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1 Pedro

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1 PEDRO

UMA CARTA DE ENCORAJAMENTO AOS


CRISTÃOS

Pedro vem exortando os cristãos espalhados por todo o


mundo, uma vez que estavam sobre perseguição
sofrendo hostilidades anticristã, a terem uma conduta
cristã em meio a uma sociedade não-cristã. Pedro vem
trabalhando esse bloco de assunto que vai do Cap.
2:11, até 4:19. Do deste bloco de assunto encontramos
recomendações como, ações corretas 2:11-12; boa
cidadania 2: 13-17; submissão dos escravos, com o
exemplo dado por Cristo 2:18-25; Submissão das
esposas 3:1-6; uma consideração do esposo para com a
esposa 3:7; Unidade que tem como característica a
paixão e o amor 3:8-12; O sofrimento inocente, tendo o
exemplo de Cristo e sua vindicação no Hades 3:13- 4:6;
depois, servindo com amor 4:7-11; e por ultimo
sofrendo com alegria 4:12-19. Iremos trabalhar o
recorte desse bloco de assunto que se encontra no
capítulo 3: 1- Submissão das esposas 3:1-6; e uma
consideração do esposo para com a esposa 3:7;
2- Unidade que tem como característica a paixão e o
amor 3:8-12; 3- O sofrimento inocente tendo o exemplo
de Cristo, e sua vindicação no Hades 3:13-22.)

1- Submissão das esposas 3:1-6; 2- uma


consideração do esposo para com a esposa 3:7;

Pedro passa sucessivamente da esfera mais ampla das


relações, como vida pública ou relações sociais e politicas
num todo, relações de trabalho até chegar ao ultimo e mais
estreito que é o relacionamento conjugal. Cristo também é
um exemplo para as mulheres, uma vez que a convivência
com seus maridos nem sempre eram muito fácil,
principalmente quando não partilhavam da mesma fé. O
grande problema hoje é quando falamos sobre submissão,
soa como uma discriminação ou uma posição humilhante
as mulheres, trazendo a um tom de inferioridade. E isto é
uma inverdade. O fato de que as mulheres deviam ser
submissas aos homens era um conceito geral no mundo da
época, e ainda o é em vários países do oriente médio,
permeado pela tradição e cultura judaica, e não só judaica
mas por outras também, uma vez que nos relatos da
criação em Gn1 e 2 não encontramos essa ordem direta de
Deus, homem e mulher são criados como unidade, uma
parceria, fala-se apenas da sujeição de dos animais aos
dois, mas não de sujeição de um ao outro 1.28.

Em Gn 2:18-25 o relato da criação coloca os dois no


mesmo pé de igualdade sendo que funcionalmente a
mulher é auxiliadora do homem uma vez que submissão é
estar de baixo da mesma missão e não capacho do homem.

Não devemos confundir a maneira como viviam os


patriarcas e o povo de Israel (cultura e costumes), com
ordenanças divinas. Podemos fazer em um outro momento
um estudo mais aprofundado sobre este assunto.

O fato é que quando Pedro convoca os cristãos a uma


posição de se colocar a baixo no (sentido etimológico da
palavra submissão), isso deve ser feito como uma decisão
e um posicionamento voluntário dos cristãos a partir do
exemplo de Cristo, uma vez que o próprio Jesus indicou
isso varia vezes. “Mas não sereis vós assim; antes o maior
entre vós será como o menor... Lc 22:24-30”. Ef 5:21
“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.”

Uma atitude muitas vezes valem mais do que mil palavras!


Provavelmente muitas das mulheres eram casadas com
homens não crentes mas que de alguma forma já ouviram
a mensagem do evangelho , mas não o aceitaram ate agora
“a fim de que se, ele não obedece à palavra, seja ganho
sem palavras.”

Esse é um grande segredo para aqueles que querem trazer


o marido ou o filho para o evangelho, uma vez que já foi
de alguma forma pregado a eles e a mensagem até o
momento não foi aceita.

O diferencial da mulher cristã não está na aparência


exterior que perece, mas sim no homem interior que não
perece, transformado por Cristo,este, tem muito mais valor
que todas as joias, vestidos e maquiagem que ela possa ter.
Esse homem interior que Pedro fala é que tem grande
valor para Deus.

Com o homem é ao contrario vê primeiro o exterior pois o


coração é um detalhe! Em amplos aspectos! 1 Samuel
16:7 “Porem o Senhor disse Samuel: Não atentes para
a sua aparência, nem para a sua altura, porque o
rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O
homem vê o exterior, porem o Senhor, o coração.”

E aqui vai uma recomendação para os homens


1- Ser sábio no convívio com as mulheres!

Synoikuntes Kata gnosin = “morando juntos segundo a


sabedoria” Sendo que a mulher é a parte mais fraca
“skeuos = vaso”. Em Jr 18:1-11 onde Deus é comparado
ao oleiro e nós os seus vasos 2 Co 4:7 “vasos de barro”
designando a natureza frágil do homem. Pedro ao falar que
a mulher é o vaso mais frágil, consiste de que ela é
muscularmente mais frágil sendo que os trabalhos mais
pesados ficavam na parte do homem, como a guerra que
era realizado pelos homens, mas também de uma natureza
mais delicada no aspecto sentimental e no trato. “Para que
não se interrompam as vossas orações .” Ressentimentos
que se originaram da conduta egoísta no lar torna
impossível a oração eficaz. A oração eficaz tem de ser
"sem ira" (I Tm. 2:8). Não é o fato de estar apenas
brigado, mas o relacionamento cotidiano de respeito e
honra num todo! As orações de ambos serão egkoptesthai
que significa: “cortadas”, “impedidas, obstruídas”. De
ambos.
2- Unidade que tem como característica a compaixão e o
amor 3:8-12;

Os cristãos primitivos viviam sobre uma forte perseguição


em um contesto de tirania e guerras. Eram cercados por
um povo profundamente imerso em uma cultura que
cobrava de seus devedores, a cerca da violência, de uma
forma implacável “olho por olho, dente por dente, mão por
mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento
por ferimento, golpe por golpe. Ex 21:25,25.

É um desafio para os convertidos ao evangelho de Jesus


Cristo, essa nova forma de ver o homem e suas relações,
onde agora aquele que aflige deve ser perdoado
incondicionalmente Mt 18:21,22 e quantas fezes for
necessário. Não fazer acepção daqueles que tem uma
posição social ou religiosa de destaque Atos 10:34
“Então, falou Pedro, dizendo: Reconheco, por verdade,
que Deus não faz acepção de pessoas;”. Revendo seus
valores e conceitos uma ves que, aquele que parece estar
por cima na visão da sociedade, não é o mesmo a estar por
cima na visão do evangelho de Cristo Mt 20:26,27 “Não é
assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se
grande entre vós será esse o que vos sirva; e quem
quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo;”

É nesse pensamento que Pedro agora instrui os cristãos a


estarem no mesmo patamar de valores, na mesma
cosmovisão, uma vez que o evangelho agora deve ser
parâmetro para sua conduta moral, ética e relacional.

Diante da glória futura, é imperativo que os crentes


tenham uma conduta santa. Pelo sangue de Jesus, foram
libertados, da servidão do pecado, e essa redenção
evidencia que ele sacrificou a vida a favor dos pecadores.
Também é imperativo que os crentes se amem
mutuamente, com base no fato de que todos nasceram na
família de Deus por meio de sua palavra, a fim de
crescerem como ocorre aos recém-nascidos e para serem
edificados como um templo, tendo a Cristo como pedra
angular ou pedra de arremate. Além do mais, os crentes
estão na obrigação de impor ao mundo uma impressão
favorável ao evangelho mediante seu bom
comportamento. Isso implica cidadania exemplar,
obediência dos escravos para com seus senhores, sem
desrespeito em palavras, o adorno das esposas cristãs com
obediência ao esposo, em vez de seguirem modas
espalhafatosas, o respeito das mulheres para com o marido
e, uma vez mais, o amor mútuo dentro da comunidade
cristã.

Tendo em mente as ações e reações de cristo mediante as


circunstancias de afronta, hostilidade, agreções verbais e
físicas. A vista de uma herança eterna que é fazer parte da
família de Deus por adoção Rm 8:17 “sendo filhos, logo
somos herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo.”

3 - O sofrimento inocente tendo o exemplo de


Cristo, e sua vindicação no Hades 3:13-22.)

As relações com os não crentes dentro das relações gerais


eram de clara hostilidade. Cristo é apresentado como
modelo, não só suportando o sofrimento, mas superando-
o, pelo bem que trouxe a todos.

No tocante aos crentes, devemos buscar uma boa


consciência que resulte de uma boa conduta, aproveitando
as oportunidades para dar testemunho da pessoa de Jesus
uma vez que há uma grande nuvem de testemunhas Hb
12:1 -3 “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos
tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de
todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos,
com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando
firmemente para o Autor e Consumado da fé, Jesus, o qual,
em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz,
não fazendo caso da ignomínia, (grande desonra infligida
por um julgamento público; degradação social; opróbrio) e
está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois,
atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos
pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis,
desmaiando em vossa alma.”

“Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos


corações, ...”

Santificar a Cristo é honrá-lO como Senhor que Ele é, é


reconhecer o Seu senhorio sobre o mundo, e também,
sobre as circunstâncias de suas vidas, inclusive a
perseguição e o sofrimento.

E “e no coração” como sede das afeições e dos


sentimentos, onde sentimos medo, somos perturbados,
angustias e duvidas. Portanto “é no coração” que Cristo
deve ser reconhecido, substituindo todos estes sentimentos
pela confiança e o amparo em Cristo.

Jesus enfrentou a perseguição, “santifica-lO” nessa


situação significa também Seguir seu exemplo.
A vida dos cristãos era tal que sua esperança transparecia
no seu modo de vida, chamando a atenção dos outros e,
assim, oferecendo uma ponte natural para os esforços
evangelísticos.

“,... mas vivificado pelo espírito. No qual também foi, e


pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo
foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus
esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a
arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram
pela agua.”

Essa passagem bíblica é uma das mais difíceis em toda a


bíblia de se interpretar, pois vários estudiosos tem uma
linha teológica seguinte sobre o texto.

O termo vivificado “vivificado pelo espírito”, Kistemaker


(Simon J. Kistemaker é um estudioso do Novo
Testamento. Ele é Professor Emérito de Novo Testamento
no Seminário Teológico Reformado. Quatro dos volumes
de Kistemaker nesta série de comentários, ganhou o Gold
Medallion Evangélica Book of the Year Award) ele
entende que essa expressão se relaciona â esfera espiritual
da existência de Cristo após a ressurreição, embora não se
possa excluir a possibilidade de uma referencia ao Espírito
Santo, uma vez que a ressurreição de Cristo é obra do
Deus triuno (Jo 10:18 e Rm 6:4 ; 8:11).

Com relação aos versos 19 e 20, existem algumas


interpretações com seus respectivos ponto fortes e pontos
fracos, não colocarei todas mas pelo menos .

A primeira tem origem na interpretação de Clemente de


Alexandria (Clemente de Alexandria ou Tito Flávio Clemente (Atenas, c. 150 -

Palestina, 215) foi um escritor, teólogo, apologista cristão grego nascido em Atenas.) A
posição de Clemente é que Jesus desceu ao inferno. Esse
interpretação vem da expressão contida no credo
apostólico “Ele [Jesus] desceu ao inferno”. Por volta de
200 dC, ensinava que Cristo foi ao inferno em espírito
proclamar a mensagem da salvação as almas dos
pecadores que lá estavam presas desde o dilúvio. Essa
posição de Clemente fica comprometida por duas razões
obvias: As escrituras nada dizem sobre o aprisionamento
de almas condenadas por Deus, nem sobre a possibilidade
de conversão após a morte. Em 300 dC foi rebatida por
agostinho afirmando que o novo testamento ensina que
não há oportunidade de salvação após a morte;“ E, assim
como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo,
depois disso, o juízo”(Hb 9:27).

Segundo, a posição de Agostinho por volta de 400 dC,


afirmou que o Cristo preexistente proclamou a salvação
por intermédio de Noé ao povo que viveu antes do dilúvio.
O problema é que isso é um desvio das próprias palavras
de 1 Pe 3:19 “No qual também foi e pregou aos espíritos em
prisão”. Agostinho fala sobre o Cristo pré-encarnado, não
sobre o Cristo que foi morto, sim, na carne, mas vivificado no
espírito (3:18). Sintetizando “Por meio do “Espírito Santo”,
Ele “Cristo”, foi e pregou (por meio de Noé) aos espíritos
(agora) em prisão (no Hades).

A terceira posição e mais aceita pelos Estudiosos das


escritura como Mueller, Francis Schaeffer, o próprio
Kistemaker e outros, encontram razões favoráveis nos
meios protestantes, e também entre os católicos romanos,
e está em harmonia com toda a passagem de Pedro e do
restante das escrituras.

Comentaristas contemporâneos ensinam que o Cristo


ressurreto, quando ascendeu aos céus, proclamou aos
espíritos em prisão sua vitória sobre a morte (não
evangelho para salvação). O Cristo exaltado passou pelo
reino onde são mantidos os anjos e proclamou seu triunfo
sobre eles. A bíblia fala que os anjos de Deus e os
demônios habitam nas regiões celestes (Ef 6:12; Cl 2:15).

Continuando a passagem de 3:20b-21 Pedro muda de


assunto passando a falar sobre o batismo. O símbolo do
batismo com o livramento de Noé das aguas do dilúvio é
visto como uma prefiguração salvífica do batismo. O texto
pressupõe uma semelhança entre o dilúvio e o batismo, ou
seja, da mesma forma que as aguas do diluvio limparam a
terra da perversidade humana, assim também a agua do
batismo indica a purificação do ser humano dos pecados.
Da mesma forma que o diluvio separou Noé e sua família
do mundo perverso da época, assim também o batismo
separa os crentes do mundo perverso de nossos tempos. O
batismo, portanto, é semelhante ao batismo. O batismo é
um símbolo, o batismo não salva e nem a agua do batismo
purifica. Somos salvos pela morte expiatória de Cristo na
cruz e pela sua ressurreição (Rm 6:4).

O batismo é um símbolo do sangue purificador de Cristo e


o do lavar regenerador do Espírito Santo (Tt 3:5). Pedro
deixa claro que o sacramento do batismo em sí mesmo,
não é eficaz para remover a imundícia da carne (21b).
Kistemaker diz que: “O batismo que salva a pessoa, deve
ser expresso por uma cerimônia externa desse
sacramente e através indagação de uma boa consciência
para com Deus, que flui do coração do cristão”.

“Indagação”, é um termo legal que indica “promessa,


garantia”. Quando os convertidos eram preparados para o
batismo, deveriam responder se era sua intenção obedecer
e servir a Deus, rompendo com sua vida passada de
pecado. Se houvesse alguma reserva em seu coração, ou se
eles mentissem deliberadamente, não teriam uma boa
consciência e, sob a pressão da perseguição, acabariam
negando ao Senhor. Assim, Pedro lembrava-os do
testemunho que haviam dado no batismo, a fim de
estimulá-los à fidelidade a Cristo.

Mas pra fechar a ideia geral deste bloco Pedro mostra que
Cristo foi obediente até a morte, Retomando o tema da
ressurreição de Cristo, abandonado depois do versículo
18, Pedro menciona o atual triunfo de nosso Senhor e o
seu reconhecimento como forte encorajamento para
aqueles que seguem o seu Mestre no sofrimento
mostrando-nos um exemplo a seguir e uma motivação e
faze-lo.

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