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Dissertação - 17 Até 23 - Conceitos de Democracia

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Universidade Federal de Pelotas – UFPel

Disciplina: Introdução à Ciência Política


Professor: Diego Santos

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Este texto corresponde às páginas 17 a 23 da seguinte dissertação:


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1 DEMOCRACIAS

1.1 DÉMOKRATÍA E DEMOCRACIA MODERNA

Na Grécia Antiga, o termo démokratía surge para definir um regime baseado


na “[...] participação direta de toda a população nas decisões, tomadas em praça
pública, pela totalidade dos cidadãos”. (PEDROSO, 1998, p.110). Na etimologia da
palavra, dêmos significa povo e kratía significa força/poder, demonstrando que a
premissa inicial da democracia assentava-se neste poder que emana do povo, em
uma democracia direta.
O filósofo grego Platão, em A República, questiona esse “governo de todos”,
sugerindo que o povo seria tão diverso e tão cheio de desejos díspares, que a
democracia seria uma “[...] prazenteira forma de governo, cheia de variedade e
desordem, [...] conferindo indistintamente uma espécie de igualdade tanto aos que
são iguais quanto aos que não são”. (PLATÃO, 2011, p.343), dessa forma, criar-se-
ia um cenário suficiente para ascensão da tirania. Se a democracia permite que
“cada um proceda como bem entender”. (Ibid., p.342), verifica-se que Platão indica
impossibilidade em um governo diretamente exercido pelo povo.
A desordem e o voluntarismo da massa, quando relacionadas à questão da
governabilidade, são igualmente tratadas na era dos contratualista, séculos XVII e
XVIII. Thomas Hobbes, por exemplo, em Leviatã, argumenta que os homens,
quando em puro estado de natureza, acabam reféns da barbárie e da autodestruição
imposta pela guerra, razão pela qual a sociedade necessitaria de um autoridade
soberana, que assegurasse a paz interna e a defesa comum. A democracia, em
Hobbes, aparece descrita como um governo no qual o soberano é o povo, reunido
em assembleia:

A diferença entre os governos consiste na diferença do soberano, ou


pessoa representante de todos os membros da multidão. Dado que a
soberania ou reside em um homem ou em uma assembléia de mais de um,
e que em tal assembléia ou todos têm o direito de participar, ou nem todos,
mas apenas certos homens distinguidos dos restantes, torna-se evidente
que só pode haver três espécies de governo. Porque o representante é
necessariamente um homem ou mais de um, e caso seja mais de um a
assembléia será de todos ou apenas de uma parte. Quando o representante
é um só homem, o governo chama-se uma monarquia. Quando é uma
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assembléia de todos os que se uniram, é uma democracia, ou governo


popular. Quando é uma assembléia apenas de uma parte, chama-se-lhe
uma aristocracia. Não pode haver outras espécies de governo, porque o
poder soberano inteiro (que já mostrei ser indivisível) tem que pertencer a
um ou mais homens, ou a todos.
Encontramos outros nomes de espécies de governo, como tirania e
oligarquia, nos livros de história e de política. Mas não se trata de nomes de
outras formas de governo, e sim das mesmas formas quando são
detestadas. Pois os que estão descontentes com uma monarquia chamam-
lhe tirania, e aqueles a quem desagrada uma aristocracia chamam-lhe
oligarquia. Do mesmo modo, os que se sentem prejudicados por uma
democracia chamam-lhe anarquia (o que significa ausência de governo),
embora, creio eu, ninguém pense que a ausência de governo é uma nova
espécie de governo. Pela mesma razão, também não devem as pessoas
pensar que o governo é de uma espécie quando gostam dele, e de uma
espécie diferente quando o detestam ou quando são oprimidos pelos
governantes.
(http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_thomas_hobbes_leviat
an.pdf).

John Locke, na obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil, também faz
sua contribuição para uma teoria sobre democracia. Na interpretação de Alverga
(2002, p.10), “Locke destaca-se por defender as liberdades negativas e a
representação político-parlamentar, a democracia representativa [...]”, que estaria
essencialmente “[...] vinculada ao poder dos representantes eleitos pelo povo [...]”.

O legislativo não é o único poder supremo da comunidade social, mas ele


permanece sagrado e inalterável nas mãos em que a comunidade um dia o
colocou; nenhum edito, seja de quem for sua autoria, a forma como tenha
sido concebido ou o poder que o subsidie, tem a força e a obrigação de uma
lei, a menos que tenha sido sancionado pelo poder legislativo que o público
escolheu e nomeou. Pois sem isso faltaria a esta lei aquilo que é
absolutamente indispensável para que ela seja uma lei, ou seja, o
consentimento da sociedade, acima do qual ninguém tem o poder de fazer
leis; exceto por meio do seu próprio consentimento e pela autoridade que
dele emana (LOCKE, 1994, p.71).

O poder decisório na democracia, nesse contexto, não emanaria diretamente


do povo – a exemplo das assembleias outrora mencionadas –, mas da autoridade
escolhida e legitimada pelo povo, por isso se fala em democracia indireta (também
historicamente conhecida como democracia representativa).
Em oposição ao inglês Locke, Jean-Jacques Rousseau, suíço de Genebra,
[...] se notabiliza por ser contrário à representação política e propor a democracia
participativa [...]” (ALVERGA, 2002, p.10). Em Do Contrato Social, Rousseau propõe
um modelo de democracia direta, no qual o governo estaria submetido à soberania
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popular. Nesse caso, as leis, destinadas ao bem comum, deveriam se dar com base
na vontade geral.
É importante destacar, no entanto, que Rousseau não se furta à crítica da
democracia direta, afirmando que “[...] nunca existiu verdadeira democracia nem
jamais existirá. Contraria a ordem natural o grande número governar, e ser o
pequeno governado” (ROUSSEAU, 2002, p.33). A problemática da democracia
direta reside na dificuldade de reunir certas características essenciais para sua
existência: um Estado pequeno, em que seja fácil congregar o povo, e onde cada
cidadão possa facilmente conhecer todos os outros; uma grande simplicidade de
costumes; e, ainda, bastante igualdade nas classes e nas riquezas, com pouco ou
nenhum luxo. É necessário, portanto:

“Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja de toda a força


comum a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual, cada um,
unindo-se a todos, não obedeça portanto senão a si mesmo, e permaneça
tão livre como anteriormente.” Tal é o problema fundamental cuja solução é
dada pelo contrato social (Ibid., p.9)

1.2 DEMOCRACIES

A ciência política contemporânea tem que lidar com concepções democráticas


extremamente diversificadas, sobretudo porque o século XX1 foi fértil para
proliferação de conceitos de democracia. Aliás, o regime democrático demonstrou-
se diverso não apenas no âmbito dos conceitos, Peter Mair, em Democracies2,
desenvolve argumentos fundamentais para demonstrar que, embora se imagine a
democracia como um sistema uno e indiferenciado, na verdade, sobretudo após a
terceira onda de democratização3, é possível encontrar e caracterizar uma série de
variações na estrutura dos governos democráticos.
Mair explica que, antes de 1970, havia um grupo pequeno e homogêneo de
democracias, por isso, os estudos focavam na quantidade dos regimes democráticos

1 Foi no século XX, aliás, como nunca antes na história, que houve uma proliferação de estados
democráticos, como ilustra Boix (2003).
2 Capítulo do livro Comparative Politics, organizado por Daniele Caramani.
3 Proposta teórica de Samuel Huntington sobre o desenvolvimento das democracias “em ondas”.

Huntington argumentava que o processo de democratização historicamente se desenvolveu em uma


séria de “explosões” ou “ondas”, ou seja, como um vasto grupo de transições para a democracia,
seguidos por um pequeno número de retornos a alternativas não democráticas.
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e na tentativa de entender porque alguns países se tornaram democráticos e outros


não. Nesse período particular, a não democracia era entendida como plural,
manifestada em diversas formas, enquanto que a democracia era simplesmente
“uma”.
No entanto, com a proliferação das democracias, marcada pela
heterogeneidade, a questão central deslocou-se para a qualidade das democracias,
resultando no questionamento: por que algumas democracias são melhores que as
outras? Por essa razão, Mair aponta que, hoje, há um grande interesse na
comparação entre as diferentes formas de democracia, baseada nos seguintes
termos: performance política, legitimidade e estabilidade4.
Para os fins a que se destina esse capítulo, elaborar uma breve apresentação
sobre conceitos de democracia, o trabalho de Mair se destaca quando realiza um
confronto entre as proposições de Joseph Schumpeter e de Robert Dahl, basilares
para as ideias de democracias com que se trabalha hoje.
Schumpeter, na obra Capitalismo, Socialismo e Democracia, de 1942,
apresenta a democracia como a competição livre por voto livre. O “[...] método
democrático é um sistema institucional, para a tomada de decisões políticas, no qual
o indivíduo adquire o poder de decidir mediante uma luta competitiva pelos votos do
eleitor” (SCHUMPETER, 1961, p. 322-323). Eis o paradigma minimalista da
democracia5.
Verifica-se que, para Schumpeter, o elemento distintivo da democracia seria o
voto. Entretanto, conforme esclarece Guillermo O’Donnell, em Democracia, Agência
e Estado (2011), para a existência da livre competição por votos, seria necessária a
reunião de alguns elementos fundamentais, condições externas ao processo
eleitoral, a exemplo da liberdade de imprensa. Não obstante, o êxito do método
democrático só aconteceria se algumas características fossem reunidas, a saber:

4 Esse interesse “novo” em política comparada, conforme aponta o autor, foi potencializado por, pelos
menos, quatro fatores: o próprio interesse nos círculos acadêmicos e científicos (o autor destaca os
trabalhos de Powell, 1982, e de Lipjhart, 1984); a terceira onda de democratização; o interesse pela
engenharia institucional; e o neo-institucionalismo.
5 Guillermo O’Donnell problematiza essa classificação do modelo schumpeteriano como minimalista.

Para ele, Schumpeter afirma que o método eleitoral não exclui outras formas de garantir liderança,
“[...] se a ‘competição para a liderança’ tem algo a ver com ‘os princípios legais e morais da
comunidade’, sua definição ou sua descrição de como funciona ‘o método democrático’ arrisca-se a
não ser tão minimalista como indicaria uma leitura isolada da célebre definição – e como foi
interpretada por um número bastante amplo de autores” (O’DONNELL, 2011, p.22).
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1. Uma liderança apropriada; 2. ‘A categoria efetiva das decisões políticas


não deve ser muito ampla’; 3. A existência de ‘uma burocracia bem
preparada, com prestígio e tradição, dotada de um forte sentido de dever e
um esprit de corps não menos forte’; 4. Os líderes políticos devem exercer um
grande ‘autocontrole democrático’ e respeitar-se mutuamente; 5. Também
deveria existir ‘uma ampla tolerância para as diferenças de opinião’, para a
qual [...] nosso autor acrescenta que ‘um caráter nacional e hábitos nacionais
de um determinado tipo’ são apropriados; e 6. “Todos os interesses que
importam são praticamente unânimes não somente com relação a sua
lealdade ao país como também aos princípios estruturais da sociedade
existente” (O’DONNELL, 2011, p.23)

A partir dessa enumeração, vê-se que o modelo de Schumpeter carece de


uma sociedade minimamente homogênea, satisfeita com a delegação de poder por
meio do voto, o qual, além de ser a principal modalidade de participação da massa,
permitiria a eleição de um pequeno grupo dirigente, consciente e compromissado,
amparado por instituições fortes e com burocratas bem preparados. Nesse
ambiente, a democracia lograria êxito, independentemente do tamanho da
comunidade:

[...] numa comunidade de qualquer tamanho, especialmente se nela ocorre


o fenômeno da divisão do trabalho, seria muito inconveniente se cada
indivíduo tivesse de entrar em contato com todos os outros para acertar um
ponto qualquer, na sua qualidade de membro do corpo dirigente ou
governante. Muito mais conveniente seria consultar o cidadão apenas sobre
as decisões mais importantes (por referendum, digamos) e resolver as
outras questões por intermédio de um comitê por ele nomeado, ou seja,
uma assembléia ou parlamento, cujos membros seriam eleitos por votação
popular. Esse comitê ou conjunto de delegados, como vimos acima, não
representará o povo no sentido legal, mas o fará numa acepção técnica —
representará, refletirá ou dará voz à vontade do eleitorado. (SCHUMPETER,
1961, 301).

Ainda na seara da democracia representativa, mas desta vez em um


paradigma maximalista, temos o conceito de democracia proposto por Robert Dahl,
no livro Poliarquia, publicado na década de 70. Para Dahl, a democracia estava para
além do processo eleitoral, sendo essencial que participação se manifeste de outras
maneiras – “[...] provision of complete rights of participation and contestation”. (MAIR,
2008, p. 114). –, nesse sentido, além da existência de eleições livres e justas, seria
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fundamental, entre outros aspectos, a liberdade de expressão, a presença de meios


alternativo de informação e a autonomia associativa6.
Em Dahl, a democracia vai assumir a conotação de regime hipotético, ideal, o
ponto extremo de uma escala, no qual a responsividade governamental atinge seu
nível máximo7. Dessa forma, todo regime até então denominado de democracia
deveria ser chamado de poliarquia8: “[...] nenhum grande sistema do mundo real é
plenamente democratizado, prefiro chamar os sistemas mundiais reais [...] de
poliarquia” (DAHL, 2012, p.31).
Para melhor compreensão do que é a poliarquia e, nesse sentido, qual a
concepção de democracia em Dahl, é necessário esclarecer que esse autor crê que
os processos de democratização, surgimento de partidos de oposição e competição,
dão-se de maneiras diferentes em cada uma das nações, de acordo com as
variações nos eixos contestação pública (liberalização) e direito de participação
(inclusividade).
Com o processo de democratização formado por essas duas dimensões, Dahl
propõe quatro cenários extremos: 1. Hegemonias fechadas, com baixos índices de
contestação pública e participação 2. Oligarquias competitivas, com alta contestação
pública e baixa participação; 3. Hegemonias inclusivas, com baixa contestação
pública e alta participação; e 4. Poliarquias, com alta contestação pública e alta
participação.

As poliarquias podem ser pensadas então como regimes relativamente


(mas incompletamente democratizados, ou, em outros termos, as
poliarquias são regimes que foram substancialmente popularizados e
liberalizados, isto é, fortemente inclusivos e amplamente abertos à
contestação pública (Ibid., p.31)

6 Segundo Mair, O’Donnell (1996) propõe que, além dos aspectos apresentados por Dahl, sejam
verificados o grau de aceitação das leis e de accountability, criando categorias mais rígidas de
análise. “In an assessment of the developing democracies of Latin America, for example, O’Donnell
(1996) has emphasized that the comparison of polyarchies also needs to take account of the degree
of governmental accountability and the acceptance of the rule of law, suggesting an even weightier
definition of democracy than that used by Dahl” (MAIR, 2008, p.114).
7 “[...] el gobierno democrático se caracteriza fundamentalmente por su continua aptitud para

responder a las preferencias de sus ciudadanos, sin establecer diferencias políticas entre ellos”
(DAHL, 2009, p.13).
8 “Por considerar as democracias efetivamente existentes pobres aproximações do ideal democrático,

Dahl sugeriu que estas fossem chamadas de poliarquias. O simples fato de que a sugestão tenha
sido seguida, que o termo poliarquia se tenha incorporado ao jargão da ciência política, atesta a
importância do trabalho de Dahl” (LIMONGI, 2012, p.11).
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Dentre os cenários anteriormente expostos, a democracia estaria mais


próxima do número quatro. Na realidade, ela o ultrapassa, com níveis máximos de
competição e participação, ou seja, com a plena capacidade de concorrência por
votos e de participação do povo, não somente por meio do voto, mas com diversos
outros aparatos. Dahl deixa isso mais claro quando define três condições
necessárias à democracia: 1. Oportunidade plena, dos cidadãos, de formular suas
preferências; 2. De expressar suas preferências a seus concidadãos e ao governo
através da ação individual e da coletiva; e 3. De ter suas preferências igualmente
consideradas na conduta do governo, ou seja, consideradas sem discriminação
decorrente do conteúdo ou da fonte de preferência.
Para que essas três condições sejam oportunizadas em regimes com grande
número de pessoas, as instituições da sociedade devem fornecer, pelo menos, oito
garantias: 1. Liberdade de formar e aderir a organizações; 2. Liberdade de
expressão; 3. Direito de voto; 4. Direito de líderes políticos disputarem apoio (que se
desdobra em 4.a Direito de líderes políticos disputarem votos); 5. Fontes alternativas
de informação; 6. Elegibilidade para cargos políticos; 7. Eleições livres e idôneas; e
8. Instituições para fazer com que as políticas governamentais dependam de
eleições e de outras manifestações de preferência.
Dahl ultrapassa a simples prerrogativa de votar e ser votado e preconiza
uma democracia com ampla participação na vida política. Contudo, na
contemporaneidade, tal modelo enfrenta sérios desafios, como a insatisfação dos
cidadãos com as questões democráticas, assim como o declínio nos níveis de
participação e engajamento. Nessa perspectiva, de acordo com Mair (2008), o
cidadão tornar-se-ia um mero espectador do mundo político democrático, atribuindo
a outros setores sociais, como o judiciário, o papel de agente político. Isso
comprometeria a lógica de que a democracia estaria assentada em dois pilares
fundamentais – participação política e defesa de direitos civis –, uma vez que a
defesa de direitos, supervalorizada, estaria se sobrepondo ao engajamento e
atuação do cidadão.
Para finalizar esta seção, é fundamental enfatizar que, tanto a visão
schumpteriana, quanto a dahlsiana, refletem uma concepção liberal de democracia
(liberal democracies), na qual, ainda de acordo com Mair, há a preservação de
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direitos civis e um estímulo à participação política. Nesse sentido, as democracias


não liberais (iliberal democracies) seriam aquelas que garantiriam os direitos de
participação política, mas com limitação aos direitos e as liberdades individuais.
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS9

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Nova Ordem Constitucional. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001.

9 Para as referências completas, consultar texto integral da dissertação.


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