Transferencia de Calor
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Sumário
Transferência de Calor
Unidade I
1 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................................................................7
2 CONDUÇÃO DE CALOR.................................................................................................................................. 12
3 CONDUÇÃO EM PLACAS PLANAS ............................................................................................................. 14
4 ASSOCIAÇÃO DE PLACAS PLANAS ........................................................................................................... 16
Unidade II
5 CONDUÇÃO EM SISTEMAS RADIAIS ........................................................................................................ 20
6 FUNDAMENTOS DA CONVECÇÃO ............................................................................................................. 23
7 ALETAS ................................................................................................................................................................. 26
8 PARÂMETROS ADIMENSIONAIS E PLACAS PLANAS .......................................................................... 30
Ementa
Objetivos Gerais
Objetivos Específicos
Conteúdo Programático
Introdução
2. Conservação da Energia
3. Transferência de Calor
Condução
3. Estudo de Aletas
Convecção
1. Camadas-Limite
2. Coeficientes Convectivos
5
Estratégia de Trabalho
Avaliação
6
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Unidade I
1 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Introdução
Possivelmente, no ciclo básico da engenharia, foi estudo o efeito de materiais condutores e isolantes
na condução de eletricidade. Tais materiais também podem ser aplicados aos processos de condução
de calor, ou seja, materiais que permitem a condução de calor serão denominados de condutores e
materiais que impedem a transferência de calor entre os corpos serão denominados isolantes. Ao
estudar os mecanismos de transferência de calor, o grande interesse está em determinar as taxas de
transferência de energia. Por exemplo, na cozinha utiliza-se uma panela de alumínio para que ocorra
uma boa transferência de calor entre o fogão e o interior da panela, enquanto na geladeira, a sua parede
é feita para que não ocorra a transferência de calor de seu interior para o meio ambiente.
Basicamente, o calor e a temperatura serão aliados no estudo dos processos de transferência de calor.
Lembre-se de que calor pode ser definido como a energia em trânsito que flui do corpo de maior energia
para o corpo de menor energia e temperatura representa a medida do nível de agitação molecular;
quanto maior for a temperatura, maior será a agitação molecular.
1. Condução: processo que ocorre no interior de um corpo ou entre dois corpos em contato.
2. Convecção: processo que depende do movimento de massa de uma região para outra.
3. Radiação: processo que ocorre pela radiação eletromagnética, como a luz solar, podendo ocorrer
no vácuo.
Considere o seguinte experimento: uma extremidade de uma longa barra de cobre é colocada
diretamente sobre uma chama, enquanto a outra extremidade se mantém na mão do experimentador.
O que ocorre após algum tempo? Certamente, o calor irá se propagar ao longo da barra, de modo que
o examinador irá perceber o aumento da temperatura na extremidade que está segurando. Observe
que o calor foi transferido por condução pelo material, iniciando-se da região de maior energia (calor)
até atingir a região mais fria. Se um microscópio fosse utilizado para determinar o que está ocorrendo,
certamente seria possível visualizar colisões entre átomos com maior energia cinética (região mais
quente) com átomos de menor energia cinética.
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Unidade I
Metais são substâncias mais eficientes para conduzir o calor. No interior dos metais, são os elétrons
livres que transmitem rapidamente a energia da região mais quente para a região mais fria, o que os
caracterizam como bons condutores térmicos. Observe: quando você coloca a mão na maçaneta da
porta (feita de metal), que está na temperatura ambiente, e com a outra mão encosta na madeira, existe
uma confusão de informação, ou seja, acredita-se que a maçaneta está mais fria que a madeira. Na
verdade, ambas estão na mesma temperatura, mas como a condução do metal é melhor que a madeira,
o calor flui mais facilmente entre a mão e o metal.
Figura 1 - fluxo de calor constante produzido pela condução de calor em uma barra uniforme. A barra apresenta uma espessura L
com uma seção reta de área A. A extremidade esquerda da barra é mantida a uma temperatura maior (ou temperatura quente, Tq),
enquanto a extremidade da direita é mantida a uma temperatura menor (ou temperatura fria, Tf), o que faz o calor fluir da esquerda
para a direita. Nas extremidades, há um isolante ideal, de modo que não ocorra troca de calor com o meio ambiente.
Quando uma quantidade de calor dQ é transmitida pela barra em um intervalo de tempo dt, a taxa
de transferência de calor é dada por dQ/dt. Essa grandeza pode ser chamada de taxa de transferência
de calor, corrente de calor ou fluxo de calor, e será designado pela letra q. A experiência mostra que o
fluxo de calor é proporcional à área (A) de seção reta da barra e a diferença de temperatura (Tq - Tf)1,
e inversamente proporcional ao comprimento L da barra, muitas vezes denominado espessura para a
condução. Introduzindo uma constante de proporcionalidade k, denominada condutividade térmica do
material, o fluxo de calor será:
q =
(
dQ k ⋅ A ⋅ Tq − T f
=
)
dt L
(Tq − T f )
A quantidade é a diferença de temperatura por unidade de espessura, sendo denominada
L
módulo do gradiente de temperatura. Quanto maior for o valor de k, maior será a capacidade de o
material conduzir calor, ou seja, cinética, bons condutores térmicos. Quanto menor o valor de k, menos
calor é conduzido e o material é dito isolante. A equação apresentada para a barra também pode ser
utilizada para qualquer corpo homogêneo que possua uma seção reta A ortogonal à direção do fluxo
de calor.
1 Em muitos textos, a temperatura maior, ou quente, pode ser definida como TH, em que o subíndice H faz menção
a palavra hot (quente) e a temperatura fria pode ser expressa por TC, em que o subíndice C representa a palavra cool (fria).
8
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A unidade da taxa de transferência de calor corresponde à unidade de energia por tempo (ou
potência). No Sistema Internacional (SI), a unidade para a taxa de transferência de calor é o watt (1W =
1J). A unidade da condutividade térmica, k, será definida no SI por: W/m.k. Alguns valores da constante
k estão expressos na tabela 1.
Se a temperatura varia de modo não uniforme ao longo do comprimento da barra não condutora, o
gradiente da temperatura deve ser escrito de forma geral, ou seja, dT/dx. Assim, a taxa de transferência
de calor pode ser reescrita como:
dQ dT
q = = −k ⋅ A ⋅
dt dx
O sinal negativo apresentado na equação anterior mostra que o fluxo de calor ocorre sempre no
sentido da diminuição da temperatura. A equação anterior também é conhecida como Lei de Fourier da
condução térmica.
q =
(
k ⋅ A ⋅ Tq – T f ) = 0,8 ⋅ (50 ⋅10 −2
⋅ 75 ⋅ 10 −2 ) ⋅ ( 27 – 15)
⇒ q = 240W
L 1,5 ⋅ 10 −2
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Unidade I
A convecção é a transferência de calor pelo movimento de massa de uma região do fluido (líquido/
gás) para outra região. O sistema de refrigeração do motor de um automóvel é um exemplo do processo
de convecção. Se o fluido é impulsionado pela ação de um ventilador ou bomba, o processo é denominado
convecção forçada; quando o escoamento é produzido pela existência de uma diferença de densidade
provocada por uma expansão térmica, tal como a ascensão do ar quente, o processo é denominado
convecção natural ou convecção livre.
A transferência de calor por convecção é um processo muito complexo, não existindo uma equação
simples para descrevê-lo. Entretanto, pode-se observar alguns fatos experimentais:
• A viscosidade do fluido retarda o movimento da convecção natural nas vizinhanças das superfícies
estacionárias, dando origem a uma película ao longo da superfície que, quando é vertical,
costuma ter, aproximadamente, o mesmo valor isolante que 1,3 cm de madeira compensada. A
convecção forçada provoca uma diminuição da espessura dessa película, fazendo aumentar a
taxa de transferência de calor.
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
qconv 120
qconv = h ⋅ AS ⋅ (TS − T∞ ) ⇒ h = = ⇒ h = 11, 76W / m 2 ⋅ K
AS ⋅ (TS − T∞ ) 0, 0425 ⋅ ( 250 − 10)
Observe que a resposta está em Kelvin, pois na escala termométrica de Celsius e Kelvin
sempre haverá a mesma variação.
Radiação
Radiação é a energia emitida pela matéria sob a forma de ondas eletromagnéticas, como a luz visível,
a radiação infravermelha e a radiação ultravioleta. Diferente da condução e da convecção, a radiação
não precisa de nenhum meio para se propagar, sendo a única que não sofre atenuação no vácuo. Ao
se observar o calor proveniente de uma churrasqueira, a maior parte do calor sentido a certa distância
é proveniente da radiação. Como o foco do estudo é a transferência de calor, a radiação que será
observada é denominada radiação térmica, ou seja, a energia emitida por toda matéria que se encontra
a uma determinada temperatura. As emissões podem ocorrer em sólidos, líquidos e também nos gases.
Além de emitir energia, uma superfície também poderá receber energia a partir de sua vizinhança. A
energia recebida é conhecida como energia de radiação incidente. A taxa de energia incidente (qincidente)
sobre uma superfície é proporcional à absorvidade, à área de transferência de calor e à temperatura da
vizinhança (Tviz). Efetuando-se um balanço de energia, a taxa líquida de calor transmitida por radiação a
partir da superfície é dada por, qrad = A ⋅ ε ⋅ σ ⋅ (TS4 − Tviz4 ) .
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Unidade I
É comum em um dia de inverno sentirmos frio, pois as trocas de calor devido à radiação
do corpo para o ambiente são intensas, afinal deve-se sempre atingir o equilíbrio térmico.
Considere uma pessoa em pé em uma sala, com temperatura constante de 20ºC. Se a
temperatura média desse dia de inverno for de 10ºC, a superfície corporal da pessoa for de
1,75 m2 e apresentar uma temperatura de 36ºC, determine a taxa de transferência de calor
por radiação.
( )
q = ε ⋅ AS ⋅ σ ⋅ TS4 − Tar4 = 0,95 ⋅ 5, 67 ⋅ 10 −8 ⋅ 1, 65 ⋅ (36 + 273) 4 − (10 + 273) 4 ⇒ q = 274, 74W
2 CONDUÇÃO DE CALOR
A condução pode ser interpretada como a transferência de energia das partículas mais energéticas
para as menos energéticas de uma substância devido às interações entre partículas. Assim, o gradiente
de temperatura é o responsável pela transferência de energia térmica em material sólido ou fluido.
Considerando um processo realizado em uma dimensão (unidimensional), a densidade de fluxo de calor
dT
por condução é diretamente proporcional ao gradiente de temperatura, q = − k ⋅ , em que ké a
dx
dT
condutibilidade térmica do material e é o gradiente de temperatura.
dx
A expressão anterior é a equação de Fourier 2 para a condução de calor, a qual pode ser reescrita
na forma vetorial: q = − k ⋅ ∇T . O sinal de menos na equação de Fourier para a condução de calor
é devido ao fluxo de calor por condução ser no sentido contrário ao gradiente de temperatura.
2 A Lei de Fourier foi desenvolvida por observações dos fenômenos da natureza nos experimentos. Neste
experimento utilizou-se uma barra de ferro, em que uma das extremidades era aquecida, enquanto a área lateral da mesma
era mantida isolada termicamente. Variando-se a área de seção da barra, a diferença de temperatura e a distância entre as
extremidades, verificou-se a Lei de Fourier.
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A unidade no Sistema Internacional para a densidade de fluxo de calor é o watt por metro
quadrado, W/m2.
Como densidade de fluxo de calor representa o quociente do fluxo de calor que atravessa uma
seção reta da superfície (área), outra forma de definir tal densidade é utilizar o conceito de fluxo
de calor (quociente da quantidade de calor que atravessa uma superfície durante um intervalo
de tempo), ou simplesmente, a taxa de transferência da quantidade de calor por unidade de área:
q dT dT , em que q é o fluxo de calor por condução e A é a área de seção
= −k ⋅ ⇒ q = − k ⋅ A ⋅
A dx dx
normal ao fluxo. No Sistema Internacional, a unidade do fluxo de calor é o watt, W .
A condutibilidade térmica (k)indica a facilidade ou a dificuldade que o meio oferece ao fluxo de calor.
Assim, os bons condutores térmicos são materiais que apresentam pouca resistência ao fluxo de calor,
obtendo altos valores de condutibilidade térmica (k >>), enquanto os isolantes térmicos apresentam
baixos valores de condutibilidade térmica (K <<). Geralmente, bons condutores elétricos são também
bons condutores térmicos, por exemplo, os metais (alumínio, cobre, ouro).
Na figura 2, um gradiente de temperatura pode ser visualizado ao longo do eixo x; como ocorre para
apenas um eixo coordenado, o fluxo de calor é dito unidimensional. Note que a equação que representa
o fluxo de calor é expressa por um gradiente de temperatura (ou pelo cálculo diferencial), que pode ser
reescrita apenas como função da variação de temperatura (∆T). O desenvolvimento matemático será:
L 2 T
dT
q = − k ⋅ A ⋅ ⇒ q ⋅ dx = − k ⋅ A ⋅ dT ⇒ q ⋅ ∫dx = − k ⋅ A ⋅ ∫ dT ⇒ q ⋅ ( L − 0) = − k ⋅ A ⋅ T − T ⇒ q
dx 0 T1
k ⋅ A ⋅ (T1 − T2 )
0) = − k ⋅ A ⋅ (T2 − T1 ) ⇒ q =
L
Figura 2 – Transferência de calor unidimensional. O fluxo de calor ocorre devido ao gradiente de temperatura, em que T1
representa a maior temperatura e T2 representa a menor temperatura.
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Unidade I
Desconsiderando a influência das janelas, a área lateral das quatro paredes, desprezando-
se o piso e o teto, será: A = 2 . (6 . 3) + 2 . (15 . 3) = 126m2. Utilizando a equação da condução
de calor, temos:
TQ – TF 40 − 22
q = k ⋅ A ⋅ ⇒ q = 0,14 ⋅ 126 ⋅ ⇒ q = 1270kcal / h
L 0, 25 .
kcal 1[ HP]
q = 1270 ⋅ ⇒ q = 1,98 HP
h 641, 2 kcal
h
A condução de calor pode ser vista como a transferência de energia das partículas mais energéticas
para as partículas de menor energia. Essa energia está relacionada ao movimento aleatório de translação,
rotação e vibração das moléculas. A condução de calor necessita de um “meio estacionário” para ocorrer,
podendo ocorrer em um sólido ou em fluido, quando em repouso. Sob um gradiente de temperatura, o
calor fluirá da região de temperatura mais alta para a de temperatura mais baixa. A taxa na qual o calor
é transferido por condução em uma dada direção, qcondução, é proporcional ao gradiente de temperatura
dT
, à área (A) e à capacidade de conduzir calor do material, conhecida como condutividade térmica, k.
dx
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
dT
qcond = − k ⋅ A ⋅
dx
A transferência de calor por condução por uma parede plana, submetido a uma diferença de
temperatura pode ser obtida aplicando-se a lei de Fourier. Após a separação das variáveis e a sua
integração, obtém-se a equação utilizada em placas planas:
L 2 T
dT
q = − k ⋅ A ⋅ ⇒ q ⋅ dx = − k ⋅ A ⋅ dT ⇒ q ⋅ ∫dx = − k ⋅ A ⋅ ∫ dT ⇒ q
dx 0 T1
(T1 – T2 )
T ⇒ q ⋅ ( L − 0) = − k ⋅ A ⋅ (T2 − T1 ) ⇒ q = k ⋅ A ⋅
L
Considerando (T1 - T2) como a diferença de temperatura, o fluxo de calor que atravessa uma parede
plana pode ser dado por:
k⋅A
q = ⋅ ∆T
L
∆T
q =
RTérmica
A simbologia utilizada para placas planas pode ser a mesma aplicada para a resistência elétrica:
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Unidade I
L e
RTérmica = =
k⋅A k⋅A
Em que:
A densidade de fluxo de calor é dada pelo fluxo de calor dividido pela área:
Tq − T f q Tq − T f q 0, 78 ⋅ 25 − 10 q
q = k ⋅ A ⋅ ⇒ = k⋅ ⇒ = −2
⇒ = 1170W / m 2
L A L A 1, 0 ⋅ 10 A
Na associação em série, o fluxo de calor que atravessa a parede A é o mesmo que atravessa a parede
B e assim sucessivamente, conforme a figura 4. Dessa forma, o fluxo de calor que percorre as paredes é
constante (igual ao ocorrido em associação em série de circuitos elétricos).
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Figura 4 – Representação esquemática de uma associação em série de paredes planas e a analogia com resistores elétricos
O fluxo de calor que atravessa as paredes da figura 4 pode ser obtido para cada uma das paredes
planas, ou:
k A ⋅ AA k ⋅A
q = ⋅ (T1 − T2 )q = B B ⋅ (T2 − T3 )
LA LB
Isolando as temperaturas:
q ⋅ LA q ⋅ LB
= T1 − T2 = T2 − T3
k A ⋅ AA k B ⋅ AB
q ⋅ LA q ⋅ LB q ⋅ LA q ⋅ LB
T1 − T2 + T2 − T3 = + ⇒ T1 − T3 = +
k A ⋅ AA k B ⋅ AB k A ⋅ AA k B ⋅ AB
q ⋅ LA q ⋅ LB LA LB
T1 − T3 = + ⇒ T1 − T3 = q ⋅ + ⇒ T1 − T3 = q ⋅ ( RTA + RTB )
k A ⋅ AA k B ⋅ AB k A ⋅ AA k B ⋅ AB
T1 − T3 ∆T
q = ⇒ q =
RTA + RTB RTérmica
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Unidade I
Para a associação em série de paredes planas, a resistência térmica total é dada por:
n
RTérmica = RTérmicaTotal = ∑RTi = RT 1 + RT 2 + … + RTn
i =1
Para uma associação em paralelo, conforme a figura 5, o fluxo de calor que atravessa a parede 1 é
diferente do fluxo de calor que atravessa a parede 2. Observe que a diferença entre as paredes é indicada
pelo valor da condutividade térmica, k1 ou k2. Para se obter o fluxo de calor total, deve-se somar os
fluxos que percorrem cada parede da associação. Observe que tal característica é semelhante à aplicada
em associação de resistores em paralelo, em que diferentes correntes elétricas percorrem o circuito.
Para determinar o fluxo de calor que passa por cada parede e iniciando o cálculo com a parede 1,
teremos:
k1 ⋅ A1
q1 = ⋅ (T1 − T2 )
L1
k2 ⋅ A2
q2 = ⋅ (T1 − T2 )
L2
Note que as resistências térmicas para as paredes 1 e 2 podem ser escritas, respectivamente, como:
k1 ⋅ A1 k ⋅A
RT1 = e RT2 = 2 2 .
L1 L2
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Aplicando as equações do fluxo de calor determinado para cada parede, o fluxo de calor total é dado
por:
k ⋅ A k ⋅ A k ⋅ A k ⋅ A
qTotal = q1 + q2 = 1 1 ⋅ (T1 − T2 ) + 2 2 ⋅ (T1 − T2 ) ⇒ qTotal = 1 1 + 2 2 ⋅ (T1 − T2 )
L1 L2 L1 L2
L 1 k⋅A
Como R = , sabemos que = e assim a equação anterior pode ser reescrita como:
k⋅A R L
1 1
qTotal = + ⋅ (T1 − T2 ) ⇒ qTotal =
(T1 − T2 )
R1 R2 RTotal
1 1 1
em que, = + .
RTotal R1 R2
Para o caso de n paredes em paralelo, o fluxo de calor será:
∆T
n
1 1 1 1 1 1
q =
RTotal
e
RTotal
= ∑
i =1 Ri
= + +
R1 R2 R3
+…+
Rn
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