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História Da Umbamda

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Pt.

A Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio
Fernandino de Moraes.

Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor.

A palavra "umbanda" pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer "arte de


curar".

Pt.2

Origem da umbanda (foto)

A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Em 15 de novembro de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, nascido em São Gonçalo/RJ, teria


incorporado o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Este espírito o teria ajudado a criar a religião de
Umbanda.

Rapidamente, ela se espalhou por todo Brasil e outros países da América Latina.

Suas crenças misturam elementos do candomblé, do espiritismo e do catolicismo. Por isso,


para muitos estudiosos, a Umbanda seria uma espécie de candomblé sem sacrifícios de
animais, algo que seria mais aceito pela população branca e urbana da época.

Ainda adquiriu conceitos do kardecismo, que estava chegando ao país, como o de “evolução” e
“reencarnação”.

Também tem Jesus como referência espiritual e é possível encontrar sua imagem em lugar
destacado nos altares das casas ou de terreiros de umbanda.

Pt.3

Local de culto da umbanda

Celebração de Umbanda realizada na beira de uma lagoa

O local para a realização das cerimônias da umbanda chama-se Casa, Terreiro ou Barracão.
Igualmente, são feitas várias celebrações ao ar livre, junto à natureza, em rios, cachoeiras ou
na praia.

Essas cerimônias são presididas por um “pai” ou “mãe”, um sacerdote que dirige os ritos e
comanda a casa. Também é responsável por ensinar a doutrina e os segredos da umbanda aos
seus discípulos.

Pt.4

Orixás e entidades da umbanda


Orixás

Os orixás encontrados na Umbanda são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi, Oxum, Iansã,
Omulú e Nanã.

Pretos velhos: pessoas trazidas da África para serem escravizados no Brasil. Apesar de terem
sofrido em vida, agora são espíritos ditos evoluídos que dão ótimos conselhos a quem os
procuram.

Baianos: pessoas que viveram na Bahia e que escolheram serem guias e ajudar a quem precisa.
Trabalham com emprego, saúde, força moral.

Marinheiros/Marujos: em algumas regiões, essa linha não existe. Trabalham com limpeza
psicológica, física, espiritual, e sempre falam a verdade. Estão sempre balançando porque vem
do mar; tiveram uma vida sofrida, mas de muito aprendizado.

Erês: são os espíritos infantis. Risonhos, adoram brincar. Consolam os aflitos, os pais e mães e,
às vezes, cometem algumas travessuras.

Malandros: são aquelas pessoas tiveram que usar de sua esperteza para sobreviver. Um dos
mais conhecidos é Zé Pelintra. Ficou órfão de pai e mãe e, para sobreviver, começou a realizar
pequenos roubos e trapaças. Cuida das mulheres viciadas, das maltratadas, das prostitutas,
esquecidas.

Pomba-gira: são mulheres que em vida lutaram contra a situação opressora feminina e por
isso, agora ajudam àquelas que passam por problemas. Uma delas foi Maria Padilha, amante
do rei Dom Pedro I de Castela (1334-1369), retratada como mulher sensual, bem-vestida e
sedutora.

Pt.5

Cerimônias da umbanda

Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, em que a entidade reorganiza o “campo


energético astral” da pessoa.

Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a energia negativa da pessoa
e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é permitido qualquer tipo de
remuneração por esses trabalhos espirituais.

As vestes mais usadas nestas cerimônias são brancas, porque essa é a cor neutra que agrada
todos os orixás e guias.
Na Umbanda não se pratica o sacrifício de animais e se celebra rituais de batizado,
consagração e casamento.

Pt.6

Pontos de umbanda

Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas de
entidades.

Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque, é importante conhecer o


ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado. Igualmente, é
preciso saber uma infinidade de canções.

Os pontos de umbanda e do candomblé influenciaram diretamente a música popular brasileira


através de sua musicalidade e o uso dos instrumentos.

Pt.7

Hino da umbanda

Apesar da Umbanda variar de acordo com cada região do Brasil e de cada casa/terreiro, ao
menos uma canção é muito popular: o Hino da Umbanda.

Composta por José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música) foi oficializada
como hino em 1961.

Refletiu a Luz Divina

Com todo seu esplendor

É do reino de Oxalá

Onde há paz e amor

Luz que refletiu na terra

Luz que refletiu no mar

Luz que veio de Aruanda

Para tudo iluminar

A Umbanda é paz e amor

É um mundo cheio de Luz

É a força que nos dá vida

É a grandeza que nos conduz


Pt.8

Antes de iniciar as cerimônias na Umbanda é comum uma pessoa iniciada riscar o chão com
símbolos diversos: estrelas, cruzes, tridentes, traços retos ou curvos, etc.

Estes podem variar conforme a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo: chamar as
entidades que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias a serem incorporados,
homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos participantes.

É preciso observar que estes traços são apenas alguns dos muitos símbolos que existem na
Umbanda.

Símbolos da Umbanda: (foto)

Pt.9

Crenças da umbanda

A umbanda é uma religião monoteísta, onde existe o conceito de um Deus supremo,


denominado “Olorum” ou “Oxalá”. Creem na imortalidade da alma, na reencarnação e nas leis
kármicas.

Acreditam em orixás, personificações de elementos da natureza e de energia, e em guias


espirituais, que podem se incorporar durante certas cerimônias e vir à Terra para ajudar as
pessoas que necessitam.

Os guias são denominados “entidades” e cada orixá possui uma linha de entidades que o
auxilia.

Pt.10

História da umbanda (foto)

A Umbanda foi confundida durante muito tempo com a “macumba carioca” ou "Quimbanda".
Em 1905, João do Rio (1881-1921), publica suas reportagens que resultaram no livro "As
Religiões do Rio" e menciona ritos onde se incorporava espíritos de caboclos e preto-velhos

Muitos terreiros nasceram do kardecismo, tal como a “Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade”, em 1908. Mais adiante, entre os anos de 1920 e 1930, a repressão às religiões
africanas levou a união de várias casas e terreiros.

Era necessário organizar e uniformizar o culto umbandista, padronizando algumas diretrizes


doutrinárias para evitar perseguições. Naquela época, era usual a utilização do termo
"espírita" como forma de evitar a perseguição às novas religiões afro-brasileiras.

Contudo, para legitimar-se, a Umbanda buscou se “desafricanizar” e embranquecer. Para


tanto, em 1939, surge a primeira Federação de Umbanda, a União Espiritista de Umbanda do
Brasil (UEUB), quando a origem da Umbanda foi estabelecida no Oriente ou na África Oriental.
Por outro lado, no contexto da Ditadura Militar (1964-1985), a Umbanda irá servir como
instrumento de legitimação para o projeto nacionalista. Assim, a religião ganha as manchetes
de jornais e revistas.

Por fim, durante a década de 80, com a ascensão das igrejas neopentecostais, as religiões de
matriz africana voltam a ser alvo de ataques por parte de alguns fiéis.

Atualmente, a Lei 11.635 de 27 de dezembro de 2007, torna esse o "Dia Nacional de Combate
ao Preconceito Religioso" e passa a proteger as religiões de matrizes africanas.

Pt.11

Oferendas aos orixás

A seguir, você confere uma lista com algumas oferendas aos orixás tradicionais do
candomblé, algumas adotadas também pela umbanda.

Acarajé

Acarajé é uma das comidas de Santo mais populares: uma espécie de bolinho feito de
massa de feijão-fradinho ralado, temperado com cebola ralada e sal, frito em azeite de
dendê. Pode ser servido com recheio de vatapá e molho à base de camarões secos.
Geralmente é oferecido a Iansã, mas também pode servir de oferenda a outros orixás.

Adó ou adum

O prato consiste numa mistura de farinha de milho com azeite de dendê e mel de
abelhas. É tradicionalmente oferecido à orixá da água doce: Oxum.

Aguidi

Do iorubá “àgìdí”, o mesmo que “èko”, ou seja, “alimento sólido feito de milho”. É uma
espécie de bolinho de milho vermelho amolecido, ralado e cozido com rapadura,
envolto em folha de bananeira. Em geral, é ofertado a Obaluaiê.

Ajabó ou caruru-branco

Prato à base de quiabo e mel. É uma comida de Iroko, o orixá do tempo, mas também
pode ser oferecida a Xangô, Airá ou qualquer outro orixá como pedido de misericórdia.

Amalá

Uma espécie de caruru com pirão de farinha de arroz ou de mandioca, quiabo, azeite de
dendê, camarão seco e cebola. No candomblé, o amalá costuma ser oferecido a Xangô.
No Rio Grande do Sul, é comum chamarem de amalá qualquer comida votiva oferecida
a um orixá ou entidade. Fala-se, por exemplo, em “amalá de Ogum” ou “Amalá de
caboclo”.

Axoxô ou oxoxô

Prato feito com milho vermelho cozido enfeitado com fatias de coco, que também pode
levar mel ou melado de cana. Costuma ser oferecido a Oxóssi, Ogum, Olocum e
Logunedé.

Cocada

Outra comida de Santo que também é prato típico brasileiro. Na umbanda, a cocada é
usada como oferenda para as entidades conhecidas como baianos e erês.

Deburu ou guguru

Deburu, do iorubá “gúgúrú”, que significa “milho seco frito”, é a pipoca oferecida aos
orixás Obaluaiê e Omolu. Ela também pode ser estourada no dendê ou no azeite doce.

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