na teia, nos foi possível imprimir nova força nas
ações até que se restabelecesse equilíbrio.”
Seus talentos não eram óbvios na juventude, mas seu empenho foi revelado enquanto estu-
dava na Universidade de Montpellier e surpreendeu os professores ao resolver uma lista de
atividades propostas, que ia além do planejamento para o ano. Sua dedicação e disciplina
renderam ações e conclusões que inovaram os conhecimentos na álgebra e na geometria.
No entanto, no ápice de sua carreira, Alexander retirou-se para uma vida reclusa e recusou
compartilhar suas pesquisas. Retiramos alguns trechos da notícia, noticia, já apresentada
em aula anterior, para refletir sobre as consequências e as tendências durante o processo
de vida do ilustre matemático.
“Por volta dos anos 1970, ele abandonou sua pesquisa, preferindo se concentrar na
política ambiental e no ativismo antiguerra.”
“Ele deixou o Instituto de Altos Estudos Científicos, perto de Paris, após descobrir que
era, em parte, financiado pelo Ministério da Defesa.”
“No começo dos anos 1990, ele entregou 20 mil páginas de notas e cartas a um amigo
que as analisou por vários anos antes de transmiti-las à Universidade de Montpellier.
Sob ordens estritas de Grothendieck, elas foram mantidas trancadas à chave nos
arquivos da universidade.”
Jonathan Sacks
25 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter
para atingir o sucesso. Boston: Center for Curriculum Redesign, 2015. p. 27-28.
É provável que os estudantes já tenham visto um destes gráficos – eles aparecem com
frequência nas redes sociais, em diferentes idiomas:
Dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade. Nesta, a linha que representa “O que
aconteceu” lembra um pouco a das trajetórias daquela experiência científica dos anos 1930
– tentar seguir em linha reta sem ter uma referência. A brincadeira serve perfeitamente para
ilustrar o que pode acontecer quando faltam indicadores de processo no planejamento (ou
seja: quando faltam indicações que nos permitam verificar em que pé as coisas estão a cada
momento, em relação aos objetivos). É exatamente sobre isto que essa aula vai tratar.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade em
Técnica de estudo dirigido em duplas, leitura
dupla: Estudo
de textos e realização de atividades de com- 40 minutos
dirigido sobre
preensão.
Indicadores.
Objetivos
Desenvolvimento
O professor pede aos estudantes que formem duplas para um estudo dirigido no qual eles
vão (a) entender o que são indicadores e (b) aprender as bases para definir bons indicadores
para acompanhar seu progresso em seu Projeto de Vida. Em caso de classes numerosas, nada
impede que o trabalho seja realizado em trios; quartetos ou com mais de quatro estudantes.
Porém, o estudo tende a ser bem menos produtivo.
É interessante que o professor circule pela sala para acompanhar todas as etapas do trabalho
e assim obter uma visão geral das conclusões e dificuldades encontradas, o que certamente
vai enriquecer seus comentários no momento da avaliação final.
Em casa
Meus indicadores (Anexo 2)
O estudante faz um primeiro exercício de redigir indicadores para quatro áreas
e também uma primeira análise da adequação destes, usando os critérios in-
dicados na própria atividade.
Não há acerto e erro nas respostas, mas pode haver inadequação na maneira
de exprimir as ideias. As próprias indicações dos textos lidos em aula e das
instruções da tarefa de casa podem servir de base ao professor para ajudar o
estudante a fazer os ajustes necessários.
No caso de indicadores ligados a capacitação, aprendizagem, comportamen-
tos e atitudes, o professor pode lembrar os diversos indicadores disponíveis
na vida escolar, tais como os resultados de avaliações, os dados de frequência
e tantos outros que ele pode também utilizar para monitorar seu progresso.
Referência iconográfica
Imagem: Freepik.com. IJEAB. Mini figura viajante com pushpin vermelho e um conceito de viagem
de mapa. 2017. 4896 x 3264 pixels. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?f55664. Acesso em abr de 2021.
Siga a orientação do professor para a organização do trabalho. Com um colega, você vai
fazer um estudo dirigido para (a) entender o que são indicadores e (b) aprender a definir
bons indicadores para acompanhar seu progresso em seu Projeto de Vida.
Leia os textos a seguir, reflita sobre os conteúdos, discuta com seu colega e procurem es-
clarecer juntos as dúvidas antes de completar o que for pedido.
Texto 1
“(...) a tal fase de acompanhamento não é ficar assistindo de camarote como a ação se de-
senvolve. O que na verdade tem que ser feito é interferir nela, mudá-la, sempre que comece
a se mostrar furada, arriscando não levar aos objetivos que se pretende atingir. (...) não se
pode ficar só vendo passivamente o que se passa. (...) continuar pensando a ação depois
que ela começa, para não voltar a agir improvisadamente, sem querer? (...) Descobrir os
erros antes deles serem cometidos (...) é possível quando a realidade global na qual sua
ação se insere se modifica tão nítida e rapidamente que determinadas ações já se mos-
tram supérfluas ou inoportunas antes mesmo de serem começadas. (...) Talvez outro caso
parecido com esse seja quando há uma série de ações encadeadas e as primeiras delas se
revelam erradas. Dá tempo, então, para corrigir o curso da coisa, modificando as seguintes
antes que novos erros sejam cometidos.”
• Cite três coisas que são feitas na fase de acompanhamento, segundo o autor do texto:
26 FERREIRA, F. W. Planejamento Sim e Não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1979. p 61-69.
• Responda: Se você planejou tudo, por que, segundo o autor, às vezes é preciso mudar as
ações planejadas?
“(...) a tendência a obedecer ao plano a qualquer custo tem raízes na dificuldade natural de
aceitar que sempre se está obrigado a modificar os planos, inclusive até mesmo imediata-
mente depois de começar a sua execução. (...) Me apego ao planejamento porque não quero
improvisar. Tomo decisões da maneira mais refletida possível. Mas de partida tenho que acei-
tar que posso abandoná-las. Fica quase o dito pelo não dito, ou a impressão de que realmente
não é possível senão improvisar. Então, para não me sentir muito perdido, passo a dizer que o
plano foi bem refletido e bem pesado. Portanto, se tem que o obedecer de qualquer maneira.
(...) Como se sair dessa? (...) Elasticidade mental... Mais do que elasticidade mental. O que
ocorre é que, salvo nos momentos de mudança de peso, é “o sim ou o não” que domina. No
planejamento acho que se tem que tentar encaminhar as coisas da melhor maneira possível.
O menos improvisadamente possível, o mais planejadamente possível. O importante é estar
atento aos objetivos, e à possibilidade de mudar os próprios objetivos...”
Indicadores
Um INDICADOR é um parâmetro que permite perceber a diferença entre o que alguém espe-
ra realizar e o que está acontecendo no momento atual. A pessoa tem uma meta, começou
a agir, a fazer alguma coisa para atingi-la e, graças aos indicadores, pode saber se o que está
sendo feito está ou não possibilitando que ela avance no caminho da meta desejada.
Os indicadores servem para isto: ajudar você a perceber como as coisas andam e, se for
preciso, corrigir o rumo e pensar em novas ações.
Um bom indicador reflete seu trabalho, é fácil de entender para qualquer pessoa, não exige
cálculos complicados e mostra-se útil na prática. Se você definir um indicador que não se en-
quadre nessa descrição, é bem provável que ele não funcione e acabe sendo deixado de lado.
Para os recursos materiais, usamos indicadores de estrutura. Por exemplo: num hospital,
um indicador de estrutura seriam os equipamentos disponíveis para atender os pacientes,
ou a quantidade de leitos na UTI.
• Imagine um exemplo de indicador de estrutura numa escola e outro para seu Projeto de
Vida e anote-os aqui:
Para o que se faz, usamos indicadores de processo. Por exemplo: num hospital, alguns
indicadores de processo seriam o tempo que o médico passa com cada paciente, a fre-
quência com que as pessoas fazem a limpeza e desinfecção dos quartos, a adequação dos
procedimentos para cada doença etc.
• Imagine um exemplo de indicador de processo para o trabalho em uma escola e outro para
seu Projeto de Vida e anote-os aqui:
Para o final do processo todo, usamos indicadores de resultado, que vão fornecer infor-
mações quanto ao atingimento ou não dos objetivos. Por exemplo: num hospital, alguns
indicadores de resultado seriam a taxa de cura e também de complicações ou mortalidade
de pacientes em comparação com algum padrão de qualidade. Para um curso profissio-
nalizante, poderia ser a porcentagem de estudantes que conseguem emprego ao concluir
o programa de formação. Os “indicadores de resultado” são o tema do módulo seguinte.
• Imagine um exemplo de indicador de resultado para o trabalho em uma escola e outro para
seu Projeto de Vida e anote-os aqui:
O conjunto dos indicadores que usamos deve nos fornecer informações suficientes para
podermos responder a esta pergunta: Fizemos o que nos propusemos a fazer tão bem
quanto deveríamos e poderíamos?
• Responda: que outras pessoas estão envolvidas e deveriam ser ouvidas com relação a seu
Projeto de Vida?
• Escolha um indicador de processo que você considere importante para seu Projeto de Vida.
Anote-o abaixo. Indique ao lado com que frequência (ou a que intervalos regulares) você
acredita que deverá usá-lo para monitorar seu progresso rumo aos objetivos.
Em aula, você leu, discutiu e chegou a algumas conclusões sobre indicadores. Agora, vai
começar a exercitar a definição de indicadores para si mesmo, levando em conta o que já
imaginou até agora para seu Projeto de Vida.
1. Escolha quatro áreas que considere importantes em seu Projeto de Vida (por exemplo:
formação, mudanças de comportamento, capacitação, atitudes, conhecimentos, práticas,
comunicação, hábitos...) e escreva pelo menos um indicador para cada uma no quadro
abaixo. Ao completar seu Projeto de Vida, mais tarde, lembre-se disto: é bom ter pelo menos
um indicador de processo para cada área de atividades.
ÁREA INDICADOR
2. Abaixo, você tem uma lista com algumas perguntas que ajudam a verificar se um indicador
é bom. Use-as para examinar cada um dos indicadores que escreveu no quadro acima e con-
ferir se eles podem ser melhorados. Se a resposta for SIM, faça as correções ou alterações
necessárias.
Richard Riley
27 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter
para atingir o sucesso. Boston: Center for Curriculum Redesign, 2015. p. 28-33.
90%
Agricultura
r u
80%
70% Prestadores
P add
Operários
e s e serviços
v
60%
50%
40%
30%
20%
Trabalhadores
a a s executivos/administrativos
u / in a
10%
O
Outros
s
0%
1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
140 milhões
120 milhões
100 milhões
Preestadore
Press d res
de sserviços
d çoss
ços
80 milhões
60 milhões
O
Operários
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Agricultura
Ag
Agricultura
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40 milhões
Trabalhadores
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20 milhões administrativos
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Outros
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1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
As regras não
Processamento Processamento podem ser
computadorizado computadorizado articuladas e/ou
Variedade
usando regras de usando regras de as informações
dedução indução necessárias não
podem ser obtidas
Escrever um
Calcular imposto Reconhecimento
parecer jurídico
de renda de fala
convincente
Exemplos
Mover a mobília
Emitir um cartão Prever inadimplên- para um aparta-
de embarque cia de hipoteca mento no terceiro
andar
70
Média de entrada de tarefas,
60
50
40
30
Referências iconográficas
Tipos de empregos com o tempo (em %): IPUMS-USA, Universidade de Minnesota.
Sentido em que aumenta a dificuldade de programar: LEVY, Frank; MURNANE, Richard. Dancing with
Robots: Human Skills for Computerized Work. ThirdWay, 2013.
Tarefas dos trabalhadores: AUTOR, David H.; PRICE, Brendan. The Changing Task Composition of the
US Labor Market: An Update of Autor, Levy, and Murnane (2003). MIT, 2013. Disponível em: icebrasil.
org.br/surl/?49790f. Acesso em abr 2021.
Submeter seu Plano de Ação (PA) a uma verificação de resultados é ao mesmo tempo um
exercício de autoconhecimento e de autoavaliação. No caminho para a concretização de seus
objetivos - estruturados no Projeto de Vida e agora detalhados no PA - este é um dos momen-
tos mais importantes, pois é quando você poderá perceber a validade das decisões tomadas,
mensurando seus resultados através de indicadores de desempenho. E a melhor parte disso
é que os indicadores utilizados para avaliar seus resultados devem ser definidos por você
mesmo, pois não há ninguém que conheça seu Projeto de Vida mais do que você! Assim, será
uma oportunidade de colocar-se à prova, mas também de reafirmar sua autonomia e seu
compromisso com seus sonhos e desejos, que o acompanham desde o início do Projeto de
Vida. A criação de indicadores dessa natureza como instrumentos fundamentais à mensura-
ção das metas estabelecidas no PA de cada estudante é o foco desta aula.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
Feito isso, o professor recolhe as folhas de papel e as devolve aos respectivos donos. É o
momento em que os estudantes poderão refletir sobre as implicações práticas de seus
objetivos como dados passíveis de mensuração, além de visualizarem o final do percurso
que desejam percorrer. Desse modo, submetidos ao olhar pragmático do outro, podem
pensar sobre seus métodos de análise e avaliação dos objetivos em termos não ideais,
mas calcados nas condições reais que lhes serão apresentadas.
Objetivo
Desenvolvimento
Para que os estudantes consigam criar indicadores para suas metas, é importante que te-
nham em mente estas considerações: ao final do caminho percorrido, é necessário alcan-
çar algo, atingir um alvo, ter um retorno. Tudo isso como resultado das ações desenvolvidas.
Sendo assim, não basta, por exemplo, ter efetivamente se dedicado ao tempo de estudo
previsto, é necessário que a dedicação aos estudos resulte em avanços no nível dos sabe-
res estudados. A partir do exemplo, percebe-se que o êxito será reconhecido se for possível
aferir o quanto se aprendeu quando o processo chegar ao fim. Aquilo para que se estudou é
a meta. Portanto, uma forma de saber se a meta foi atingida é quantificando o conteúdo dos
estudos: por exemplo, tirando notas acima da média nas disciplinas que abrangem aqueles
conteúdos estudados.
Avaliação
Em casa
(Anexo 3)
O objetivo dessa atividade é observar em que medida os PAs estão sendo devi-
damente acompanhados e apoiados por outras pessoas, notadamente no to-
cante à efetivação das tarefas estabelecidas em prazos determinados. Sendo
assim, espera-se que algo das discussões sobre ações concretas surjam nas
conversas extraclasses.
“O que é delimitado pode ser medido, certo? Mensurar uma meta significa determinar seu
tamanho, de forma qualitativa ou quantitativa. Quando você a mensura, na verdade está
avaliando quanto ainda precisa andar para chegar ao ponto em que pretende. Essa res-
posta pode ser dada em valor, em tempo ou em qualquer outra unidade de medida que
permita o acompanhamento dos passos dados […] [Por] exemplo [na compra de um] [...]
apartamento, poderíamos calcular o valor para a sua aquisição em torno de, por exemplo,
550 mil reais (considerando um metro quadrado de 5 mil reais). Este é o custo do seu sonho
e o tamanho do seu esforço!
Como posso saber se estou conseguindo realizar minha meta? Esses indicadores podem
ser pequenas conquistas, objetos físicos, uma soma em dinheiro etc. É importante ressaltar
que esses indicadores não são tarefas. Eles apenas mostram que algo já foi feito e que isso o
deixou mais próximo do resultado final.
Os três pontos citados são marcos em sua jornada. Opcionalmente podem ser estabelecidas
datas para se chegar a esses marcos.”
Indicadores: conseguir aprovação no TOEFL; conseguir ser aprovado no GMAT; conseguir visto
para os EUA; ser aprovado na inscrição de Harvard. Que ações afetam nesses indicadores?
Mensurável: compra de estoque inicial no valor de 50 mil reais. Com faturamento de 70 mil
e lucro líquido de 7 mil.
Referência iconográfica
Imagem: Pixabay. VAŠEK, Jan. Aeroporto Transporte Mulher. 2017. 5460 x 3640 pixels. Disponível
em: icebrasil.org.br/surl/?8e0652. Acesso em abr de 2021.
29 Criatividade, juventude e novos horizontes profissionais. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?3ead2b. Acesso em:
26 dez 2020.
30 NISBETT, R. E. Mindware: Ferramentas para um pensamento mais eficaz. São Paulo: Objetiva, 2018. p. 149-161.
Sendo o indicador de resultado um parâmetro para avaliar se as metas foram ou não con-
sumadas, ele visa responder basicamente às seguintes perguntas ao final do processo: Ao
traçar meu PA, o que eu defini como resultado esperado? Agora, concluído todo o percurso
estabelecido, o que eu realmente consegui? Ficou dentro do esperado ou deixou a desejar?
Consegui ir além ou estou aquém do que estabeleci? Se não consegui, quanto exatamente
me faltou para cumprir meu plano?
Como se depreende das questões acima, indicadores de resultado devem expressar e quan-
tificar. Se a sua meta é, por exemplo, ser aprovado com média 9 em uma disciplina funda-
mental para o que você quer ser, 9 é o resultado esperado. Este é, portanto, o seu indicador.
O passo a passo de todo o percurso é algo que será avaliado, como visto nas aulas anteriores.
Como você sabe, a clareza do seu PA é fundamental, devendo estar escrito de modo que
qualquer um que o leia, entenda. Aplicando essa regra às áreas específicas dos indicadores,
então temos que estes devem ser claros, objetivos e mensuráveis.
Caso o seu Plano e os dos colegas tenham sido estruturados de maneira clara, significa que
qualquer um de vocês pode compreender qualquer um desses Planos. Portanto, podem, ao
lê-los, responder a essas perguntas: Quais os objetivos desse Plano? Como saber se eles
foram ou não atingidos? Isto é, quais os indicadores para isso? Tendo em vista essa objeti-
vidade é que a proposta desta aula é fazer essas perguntas sobre o PA dos outros, de modo
sucinto e objetivo, localizando todas essas informações essenciais.
Liste em uma folha todos os objetivos estabelecidos no seu Plano. Quando todos tiverem
criado as listas, o professor vai recolhê-las e redistribuí-las, aleatoriamente. A tarefa é, a
partir dos objetivos listados pelo colega, deduzir e criar os indicadores de resultado neces-
sários à avaliação ao final do percurso. Os indicadores devem ser instrumentos que possam
trazer à tona dados quantificáveis que possibilitem responder à seguinte pergunta: como
saber se isso que o meu colega pretende será atingido ou não?
Feito isso, devolva a folha ao colega e resgate a sua folha. Os indicadores que o seu colega
deduziu dos seus objetivos fazem sentido? Eles permitem, de fato, responder às pergun-
tas? Faltou alguma coisa? O quê?
Agora, liste você mesmo os indicadores para os seus objetivos, ajustando, se for o caso, as
sugestões dos colegas às suas próprias observações.
Agora que você entendeu um pouco mais sobre como avaliar processos e resultados em
um Plano de Ação, gerando indicadores que apontem as condições atuais reais em que se
encontram suas metas, vale a pena praticar no contexto do seu Plano Individual.
Estruture a sua planilha de Planejamento Semanal. Nessa planilha, você deve estabelecer
suas metas para o ano, das quais, metade delas devem ser trabalhadas em um mês. Des-
tas, duas teriam a devida atenção e tratamento semanais. Você seria capaz de estabelecer
os indicadores das suas metas semanais estabelecidas desde então e aplicá-los à condição
atual em que se encontram aquelas tarefas?
Para estabelecer os indicadores para as suas tarefas, pense no que você deveria conquistar,
objetivamente, com a execução de cada uma delas. Por exemplo, a sua meta é melhorar o
seu desempenho em matemática. Na sua planilha, você estabeleceu a estratégia de es-
tudar essa matéria cinco vezes por semana. Portanto, o número de estudos por semana
é o seu indicador de processo – isto é, a forma como você está caminhando rumo à sua
meta. Um outro indicador de processo que melhor retrata a tendência da evolução seriam
as notas parciais, em cada mês ou bimestre. Já para criar um indicador de resultado, isto é,
para saber se o eu desempenho em matemática melhorou, você deve estar sabendo mais
da disciplina do que sabia no começo desse período. Uma forma objetiva de medir esse
impacto é estabelecer uma nota acima da média naquela disciplina. Portanto, ficaria assim
no seu PA: Indicador de resultado – média final acima de 7.
Ao final dessa atividade, forme dupla com um colega e discutam sobre seus indicadores,
considerando: ao apresentar o seu resultado para o seu colega, ele consegue detectar o
processo do cumprimento da sua meta? Em outras palavras: está claro e objetivo, de modo
que o outro possa compreender?
Lembrando que:
Para refletir
Se você sentiu falta, nesta aula, de alguma referência a Ulisses, o herói paradig-
mático da Odisseia cujas pistas têm sido preciosas para o nosso processo de
criação de um Projeto de Vida, eis que ele resolve, mais uma vez, dar o ar de sua
graça. Dessa vez para nos auxiliar em uma reflexão cuidadosa sobre a maneira
como realizamos ou não satisfatoriamente as nossas metas, avaliamos o pro-
cesso, os resultados das ações e reconfiguramos nossas estratégias. Observe.
Depois de uma longa estadia na casa da feiticeira Circe, Ulisses sente que é
hora de retomar a viagem rumo a Ítaca. Porém, uma única pessoa, em todo
o mundo, seria capaz de instruir o herói adequadamente sobre como voltar
com segurança à terra natal. Acontece que essa pessoa, o sábio Tirésias, já
havia morrido há muito tempo. Então, o que restava afazer? “Ora, visitá-lo na
casa dos mortos (Hades), é claro!”, sugere a feiticeira Circe, que passa em
seguida a orientar Ulisses sobre como descer àquelas profundezas em que
nenhum ser humano vivo jamais ousara entrar.
Ao se despedir de Circe, porém, Elpenor, um dos companheiros de Ulisses, to-
mado por uma embriaguez de vinho, cai do telhado e morre. Na pressa de reto-
mar a viagem, Ulisses e os demais homens da tripulação, abandonam o corpo na
casa de Circe e não se demoram sequer para chorar uma única lágrima, quanto
mais para construir um túmulo digno para o finado. Assim, seguem. Após algu-
mas peripécias e rituais, Ulisses chega então ao Hades, à procura de Tirésias.
Não executamos todas essas cerimônias sem que Circe percebesse o nos-
so regresso da mansão de Hades. Aprontou-se pressurosa e veio acompa-
nhada de servas que traziam pão, abundância de carne e rútilo vinho puro.
A augusta deusa parou no meio de nós e disse:
31 HOMERO. Odisseia. São Paulo: Cultrix, 2006. Tradução de Jaime Bruna. p. 141.
O Plano de Ação (PA) é a ponte que, construída, permite levar o estudante do “ser” para o
“querer ser”. Como toda ponte, por sua extensão, é necessária que tenha a base susten-
tada. Para isso, no desenvolvimento do trabalho do estudante, ele precisa ser orientado a
afirmar pilares de sustentação. Deve garantir para si a oportunidade de Aprender a Fazer –
um pilar da aprendizagem de competências. Implica, necessariamente, o conhecimento e
a ampliação da capacidade de aprender e comunicar-se, de trabalhar em conjunto, de gerir
conflitos que surgem durante a execução de seu PA. Perceber o que se faz e o que é neces-
sário fazer para alcançar o que se quer: conseguir identificar os pontos fortes e fracos em
seu Plano, compreender e assimilar as ameaças presentes em sua vida, bem como trans-
formá-las em oportunidades, identificando os Fatores Críticos que determinam o sucesso
na execução das estratégias de seu Projeto de Vida.
Nestas aulas, será apresentado aos estudantes o conceito de Fatores Críticos de Sucesso,
que, adaptado ao Projeto de Vida, permite estudar cada objetivo do Plano de Ação e identi-
ficar o que não pode faltar para o Plano dar certo e perceber quais fatores afetam, positiva
ou negativamente, suas estratégias. A proposta é a reflexão sobre os objetivos a fim de
extrair os fatores críticos e, também, ter a previsão de quais recursos, apoios e referências
serão essenciais para o sucesso dos resultados do PA.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade: Deci-
Reflexão sobre o que são os Fatores Críticos
fre-o ou seu sonho 20 minutos
de Sucesso (FCS) e sua importância.
não se realiza.
Atividade: Esteja
preparado: apoio, Identificação de referências, apoios e
40 minutos
referências e recursos após a identificação dos FCSs.
recursos.
Objetivo
Os fatores críticos são as condições essenciais, determinadas pelos objetivos, para que um
Plano de Ação tenha sucesso. Nesta aula, os estudantes farão um levantamento sobre os
objetivos de seu Plano para estabelecer quais são os fatores críticos que podem interferir, ne-
gativa ou positivamente, no futuro de suas ações. Fatores Críticos de Sucesso são sentenças,
derivadas do objetivo, que servem como guia para a organização das ações. Por meio de dois
exemplos, os estudantes poderão observar como se estrutura o FCS e, num primeiro mo-
mento, serão convocados a refletir em cada objetivo de seu Plano sobre a seguinte questão:
“O que é fundamental que aconteça para que eu consiga atingir esse objetivo?”
No Anexo 1 é oferecido, como exemplo, o objetivo de realizar uma viagem. Esse objetivo
pode ser realizado com sucesso, desde que o planejamento seja pensado considerando os
fatores críticos. Por exemplo, ir à Disney pode ser o destino da viagem e a hospedagem um
fator determinante de sucesso. Assim, a decisão de hospedar-se em determinado local im-
plica um estudo sobre os locais adequados para o tanto de recurso que se tem: a qualidade
dos serviços oferecidos, a proximidade com os acessos do parque, entre outros. Identificar
fatores de sucesso é determinante para que sua viagem seja plena. Assim, fazer as reservas
antecipadamente, incluindo uma pesquisa dos locais possíveis, dentro das condições fi-
nanceiras, torna-se um fator crítico essencial, antes de pôr o sonho em ação, ou seja, antes
de realizar a viagem.
O propósito, neste momento, é que os estudantes consigam identificar o que não pode
faltar para que seu objetivo seja alcançado com sucesso.
Objetivo
Desenvolvimento
A leitura do texto de Robert Frost é direcionada para percepção das limitações internas e
externas de cada objetivo que se propõe realizar no Projeto de Vida (Anexo 2). Perceber os
momentos difíceis como momentos que trazem pistas dessas limitações pode ser um foco
de discussão que permitirá aos estudantes aprofundarem a reflexão sobre os fatores críticos
de seus Planos. O caráter de proatividade, trazido nas primeiras aulas deste curso, implica a
apropriação do resultado das ações, e o estudo das variantes surgidas durante a execução cria
condições e um novo olhar sobre a organização das ações. A proposta deste estudo é que os
estudantes possam olhar para suas ações, percebendo quais os momentos difíceis que viven-
ciaram e, em sequência, analisar esses momentos identificando quais os fatores que podem
definir o destino de suas ações, seja por um caminho de sucesso, seja de fracasso.
É importante a abertura para o diálogo sobre os fatores críticos, que por partirem de fatores
externos não podem ser controlados, mas podem ser estudados para se trabalhar a favor
do Plano. O fato de saber que podem ocorrer, já permite um estado de alerta para que o
empreendimento não seja posto em risco.
Objetivos
Desenvolvimento
Como não é possível estabelecer FCS de maneira genérica, é importante que os estudantes
meditem sobre si mesmos e sua relação com o entorno, buscando identificar entre suas es-
tratégias os pontos fracos e fortes, as ameaças e oportunidades que farão de seu projeto um
sucesso. No Anexo 3 é sugerido que os estudantes identifiquem quais são os Fatores Críticos
de Sucesso de seu Projeto de Vida. Neste momento, a atividade deve ser realizada a partir de
questões que organizam a identificação de apoios, referências e recursos necessários para
enfrentar os fatores críticos do PA afim de realizar o Projeto de Vida. As questões propostas
Avaliação
Em Odisseia, temos uma passagem que pode servir como subsídio para refletir os fatores
críticos de sucesso. A ameaça presente na passagem se refere ao Canto das Sereias e Ulisses
precisou reunir as referências, os recursos e os apoios para conseguir passar pela ilha em
que viviam as sereias que levavam os marinheiros à perdição, acaso ouvissem seu melodioso
canto. Mais uma vez Ulisses mostra seu ardil e consegue escapar do perigo e segue sua
viagem rumo a Ítaca:
“Muito bem. Tudo acabou e está passado. Agora, escuta o que tenho a dizer e não te esque-
ças disso, peço-te. Em primeiro lugar, encontrarás as sereias que enfeitiçam todo aquele
que delas se aproxima. Se qualquer homem, inocentemente, aproxima-se e ouve sua voz,
jamais volta à praia, jamais verá sua esposa e seus filhos correndo para saudá-lo alegre-
mente: as sereias o encantam com sua voz melodiosa. Há um grande prado onde elas ficam
e, em torno, um grande montão de ossos, carcaças e peles secas. Não te detenhas naquele
lugar e não deixes os homens ouvir; é melhor amassar um bom pedaço de cera e tampar
com ela seus ouvidos. Se quiseres ouvir, manda os homens amarrar teus braços e tuas
pernas e prender bem teu corpo ao mastro, e então poderás deleitar-te com o canto quanto
quiseres. Dize aos homens que, se gritares e ordenares que te soltem, devem te amarrar
ainda mais, com outras cordas. Quando tiveres te livrado das sereias, poderás escolher
entre duas rotas e não te direi qual deves seguir: resolve por ti mesmo. Direi apenas quais são.
32 HOMERO. Odisseia (em forma narrativa). Rio de Janeiro: Ediouro, s/d p. 136 a 138.
Retruquei:
“Que dizes a isto deusa? Supõe que eu fuja de Caribde e me disponha à luta quando a outra
atacar-me?”
“Temerário! Lutar e procurar mais atribulações é a única coisa em que pensas! Continuarás
sempre desafiando os deuses imortais? Cila não é mortal, convém que saibas, mas um mons-
tro imortal, perigoso, selvagem, invencível! Não há proteção contra ele: a fuga é preferível ao
combate. Se ficares muito tempo perto do rochedo, enquanto puseres tua armadura, receio
que ela possa lançar outra meia dúzia de cabeças e apanhar outra meia dúzia de homens!
Texto 233
Os pais de crianças que aniversariam no final do ano às vezes preferem esperar um pouco
para matriculá-las no jardim-de-infância, pois, aos cinco anos, é difícil acompanhar colegui-
nhas nascidos vários meses antes. No entanto, parece que a maioria dos pais também pensa
que a desvantagem enfrentada pela criança mais nova no jardim-de-infância acabará desa-
parecendo mais à frente. Só que isso não acontece. É como no hóquei. A pequena vantagem
inicial de quem nasceu no princípio do ano em relação aos nascidos no final do ano persiste.
Isso aprisiona as crianças em padrões de conquista e frustração, incentivo e desaprovação,
que se prolongam por anos a fio. Dois economistas – Kelly Bedard e Elizabeth Dhuey – deci-
diram analisar a relação entre as notas no “Trends in International Mathematics and Science
Study”, o chamado TIMSS (testes de matemática e ciências aplicados a cada quatro anos a
crianças de diversos países) e o mês de nascimento. Eles constataram que, entre os alunos
da quarta série, os mais velhos tinham notas mais altas em quatro a 12 percentis em rela-
ção aos mais novos. Trata-se, como observou Dhuey, de um “efeito enorme”. Isso significa
que, se compararmos dois estudantes da quarta série com o mesmo nível intelectual, mas
com aniversários nas extremidades opostas da data-limite, o mais velho poderia ficar no 80º
percentil, e o mais novo, no 68º percentil. Essa é a diferença que permite o ingresso num
programa especial para superdotados. “É como nos esportes”, explica Dhuey. “Agrupamos
por habilidades bem cedo na infância. Temos grupos avançados de leitura e de matemática.
Título: Auto-engano
Autor: Eduardo Giannetti
Editora: Companhia da Letras
Ano: 2005
Número de páginas: 297
Este é um livro sobre mentiras que contamos a nós mesmos. Mentimos
para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a
hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos
que sustentam nossas crenças. (...) Acontece que as mentiras que nos contamos não trazem
seu nome verdadeiro estampado na fronte. É preciso, por isso, analisar os caminhos que nos
levam até elas: encontraremos aí a origem de grandes conquistas e alegrias, mas também
dos sofrimentos que muitas vezes causamos a nós mesmos e às pessoas.34
Referência iconográfica
Imagem: Freepik.com. Arranjo de diferentes medalhas olímpicas. 2021. 5253 x 2956 pixels. Dispo-
nível em: icebrasil.org.br/surl/?02ce5c. Acesso em abr de 2021.
34 GIANNETTI, E. Auto-engano. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. Trecho extraído da contracapa do livro.
Esta sensação gera instabilidade, mas pode ser amenizada se você compreender quais são
os fatores críticos que impactam no seu Projeto de Vida. Ou seja, quais são as condições ab-
solutamente necessárias para que eles sejam atingidos com sucesso. Um estudo sobre cada
um dos objetivos do seu Plano o fará capaz de decifrar os fatores críticos. Por exemplo, se seu
objetivo é seguir uma carreira como veterinário, você deverá estudar quais os caminhos para
tornar-se um. Algumas metas são definidas: você não poderá ser um veterinário se não fizer
uma faculdade de medicina veterinária e o vestibular é um meio para alcançar isso. Assim,
alguns fatores críticos serão determinantes para o sucesso no vestibular, como fatores físi-
cos, emocionais e alimentares: levantar pontos-chave para manter-se em equilíbrio e foco. O
levantamento desses pontos são alguns fatores críticos de sucesso. Outros, mais específicos
e intermediários à sua realidade, podem surgir da relação entre os conhecimentos que você
possui e os conhecimentos que precisa adquirir para passar pela peneira do vestibular, são os
fatores críticos acadêmicos, em que o que você conhece passa a ser essencial em um curso
que pode estar entre os mais concorridos pelos candidatos. Quais os fatores que precisam
ser enfrentados para que tenha sucesso na realização de seu objetivo? Isso não pode ser
desanimador... Como se trata de fatores críticos, você irá se orientar a partir de seu objetivo
e, de maneira analítica, identificar tais fatores. O levantamento dos fatores críticos de sucesso
evita que imprevistos estraguem seus planos.
Nota: Os FCSs funcionam como pontos-chave, que determinam a futura organização das
ações. Não se trata do que você tem ou não tem. Não é algo que você faz bem ou não, mas
sim uma variável que você tem que ter para o sucesso do seu Projeto de Vida – ser o que
você quer. E por quê? Porque o mundo exige cada vez mais das pessoas.
“O poeta Robert Frost escreveu: ‘A trilha se dividia em dois caminhos e eu... Eu segui pelo
menos trilhado, e isso fez toda a diferença’. Desde algum tempo, passei a acreditar que
existem certos momentos difíceis, momentos de divergência, nos quais o fato de conse-
guirmos nos manter fortes fará ‘toda a diferença’ ao longo do caminho da vida.
Mas quais são exatamente estes momentos? Momentos difíceis são as dúvidas entre fazer
o certo e fazer o mais fácil. Eles são as provas-chave, os momentos decisivos da vida – e a
maneira como lidamos com eles pode literalmente moldar nossos destinos. Eles surgem em
duas proporções: menores e maiores.
35 OVEY, S. Os 7 hábitos dos Adolescentes altamente Eficazes: o guia definitivo de sucesso para o adolescente.
São Paulo: editora Nova Cultural, 1999, p. 122-3.
2. A observação das variáveis entre os resultados de suas ações possibilita que você identi-
fique pontos que causam impactos positivos e negativos em seu Plano. Analise suas ações,
buscando encontrar os pontos-chave que podem resultar no sucesso, se reconhecidos e
considerados, e no fracasso, caso não sejam reconhecidos ou considerados de seu Plano
de Ação.
Nota: Perceba que os Fatores Críticos não mudam, mas dependem da nossa vontade e
atuação. No entanto, ao olhar para seu objetivo, você pode perceber os pontos favoráveis
para alcançá-lo. Embora os Fatores Críticos não possam ser controlados, permitem que
você trabalhe a favor do objetivo. A intenção desse exercício é que você possa desenvolver
a compreensão dos limites de seus objetivos.
Nas aulas anteriores, ao estabelecer estratégias, você alinhou a visão de futuro à missão,
aos objetivos e às metas e a partir daí considerou fatores, positivos e negativos, que po-
deriam influenciar o resultado de suas atividades. Aprendeu que a estratégia se realiza na
operação e, sendo assim, é de fundamental importância identificar os Fatores Críticos que
deverão ser ajustados, sob medida, para que o Plano possa ser bem sucedido. Dessa forma,
uma informação imprescindível para uma boa estratégia é identificar os chamados Fatores
Críticos de Sucesso. Entendidos como pontos-chave, os fatores críticos comportam forças
ou fraquezas e apontam para as ações de seu Projeto de Vida, relacionadas fortemente às
oportunidades e ameaças do ambiente externo. Desse modo, para alcançar a identificação
dos Fatores Críticos para o seu Projeto de Vida, você deve relacionar os fatores externos
que levam ao desenvolvimento pleno de seu projeto.
1. Confira as ações de seu planejamento estratégico e cruze com os recursos, apoios e re-
ferências disponíveis e necessários. Após responder as questões abaixo, observe o quadro
e organize as ideias com base nos Fatores Críticos de Sucesso.
a) Compare os recursos presentes em seu meio, veja quais são favoráveis ao seu
Plano, aos seus valores e às suas premissas e quais são necessários adquirir.
b) Observe as referências que podem agregar novos conhecimentos, ampliar
suas habilidades, ou ainda modificar hábitos negativos que impedem a exce-
lência de seu Projeto.
c) Determine o que você tem de apoio para desenvolver suas estratégias: pessoas
que podem ouvir, apontar, ponderar suas dificuldades, aconselhar e auxiliar você
no encontro de alternativas que minimizem ou contornem os obstáculos.
d) Verifique se é possível estabelecer alternativas às decisões tomadas, estabele-
cendo opções ou “planos B” para situações emergenciais ou imprevistas.
e) Analise alguns cenários possíveis de incerteza e tente simular resultados
nesses cenários.
Defina, assim, uma lista de fatores críticos. Inclua recursos, apoios e referências necessárias
para o objetivo de seu Plano. Após esse exercício, é importante que você dê o mesmo trata-
mento a cada um dos objetivos traçados:
Na busca por apoio, é importante você se lembrar das primeiras aulas, quando mostramos
que você não está sozinho. Lá, você pôde pensar em quem pode ajudar você a realizar seu
sonho, quem está disponível para favorecer seu trabalho servindo como apoio. Também é
importante perceber quem são as pessoas que podem ajudá-lo na execução do seu plano e
ter consciência dos recursos que precisará conquistar, tais como: habilidades, hábitos, re-
ferências, cursos, estudos. São esses elementos que precisa empreender para aperfeiçoar
e agregar valor ao seu Plano de Ação.
Mas, cuidado! Durante a caminhada, se você não apreender os sinais, corre o risco de ficar
eternamente andando em círculos, ou ter seu Plano devorado pelas adversidades presentes
na realidade em que aplica seu plano.
O movimento é o tema dessa aula, em seu sentido mais amplo: fluxo e continuidade. Dos temas
abordados aos símbolos acessados – o automóvel, o avião, as viagens espaciais – o movimento
é constante. Fluxo de ideias, informações e processos. Lembrando sempre que o Projeto de
Vida é um processo contínuo, um ciclo que se renova e recicla – e o Plano de Ação embute em
seu próprio nome a ideia de movimento – vamos dar continuidade à introdução de fundamen-
tos de Gestão de Projetos. Aprofundando o desenvolvimento das atividades iniciadas na aula
anterior, acrescentaremos alguns parâmetros úteis ao processo de melhoramento contínuo
que – você já deve saber – é a palavra de ordem de qualquer Projeto de Vida, tanto para o acom-
panhamento do Plano de Ação quanto para tomada de decisão quando isso se faz necessário.
Embarque nos conceitos dessa aula e comece o movimento.
Objetivos Gerais
• Dar continuidade à aplicação de princípios gerais de Gestão de Projetos ao
Projeto de Vida;
• Reforçar a importância da Gestão de Projetos como ferramenta de melhora-
mento continuado e tomada de decisões.
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
1. Diga o nome do seu projeto e conte para nós um pouco sobre ele.
3. Se você tiver que resumir a principal qualidade do seu projeto em uma única frase, qual
seria ela?
5. Dentro dessa característica mais importante, qual o aspecto mais relevante e como se
pode avaliar o desempenho dele?
6. Qual a ação possível para melhorar esse aspecto em caso dele apresentar resultados
abaixo do esperado, seja em qualidade ou quantidade?
7. Para as outras características, qual o aspecto mais relevante e como se pode avaliar?
8. Para as outras características, qual a ação possível para melhorar esse aspecto em caso
dele apresentar resultados abaixo do esperado, seja em qualidade ou quantidade?
Como preparação para a atividade da aula seguinte – “Há Projeto de Vida em Marte?” –, o
professor deve recomendar que os estudantes assistam ao filme “Perdido em Marte”36, que
servirá de base para o debate.
36 Perdido em Marte. Direção: Ridley Scott. Produção de Scott Free Productions, Kinberg Genre e TSG Entertain-
ment. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2015. Versão HD dublada disponível em: icebrasil.org.br/surl/?00d8fa.
Acesso em: 26 dez 2020.
Objetivos
Desenvolvimento
“Há Projeto de Vida em Marte?” é uma atividade proposta em dois momentos de partici-
pação do estudante: a primeira em casa, tendo sido recomendado ao estudante ao final
1. Início até 10’. Cenas iniciais do filme, onde ocorre o desencadear da narrativa, a partir da
tempestade de intensidade inesperada que exige a partida emergencial da nave do solo
marciano, deixando para trás o protagonista.
37 Perdido em Marte. Direção: Ridley Scott. Produção de Scott Free Productions, Kinberg Genre e TSG Entertain-
ment. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2015. Versão HD dublada disponível em: icebrasil.org.br/surl/?00d8fa.
Acesso em: 26 dez 2020.
Devem ser avaliados aspectos como envolvimento dos estudantes na complexidade das deci-
sões e disposição para o debate; adaptabilidade ao tema do Projeto de Vida; comunicabilidade
e clareza no debate; acionamento de Habilidades Socioemocionais envolvidas; disposição e
acolhimento à opinião dos demais, relação com suas próprias questões de gestão do Projeto de
Vida e, sobretudo, adesão aos conceitos de Gestão de Projetos e percepção de sua relação com
os elementos da narrativa apontados nos trechos selecionados. Cabe ao professor direcionar
as discussões para os aspectos de Gestão de Projetos e critérios objetivos associados, à luz do
conhecimento acumulado dos estudantes no desenvolvimento do Projeto de Vida, evitando o
foco em aspectos de julgamento moral das decisões tomadas.
A transferência também pode ser necessária dentro de uma disciplina, por exemplo, quando
uma ideia ou habilidade em particular foi aprendida com um exemplo, mas os estudantes
devem saber aplicá-la em outra tarefa para concluir a lição de casa ou o teste ou para um
contexto diferente. A transferência é o objetivo maior de toda educação, pois o que se espera
é que os estudantes internalizem o que aprendem na escola e o apliquem em suas vidas.
38 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter
para atingir o sucesso. Boston: Center for Curriculum Redesign, 2015. p. 138-140.
Caráter
Conhecimento
Habilidades
Metacognição
Referência iconográfica:
Linha de montagem do Ford T. Fonte: Divulgação da Ford. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?82291a.
Acesso em: 26 dez 2020.
Diagrama ilustrativo do conceito de Metacognição. Fonte: CCR. In FADEL, Charles. BIALIK, Maya. TRIL-
LING, Bernie. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter para
atingir o sucesso. Center for Curriculum Redesign, Boston, 2015. p.140.
Além do melhoramento contínuo, algo que buscamos com a Gestão de Projetos, há outro
conceito importante e que aparece no texto a seguir: simplicidade. Longe de qualquer
sentido que possa significar falta de profundidade ou pouca complexidade de conteúdo,
a simplicidade diz respeito à compreensão facilitada de ideias, processos e informações.
Mensagens claras e precisas, meios de comunicação – dentro dos projetos – eficientes
e dinâmicos e fluxo ágil de respostas e tomadas de decisão são responsáveis por muitos
exemplos de sucesso. Isso pode, muitas vezes, representar a diferença entre o aproveita-
mento e o desperdício de uma boa ideia. No trecho a seguir, extraído do livro “Ideias que
colam: Por que algumas ideias pegam e outras não?”, de Chip Heath, vemos como um
enunciado simples e assertivo pode pautar a sustentação da principal postura assumida
por uma empresa – nesse caso, o principal ponto de sua MISSÃO –, funcionando como
um princípio gestor para tomada de decisões. Após a leitura, faça a atividade proposta de
entrevista, baseando-se no roteiro apresentado.
“Sabe-se que a Southwest é uma empresa bem-sucedida, mas há uma lacuna de desempe-
nho surpreendente entre a Southwest e seus concorrentes. Embora a indústria de aviação
como um todo não tenha um histórico de rentabilidade contínua, a Southwest tem se mantido
rentável há mais de trinta anos.
Há vários livros que falam sobre os motivos que levaram ao sucesso da Southwest, mas tal-
vez o fator mais importante para o sucesso da empresa seja seu foco obstinado na redução
de custos. Toda companhia aérea gostaria de reduzir custos, mas a Southwest já faz isso
há décadas. Para esse esforço dar certo, a empresa precisa coordenar o quadro inteiro de
empregados, desde os representantes comerciais até os maleiros.
A Southwest possui uma Intenção do Comando, uma essência, que ajuda a orientar essa
coordenação. Conforme relatado por James Carville e Paul Begala:
Herb Kelleher [o veterano CEO da Southwest] disse certa vez: “Posso ensiná-los o segredo
para comandar esta companhia aérea em trinta segundos: Somos a companhia aérea com
tarifas MAIS baratas. Ao compreender esse fato, você poderá tomar qualquer decisão so-
bre o futuro da empresa tão bem quanto eu.”
39 HEATH, C. Ideias que colam: Por que algumas ideias pegam e outras não. Rio de Janeiro: Alta Books, 208. p. 4.
A princípio, a pessoa não sabia o que dizer. Então Kelleher respondeu: “Você diz ‘Tracy, o
acréscimo dessa salada Caesar com frango nos transformará na companhia aérea com
tarifas MAIS baratas, no trecho Houston-Las Vegas? Pois, se isso não contribuir para nos
tornar a companhia aérea com tarifas MAIS baratas, não serviremos essa maldita salada
com frango.’”
A Intenção do Comando de Kelleher é “Somos a companhia aérea com tarifas MAIS bara-
tas”. É uma idéia simples, mas útil o suficiente para orientar as ações dos empregados da
Southwest por mais de trinta anos.
Mas, é claro que a idéia essencial – “A companhia aérea com tarifas MAIS baratas” – é ape-
nas parte da história. Por exemplo, em 1996, a Southwest recebeu 124 mil candidatos a
5.444 vagas. Ela é conhecida como uma ótima empregadora, o que é surpreendente. É difícil
imaginar empregados do Wal-Mart felizes da vida durante um dia de trabalho.
Mas, de alguma forma, a Southwest conseguiu isso. Vamos imaginar as ideias que orien-
tam a Southwest Airlines como círculos concêntricos. O círculo central, a essência, é “a
companhia aérea com tarifas MAIS baratas”. Mas o círculo seguinte deve ser “Divirta-se no
trabalho”. Os empregados da Southwest sabem que podem se divertir, contanto que isso
não comprometa o status da empresa de companhia aérea com tarifas MAIS baratas. Um
novo empregado pode facilmente associar essas idéias para saber como agir em situações
inesperadas. Por exemplo, há algum problema em fazer uma piada sobre o aniversário de
um comissário de bordo em pleno voo? É claro que não. Há problema em jogar confete
em sua homenagem? Provavelmente sim – o confete pode gerar trabalho adicional para
o pessoal da limpeza e tempo adicional de limpeza significa tarifas mais altas. É o negócio
prazeroso equivalente ao do soldado de infantaria que improvisa com base na Intenção do
Comando. Uma ideia simples e bem idealizada pode ser surpreendentemente poderosa
para moldar o comportamento das pessoas.
Uma advertência: no futuro, meses após ter lido este livro, você se lembrará da palavra
“simples” como um elemento da lista de verificação de SUCESSO. Seu léxico mental
começará a procurar o significado de “simples”, retornando com associações, procuran-
do reduzir o grau de dificuldade, buscando o menor denominador comum, facilitando
as coisas e assim por diante. Naquele momento, você precisará lembrar a seu léxico
dos exemplos que exploramos. A “companhia aérea com tarifas MAIS baratas” e outras
histórias deste capítulo não são simples porque contêm muitas palavras fáceis. Elas são
simples porque refletem a Intenção do Comando. É uma questão de elegância e priori-
dade, e não de redução no nível de dificuldade”.
1. Diga o nome do seu projeto e conte para nós um pouco sobre ele.
3. Se você tiver que resumir a principal qualidade do seu projeto em uma única frase, qual
seria ela?
5. Dentro dessa característica mais importante, qual o aspecto mais relevante e como se
pode avaliar o desempenho dele?
6. Qual a ação possível para melhorar esse aspecto em caso dele apresentar resultados
abaixo do esperado, seja em qualidade ou quantidade?
7. Para as outras características, qual o aspecto mais relevante e como se pode avaliar?
8. Para as outras características, qual a ação possível para melhorar esse aspecto em caso
dele apresentar resultados abaixo do esperado, seja em qualidade ou quantidade?
Na estante
No clássico do pop “Space Oddity”, lançado em 1972 por David Bowie (1947-2016), assistimos
à comunicação entre o controle de uma missão espacial na Terra e um astronauta lançado
ao espaço. Após problemas em sua espaçonave, este se perde no espaço, protagonizando
uma despedida melancólica, embora serena e lírica. Outro clássico de Bowie, “Life on Mars?”,
lançado em 1973, contrapõe prosaicos conflitos humanos na terra e relações familiares e de
poder a uma indagação transcendental sobre a existência de vida em Marte. Através da jus-
taposição de imagens cotidianas, oníricas e irônicas, o gênio David Bowie parece questionar,
acima de tudo e antes de qualquer coisa, a existência de vida inteligente na própria Terra.
Transporte-se na sonoridade sempre atual e na visualidade psicodélica dos vídeos originais
remasterizados, obras-primas dessa figura única e genial do pop internacional.
Space Oddity
Artista: David Bowie
Álbum: David Bowie
País de Origem: Inglaterra
Ano: 1969
Life on Mars?
Artista: David Bowie
Álbum: Hunky Dory
País de Origem: Inglaterra
Ano: 1971
Referência iconográfica
Still de vídeo. DAVID Bowie - Space Oddity. Direção e produção: Mick Rock. Youtube. 2016. 5min04s.
Disponível em: www.icebrasil.org.br/surl/?0f3305. Acesso em 26 de dezembro de 2020.
A aprendizagem dos ciclos será discutida durante as aulas que seguem. Os estudantes serão
preparados para rever seus projetos e planos, a fim de monitorar e controlar o resultado de
suas ações, estabelecendo ajustes e correções necessárias para atingirem a visão de futuro.
Ao nos encaminharmos para a conclusão de um ciclo do Projeto de Vida (PV) – sempre en-
fatizando, desde o título da aula, que essa conclusão é um momento dinâmico, não estático,
pois o Projeto demanda novos ciclos – surge uma boa oportunidade para articular e avaliar
Habilidades Socioemocionais relacionadas à persistência. Isso garante a reiteração dos pro-
pósitos originais do Projeto de Vida e esses mesmos propósitos fornecerão a linha mestra
onde se situam as referências nas quais o estudante encontrará apoio, caso tenha que efe-
tuar redirecionamentos em seu Plano de Ação. Ao mesmo tempo, a necessidade de encarar
mudanças com naturalidade aciona outra habilidade que merece menção, a adaptabilidade.
Materiais Necessários
• Bolinha de tênis e cronômetro;
• Caneta colorida;
• Folhas sulfite;
• Tesoura;
• Fita adesiva.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento
Os estudantes devem fazer a leitura do trecho do relato de memória de Amyr Klink, pre-
sentes na atividade “Andar com pontos de referência” (Anexo 1), e em seguida responder
às questões propostas, que se referem aos pontos de referência do PA. A primeira questão
solicita a identificação dos pontos de referências: indicadores de processo e resultado e
fatores críticos. A segunda, sugere que os estudantes percebam porque os pontos de refe-
rência e da divisão do PA em etapas são elementos que simplificam a execução, segundo o
navegador, que sabe exatamente o que fazer (pontos fortes e fracos) quando o vento atinge
determinada direção e velocidade (conhecimento das ameaças e oportunidades).
Os estudantes deverão se debruçar sobre seus planos pessoais. Uma sequência de ativida-
des será organizada para que possam apropriar-se das informações do PA, promovendo o
acompanhamento e monitoramento, e depois o controle do Plano. Todo monitoramento é
feito para que o PA seja controlado, de forma que as ações planejadas sejam executadas ou
tenham seus rumos corrigidos. A primeira proposta é de exercitar o monitoramento e, para
isso, o estudante é convidado a construir uma linha do tempo em que possa visualizar um
objetivo desde o ponto de partida até a visão de futuro, traçando as ações empreendidas,
os pontos de referência de rumo e considerando as variações (ações que resultarem em
caminhos diferentes do inicialmente projetado). Aqui, os estudantes poderão relembrar a
atividade realizada na aula sobre prioridades e fazer uma sondagem de como anda seu
percurso, tendo em vista seus pontos de referência. A segunda proposta sugere que os es-
tudantes caracterizem as variações das atividades de seu plano, mapeando e organizando
pontos como cumprimento de cronograma, uso dos recursos, necessidade de apoio, ca-
pacidade de trabalho e referências de formação. Espera-se que o estudante passe por seu
PA e observe os pontos e fatores que se desviam de seu Plano e possa analisar as causas
e motivações que levam a essa situação. A terceira proposta traz os pontos de referência
articulado aos resultados, dentro das diferentes etapas do planejamento e sugere que os
estudantes analisem o planejado e chequem os desvios, observem as medidas de ajuste
que adotaram e as demandas para que novos processos atualizem seus Planos. Espera-se
que os estudantes façam uma revisão e possam reencaminhar ações para seu PA, articu-
lando as informações levantadas com base nas suas visões de futuro e possam perceber
incoerências, contradições e incertezas, que possibilita o redirecionamento do seu PA, se
for necessário. Um esquema de revisão presente no Anexo 1 pretende ajudá-los a passar
pelas etapas da fase planejar e, assim, comparar com a fase de execução, realizando uma
verificação de seu Plano e abrindo possibilidades de ajustes. Esse processo não tem fim.
Objetivos
Ao desenvolver um Projeto de Vida, deve-se estar alerta à possibilidade de que tudo, ou quase
tudo, pode mudar. A eliminação da rigidez de posicionamento diante do PA é o tema trazido
para essa aula. Dando continuidade à ideia de monitorar e controlar, os estudantes serão esti-
mulados a vivenciar uma experiência e refletir sobre como têm executado as ações planejadas.
A proposta é criar uma aprendizagem por vivência através da dinâmica “Existem outras manei-
ras?”. A seguir, a descrição da dinâmica para orientação do trabalho do professor:
Desenvolvimento
Formar um círculo com todos os estudantes em pé. Os participantes devem estar a uma
distância de um braço entre si. O professor escolhe alguém para iniciar a atividade, entre-
gando-lhe a bola e pedindo que a arremesse a outra pessoa, que deverá passá-la adiante
e assim sucessivamente, até que todos a tenham recebido. Não é permitido passar a bola
para quem já a recebeu anteriormente e todos devem lembrar-se para quem passaram a
bola. Quando a bola já tiver passado por todos, o instrutor pede que repitam a operação na
mesma sequência anterior mais duas vezes. Com estas jogadas terminadas, o professor
avisa que a partir de agora cronometrará o tempo gasto na operação. Ao final da rodada,
comunica o tempo gasto e desafia o grupo a reduzi-lo, lembrando que não é permitido al-
terar a sequência da bola.
Para refletir
Ao final da dinâmica os estudantes devem ser envolvidos sobre suas impressões
acerca da atividade, sobre como foi mudar algo que já possuía uma ordem deter-
minada, como foi o comportamento do grupo, sobre a dificuldade de mudar de
plano (aumentar a velocidade da passada de bola).
Ao final da discussão, os estudantes devem ser divididos em grupos de três ou quatro par-
ticipantes e orientados a construir um fluxograma a partir do processo de ações cuja dinâ-
mica foi realizada. Como referência para construir o fluxograma existe um quadro como
exemplo que explica a função de cada uma das formas geométricas ao construir fluxogra-
mas – Anexo 2. Indica-se que para cada forma geométrica uma folha seja utilizada.
Trocas
Avaliação
Personalização: essas avaliações também podem ser utilizadas para orientar o estudante
em relação a seus aspectos socioemocionais e ao impacto dessas competências no seu
desempenho acadêmico. Ao revelarem mais informações sobre o estudante, suas caracte-
rísticas e interesses pessoais, os dados advindos dessas análises ajudam os professores a
desenvolver práticas pedagógicas mais personalizadas.
Referência iconográfica:
Imagem: Freepik.com. Engrenagem de papel perfurada de trabalho em equipe conectada corpo-
rativa. Rawpixel.com, 2018. 6522 x 4455 pixels. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?1c60e4. Acesso
em mai de 2021.
40 FUNDAÇÃO Telefônica Vivo. Habilidades Socioemocionais – Questões conceituais e práticas. Global Education
Leaders’ Program Brasil. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?ea9f39. Acesso em: abr. 2021. (Adaptado)
1º Momento
1. Leia o texto abaixo e identifique os pontos de referência do Plano de Ação de Amyr Klink.
Grife-os no texto e descreva suas funções:
Vinte e cinco nós de vento, rodando para o norte. Fiz a primeira redução nas velas,
instalei-me na mesa de navegação e, puxando as luvas com os dentes, abri a Carta
3200. Agora sim, estava a caminho. Nenhum nervosismo a bordo, gozado. Nem preo-
cupações muito distantes. Minhas preocupações com o trajeto foram divididas em
etapas, o que torna tudo mais simples.
Os limites das etapas podiam ser pontos de referência em pleno oceano, próximos a
ilhas, linhas imaginárias – como o Date Line, linha da mudança de data, ou algum dos
meridianos divisórios dos 24 fusos horários –, qualquer coisa que tornasse menores
as etapas da navegação. Quase um recurso psicológico para não enfrentar de cara, na
imensidão branca da carta, a absurda distância de 14 mil milhas – sem escalas – que
eu tinha pela frente. O Paratii andava rápido, e o vento firme de norte ainda não
mostrava os dentes.41
41 KLINK, A. Mar sem fim: 360° ao redor da Antártica. São Paulo: Cia. Das Letras, 2000. p. 45.
Início do processo:
25 nós de vento,
direção norte
Ocupar mesa de
navegação
SIM
NÃO SIM
Tudo sobre
Desistir
controle
O relato de Amyr Klink trata de sua viagem na circunferência Antártica e serve de guia para
observar como se dá o acompanhamento e o monitoramento diante das etapas percorridas
em seu Plano – no caso dele, a carta de navegação 3200 o direciona: as condições são favo-
ráveis. Agora, retome seu Plano e encaminhe a resolução das propostas abaixo:
1. Considere uma linha do tempo, em que você observa seu PA desde o ponto de onde partiu
em direção à sua visão de futuro. Muitas ações foram empreendidas desde então. Identifique
ao menos um objetivo de seu Plano para exercitar. Marque o ponto de onde partiu e considere
todas as ações empreendidas. Você considera que está caminhando em direção à sua visão de
futuro? Quais os pontos de referência de que você dispõe para garantir que está no rumo certo?
Linha do tempo
Ponto de
referência Plano de Ação
Ponto de
partida Visão de
futuro
Variáveis
É importante saber lidar com mudanças imprevisíveis ao longo da execução de seu pro-
jeto. Nesta atividade, sugerimos uma dinâmica, para refletir sobre como lidar com elas,
pois essa é uma habilidade essencial para gerenciar o Plano de Ação. Ressaltamos que
as mudanças podem ter causas diversas e amplas e às vezes não podemos controlá-las.
Exemplo: um projeto que contemple uma viagem romântica, mas às vésperas um dos dois
decide acabar com o relacionamento, ou, pior, um dos dois falece. Pode, ainda, haver algum
obstáculo momentaneamente intransponível, levando você a mudar de rota e redesenhar
suas estratégias. A habilidade de gerenciar seu PV inclui a capacidade de lidar com impre-
vistos e mudanças de rumo, corrigindo e ajustando seu PA, sem diminuir as perspectivas
de sucesso e a autoestima.
3. Qual foi o caminho percorrido pelo grupo para conseguir diminuir o tempo da ação?
7. Você já foi desafiado a mudar algo em seu Plano de Ação? Como reagiu? Por quê? Que
resultado obteve?
10. Ao final, façam trocas e observem as diferenças entre os fluxogramas realizados nos
grupos. É importante perceber que essa ferramenta é muito útil quando precisa tomar de-
cisões e pode ajudar a reconhecer as melhores ações a serem empreendidas quando algo
der errado. Verifique sempre as ações e processos de seu Plano.
Para refletir
As mudanças constantes são o signo de nossos tempos. Isso deveria nos
tornar mais resilientes e prontos à adaptação, mas nem sempre é possível
exercer essas habilidades socioemocionais com grande desenvoltura no
cotidiano. Em contraponto às mudanças em escala global, temos nossas
pequenas mudanças cotidianas e mudanças sistêmicas e necessárias em
relação a nossos planos, sonhos e, em especial, em nosso Projeto de Vida.
O texto a seguir, extraído do livro “21 lições para o século 21”, de Yuval Noah
Harari, trata das grandes mudanças que enfrentamos em um momento
mundial de vácuo de narrativas confortadoras. Leia e prepare-se para
enfrentar o século 21 em curso.
42 HARARI, Y. N. 21 lições para o século 21; trad. Paulo Geiger. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 319-322.
Objetivos Gerais
• Apresentar o Ciclo PDCA como ferramenta de melhoria contínua;
• Aplicar o Ciclo na construção do Projeto de Vida e do Plano de Ação.
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade: Fazer o
Aplicação do Ciclo PDCA no Projeto de
ciclo girar em sua 40 minutos
Vida.
vida.
Objetivos
Desenvolvimento
A atividade “O ciclo de melhoria contínua – PDCA” deve ser realizada em dois momentos
diferentes. No primeiro é sugerido que seja realizada uma leitura compartilhada do texto de
introdução da aula (Anexo 1), que busca conceituar e explicar o que é o ciclo de melhoria
contínua, o Ciclo PDCA. É importante garantir a compreensão do significado da sigla, bem
como reconhecer as etapas que a compõem, de forma que o estudante possa avançar na
aplicação do Ciclo na próxima aula. No segundo momento é sugerido que os estudantes
revejam o Projeto de Vida e se dediquem a identificar possíveis “falhas” ou problemas que
dificultaram o desempenho de suas ações durante a execução do PA. Essa revisão pode
ajudar o estudante a monitorar melhor as ações e organizar o resultado, evidenciando se a
1ª questão: refere-se à análise do que o estudante já sabe sobre os seus hábitos, a partir
do Plano, que está em execução. Esta questão possibilita um desdobramento de três fases
do PDCA. A fase Check, em que ocorre a verificação dos resultados; a fase Act, em que
ocorrem ajustes e correções e a fase Plan, em que um novo Plano poderá ser ajustado ou
estabelecido. Espera-se que os estudantes possam identificar um ponto em seu PA que
precise ser melhorado, para que possa, na próxima aula, debruçar sobre a dinâmica do
Ciclo. Sempre há o que aperfeiçoar. Novos hábitos para gerar novos resultados.
3ª Questão: esta questão indica o reconhecimento tácito do problema que exige melhoria,
apontado na primeira questão. Por exemplo, se o estudante identifica que tem um problema
com seu desempenho escolar, é possível que nesta questão ele possa partir para uma análise
mais aprofundada – Check – e conseguir estabelecer a causa do problema – Act. Assim,
esta questão implica um reconhecimento de quais hábitos ou habilidades estão dificultando
o desenvolvimento de seu PA. O estudante está preparado para reiniciar o planejamento de
suas ações, partindo para fase Plan.
Objetivos
A atividade “Fazer o ciclo girar em sua vida” traz um exemplo de como o ciclo PDCA, com
todas as suas fases e em diferentes “giros”, pode operar mudanças. Os estudantes devem
ler o texto, presente no Anexo 2, em que se dá o desenvolvimento de dois ciclos PDCA, par-
tindo de um mesmo problema e, em seguida, aplicá-lo em seu Projeto de Vida. O resgate
das questões trabalhadas na aula anterior é o ponto de partida para o trabalho individual de
cada estudante e deve ser apoiado pelo professor para esclarecimento de dúvidas.
Avaliação
Em casa
Leia juntamente com os estudantes o texto do Anexo 3, esclarecendo o que é
esperado que realizem em casa.
Respostas e comentários da atividade
A intenção dessa atividade é reforçar a assimilação do método PDCA, de forma
que, além de exercitar a compreensão de sua sequência, o estudante possa es-
crever e descrever os processos que vivencia, ampliando o formato de textos
para a construção de seu diário de bordo. A construção de um diário é ferramen-
ta importante para registro de boas práticas e para ajudá-los a corrigir erros.
Assim, o estudante irá escrever uma narrativa, tendo como personagem e cená-
rio sua própria vida e os dilemas que enfrenta, e como eixo de estruturação da
história o ciclo PDCA, ou seja, a sequência de planos do personagem da história
deve seguir a ordem planejar, executar, verificar, ajustar, planejar.
Para apoio ao trabalho do estudante, segue o início de uma história, para servir
como exemplo de como pode se dar essa estruturação:
“Para os católicos, a Páscoa tem um significado de recomeço ou nova vida. Talvez seja isso,
simbolicamente, que pode representar o novo papa como líder supremo da Igreja Católica,
a mais antiga e uma das mais poderosas organizações do mundo.
Escolhido há poucos dias, o novo líder tem pela frente a difícil missão de recuperar parte do
prestígio e reputação perdidos nos últimos tempos, em particular nesse período recente de
grande turbulência que culminou com a renúncia surpreendente do papa anterior.
Antes de qualquer coisa, o papa é líder e gestor de uma organização multinacional sem
fins lucrativos com mais de 1 bilhão de seguidores/fiéis/clientes, contando com um quadro
de colaboradores diretos e indiretos da ordem de centenas de milhares, uma missão espi-
ritual, um poder acumulado que a torna mais poderosa que muitos Estados-Nações, um
orçamento bilionário, símbolos e logo universalmente conhecidos e uma presença estabe-
lecida em praticamente todos os países.
E também há organizações que competem com ela, algumas em rápido crescimento nos
mercados dos países em desenvolvimento, onde a Igreja Católica ainda mantém uma base
sólida, embora declinante, em face dos problemas internos, principalmente os escândalos
sexuais e também em face da competição de novas igrejas mais agressivas comercialmen-
te e inovadoras tecnicamente (estratégias de comunicação, carreiras dos colaboradores,
esquema de franquias etc.).
43 FERRO, J. R. Desafios gerenciais do novo Papa: como CEO da Igreja, Francisco terá muito trabalho pela frente.
Revista Época negócios: inspiração para inovar. Editora Globo, 01 abr 2013. Disponível em: icebrasil.org.br/sur-
l/?9a9b12. Acesso em: 26 dez 2020.
Até agora, temos visto apenas essa mudança de um estilo de liderança que antes era hermé-
tica, pouco comunicativa e olhava muito para dentro da organização, para uma liderança mais
popular, aberta e carismática, importante para reorientar o foco e a missão da organização.
Mas isso é pouco. O novo papa e sua equipe de colaboradores mais diretos devem fazer o
mesmo esforço de um presidente que acaba de assumir uma empresa tradicional. O novo
papa dificilmente terá sucesso se não focalizar no propósito da sua organização, nos seus
processos internos e nas suas pessoas. Deve começar antes realizando um diagnóstico
profundo de seus problemas e necessidades, definir as prioridades e estabelecer e imple-
mentar as mudanças que forem necessárias para, depois, acompanhar e corrigir. Em última
instância, o novo papa deveria rodar o ciclo do PDCA – sigla das expressões em inglês Plan
(planejar), Do (fazer), Check (checar) e Act (agir / corrigir).
Começando pelo propósito que envolve a missão, visão, princípios e valores. Até que ponto
a falta de uma unificação em todos os países, ou mesmo dentro de cada país, em que se
convivem desde técnicas de comunicação em massa com padres cantores e artistas com os
grupos mais conservadores e tradicionais é um problema? Ou quanta variedade é possível
existir tendo em vista a complexidade das demandas das diferentes sociedades?
Em seguida, passando pelos processos, que envolveria desde a gestão de seu quadro de
colaboradores (permitir o casamento dos padres e o acesso de mulheres a carreira parece
ser muito “avançado”) a uma maneira mais clara e incisiva de lidar com os escândalos se-
xuais até melhorar a gestão financeira, recentemente colocada em cheque com as crises
do Banco do Vaticano.
E ainda, a organização precisa definir que tipo de pessoas quer atrair, como selecionar, quais
políticas vai utilizar (sic) para retê-las e motivá-las e utilizar diversas maneiras de promovê-las.
E o que fazer com aqueles que não se comportam adequadamente. Proteger ou realocar, como
tem sido o caso até o momento, ou afastá-los por sua inadequação aos princípios éticos, funda-
mental em uma organização orientada pela missão e não por prioridades materiais.
Vamos ver o que o novo líder tem a dizer. E, mais importante, o que vai fazer. Só o tempo, e
talvez no longo prazo, vai dizer quem tem razão.”
Na estante
44 ISAACSON, W. Steve Jobs: a biografia; VARGAS, B.; BOTTMANN, D.; SOARES, P. M. trad. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011. Trechos da sinopse extraída do site da Companhia das Letras, Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?8fb7f7. Acesso em: 26 dez 2020.
45 BURTON, J. The Potter. Estados Unidos: Savannah College of Art and Design, 2005. 1 Vídeo (7m49s). Disponível
em: icebrasil.org.br/surl/?cc0570. Acesso em: 26 dez 2020.
46 BRIDLE, J. A nova Idade das Trevas – a tecnologia e o fim do futuro. 1 ed. São Paulo: Todavia, 2019.
Referência iconográfica:
Imagem: Freepik.com. ONLYYOUQJ. Woman running at sunset. 2015. 4500 x 3134 pixels. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?cd9eb5. Acesso em mai de 2021.
Durante a construção de seu Projeto de Vida, uma importante ferramenta lhe deu condições
de estruturar seus sonhos – o Plano de Ação. A partir dele você pôde estabelecer as bases
filosóficas do seu pensamento – visão de futuro, valores, premissas – que guiam suas ações.
Desdobrou essas bases em prioridades, objetivos e metas. Definiu quais eram as melhores
ações e criou estratégias para executá-las. A cada ação executada pôde refletir sobre os re-
sultados, com apoio dos indicadores, que lhe geraram uma visão sobre fatores críticos que
interferiam em seu plano. Além disso, percebeu a importância em monitorar seu PA, com a
criação de um fluxograma, possibilitando um melhor controle e acompanhamento dos resul-
tados de suas ações. Esse é um processo cíclico, em constante movimento e interação, que
aproxima o seu “ser”, do seu “querer ser”, objetivo central de toda essa aprendizagem.
Nesta aula, iremos dialogar sobre crescimento e melhoria contínua de suas ações e você
vai conhecer uma importante ferramenta de gestão para gerenciar melhor os seus resul-
tados: o Ciclo PDCA.
Basta dar um passeio virtual na web, assistir a um filme, ler um livro ou folhear uma revista
e entramos em contato com histórias de personagens e personalidades, que vivem suas
vidas na busca de melhorar seu desempenho e atingir níveis mais elevados de crescimen-
to, seja pessoal, social ou profissional. Essas pessoas parecem nunca se cansar: escolhem
formas de vida singulares e integradas aos seus sonhos, desejos e necessidades; sempre
têm um novo desafio a enfrentar; suas vidas revelam um ciclo infinito, em que o alcance
de um objetivo gera a necessidade de desafiar-se com novo objetivo. Planejam. Executam.
Checam. Agem. O fluxo contínuo é segredo do crescimento e da melhoria do desempenho.
Cada giro do PDCA se dirige para o começo de um novo ciclo, sempre na busca de uma
melhoria contínua, criando um ciclo virtuoso, em que os processos podem ser analisados e
mudanças podem ser efetuadas. Forma-se, assim, um circuito de aumento de qualidade e
Observe a imagem e leia, em seguida, o que deve significar cada uma das fases:
Ações corretivas
e ajustes
AJUSTAR
Ciclo da Planejamento
Medição
e análise AVALIAR Melhoria PLANEJAR estratégico e
Contínua operacional
EXECUTAR
Execução
e gestão
1. Plan (planejar): nessa fase, é elaborado o PA, estabelecendo a visão de futuro e missão.
Também são definidas como e quando acontecerão as ações para atingir os objetivos e
metas definidos em seu plano, bem como os indicadores que vão controlar e monitorar os
resultados das ações.
2. Do (executar): fase de executar o que planejou. É importante que o Plano seja seguido
rigorosamente. Importante observar as pequenas mudanças que se operam nesta fase.
3. Check (avaliar): fase de controlar e monitorar o que planejou. Ocorre a verificação, avalia-
ção e correção para os possíveis desvios durante a execução. Esta fase determina o quanto
as mudanças foram favoráveis e estão funcionando. É hora de observar se a melhoria que
você esperava aconteceu.
A utilização do Ciclo PDCA, em seu Projeto de Vida, se dá a partir dos resultados obtidos
com a execução de seu Plano de Ação. Trata-se de um instrumento que ordena as ações
cotidianas estabelecidas em seu Plano. Por isso, o ciclo é considerado uma poderosa ferra-
menta para o acompanhamento e detecção dos ajustes necessários durante e ao final de
um processo. Dessa forma, ocorre a aprendizagem, ou seja, a partir da passagem atenta e
plena por todas as fases, você constrói uma trajetória de melhoria contínua nos processos
e, por consequência, nos resultados obtidos.
O Projeto de Vida é o traçado entre aquilo que se é e o que se pretende ser. O PA é o instru-
mento que ajuda você a definir esse traçado. Dessa forma, o conceito de melhoria, ao ser
aplicado em seu Projeto de Vida, implica mudanças em seus hábitos, que refletirá em seu
PA, de forma a aproximá-lo do que pretende ser. Além disso, a cultura da melhoria contínua
pode contribuir, decisivamente, para o alcance de patamares crescentes de eficiência, pa-
vimentando o seu caminho na construção do Projeto de Vida.
Obs.: É importante ressaltar que o ciclo PDCA pode e deve ser aplicado em diferentes di-
mensões temporais do Plano de Ação, sendo uma metodologia a ser utilizada no decorrer
do PV para o seu desenvolvimento completo em curto, médio e longo prazo, um ciclo para
atingir um objetivo com prazo de vários anos à frente e para se cumprir o Plano de Ação nas
metas desdobradas em etapas anuais, mensais, semanais, diárias. Para cada um destes
ciclos a metodologia de melhoria contínua deve ser aplicada.
Nesta aula, iremos experimentar como o Ciclo PDCA pode girar em seu Projeto de Vida.
Sua tarefa consiste no raciocínio trazido no exemplo abaixo, e, em seguida, criar o mesmo
exercício aplicado a partir de sua experiência pessoal:
“Lucas reprovou o ano escolar, teve notas baixas, pois havia mudado de escola na metade do
ano e demorou em se dar conta do ritmo que a nova escola exigia dele. Assim, iniciou o ano
escolar com a consciência de que não poderia continuar atuando da mesma maneira. Também
havia a cobrança de seus pais que exigiam maior responsabilidade e comprometimento, uma
vez que os custos da escola eram altos e não havia como perder tempo, nem mais recursos.”
Lucas buscou responder as três perguntas que daria início ao seu novo momento:
Analisando o que vivi no ano anterior, a nova escola me exige maior concentração e o de-
senvolvimento de novas habilidades, além de novos hábitos de estudo. Tenho tido dificulda-
des nos conteúdos de várias matérias. Durante as aulas até tento me concentrar e entendo
o que o professor ensina, mas na hora da prova esqueço tudo. Talvez, se eu começar a ter
mais atenção e tomar nota do que venho aprendendo na sala de aula, consiga ter melhor
aproveitamento dos conteúdos e rendimento.
Vou perceber que estou melhorando se eu tirar boas notas nas provas mensais que serão
daqui a um mês, mas antes posso fazer as provas do ano passado e ver se atinjo a média.
Posso, assim, estabelecer um indicador de processo, desde que o indicador de resultado
seja atingir a média na realização das provas. Enquanto isso, faço mudanças em minha
forma de estudar para obter melhores resultados de desempenho, ganhando tempo para
fazer correções e ajustes.
Não tenho como me enganar mais. Tenho dedicado muito pouco aos meus estudos, se eu
aumentar a dedicação, ou seja, aumentar o tempo de estudo, terei melhores resultados e
desempenho. Assim, o primeiro passo é estudar por mais tempo, isso significa que terei
que reorganizar minha agenda e encontrar espaço para esse trabalho extra.
C¹ (avaliar): com posse de seu diário de boas práticas que registrou durante a semana, as
ações planejadas foram monitoradas.
1. Avaliou o resultado dos exames e obteve notas baixas;
2. Avaliou seu desempenho diante das mudanças em sua rotina.
D² (executar):
1. Conversou com amigos e professor e apanhou importantes dicas de como
manter sua vida social e pessoal alinhada com os estudos;
2. Escreveu textos retomando o conteúdo das aulas a partir das anotações feitas;
3. Gravou áudio dos textos que escreveu;
4. Ouviu as gravações enquanto fazia atividade física;
5. Convidou um grupo de amigos para estudarem juntos;
6. Incluiu sessões de cinema, passeio em museus e outros espaços para ampliar
a compreensão do que aprendia em sala de aula;
7. Refez o exame para avaliar seu desempenho.
C² (avaliar):
1. Atingiu pontuação alta no exame;
2. Manteve alto o nível de energia e foco durante toda a semana;
3. Conseguiu manter concentração em cada atividade que fez.
A² (ajustar):
1. Descobriu diferentes formas de aprender e assimilar conhecimento;
2. Aprendeu a focar o que estava aprendendo e tudo tem tido mais significado;
3. Está confiante para realizar a prova no final do mês;
4. As mudanças em seus hábitos constituem, agora, um novo modo de aprender;
5. Decidiu manter essa nova organização.
Lucas percebeu que era possível modificar seus hábitos e atitudes, sem deixar de lado o que
lhe fazia bem. Teve dedicação e decidiu enfrentar suas limitações. Seu Plano deu certo!
Agora, é sua vez, pegue seu fluxograma como referência e medite alguns minutos acerca
de seu PA, leve em consideração as questões que desenvolveu na aula anterior e tudo o que
sabe a seu respeito. Foque em uma meta e desenvolva o Ciclo PDCA para alcançar a melhoria
necessária para o seu crescimento. Peça ajuda ao professor, se precisar.
EM CASA
Para esta atividade, sugerimos que você dê continuidade ao seu diário de registro e boas
práticas. Desta vez, deverá contar sua história, em forma de narrativa. Escolha um proble-
ma que indicou a necessidade de mudança. Há vários tipos de narrativa e muitas formas
de contá-las. Para tornar a atividade relevante e objetiva, você deverá respeitar a lógica
PDCA – planejar, executar, avaliar, ajustar. Você deve começar com a definição do tema a
ser tratado, dar um título para a história, escrever, brevemente, o contexto e em seguida
trazer a narrativa central. Pode ter uma pitada de drama ou comédia em que se identifique
o problema que requisitou mudanças. A partir daí, traga o detalhamento de onde queria
chegar, bem como os caminhos que tentou trilhar, para alcançar quais objetivos e metas.
Criative-se!
Em um percurso que pode parecer solitário a partir das necessidades impostas pela estru-
turação do Plano de Ação, as aulas aqui apresentadas voltam a inserir a escala do coletivo
na ordem do dia do estudante. Através de uma dinâmica que explora a comunicabilidade e o
raciocínio abstrato – sendo aos poucos direcionado ao concreto a partir dos comentários – o
estudante coloca suas ideias e convicções à prova, submetidas à colaboração dos colegas.
Além de constituir uma oportunidade para uma intensa troca de experiências, é importante
para que se ressalte a necessidade de interação social constante em todo o desenvolvimento
do Projeto de Vida, mas indo além: sendo considerado uma metáfora da própria vida. Em
uma atividade coletiva como essa o estudante é instado ao exercício de múltiplas Habilidades
Socioemocionais de forma simultânea e improvisada. Habilidades como agilidade, coopera-
ção, pensamento crítico, comunicação oral, entusiasmo, trabalho em equipe, argumentação
e até resolução de conflitos. A lista é enorme e intersecciona habilidades ligadas aos domínios
intrapessoal, interpessoal e da cognição, como mostra o diagrama a seguir.47
47 Domínio Cognitivo – relaciona-se às estratégias e processo de aprendizagem e remete ao método mais tradi-
cional de ensino. É a área que os currículos escolares dedicam maior investimento. Por consequência, o bom
desempenho nela traz bons resultados posteriores na vida do estudante. Domínio intrapessoal – se refere à
capacidade do estudante de lidar com emoções e moldar comportamentos para atingir os seus objetivos.
Domínio interpessoal – se refere à capacidade de expressar ideias, bem como de interpretar e responder aos
estímulos de outras pessoas. BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4 ed,
2020. Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. p. 50.
negociação
competências interpessoais
INTERPESSOAL
poder de tomar decisão confiança
aprendizado adaptativo
função executiva valorização para a diversidade
responsabilidade
inovação
COGNIÇÃO automonitoramento
liderança
criatividade integridade
comunicação
cidadania produtividade
alfabetização em TICs
valorização da arte e da cultura
responsabilidade
INTRAPESSOAL
autodidatismo
orientação para carreira
saúde física e psicológica
flexibilidade
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Nesta atividade será suficiente que o professor aplique as etapas básicas de uma sessão de
Brainstorm. Informações complementares sobre a prática estão na seção “Texto de apoio
ao Professor”, mas o essencial é que os estudantes possam, de forma criativa e coletiva,
inferir sobre a natureza de problemas comuns em um Plano de Ação, levantar hipóteses
e trabalhá-las dialogicamente, de modo a solucioná-las com criatividade. Sendo assim, é
importante atentar para alguns passos.48 Após a classe eleger os dois problemas principais
a serem tratados na aula, os estudantes devem trabalhar com base nas perguntas estrutu-
radas na atividade “Que chovam as ideias” (Anexo 1).
A aplicação da sequência acima pode ser mais proveitosa se o professor optar por tratar um
problema de cada vez. Pode ser que um estudante tenha ideias e opiniões a respeito de um
deles, enquanto nada tenha a declarar sobre o outro. Além disso, o tratamento individuali-
zado de cada problema permite que todos os esforços se concentrem em um único objeto,
que pode ser explorado às últimas consequências, quanto se queira falar ou opinar sobre ele.
Após o consenso sobre as melhores soluções para cada problema, o professor pode fazer
mais algumas rodadas (conforme a necessidade) para a criação de indicadores de proces-
so e de resultado para cada meta apresentada como solução.
Objetivos
O que se almeja com esta atividade é que os estudantes se mobilizem, junto àqueles com
quem têm afinidade, para a localização e reflexão acerca dos pontos críticos do seu PA,
deliberando sobre a natureza dos problemas, suas implicações e o planejamento de ações
concretas e objetivas para saná-los.
Ao contrário da dinâmica de Brainstorm realizada da aula anterior, nesta aula conta mui-
to o acolhimento pessoal e a qualidade do vínculo que se tem com os colegas de grupo,
propiciando um momento de diálogo franco. Sempre que possível, transitando entre um
grupo e outro, o professor pode observar a qualidade desses diálogos e o grau de interesse
e engajamento na busca de compreensão e solução para os problemas apresentados, in-
tervindo pontualmente, quando necessário, para assegurar a objetividade necessária para
levantamento dos dados que serão inseridos na tabela ao final.
Avaliação
Brainstorming é a mais conhecida das técnicas de geração de ideias. Foi originalmente desen-
volvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade cerebral”. O Brainstorming é
uma técnica de ideias em grupo que envolve a contribuição espontânea de todos os participan-
tes. Soluções criativas e inovadoras para os problemas, rompendo com paradigmas estabele-
cidos, são alcançadas com a utilização de Brainstorming. O clima de envolvimento e motivação
gerado pela técnica assegura melhor qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior com-
prometimento com a ação e um sentimento de responsabilidade compartilhado por todos.
Todas as pessoas da empresa (neste caso, todos os estudantes do grupo) podem utilizar essa
ferramenta, devido à sua facilidade. Porém o sucesso da aplicação do Brainstorming é seguir as
regras, em especial a condução do processo, que deve ser feita por uma única pessoa.
Quando?
Por quê?
Tipos de Brainstorming
• Estruturado: nessa forma, todas as pessoas do grupo devem dar uma ideia
a cada rodada ou “passar” até que chegue sua próxima vez. Isso geralmente
obriga até mesmo o tímido a participar, mas pode também criar certa pressão
sobre a pessoa;
• Não-estruturado: nessa forma, os membros do grupo simplesmente dão as
ideias conforme surgem em suas mentes. Isso tende a criar uma atmosfe-
ra mais relaxada, mas também há o risco de dominação pelos participantes
mais extrovertidos.
Na estante
50 Texto da contracapa da edição brasileira. As entrevistas da Paris Review, Vol. 1. São Paulo: Companhia das Letras,
2011. SCHWARTZ, C.; ALCIDES, S. trad.
Filme: Senna51
Diretor: Asif Kapadia
País de Origem: Reino Unido
Duração: 2h42m
A história e trajetória do piloto Ayrton Senna, pontuando suas realiza-
ções físicas e espirituais nas pistas e fora delas, sua busca por perfeição
e o status que ele alcançou são os temas de “Senna”, documentário que
procurou abranger os anos do profissional de automobilismo como piloto de F1, desde sua
temporada de estreia em 1984 a sua morte precoce uma década depois. A produção foi
realizada com cooperação da família de Ayrton Senna, que concedeu permissão para esse
filme/documentário sobre a vida do piloto; e com apoio tanto da Fórmula 1, que deu
permissão à equipe para usar filmagens inéditas, quanto do Instituto Ayrton Senna.
Referência iconográfica:
Imagem: Freepik.com. JCOMP. Hand connecting puzzle pieces on table background. 2019. 5760 x
3840 pixels. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?5ee4d2. Acesso em mai de 2021.
BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4 ed. 2020. Instituto de Cor-
responsabilidade pela Educação. p.50. Tradução ilustrativa livre da figura original de autoria da organização
norte-americana National Research Council. Education for Life and Work. Developing Transferable Knowledge
and Skills in the 21st Century (2012). Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?2d9dca. Acesso em: 26 dez 2020.
51 KAPADIA, A. SENNA: O Brasileiro, O Heroi, o Campeão. Estados Unidos, França e Reino Unido: Universal Pictures,
2010. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?8f6711. Acesso em: 26 dez 2020.
Em diversos momentos do curso você viu que, embora o seu Plano de Ação seja algo muito
pessoal, você não está sozinho; além das pessoas do entorno familiar e escolar, há aquelas
a cuja experiência ou saber específicos você pode recorrer, conforme a necessidade do seu
Plano. Tendo isso em vista, a ideia desta aula é propiciar o diálogo e a troca de perspectivas
em torno de problemas recorrentes ou muito comuns aos Planos de Ação, de modo que
você e os colegas de classe exercitem o levantamento de hipóteses e a busca conjunta de
soluções de modo sistemático, mas livre, criativo e espontâneo.
Nas aulas anteriores, você teve oportunidade de, através de ferramentas de avaliação, de-
tectar algumas possíveis falhas no percurso da execução do seu Plano de Ação. Escolha um
desses problemas (caso sejam vários, eleja o mais significativo ou “complicado”) e diga-o
ao professor quando lhe for solicitado. Seus colegas também indicarão os deles. Como são
muitas questões, a ideia é que a classe trabalhe com apenas dois dos problemas propostos
– o critério de definição é escolher aqueles que forem mencionados mais vezes.
Uma vez definidos os problemas, reflita por um momento sobre eles, considerando:
1. Quais são, afinal, os problemas e quais os impactos negativos que eles têm
em um Plano de Ação? (Estão claros para você?);
2. Quais são as características típicas desses problemas? (O que, afinal, os torna
problemas?);
3. Quais seriam as possíveis causas desses problemas?
4. Quais as soluções você sugeriria?
Anote suas ideias e, quando o professor solicitar, diga-as para a classe. Mesmo que você
não tenha muita convicção, mas apenas desconfie das possíveis causas e questões rela-
cionadas, expresse o seu pensamento sem medo, pois é a soma das contribuições que vai
possibilitar a compreensão da natureza dos problemas; uma ideia inicialmente vaga, por
exemplo, pode se ampliar e tornar-se extremamente significativa no decorrer da conver-
sação. Não deixe nenhuma dúvida passar “batida”, pergunte tudo o que necessitar saber.
Na aula anterior você viu que, de forma descontraída e colaborativa, é possível identificar,
analisar e resolver uma série de problemas. Contudo, como a dinâmica incidiu apenas so-
bre dois dos problemas mais comuns apontados pela classe, a tarefa, desta vez, é focar em
seu Plano pessoal, com seus respectivos problemas. Mais uma vez, as tarefas serão feitas
em grupo, mas não mais através da dinâmica de Brainstorm. Se na aula anterior o método
para atacar o problema foi uma tempestade de ideias, nesta aula o que será valorizado é o
diálogo calmo e a reflexão mais demorada, tendo em vista os problemas que você identifi-
cou no seu plano. Para melhor compreendê-los e solucioná-los, você poderá contar com os
colegas com quem tem mais afinidade e eles, por sua vez, poderão contar com você.
Coloque suas questões na mesa. Quais são os problemas que você detectou até o momen-
to? Converse com os colegas sobre os impactos negativos que cada um deles tem causado
no seu Plano de Ação – ou que causarão futuramente, caso não sejam solucionados. E
quais são as causas desses problemas? Talvez seja difícil perceber de imediato, por isso
é importante ouvir outras opiniões e refletir acompanhado de outros pontos de vista. Ao
opinar sobre o Plano de Ação do colega, faça-o a sério, considere que estão implicados
nessas questões horas de dedicação, dispêndio de energia e certa pressão por resultados
– fatores que, não raras vezes, deixam qualquer um a flor da pele. Ao final, será preciso que,
tendo contado com todo esse apoio, você tenha estabelecido claramente as soluções para
os problemas apresentados no seu Plano de Ação. Para que isso se apresente com clareza
aos seus olhos e aos de quem se deparar com seu projeto, sugerimos a elaboração para
preenchimento do seguinte quadro:
POR QUE
COMO (OS
O QUE VAI (QUAL O
PROBLEMA QUANDO? ONDE PASSOS DA
SER FEITO RESULTADO
AÇÃO)
ESPERADO?)
Objetivos Gerais
• Refletir sobre os recursos pessoais mobilizados para a solução de problemas;
• Avaliar a adequação da ação corretiva para a solução de um problema;
• Relacionar as ações corretivas na solução de um problema com as metas,
estratégias e objetivos;
• Refletir sobre a sua capacidade resolutiva;
• Identificar o potencial humano que tem a partir daquilo que sabe fazer e faz
muito bem – pontos fortes e habilidades;
Material Necessário
• Folha de papel ofício para cada estudante e canetas coloridas.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Quando se começa a fazer uso de um Plano de Ação é comum inicialmente executar as ações
de forma automática, sem refletir muito bem sobre seus fins. Isso acontece principalmente
na urgência de encontrar solução para algo que deu errado ou surgiu inesperadamente. Mui-
tas vezes as estratégias e ações não são alinhadas e, ao invés de resolver o que precisava,
acaba por gerar outros problemas. O check list (Anexo 1) serve exatamente para os estudan-
tes tomarem consciência desse erro e para ajudá-los a entender como devem agir na hora
de resolver algum imprevisto ou problemas frutos de mudanças externas ocasionadas por
eles próprios. As questões do check list, além de servir para a tomada de consciência sobre
suas capacidades, servem para verificar se as ações corretivas acionadas foram resultado
das suas vontades e interesses ou se sofreram influências contrárias de outras pessoas e fa-
tores. O envolvimento dos estudantes na execução das ações corretivas também é um fator
importante para verificar essa questão. Os estudantes precisam saber que o check list não
é um exercício para apontar os erros e, sim, para mostrar a melhor forma de dominar o que
precisam e para diminuir as suas fragilidades, riscos e ameaças.
Objetivos
Desenvolvimento
Assim, deve-se orientar os estudantes a pensarem sobre duas situações: uma na qual o re-
sultado alcançado foi o melhor e outra na qual o erro ou falha foi mais difícil de corrigir. Isso
permite que os estudantes percebam o quão habilidosos são e que reconheçam seus pontos
fortes. Como Bel Pesce diz no texto, é mais fácil dar ênfase aos erros e não enxergar aquilo
que já fazemos muito bem. Identificar essas situações contribui para o desenvolvimento da
autoestima dos estudantes e gera confiança no desenvolvimento dos seus Projetos de Vida.
Objetivos
Desenvolvimento
O texto de Seth Godin (Anexo 3) conta uma das histórias da mitologia grega sobre Dédalo e
seu filho Ícaro que procuravam um jeito de fugir da prisão do labirinto do Minotauro – tenta-
tiva frustrada que culminou na morte de Ícaro por ele ter voado perto do sol e derretido as
asas feitas com mel de abelha e penas de gaivotas. O autor estabelece uma relação com a
cultura na qual somos criados – a de que “é melhor contentar-se com pouco a aventurar-se
na busca de coisas maiores, para não “correr o risco de perder o que se tem”. Ele fala das
limitações humanas impostas pelo próprio medo de perda – que nos imobiliza e exclui a
possibilidade de gerar novas aprendizagens. Construir um Projeto de Vida é mais que buscar
realizar sonhos, é poder através da confiança em si, ousar a aventurar-se ao desconhecido.
Claro que aventurar-se ao desconhecido não pode ser de qualquer jeito, por isso falamos da
importância do PA.
A partir de uma nova versão do próprio Plano de Ação elaborado pelo colega, o estudante deve
perceber se o medo e/ou cultura que Seth aborda no texto influencia na construção e desen-
volvimento do seu Projeto de Vida. Assim como, através do olhar do colega, o estudante pode
enxergar novas possibilidades de futuro e realização. Portanto, o exercício de pensar a respeito
do Projeto de Vida do outro e escutar a nova versão proposta pelo colega permite criar “timing”
sobre o que já existe e gerar estímulo para criar ou buscar coisas novas para a vida.
Objetivos
Os estudantes são incentivados a fazer uma retrospectiva sobre a construção do seu Projeto de
Vida, destacando as suas principais conquistas. Esse exercício permite criar uma valorização
da própria trajetória e estimulá-los na superação dos desafios (Anexo 4).
Avaliação
Observe como os estudantes lidam com os seus erros e como buscam resolver os pro-
blemas. A forma como encaram os desafios na construção do Projeto de Vida precisa
demonstrar comprometimento e responsabilidade. É necessário que eles tenham che-
gado até a essas aulas entendidos sobre a aplicação do PA e, sobretudo, que tenham
compreendido que a eficiência da sua aplicação depende de vários fatores, como, por
exemplo, a sua própria capacidade de superação. Por este motivo, os estudantes devem
sentir-se encorajados a seguir em frente independentemente dos erros que cometeram e
precisam fazer uso daquilo que aprenderam e deu certo.
Em casa
Leia juntamente com os estudantes o conteúdo do Anexo 5 e esclareça o que
deve ser realizado em casa.
Respostas e comentários para a atividade
Nessa atividade os estudantes vão poder olhar para os seus problemas, erros
cometidos e dificuldades de uma forma diferente, por meio dos exemplos das
histórias de vida de outras pessoas. É uma oportunidade para ampliar a com-
preensão acerca da capacidade humana de superação, criatividade e inovação.
52 FLIPPEN, F. Pare de se sabotar e dê a volta por cima. [S.l.]: Sextante, 2011. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?cb1ed1.
Acesso em: 26 dez 2020.
Nos últimos tempos, a criatividade tem sido considerada como parte integrante de uma ampla
variedade de conhecimentos e habilidades, incluindo: pensamento científico, empreendedoris-
mo, design thinking e matemática. Um estudo realizado pela IBM em 2010 entrevistou mais de
15.000 CEOs de 60 países e 33 setores industriais e relatou a criatividade como a qualidade de
53 GLADWELL, M. Davi e Golias. [S.l.]: Sextante, 2014. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?617023. Acesso em:
26 dez 2020.
54 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter
para atingir o sucesso. Boston: Center for Curriculum Redesign, 2015. p. 104-105.
Referência iconográfica:
PEXELS. Conceito Homem Papéis. Pixabay, 2015. 5472 × 3648 pixels.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?5a5bb6. Acesso em mai de 2021.
1. Planejar, executar e acompanhar qualquer projeto não é fácil. Há uma lista interminável de
detalhes que, se não levados a sério, podem levá-lo a seguir o caminho errado. Nessa tarefa,
até mesmo as pessoas mais experientes falharam e cometeram muitos erros. Até que foram
capazes de aprender rapidamente com as suas falhas e conseguiram evitar problemas fu-
turos. Nas aulas anteriores, você aprendeu a identificar os principais problemas do seu PA e
corrigindo-os a tempo. Contudo, alguns erros podem ser sutis e, por isso, tornam-se difíceis
de serem notados. Assim, como saber se realmente você corrigiu o problema? Ou se esco-
lheu as ações mais adequadas naquele momento? Sobre isso, vamos propor um Check list
para você aplicar a cada uma das suas ações para que, dessa forma, possa avaliá-las.
2. Até o momento olhamos os aspectos gerais dos desvios e acertos relacionados à ação
para combater um problema detectado no PA. Para entender melhor os fatores que interfe-
rem nesse processo, vamos retomar a operacionalização do seu Plano para que você possa
agir de maneira eficiente sobre eles. Essa é a lógica seguida pelo PDCA – O Ciclo Virtuoso
de Melhoria Contínua. Portanto, vamos buscar ajustar suas estratégias, metas e planos à
luz da sua experiência.
3. A partir do check list realizado anteriormente, quais foram as ações corretivas que não
resultaram na solução dos seus problemas?
4. Verifique quais foram as estratégias e as metas correspondentes a cada uma das ações
citadas anteriormente. A depender do caso, ajuste ou reformule cada estratégia e meta.
Não esqueça que elas devem estar alinhadas à visão, missão e objetivos que você traçou.
Pouca gente tem clareza sobre o seu diferencial. Aliás, tem uma pegadinha aqui. Às
vezes você não dá valor devido para as coisas que faz com maestria. Por quê? Porque
aquilo que você faz muito bem normalmente vem com tanta naturalidade que você não
percebe o quão valioso é. É mais fácil admirar aquilo que nos é mais difícil fazer.
No outro extremo, também são poucas as pessoas que têm clareza sobre seus pon-
tos fracos. Isso acontece porque os maiores pontos fracos de alguém podem ser me-
ras sutilezas. (...).
(...) Quando estamos pensando em diferenciais, eles podem ser sutilezas, não ne-
cessariamente habilidades amplas tais como programar ou escrever bem. Por exem-
plo, talvez seu maior diferencial seja saber acalmar as pessoas quando é preciso. Ou
talvez seja saber contar histórias cativantes. Ou talvez seja saber encantar com seu
brilho nos olhos.
Use seu dia para entender melhor quais características são o seu diferencial e quais
podem ser melhoradas. Só por saber o que você sabe e o que não sabe, você estará se
diferenciando.55
Agora, responda:
• Quais foram os fatores ou habilidades pessoais que não sabia que possuía,
mas que, ao utilizá-los, ajudaram você a alcançar o melhor resultado e a
corrigir o erro/falha mais difícil do seu PA?
• Refletindo sobre os fatores ou habilidades citados anteriormente, como você
acha que eles podem estimulá-lo a experimentar e a buscar coisas novas
para a sua vida? De que forma?
Timing pode ser definido como a sensibilidade para enxergar um momento propício para a rea-
lização de algo, isto é, um tempo em que você percebe uma oportunidade para executar uma
ação especifica. O timing é fruto de experiências, fracassos e conquistas, bem como dos seus
instintos. De modo geral, “ter um timing” pode ser o mesmo que: “ter uma ideia a experimentar”
ou “começar algo novo”. É uma constante às “pessoas de timing” apresentarem a disponibilida-
de para aprender, a sensibilidade para interromper ou continuar algo, bem como, a necessidade
de experimentar coisas novas. A partir disso, leia o texto que segue abaixo:
A ilusão de Ícaro56
Bem ao sul da ilha grega de Samos está o Mar Icário (Mar Egeu). Diz a lenda que esse é o
lugar onde Ícaro morreu — vítima de sua arrogância.
Seu pai, Dédalo, era um exímio artesão. Condenado por sabotar a obra do rei Minos (que
capturou o Minotauro), Dédalo criou uma incrível trama para escapar da prisão, descrita no
mito que ouvíamos quando éramos crianças.
Criou um par de asas para ele e outro para seu filho. Depois de fixar as asas com cera, prepa-
raram-se para fugir. Dédalo alertou Ícaro para não voar muito perto do sol. Encantado com
sua capacidade mágica de voar, Ícaro desobedeceu e voou muito alto. Todos sabem o que
aconteceu: a cera derreteu e Ícaro, o filho adorado, perdeu suas asas, caiu no mar e morreu.
A lição desse mito: não desobedeça ao rei. Não desobedeça a seu pai. Não pense que você
é melhor do que realmente é e, acima de tudo, jamais acredite que você tem a capacidade
de fazer o que um deus pode fazer.
A parte do mito que não lhe contaram: além de dizer a Ícaro para não voar muito alto, Dédalo
instruiu o filho a não voar muito perto do mar porque a água destruiria a sustentação das asas.
A sociedade mudou o mito, incentivando-nos a esquecer a parte sobre o mar, e criou uma
cultura na qual somos constantemente lembrados dos perigos de nos levantarmos, nos
destacarmos e, assim, criarmos um tumulto. Os industrialistas tornaram a arrogância um
pecado capital, mas, de forma conveniente, ignoraram outro erro muito mais comum:
contentar-se com pouco.
56 GODIN, S. A ilusão de íÍcaro: exemplos na vida e no trabalho de pessoas que ousaram voar mais alto. ARAÚJO, A. M.
trad. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. p. 27.
O caminho disponível para cada um de nós não é nem a estupidez imprudente nem a obe-
diência negligente. Não, o caminho disponível é tornar-se humano, criar arte e voar muito
mais além do que aprendemos que seria possível. Criamos um mundo onde é possível voar
muito mais alto do que nunca e a tragédia é que, ao invés disso, fomos seduzidos a acredi-
tar que devemos voar cada vez mais baixo.
Considerando a liberdade de criação da própria vida – “de poder voar muito alto” –, discuta
com o seu colega sobre o seu Projeto de Vida e peça para ele propor, em linhas gerais, uma
nova versão do seu projeto.
Depois, peça ao colega que lhe apresente “o seu projeto”. Pergunte a ele quais considera-
timing” em
ções fez na hora de reelaborar o projeto. Veja se essa nova versão gera alguns “timing
você. Dê sua opinião sobre elas. Caso tenha interesse, você pode pedir mais informações a
respeito do projeto. Tome nota de tudo.
A aventura humana está em superar os próprios limites aprendendo com os próprios erros.
Na atividade anterior, você viu que construir um PA é se aventurar nas possibilidades da vida
de forma consciente, sabendo que cada passo dado pode levá-lo a uma conquista. Chegar ao
final destas aulas representa, sem dúvida, uma mudança, pois você poderá enxergar a vida
de outra forma e, consequentemente, poderá adquirir novos hábitos: ser proativo, começar
algo tendo em mente o objetivo a ser atingido, estabelecer prioridades, entre outras atitudes.
Porém, nada disso tem sentido se você realmente não levou a sério o seu Projeto de Vida,
pois “a receita do bolo” pode até ser uma das melhores e ensinar tudo passo a passo, mas o
grande diferencial dela está naquele segredo que ninguém conta para ninguém – que só você
detém. Pensando nisso, reflita sobre o seu Projeto de Vida e busque elencar alguns pontos
que fazem com que você queira ser melhor a cada dia, que o estimulem a não desanimar
diante dos problemas que ainda devem surgir.
Em seguida, crie um quadro utilizando uma folha de papel-ofício e canetas coloridas com
os principais resultados alcançados por você durante a construção do seu Projeto de Vida.
Procure trazer os resultados e as conquistas obtidas desde o início das aulas de Projeto de
Vida até hoje.
EM CASA
Faça uma pesquisa para descrever aqui alguns exemplos de pessoas que diante de um
“grande problema” transformaram suas vidas positivamente ou que enxergaram uma
oportunidade para crescer e mudar a vida de outras pessoas. Na próxima aula, conte essas
histórias a um colega seu.
Nesta última aula, é interessante que os estudantes sejam capazes de recapitular o processo
de solução de problemas a fim de construir conhecimentos válidos para suas ações futuras.
O ciclo PDCA, em sua última fase Act, será o guia para estabelecer as ações de conclusão do
Plano de Ação, que infinitamente fará girar o PDCA. Da mesma forma, se faz compreender
que a conclusão desse ano de aprendizagem não se finaliza nesse momento, que os suces-
sivos giros do PDCA e a conscientização do uso do Plano de Ação como ferramenta para
possibilitar a realização do Projeto de Vida, não terminam aqui. Esperamos, assim, que a des-
pedida seja de muito trabalho e de significativas trocas e conhecimentos, de forma que todos
compreendam a importância de continuar a nadar para achar a solução.
Materiais Necessários
• Cópia para cada estudante do Anexo 1: Conclusão do Plano de Ação;
• Cópia para cada estudante do Anexo 2: Atividade “O resgate – Continue a nadar”;
• Cópia para cada estudante do Anexo 3: Atividade “Act... para achar solução...”.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Atividade: Act...
Act
Para achar a Aplicação do Ciclo PDCA no Projeto de Vida. 40 minutos
solução.
Objetivos
Desenvolvimento
Objetivos
A atividade “Act ...para achar a solução” (Anexo 3), traz como proposta a construção de um
planejamento estratégico. Para tanto, é importante explorar junto aos estudantes, inicial-
mente, o boxe que traz um fluxograma recapitulando o processo de solução de problemas.
Essa leitura em conjunto pode facilitar e aquecer o trabalho com os estudantes para que
possam resgatar e reunir o conhecimento já acumulado para construir o plano estratégico
de solução de problemas. Em seguida, os estudantes devem estabelecer um novo plano,
focando no que não deu certo, no que impediu que seu objetivo fosse alcançado. Fazendo
seu ciclo PDCA girar.
Avaliação
APRENDER A APRENDER57
Se não caiu a ficha, está na hora de cair: a maior parte do conhecimento teórico e prático
já produzido pela humanidade está disponível na internet, de graça e abertamente. Quem
tiver a curiosidade e a energia necessárias pode tomar nas mãos os caminhos do próprio
aprendizado. Esse é um desafio para o sistema educacional: a missão da escola nos dias de
hoje passa a ser ensinar a aprender dentro desse novo contexto em que vivemos.
Quem viu o documentário sobre Aaron Swartz (“O Menino da Internet”), disponível também
de graça e abertamente no YouTube, deve se lembrar da cena em que ele, com poucos anos
de idade, aprende a ler sozinho. Em depoimento para a câmera, seus pais dizem: “Aaron
aprendeu muito cedo a aprender”. Apesar de nunca ter completado a faculdade, circulava
entre educadores das melhores universidades e conversava com eles como igual.
57 LEMON, R. Aprender a aprender. Folha de S.Paulo. 10 fev 2015. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?f0dc69. Acesso
em: 26 dez 2020.
Não importa onde você mora, quão boa ou ruim é a sua escola, qual é sua condição
socioeconômica: se você estiver conectado à rede e se organizar, pode ter acesso à
mesma informação disponível nas melhores escolas do planeta.
Dá para aprender tudo na rede. Matemática, química e física para os ensinos médio e
fundamental estão disponíveis na Khan Academy (já traduzida em português). Cursos
universitários inteiros de Harvard e do MIT estão também na rede, por meio de iniciativas
como o Open Courseware e o HarvardX. Os “syllabi” – programas dos cursos – de várias
universidades de ponta também estão on-line (e a maioria de suas indicações de leitura
estão também na rede).
Quer aprender habilidades práticas? Sites como o Wikihow ensinam a, literalmente, fazer
qualquer coisa. De consertar a bicicleta a fazer uma planilha em Excel.
Além desses “sites-ilha” que organizam conteúdos, há também um vasto oceano de partículas
de informação espalhadas pela rede, todas facilmente encontráveis. De vídeos postados por
voluntários no YouTube com tutoriais de desenho industrial a aulas de agronomia.
Se algo não estiver disponível, basta entrar em um dos fóruns especializados de cada campo
do conhecimento, que reúnem usuários dispostos a se ajudar.
Muita gente vai dizer que boa parte desse conteúdo só está disponível em inglês. Não tem
problema. Dá para aprender inglês (e várias outras línguas) pela internet. Sites como o Duo-
lingo – com modelos de aprendizado gratuito – têm se tornado cada vez mais populares
justamente por sua eficácia.
Claro que não dá para ignorar o papel dos professores, que mais do que nunca são essen-
ciais. Mas entramos no momento em que o aprendizado tornou-se mais importante do que
a educação. Isso gera enorme pressão sobre o sistema educacional. E pressão ainda maior
sobre cada um de nós. Não temos mais desculpa para não aprender.
Referência iconográfica:
Imagem: Freepik.com. Young girl balancing on railway. 2019. 3627 x 2421 pixels. Disponível em: ice-
brasil.org.br/surl/?063beb. Acesso em mai de 2021.
Você deve ter assistido ao filme “Procurando Nemo”. Ele mostra a saga de um peixe-pai que
viu seu filho ser levado para um barco, capturado por mergulhadores. Estava próximo ao
temido paredão, que antes havia sido cenário de perdas significativas para o peixe palhaço
Marlin: ali morrera sua companheira e filhos, restando apenas Nemo, o filho agora desapa-
recido. A partir de então, acompanhamos o drama vivenciado pelo pai, que se lança ao mar
aberto com o objetivo de reencontrar o filho. Em princípio, ele não sabia aonde ir, nem o que
faria para alcançá-lo, pois seguir o rastro do barco, única ação inicialmente empreendida,
tornou-se, logo, impossível, dada a sua velocidade. No entanto, durante sua caminhada,
com uma missão claramente estabelecida, Marlin encontra uma parceira, a “peixinha” Dori,
que apesar de sofrer de “perda de memória recente” guarda importantes conhecimentos
que ajudarão o pai desesperado a romper alguns obstáculos durante sua jornada. Uma
máscara de mergulho, com possível endereço dos mergulhadores, é uma peça-chave para
o plano de ação de Marlin. Quem irá conseguir decifrar o que está escrito é Dori. Daí em
diante a trama segue, encontrando informações e informantes, apoios para superar os
obstáculos e solucionar o problema de alcançar Nemo.
A busca de solução para os problemas e obstáculos, bem como a busca pelo aprimoramen-
to de conhecimentos são temas abordados no filme. Ao assistir os enfrentamentos da saga
de um herói que, ao estabelecer um objetivo, encontra inúmeros obstáculos e dilemas, nos
reforça a compreensão da necessidade de criar diferentes estratégias para obter o resulta-
do almejado em um plano e ter sucesso no Projeto de Vida.
Nesta última aula, interessa-nos recapitular todo o processo de solução de problemas a fim de
estabelecer conhecimentos válidos para futuras ações no Plano de Ação. Também se cumpre
entender do que estamos nos despedindo, neste momento, já que esta é nossa última aula.
A melhoria de desempenho das ações já foi apresentada a você em aulas anteriores – com
o Ciclo PDCA. Planejar, executar, avaliar e ajustar corretivamente é imprescindível para en-
contrar a solução de problemas, romper obstáculos, alcançar objetivos, alinhados à visão
de futuro conforme delineada no seu Projeto de Vida. A Conclusão do Plano de Ação acon-
tece na etapa Act (ajustar corretivamente) do Ciclo PDCA. Duas importantes tarefas são
realizadas nessa etapa: a padronização e a conclusão do PA.
LONGO
PRAZO 4 - MISSÃO
6 - OBJETIVOS 7 - PRIORIDADES
MÉDIO
PRAZO
CURTO
PRAZO
10 - INDICADORES
DE PROCESSOS
3 - CONCLUSÃO:
3º Passo: Reavalie as estratégias que não atingiram o resultado esperado e as ações pendentes.
Tempo
Ameaças X Fraquezas
Apoios
Comunicação
Recursos
A construção de um novo plano estratégico se inicia no exato momento em que você con-
clui o que aconteceu entre a projeção de sua estratégia, dos resultados esperados e dos
resultados realmente alcançados. A partir dessa observação e da conclusão desse ponto,
você abre possibilidades para criar um novo plano e focar no que não deu certo, no que
impediu que seu objetivo fosse alcançado.
Nesta atividade, você irá criar um plano estratégico para um problema que você tenha iden-
tificado nas suas estratégias e irá refletir quais ações poderão ser realizadas para alcançar
o resultado esperado.
5 - O QUE FAZER?
O desafio ecológico58
Além da guerra nuclear, nas próximas décadas o gênero humano vai enfren-
tar uma nova ameaça existencial que os radares políticos mal registravam em
1964: o colapso ecológico. Os humanos estão desestabilizando a biosfera glo-
bal em múltiplas frentes. Estamos extraindo cada vez mais recursos do meio
ambiente, e despejando nele quantidades enormes de lixo e veneno, mudan-
do a composição do solo, da água e da atmosfera. Não temos sequer ideia
das dezenas de milhares de maneiras com que rompemos o delicado equi-
líbrio ecológico que se configurou ao longo de milhões de anos. Considere,
por exemplo, o uso de fosfato como fertilizante. Em pequenas quantidades é
um nutriente essencial para o crescimento de plantas. Mas em quantidades
excessivas torna-se tóxico. A agricultura industrial moderna baseia-se em fer-
tilizar artificialmente os campos com muito fosfato, mas a grande quantidade
de fosfato que escorre das fazendas vai envenenar rios, lagos e oceanos, com
impacto devastador na vida marinha. Um agricultor que cultiva milho em Iowa
pode estar inadvertidamente matando peixes no golfo do México. Como resul-
tado dessas atividades, hábitats são degradados, animais e plantas são extin-
tos e ecossistemas inteiros, como a Grande Barreira de Corais australiana e a
Floresta Amazônica, podem ser destruídos. Durante milhares de anos o Homo
sapiens comportou-se como um assassino em série ecológico; agora está se
58 HARARI, Y. N. 21 lições para o século 21. GEIGER, P. trad. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 150-153.