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Avaliação 1 - TC - 2023

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
TRANSMISSÃO DE CALOR 2023.1

AVALIAÇÃO 1
Discente: Francisco Marcelo da Silva Oliveira
Teresina, 21 de junho 2023
Questões teóricas

1. Como a transferência de calor transiente difere da transferência de calor permanente?

A transferência de calor transiente ocorre quando há variação com o tempo na transferência de


calor entre os corpos ou meios, onde a taxa de transferência de calor muda ao longo do tempo.
Transferência de calor permanente ocorre quando há um fluxo constante de calor entre dois corpos
ou meios em diferentes temperaturas, e não há variação com o tempo e o equilíbrio térmico é
estabelecido.

2. Como a transferência de calor unidimensional difere da transferência de calor bidimensional?

A transferência de calor unidimensional ocorre quando o fluxo de calor ocorre apenas em uma
direção. Nesse caso, a transferência de calor ocorre ao longo de um único eixo, como uma linha
reta. Por exemplo, quando há condução de calor em uma barra longa e fina, a transferência de
calor é considerada unidimensional. As equações de transferência de calor unidimensional são
simplificadas e dependem apenas de uma coordenada espacial.

Por outro lado, a transferência de calor bidimensional ocorre quando o fluxo de calor ocorre em
duas direções perpendiculares entre si. Nesse caso, a transferência de calor ocorre em uma área ou
superfície bidimensional, como uma placa plana. Por exemplo, quando há transferência de calor
por convecção em uma placa aquecida, a transferência de calor é considerada bidimensional. As
equações de transferência de calor bidimensional levam em consideração as variações de
temperatura nas duas direções espaciais.

3. Para determinar o tamanho do elemento de aquecimento de um forno novo, é preciso determinar


a taxa de perda de calor através de paredes, portas e das partes superior e inferior do forno. Em
sua análise, você considera que esse problema é de transferência de calor em regime permanente
ou transiente?

Para determinar o tamanho do elemento de aquecimento de um forno novo, é necessário analisar a


taxa de perda de calor através das paredes, portas e partes superior e inferior do forno. Nesse caso,
o problema geralmente é tratado como transferência de calor em regime permanente.

A transferência de calor em regime permanente é assumida quando não há variação significativa


na temperatura ao longo do tempo. Isso significa que o sistema atingiu um estado estacionário, no
qual as taxas de transferência de calor para dentro e para fora do sistema são constantes. Nesse
contexto, a temperatura interna do forno é mantida em um valor constante.

Ao analisar a taxa de perda de calor do forno, assume-se que o sistema está em equilíbrio térmico
constante com o ambiente circundante. Nessa situação, a transferência de calor através das
superfícies do forno pode ser calculada considerando as propriedades térmicas dos materiais
envolvidos, como condutividade térmica, área de superfície e diferença de temperatura entre o
forno e o ambiente externo.

No entanto, é importante ressaltar que, em alguns casos, podem ocorrer variações temporárias na
taxa de perda de calor, por exemplo, quando ocorre a abertura e o fechamento da porta do forno
ou se houver mudanças nas condições de operação. Nessas situações, a transferência de calor pode
ter um componente transiente, exigindo uma análise mais complexa que leva em consideração as
mudanças ao longo do tempo.

Portanto, a análise inicial para determinar o tamanho do elemento de aquecimento de um forno


novo é geralmente feita considerando a transferência de calor em regime permanente. No entanto, é
importante avaliar se há alguma condição específica que possa causar variações transientes na taxa
de perda de calor e considerar esses efeitos adicionais, se necessário.

4. Considere um ovo sendo cozido em uma panela com água fervente. Você modelaria a
transferência de calor para o ovo como uni, bi ou tridimensional? A transferência de calor é
permanente ou transiente? Que sistema de coordenadas você utilizaria para analisar esse
problema de transferência de calor e onde definiria a origem do sistema? Justifique.

Para modelar a transferência de calor para um ovo sendo cozido em uma panela com água
fervente, é possível considerar diferentes abordagens, dependendo do nível de detalhe desejado e
das condições específicas do problema. Vamos considerar alguns aspectos relevantes:

Dimensionalidade: A transferência de calor no ovo e na panela com água fervente pode ser
modelada como tridimensional. Isso ocorre porque a geometria do ovo é tridimensional, e a
transferência de calor ocorre nas três direções espaciais (x, y e z).

Regime de transferência de calor: No caso do ovo sendo cozido a transferência de calor é transiente.
Isso ocorre porque a temperatura do ovo está mudando ao longo do tempo à medida que é aquecido
pela água fervente. Portanto, não podemos assumir um estado estacionário ou permanente.

Sistema de coordenadas: Para analisar esse problema de transferência de calor, um sistema de


coordenadas cartesianas tridimensionais pode ser utilizado. Nesse sistema, os eixos x, y e z são
definidos para representar as três direções espaciais. A origem do sistema de coordenadas pode ser
escolhida de forma conveniente, geralmente com base na simetria do sistema ou em algum ponto de
referência relevante. Por exemplo, a origem pode ser definida no centro do ovo ou no ponto de
contato entre o ovo e a panela.

Justificativa: A escolha de um sistema de coordenadas tridimensionais permite considerar a


transferência de calor em todas as direções espaciais relevantes. Além disso, o uso de coordenadas
cartesianas facilita a descrição matemática e a aplicação de equações diferenciais para modelar a
transferência de calor. A definição da origem depende da conveniência e da simetria do problema,
permitindo uma análise mais eficiente.

5. O perfil de temperatura no meio deve ser perpendicular à superfície isolada. Esta afirmação é
verdadeira? Justifique.

Não, a afirmação de que o perfil de temperatura no meio deve ser perpendicular à superfície
isolada não é verdadeira. Na transferência de calor, o perfil de temperatura no meio é determinado
por uma combinação de fatores, como a geometria do sistema, as condições de contorno e as
propriedades térmicas dos materiais envolvidos.

Quando há transferência de calor em um meio, o perfil de temperatura geralmente não é


perpendicular à superfície isolada. Na maioria dos casos, o gradiente de temperatura é
perpendicular à direção do fluxo de calor. Isso ocorre porque o calor flui do ponto de maior
temperatura para o ponto de menor temperatura, seguindo a direção oposta ao gradiente de
temperatura.

Um exemplo comum é a transferência de calor por condução em um sólido. Se tivermos um sólido


com uma superfície isolada em uma extremidade e uma fonte de calor na outra extremidade, o
perfil de temperatura não será perpendicular à superfície isolada. Em vez disso, o perfil de
temperatura será gradualmente reduzido ao longo do sólido, seguindo o gradiente de temperatura
ao longo da direção do fluxo de calor.
É importante ressaltar que existem casos específicos em que o perfil de temperatura pode ser
aproximadamente perpendicular à superfície isolada, como em situações de transferência de calor
unidimensional simplificadas ou em certas condições de simetria. No entanto, essa não é uma regra
geral e não se aplica a todos os casos de transferência de calor.

6. Considere um contêiner esférico de raio interno r1, raio externo r2 e condutividade térmica k.
Expresse a condição de contorno na superfície interna do contêiner para condução
unidimensional permanente nos seguintes casos: (a) temperatura especificada de 50 °C, (b) fluxo
de calor especificado de 45 W/m2 em direção ao centro e (c) convecção para o meio em
temperatura T com coeficiente de transferência de calor h.

Para cada caso de condição de contorno na superfície interna do contêiner esférico, podemos
expressá-los da seguinte forma:

(a) Temperatura especificada de 50 °C: Nesse caso, a condição de contorno é uma temperatura
especificada na superfície interna do contêiner. Denotando a temperatura na superfície interna
como T1, a condição de contorno pode ser escrita como: T1 = 50 °C

(b) Fluxo de calor especificado de 45 W/m² em direção ao centro: Nesse caso, a condição de
contorno é um fluxo de calor especificado na superfície interna do contêiner. Denotando o fluxo de
calor na superfície interna como q1, a condição de contorno pode ser escrita como: q 1 = -45 W/m² (o
sinal negativo indica a direção do fluxo em direção ao centro)

(c) Convecção para o meio em temperatura T com coeficiente de transferência de calor h: Nesse
caso, a condição de contorno envolve a transferência de calor por convecção da superfície interna
do contêiner para o meio circundante. Denotando a temperatura do meio circundante como T∞ e o
coeficiente de transferência de calor convectiva como h, a condição de contorno pode ser escrita
usando a Lei de Resfriamento de Newton como: ( ) onde q1 é a taxa de
transferência de calor na superfície interna do contêiner.

É importante observar que, nos casos (b) e (c), a taxa de transferência de calor q1 é negativa,
indicando que o calor está sendo conduzido para dentro do contêiner.

7. O fundo da panela é feito de uma camada de alumínio de 4 mm de espessura. A fim de aumentar


a taxa de transferência de calor através do fundo da panela, alguém propõe um projeto em que o
fundo é constituído por uma camada de cobre de 3 mm de espessura colada entre duas camadas
de alumínio de 2 mm de espessura. O novo projeto permitirá conduzir melhor o calor? Explique.
Considere o contato perfeito entre as camadas.

Sim, o novo projeto com o fundo da panela constituído por uma camada de cobre de 3 mm de
espessura colada entre duas camadas de alumínio de 2 mm de espessura permitirá conduzir melhor
o calor em comparação com um fundo de panela de apenas alumínio de 4 mm de espessura. Isso
ocorre devido às propriedades térmicas diferentes entre o cobre e o alumínio.

O cobre tem uma condutividade térmica significativamente maior do que o alumínio. A


condutividade térmica é uma medida da capacidade de um material conduzir calor. Portanto, o
cobre é mais eficiente na transferência de calor do que o alumínio.

Ao adicionar uma camada de cobre entre as camadas de alumínio, a transferência de calor será
aprimorada devido à maior condutividade térmica do cobre. Quando ocorre a condução de calor
através do fundo da panela, o cobre facilitará a dissipação do calor da fonte de calor para a
superfície externa da panela, proporcionando uma rota de transferência mais eficiente.

Além disso, o contato perfeito entre as camadas (cobre e alumínio) permite uma melhor
transferência de calor entre elas, minimizando a resistência térmica nas interfaces. Isso significa
que haverá uma transição suave da condução térmica do cobre para o alumínio, sem barreiras
significativas de transferência de calor.

Em resumo, o projeto com a camada de cobre entre as camadas de alumínio irá aumentar a taxa de
transferência de calor através do fundo da panela, devido à maior condutividade térmica do cobre
em comparação com o alumínio.

8. O que a resistência térmica do meio representa? Por que as resistências de convecção e de


radiação na superfície são em paralelo em vez de ser em série? Para cada questão justifique
sua resposta se tiver algum cálculo apresente seus os seus.

A resistência térmica do meio representa a dificuldade que o calor encontra para se propagar
através de um determinado material ou meio. É uma medida da oposição que um meio oferece à
transferência de calor. Quanto maior a resistência térmica do meio, menor será a taxa de
transferência de calor através desse material.

A resistência de convecção e a resistência de radiação na superfície são consideradas em paralelo,


em vez de serem em série, porque esses mecanismos de transferência de calor ocorrem
simultaneamente e independentemente um do outro. A transferência de calor por convecção
envolve o transporte de energia térmica através do movimento de um fluido (líquido ou gás),
enquanto a transferência de calor por radiação ocorre através da propagação de ondas
eletromagnéticas (como a luz infravermelha).

Para entender por que essas resistências são consideradas em paralelo, vamos considerar um
exemplo simples de um objeto aquecido submerso em um fluido:

A taxa de transferência de calor total é dada pela soma das taxas de transferência de calor por
convecção (q_conv) e por radiação (q_rad):

qtotal = qconv + qrad

A resistência térmica total (R_total) é o inverso da taxa de transferência de calor total:

Rtotal = 1 / qtotal

A resistência térmica de convecção (R_conv) é o inverso da taxa de transferência de calor por


convecção:

Rconv = 1 / qconv

A resistência térmica de radiação (R_rad) é o inverso da taxa de transferência de calor por


radiação:

Rrad = 1 / qrad

Se considerarmos que a resistência de convecção e a resistência de radiação são em série, a


resistência térmica total seria dada pela soma dessas duas resistências:

Rtotal/serie = Rconv + Rrad

No entanto, isso não representa adequadamente a situação física real, pois a taxa de transferência
de calor por convecção e por radiação ocorre simultaneamente. Portanto, as resistências de
convecção e de radiação são consideradas em paralelo:
1 / Rtotal = 1 / Rconv + 1 / Rrad

Essa equação mostra que as resistências de convecção e de radiação são somadas como inversos
antes de serem invertidas novamente para obter a resistência térmica total. Isso ocorre porque, na
prática, tanto a convecção quanto a radiação contribuem para a taxa total de transferência de
calor, e a soma de suas contribuições é considerada.

Em resumo, as resistências de convecção e de radiação são consideradas em paralelo porque esses


mecanismos de transferência de calor ocorrem simultaneamente e independentemente um do outro.
Sua soma é levada em conta antes de ser invertida para obter a resistência térmica total.

Problemas
1. As superfícies, interna e externa de uma parede de tijolos de 4 m x 7 m e 30 cm de espessura são
mantidas em temperaturas de 26 °C e 8 °C, respectivamente. A condutividade térmica da parede é 0,69
Wm.K. Determine a taxa de transferência de calor por meio da parede, em W. Considerando que a
noite o tempo esfria e a temperatura externa cai para 1 °C, determine a taxa de transferência de calor.

( ) ( )

 Cálculo da taxa de transferência de calor para temperatura externa igual a 7


°C

( ) ( )

2. Considere uma extensa parede plana de espessura L = 0,5 m, condutividade térmica k = 2,0 W/m_K e
área da superfície A = 10 m2. O lado esquerdo da parede em x = 0 está sujeito a um fluxo de calor
líquido de q0 = 900 W/m2, e sua temperatura é T1 = 100 °C. Considerando que a condutividade térmica
é constante e não há geração de calor na parede, (a) expresse a equação diferencial e as condições de
contorno para condução de calor unidimensional permanente através da parede, (b) obtenha a relação
para a variação de temperatura na parede resolvendo a equação diferencial e (c) avalie a temperatura
na superfície direita da parede em x =L.

(a)
( ) ( ) ( )

- Condições
 Temperatura constante T(0) = T1 = 100 °C
 Fluxo de calor constante na superfície:
(b)

 Integrando a equação obtida na letra a temos:


∫ ∫

∫ ∫

( )

 Equação
( ) ( )

c)
( )
( )

3. Considere uma extensa parede plana de espessura L = 0,4 m, condutividade térmica k = 1,8 W/m_K e
área da superfície A = 30 m2. O lado esquerdo da parede é mantido a uma temperatura constante T1 =
90 °C, enquanto o lado direito perde calor por convecção para o ar ambiente a T = 25 °C com
coeficiente de transferência de calor h = 24 W/m2_K. Considerando uma condutividade térmica
constante e ausência de geração de calor na parede, (a) expresse a equação diferencial e as condições
de contorno para condução de calor unidimensional permanente através da parede, (b) obtenha a
expressão para a variação da temperatura na parede resolvendo a equação diferencial e (c) avalie a
taxa de transferência de calor através da parede.
a)
( ) ( ) ( )

- Condições
 Temperatura constante T(0) = T1 = 90 °C
 Fluxo de calor constante na superfície:

b)

∫ ∫
∫ ∫

( )

 Equação

( ) ( )

c)
( )
( )

4. Considere a placa da base de um ferro de passar de 800 W, espessura L = 0,6 cm, área da base A = 160
cm2 e condutividade térmica k = 60 W/m_K. A superfície interna da placa está sujeita a um fluxo de
calor uniforme gerado pela resistência do ferro. Quando alcança condições de operação permanentes, a
temperatura da superfície externa da placa mede 112 °C. Desconsiderando qualquer perda de calor
através da seção superior do ferro, (a) expresse a equação diferencial e as condições de contorno para
condução de calor unidimensional permanente através da placa, (b) obtenha a relação para a variação
da temperatura na placa da base do ferro resolvendo a equação diferencial e (c) avalie a temperatura da
superfície interna.

a)
( ) ( ) ( )

- Condições
 Temperatura constante T(0) = T1 = 112 °C
 Fluxo de calor constante na superfície:

b)
( )
( )

c)
( )

( )

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