Responsabilidade Civil
Responsabilidade Civil
Responsabilidade Civil
RESPONSABILIDADE CIVIL
Ivana Bonesi
* elementos da RC subjetiva
* nexo causal (vínculo da conduta do agente com o resultado);
*Esses são os fatos constitutivos da RC subjetiva (esses são os fatos constitutivos para gerar indenização)
Conceito: Em regra, a responsabilidade civil surge toda vez que um dever jurídico é violado.
Entende-se por dever jurídico a conduta externa de uma pessoa imposta pelo Direito
Positivo por exigência da convivência social.
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
Princípio da obrigatoriedade: O princípio pacta sunt servanda, também chamado de
princípio da obrigatoriedade, nada mais é que um princípio clássico da teoria dos contratos.
Ele estabelece que um contrato tem o poder de criar obrigações com força de lei, para as
partes a ele submetidas.
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advogado. Este artigo obriga o devedor, que não cumpre com o contrato, a responder por
perdas e danos
Quando a responsabilidade civil for extracontratual: Art. 927.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
• A violação de um dever jurídico configura o ilícito; Quase sempre, acarreta dano para
outrem, gerando um novo dever jurídico, de reparar o dano; Há um dever jurídico originário;
Sua violação gera um dever jurídico sucessivo de indenizar o prejuízo
Exemplo: todos têm o dever de respeitar a integridade física do ser humano. Tem-se, aí, um
dever jurídico originário, correspondente a um direito absoluto. Para aquele que descumprir
esse dever surgirá um outro dever jurídico: o da reparação do dano.
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uma nova situação que não pôde mais ser sustentada pela culpa puramente tradicional,
clássica.
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Art. 186 (define o que é ato ilícito), Art. 927 (reparação), Art. 188 (o que não é ilícito) e Art.
929 e 930 (dever de indenizar);
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Dolo: intenção de prejudicar. Conduta ilícita desde a origem. O agente quer a ação e o
resultado.
Culpa em sentido estrito: a conduta nasce lícita e torna-se ilícita na medida em que se
desvia dos padrões sociais. O agente só quer a ação e atinge resultado acidentalmente.
Culpa Stricto Sensu, dever de cuidar: Vivendo em sociedade, o homem tem que pautar a sua
conduta de modo a não causar dano a ninguém. Essa cautela, atenção ou diligência é
denominada dever de cuidado objetivo.
Culpa Stricto Sensu, conceito: Conduta voluntária contrária ao dever de cuidar imposto pelo
Direito, com a produção de um evento danoso involuntário, porém previsível.
Culpa Stricto Sensu, formas de exteriorização: imprudência- falta de cautela ou cuidado por
ação (conduta omissiva). Ex.: motorista que dirige em excesso de velocidade; negligência: é a
mesma falta de cuidado, mas por conduta omissiva. Ex.: acidente causado por veículo sem
condições de trafegar, médico que não toma os cuidados devidos, … ; imperícia: falta de
habilidade no exercício da atividade técnica. Ex.: motorista que provocou acidente por falta
de habilitação.
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Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização
será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do
dano.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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Teoria dos danos diretos imediatos: A teoria do dano direto e imediato (também chamada
de teoria da interrupção do nexo causal) foi adotada pelo ordenamento, consoante o disposto
no art. 403 do Código Civil. A origem da teoria trazia a compreensão de que, para a formação
do liame causal, somente poderia ser considerada causa aquela que tivesse um vínculo direto
com o dano, sem qualquer outra interferência na cadeia causal. Todavia, diante da restrição
excessiva trazida pela teoria do dano direto e imediato, foi criada a subteoria da
necessariedade, o que permitiu, por consequência, o esticamento do nexo causal e a proteção
da vítima do dano indireto, uma vez que o elemento necessariedade passou a ser o parâmetro
para a configuração da causalidade. Toda e qualquer circunstância que haja concorrido para
produzir o dano é considerada como causa. Não faz distinção entre causa (aquilo de que uma
coisa depende quanto à existência) e condição (o que permite à causa produzir seus efeitos
negativos ou positivos). Requer que entre a conduta e o dano haja uma relação de causa, e
efeito direta e imediata. Art. 403 do CC.
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SEGUNDO BIMESTRE
DANOS MATERIAIS
(Arts. 186, 187 e 927)
Conceito: O dano material, também chamado de dano patrimonial, é o prejuízo que ocorre
no patrimônio da pessoa, ou seja, perda de bens ou coisas que tenham valor econômico.
Estão inseridos nos danos materiais os prejuízos efetivamente sofridos (danos emergentes),
bem como valores que a pessoa deixou de receber (lucros cessantes).
E quando a pessoa morre? Há dano autônomo dos familiares, a família pleiteia o direito de
receber os danos. Em caso de morte de um marido, pai, a esposa e os filhos menores têm
legitimidade para pleitear a indenização não na condição de herdeiros do falecido, mas na de
vítimas, porque são as pessoas prejudicadas com a perda do esposo e pai. Neste caso, a
indenização é pleiteada iure proprio.
Previsão legal: Forma mais evidente no Código Civil em seus artigos 186, 187 e 927:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Tipos: É importante saber que os danos materiais podem ser de dois tipos, podendo
inclusive estarem de forma cumulativa em eventual requerimento de indenização.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
(lucros emergentes)
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a
duração provável da vida da vítima. (lucros cessantes).
Danos patrimoniais: danos emergentes + lucros cessantes (alimentos indenizatórios); Vida
provável da vítima; Expectativa de vida do IBGE (73/80 anos); Base de 2/3 do salário da vítima
por mês + 13 salário + cálculo de férias e etc…
Súmula 491 STF: é indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não
exerça trabalho remunerado.
Danos emergentes (danos positivos): São os mais fáceis de quantificar tendo em vista se
tratar do que efetivamente se perdeu. Por tal razão também são chamados de danos
positivos.
Lucros Cessantes (danos negativos): Ou danos negativos, se referem ao que a vítima deixou
de lucrar por conta do dano. Eles vão além da perda imediata e aparente, representando os
ganhos que foram impedidos de se efetivar. Art. 402 do CC.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar. (possibilidade de pleitear danos emergentes e lucros cessantes).
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Art. 949 No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. (Vítima viva, lesão corporal)
Crítica ao artigo: dano moral (presumido) e dano estético (presumido). Pagamento até o fim
da vida.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
É importante considerar a possibilidade de afastar, diminuir ou excluir a responsabilidade
civil. As formas mais conhecidas são:
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Fato da vítima: Quando um dano ocorre por culpa exclusiva da vítima, se torna causa de
exclusão do próprio nexo causal, pois o agente causador do dano é um mero meio do
acidente. Exemplo: A pessoa desce do táxi em plena via e é atropelada (culpa exclusiva).
Caso a culpa não for exclusiva da vítima, poderá ocorrer a concorrência de culpa, o que na
esfera cível representa diminuição da indenização que será pago pelo agente, conforme
preconiza o Código Civil em seu art. 945:
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização
será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano
(fato concorrente). Exemplo de fato concorrente: o exemplo do assalto no ônibus.
Porém, novamente reforçando que caso a culpa seja exclusiva da vítima, não há em que se
falar em nexo causal entre o agente e o dano, não gerando assim direito a indenização.
Fato de terceiro: Terceiro pode ser definido como qualquer pessoa que não seja vítima ou o
agente que causou o dano e não possua nenhuma ligação com o agente e a vítima. Este
terceiro no caso que é responsável pelo evento danoso que houve entre autor e vítima,
afastando assim a relação de causalidade sobre a conduta do agente e vítima.
Como exemplo prático e real, que foi julgado pela 6º câmara do tribunal cível do RJ a ap.
Cível 776/91, na qual a esposa de um ciclista ingressou com uma ação de indenização contra
uma empresa de transporte público na qual um de seus ônibus atropelou e matou o ciclista,
com a alegação de que o motorista invadiu a contra mão vitimando assim o ciclista.
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Caso durante sua conduta o agente concorra no resultado final sua responsabilidade não
poderá ser afastada, por exemplo: motorista que desvia de uma fechada e atropela na calçada
um pedestre, vemos claramente que em razão de seu próprio ato se originou o acidente.
Obs.: estado de necessidade (art. 929- não exclui); contrato de transporte (art. 735- não exclui).
Culpa concorrente de terceiros/ co-agentes: Quando o terceiro contribui com sua conduta de
forma direta e necessária para a produção do dano, haverá responsabilidade solidária.
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