Artes Visuais, História E Sociedade: Aula 3
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SOCIEDADE
AULA 3
Este texto que lhe é apresentado aborda cinco tópicos da história da arte,
mas com algumas subdivisões, evidenciando os artistas escolhidos. O objetivo
é tratar do período Barroco, seguido da Arte Rococó, do Neoclassicismo, do
Romantismo, para, por fim, tratar do Realismo. Esta seleção busca
instrumentalizar, de forma geral, o leitor a respeito da análise de artistas e obras
da história da arte, pois permitirá que o olhar se desenvolva a partir das
discussões aqui propostas para que possa, ainda, se voltar para outras obras e
artistas, a depender dos interesses de pesquisa do leitor. Desta forma,
especificamos a sequência dos assuntos tratados abaixo:
• O período barroco
• A arte rococó
• O neoclassicismo
• O romantismo na arte
• O realismo
DO BARROCO AO REALISMO
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para que, mesmo após a leitura desse texto, possamos dar continuidade às
nossas leituras e pesquisas.
Isso nos explica muitas coisas, inclusive sobre os temas mais usados
pelos artistas no barroco - sendo a temática religiosa mais usada nos países
católicos e outros temas, incluindo cenas de gênero, naturezas mortas e retratos,
em países protestantes, mas sobretudo onde a burguesia começava a se formar
e demonstrava a intenção de decorar as suas casas.
Vale destacar que o período Barroco veio após o Renascimento, no
entanto, houve ainda um movimento artístico entre ambos, conhecido como
Maneirismo, o que significava “pintar à maneira de”. Esse termo era utilizado
porque acreditavam que os artistas ainda não haviam conseguido se distanciar
das produções dos grandes gênios renascentistas, passando a seguir a sua
maneira de pintar. De todo modo, esse movimento pode ser considerado como
um exemplo de ruptura com os ideais racionais, humanistas e antropocêntricos
da Renascença antes de se adentrar ao barroco, com toda a sua dramaticidade
e tendência para temas religiosos.
O Barroco teve origem na Itália, mas foi difundido para outros países
católicos europeus e da América. Embora para cada região ele tivesse adotado
características específicas, seu caráter dramático permaneceu o mesmo e é fácil
identificá-lo nas diferentes obras. A palavra “barroco” significava “pérola
irregular” e foi usada para definir esse período da história da arte, devido ao
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distanciamento que as produções dos artistas tomavam dos ideais de harmonia
e equilíbrio do Renascimento.
No Renascimento, além das características específicas das composições,
percebemos as linhas que separam as figuras do fundo, enquanto no Barroco as
pinturas se tornam mais pictóricas, deixando a atmosfera muitas vezes com
aspecto de “brumas esfumaçadas", devido aos jogos de luz e sombra para se
obter maior dramaticidade (Wölfflin, 2000). Ainda, de acordo com Wölfflin:
Uma figura clássica pode ser recortada: ela terá, sem dúvida, uma
aparência menos favorável do que em seu meio anterior, mas nunca
perderá a identidade. A figura barroca, ao contrário, tem a sua
existência totalmente associada aos demais motivos do quadro; já uma
simples cabeça mescla-se indissoluvelmente ao movimento do fundo,
mesmo que seja apenas através do jogo de tons claros e escuros.
(Wölfflin, 2000, p. 232)
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Figura 1: “A Assunção da Virgem Maria”, 1590, 1,3 m x 97 cm, Annibale
Carracci, Museu do Prado
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Figura 2: “A Vocação de São Mateus”, concluída em 1599-1600 para a Capela
Contarelli, em Roma, Caravaggio
Créditos: Photofires/Shutterstock
Créditos: Filipe.Lopes/Shutterstock
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Figura 4: “São Martin e o mendigo”, 1597-1599
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Figura 5: Retrato do Papa Inocêncio X, 1640-1650
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Sobre o artista holandês Rembrandt Van Rijn (1606-1669), esse
“dificilmente precisa de gestos ou movimentos para expressar o significado
íntimo de uma cena.” (Gombrich, 1999, p. 424)
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Figura 8: A leiteira”, 1660, pintura holandesa, óleo sobre tela
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que veio substituir o maciço, estatuesco e realisticamente espaçoso
barroco [...]. (Hauser, 1998, p. 526-27)
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Figura 9 – Palácio de Versalhes
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representações, desde suas linhas até a composição das obras. Não obstante,
o mesmo ocorreu em relação a outras áreas e até mesmo ciências da época que
passaram a buscar maior objetividade e racionalismo. Tudo isso pode ser
identificado na arte, economia, cultura e sociedade da época.
Na pintura, temos como o maior expoente – o artista Jacques-Louis David
(1748-1825) que, com “o sentimento sublime e patriótico alcançara uma
concentração formal que satisfazia às exigências da teoria do classicismo.”
(Friedlaender, 2001, p. 34). David tem no leque de sua produção obras históricas
como “O Juramento dos Horácios”, produzida a partir da técnica de óleo sobre
tela, em 1784, na qual “se inspira na moral da Roma republicana sem se remeter,
a não ser pela imaginação, à arte romana daquele período.” (Argan, 1992, p. 22).
Isso nos permite observar que a imaginação para a arte neoclássica se
torna item indispensável aos artistas no que se refere à reprodução de temas
históricos a partir de relações temporais; todavia, para os artistas do
Neoclassicismo, a imaginação ainda deveria ser conduzida de maneira racional
e pragmática.
Figura 11: Escultura de Pauline Bonaparte como Venus Victrix, 1808, Antonio
Canova
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Figura 12: “O Lago de Zug”, 1843, Turner.
Créditos: Charlesimage/Shutterstock
TEMA 5 – O REALISMO
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artistas passavam a se preocupar mais com a realidade das coisas, das cenas,
das figuras e tudo o mais.
A Revolução Industrial ocorreu entre 1760 e 1840, insuflando mudanças
consideráveis nas sociedades da época com fortes efeitos nas ciências, política,
economia, cultura e na arte. Além disso, havia outros fatores e acontecimentos
que fomentavam mudanças, deixando a Europa em um clima de forte ebulição,
sem contar outras consequências e desdobramentos.
Vale destacar que a arte ocidental sempre esteve, em momentos distintos,
envolta em aspectos do “realismo” em determinados temas; todavia, foi nesse
momento histórico e científico do século XIX que os ideais realistas se tornaram
um estilo mais fortificado. Isso foi praticamente como uma forma engajada dos
artistas manifestarem suas críticas e opiniões políticas, confrontando todo o
idealismo sensacional dos movimentos estéticos anteriores.
A partir disso, percebemos uma sobriedade e até mesmo uma austeridade
em muitas obras, que não buscavam mais elementos formais na imaginação do
artista e sim na própria realidade vivenciada por ele.
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representação, rejeição a temas religiosos, mitológicos e metafísicos, se
tornaram comuns à arte realista.
Além da representação de cenas, vale destacar a influência do realismo
também na representação de paisagens tendo a Escola de Barbizon, na França,
como a mais conhecida. Os artistas desse grupo se reuniam próximo à aldeia de
Barbizon para pintar o que entendiam como a personalidade das árvores, sendo
influenciados pela pintura de John Constable. Dentre os envolvidos podemos
citar Baptiste-Camille Corot (1796-1875) e Jean-François Millet (1814-1875).
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Figura 15: “Jovens senhoras da aldeia”, óleo sobre tela, por Gustave Courbet,
1851-52.
NA PRÁTICA
• Depois disso, elabore um texto tratando da obra criada por você a partir
do estilo escolhido.
FINALIZANDO
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seu sentido original: “irregular, contorcido, grotesco”. Para tanto, apresentamos
artistas do barroco italiano, espanhol e dos Países Baixos. Depois, tratamos da
arte rococó, com sua leveza e trivialidade, para, então, avançarmos rumo ao
neoclassicismo com seu resgate à cultura e valores greco-romanos.
Em oposição à arte neoclássica, mostramos a arte romântica, com
características resgatadas do período barroco, como a dramaticidade e
composições antagônicas. Por fim, tratamos da a arte realista que busca
representar cenas da realidade imediata evitando, dessa forma, figuras
exageradas, distorcidas, dramáticas ou outras, oriundas da imaginação dos
artistas.
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REFERÊNCIAS
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