Psicanálise e Hospital 5
Psicanálise e Hospital 5
Psicanálise e Hospital 5
Rio de Janeiro
2011
© 2011 by Glauco Batista, Marisa D. de Moura e Simone B. de Carvalho
P969
Psicanálise e hospital: a responsabilidade da Psicanálise diante da ciência mé
dica /Glauco Batista, Marisa Decat de Moura, Simone Borges de Carvalho (orgs.).
- volume 5. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
224p.: 23cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7854-114-9
1. Psicanálise. L Batista, Glauco. II. Moura, Marisa Decat de. UI. Carvalho,
Simone Borges de.
2011
WAK EDITORA
Célio Garcia
Glauco Batista
Sheyna C. Vasconcellos
Parte 2: Clínica
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Psicanálise e Hospital
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Prefácio
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Psicanálise e Hospital
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Prefácio
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Apresentação
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Glauco Batista
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RESPONSABIUDADE E CONTINGÊNCIA:
DESAROS NA FORMAÇÃO DO ANAUSTA1
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Responsabilidade e contingência: desafios na formação do analista
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Responsabilidade e contingência: desafios na formação do analista
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Responsabilidade e contingência: desafios na formação do analista
de alguém que marque sua presença e seus efeitos. Além disso, o ob
jeto inconsciente, por ser dotado de significados diferentes atribuídos
aos significantes pelos d iferentes sujeitos, e que variam e m d iferentes
épocas, torna cada análise única, singular e dependente do desejo do
analista. Um analista é, portanto, responsável pelo processo de cada
analisante e deve se colocar à altura das manifestações subjetivas de
cada época. Se o discurso que exerce mestria sobre o sujeito muda a
todo instante, é i mpossível para u m analista seguir um manual de re
gras de leitura do i nconsciente. Cabe apenas ser responsável pela forma
como conduz a análise naquele momento simbólico da humanidade.
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Psicanálise e Hospital
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Responsabilidade e conting�ncia: desafios na formação do analista
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Responsabilidade e contingência: desafios na formação do analista
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REFER�NCIAS
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RESPONSABIUDADE DA MEDICINA
E RESPONSABIUDADE DA PSICANÁUSE.
A PSICANÁ USE NÃO SERÁ ARROGANTE
Célio Garcia
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Responsabilidade da Medicina e responsabilidade da Psicanálise
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Responsabilidade da Medicina e responsabllidade da Psicanálise
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2The end of primary care de Lisa Sanders (M.D.), The New York Times, 18 abril de 2004.
3 Le Monde Diplomatique - Maniere de Voir. Fevereiro - março 2004, publicação
bimensal
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Responsabilidade da Medicina e responsabilidade da Psicanálise
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PSICAN AUSE DESCAFEINADA
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Psicanálise descafeinada
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Haas designa como "usura da verdade" (apud SAFATLE, Op. Cit, p. 71). A
"sinceridade" do enunciador ou, como diz Safatle, a ausência de " mas
caramento" no nível da enuciação, fornece, contudo, justamente o ex
cesso que "anula a força perlocucionária da própria enunciação" (lbid.).
No cinismo, substancialmente, "o Outro percebe que o sujeito não está
lá para onde seu dito aponta" (lbid., p. 71). E é justamente o excedente
irônico contido no sintagma "não nego" que abastece o cinismo com o
efeito paral isante que ele faz incidir sobre o semelhante. A não-reação
diante do enunciado cínico decorre, em grande medida, da perplexida
de diante da nudez insuportável da verdade, da verdade de um gozo
sem Lei. Não é difícil imaginar as consequências, por exemplo, de u ma
apreensão débil ou cínica da proposição "o inconsciente i nterpreta".
Entre um e outro, o débil talvez fosse digno de certa condescendência.
E o " Livro negro da Psicanálise", com todos seus equívocos e toda sua
má-fé, serviu para advertir-nos, no âmbito do debate público, de que a
i mpostura, venha de onde vier, não passa em brancas nuvens.
Finalmente, sob a perspectiva de fazer trabalhar a ideia de res
ponsabilidade do analista, cumpre interrogar a reivindicação, tão insí
pida quanto obscurantista, de que a "clínica" é o horizonte último ou
o ponto arquimediano de sustentáculo de u ma posição analítica. Não
por acaso, no primeiro ano de nosso seminário nessa instituição, pro
pusemos como tema de trabalho uma genealogia tão pormenorizada
quanto possível da noção de Clínica. Pois é necessário - dos pontos de
vista gnoseológico e ético - que o anal ista saiba situar o dispositivo que
viabiliza suas operações no âmbito de um cenário multifacetado, so
bredeterminado e, sob diversos aspectos, a bsolutamente heterogêneo.
A pergunta que orientou esse momento de nossos encontros foi for
mulada de modo a bsolutamente prosaico: Em que pensamos quando
d izemos "clínica psicanalítica"? Esse empreendimento, a partir do qual
diversas questões propriamente clínicas puderam, a partir de então, se
rem formuladas, nos pareceu de fundamental i mportância na forma
ção de um grupo de trabalho e nas definições de uma perspectiva de
investigação, transmissão e debate. Quanto a esse ponto, vale lembrar
que clínica é um conceito irredutível a uma mera referência empírico-
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REFER�NCIAS
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A PRÁTICA M tOICA,
A "HIPERMODERNIDADE"
E O PACIENTE DO SUS1
1 O conteúdo deste artigo foi objeto de uma apresentação na mesa redonda "Intervenções
psicanalíticas: da tecnologia à urgência" do V Congresso lntera mericano de Psicologia
da Saúde: "Psicanálise aplicada à terapêutica no hospital: resultados", promovido pelo
Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de 22 a 23 de
maio de 2009, no Centro de Convenções Rebouças (São Paulo, SP).
2 O emprego do termo Ciência, no singular, não implica a adoção da concepção
epistemológica positivista: refere-se, em lugar disso, às a rticulações no laço social
operadas pelos discursos das várias disciplinas científicas.
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A Prática Médica, a "Hipermodernidade" e o Paciente do SUS
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A Prática Médica, a "Hipermodernidade" e o Paciente do SUS
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3"E/ sentido de/ sintoma no es aquél con que se lo nutre para su proliferación o su extinción,
e/ sentido de/ sintoma es lo real, lo real en tanto se pane en cruz para impedir que las
cosas anden, que anden en e/ sentido de dar cuenta de si mismas de manera satisfactoria,
satisfactoria a/ menos para e/ amo, lo cual no significa que e/ esc/avo sufra por e/lo de
ninguna manera ni mucho menos; e/ esc/avo en este asunto está enjauja mucho más de lo
que piensa, é/ es quien goza .. " (Lacan, 1974/1993, p.84)
.
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REFER�NCIAS
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O DESTINO DA ANATOMIA
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O destino da anatomia
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3 Expressão usada por Lacan para se referir ao que Freud disse sobre o fato biológico no
final do texto Análise terminável e interminável.
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O destino da anatomia
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Pslcanállse e Hospital
Anatomia feminina
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O destino da anatomia
4"'La femme a rapport à S (1..) et c'est en cela qu'elle se dédouble"'. (LACAN, l972[1985],
p. 75)
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fálico, mas com uma série de qualidades e lugares que atenuam mais
ou menos bem sua necessidade de falo. É claro, na clínica feminina , o
quanto é difícil persuadir algumas mulheres de desistir da busca por u m
pênis, o que s e traveste na busca por um parceiro. E, mais ainda, de que
se fixar nessa busca a ponto de o homem se tornar a coisa mais i m por
tante de sua vida não é necessariamente a melhor saída.
Em nenhum ponto de nosso trabalho analítico se sofre
mais da sensação opressiva de que todos os nossos
repetidos esforços foram em vão e da suspeita de que
estivemos "pregando ao vento", do que quando esta
mos tentando persuadir uma mulher a abandonar seu
desejo de um pênis. (FREUD, 1937[1969], p. 286)
5 "A sexualidade feminina aparece como o esforço de um gozo envolto em sua própria
contiguidade". (LACAN, 1966[1998], p.714)
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O destino da anatomia
6 "O falo é definido como imaginário não sendo possível confundi-lo com o pênis, em
sua realidade, que é, propriamente falando, a sua forma, a imagem erigida". (LACAN ,
1 956[1 995), p.70)
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REFER�NCIAS
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LACAN, J. Escritos. (1966). Río de Janeíro: Jorge Zahar, 1998.
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MELANCOUA: INTERESSANTE,
INSTIGANTE E PERIGOSA
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Pskanálisc c Hosp ital
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Melancolia: interessante, instigante e perigosa
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Melancolia: interessante, instigante e perigosa
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Psicanálise e Hospital
acusações, por motivos de ordem moral, são d irigidas não a ele próprio,
mas a um objeto que ele "ama, amou ou deveria amar". (FREUD [1917],
1976, p. 280)
Existe, em um dado momento, uma escolha objetai,
uma ligação da libido a uma pessoa particular; então,
devido a uma real desconsideração ou .desapontamen
to proveniente da pessoa amada, a relação objetai foi
destroçada. O resultado não foi o normal - uma re
tirada da libido desse objeto e um deslocamento da
mesma para um novo -, mas algo diferente, para cuja
ocorrência várias condições parecem ser necessárias. A
catexia objetai provou ter pouco poder de resistência e
foi liquidada. Mas a libido livre não foi deslocada para
outro objeto; foi retirada para o ego. Ali, contudo, não
foi empregada de maneira não especificada, mas ser
viu para estabelecer uma identificação do ego com o
objeto abandonado. (FREUD [1917], 1976, p. 281)
um homem precisa adoecer para ter acesso a uma verdade dessa espécie"
(FREU D [1917], 1976, p. 279) e lembramos aqui a i mportância do pro
cesso analítico como o acesso mais salutar à verdade.
Na melancolia, o o bjeto perdido fica i ntrojetado e passa a fa
zer parte integrante do ego sujeito de forma crônica e patológica,
como no processo de identificação, em que ocorre a transformação e
apropriação de aspectos e atributos, no caso em q u estão, da pessoa
perdida.
Apesar de o termo i ntrojeção não estar presente no a rtigo "Luto
e melancolia" (1917), seu conceito é de extrema i m portância para a
compreensão dos processos de incorporação psíquica, ligados à fase
oral e, estreitamente, relacionados com a identificação.
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Melancolia: interessante, instigante e perigosa
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Melancolia: interessante, instigante e perigosa
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REFERÊNCIAS
FREUD, S. Luto e melancolia. (1917). Vol. XIV. In: Edição Standard Brasilei
ra das obras psicológicas completas de. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
FREUD, S. Sobre o narcisismo: Uma Introdução. (1914). Vol. XIV. In: Edi
ção Standard Brasileira das obras psicológicas completas d e. Rio de Ja
neiro: Imago, 1976.
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. (1905). Vol. VII. In:
Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de: Rio de
Janeiro: Imago, 1976.
94
FREUD, S. O ego e o id. (1923). Vol. XIX. In: Edição Standard Brasileira das
obras psicológicas completas de: Rio de Janeiro: !mago, 1976.
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O PSICANALISTA À ALTURA DO SEU TEMPO?
RESPOSTAS DA PSICANÁLISE AO CHAMADO M É DICO
Antes do nome
1 PRADO, Adélia. Poesia reunida. 6" ed. São Paulo: Siciliano, 1996, p. 22.
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Introdução
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O Psicanalista à altura do seu tempo?
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O "prisioneiro" hospitalizado.3
Internado para tratamento de uma infecção g rave, um paciente
"cria problemas", "dificulta o tratamento" e "faz tudo para não ter alta",
isto depois de i nternações anteriores. U m dos médicos assistentes "pas
sa o caso" para outro colega porque "não suportava mais tantas recla
mações", tanto da equipe de profissionais quanto do paciente.
O profissional que assume o tratamento, em determinado mo
mento, solicita atendimento ao psicanalista, a fim de que ele "entre no
caso" para "ajudar a preparar o paciente para a alta hospitalar", já que
estava chegando o momento de encerrar o tratamento médico. O pa
ciente já tinha sido medicado por um psiquiatra, mas os impasses, as
queixas e as reclamações continuaram.
3Este paciente estava aguardando julgamento quando foi internado devido a u m quadro
de infecção g rave.
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O Psicanalista à altura do seu tempo?
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O Psicanalista à altura do seu tempo?
Abri u -se então espaço para perg u ntas d i a nte das certezas
a n teriores:
De que o ser humano se torna prisioneiro?
De que estavam prisioneiros todos das equipes?
A equipe estava i mpotente, "prisioneira das regras dos dis
cursos i nstitucionais?"
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O Psicanalista à altura do seu tempo?
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REFER�NCIAS
LACAN, J. O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1985.
109
PRADO, A. Antes do nome. In: Poesia reunida, 6a ed., São Paulo: Siciliano,
1996.
SCHAEFER, A. Préface. In: Analuein Journal de la F.E.D.E. P.S. Y., n.0 11,
Strasbourg, junho, 2008, p.2.
1 10
A PRESENÇA DO PSICANAUSTA NO HOSPITAL GERAL:
SUA ESCUTA E SUAS INTERVENÇÕ ES
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Psicanálise e Hospital
que hoje lhe corresponde. Ele faz uma crítica contundente da posição
do analista como especialista da desidentificação e que a leva a toda
parte no âmbito social. Sua posição é claramente a de que é preciso
destruir um certo ideal de psicanalista que se mantém à margem da
sociedade, construindo críticas sobre os acontecimentos. Em relação a
essa posição de especialista da desidentificação, Laurent d iz:
Sejamos claros em afirmar a necessidade de destruir
essa posição: defenda est! Não se deve mantê-la, e se
os analistas acreditam que podem permanecer nela ...
Seu papel histórico está terminado. A função dos
analistas não é essa, decorrendo daí o interesse em
inseri-los outra vez nos dispositivos da saúde mental.
(LAURENT, 2007, p.l43)
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A presença do psicanalista no hospital geral
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Psicanálise e Hospital
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A presença do psicanalista no hospital geral
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A presença do psicanalista no hospital geral
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A presença do psicanalista no hospital geral
tem para eles uma representação ameaçadora. Por exemplo: "Isto aqui é
a antessala do inferno" - expressão certa vez utilizada por alguém para
se referir ao hall onde os fam i liares esperavam o horário para entrar
na unidade. Isso deve ser considerado nas entrevistas de acolhimen
to real izadas com familiares e com pacientes quando de i nternações
nesse centro de tratamento. Nessas ocasiões em que esta unidade se
apresenta de forma ameaçadora, se o psicanalista se oferece de forma
evasiva, inconsistente, ele pode, ao i nvés de oferecer uma contenção
da angústia, tornar a situação insuportável. Abordar as famílias e os
pacientes oferecendo um "saber sobre o CTI" parece-nos a atitude mais
conveniente a adotar. Isso pode ser feito falando dos horários em que
as notícias médicas são fornecidas, dos horários para a presença dos
fam iliares nessa unidade etc. Este acolhimento aos familiares e aos pa
cientes pode ter o efeito de circunscrever o real que irrompe no psiquis
mo. Essa i rrupção do real é sinalizada em várias falas recorrentes em
situações de adoecimento de um ente, como, por exemplo: "Ele estava
bem e de repente aconteceu isso!".
O psicanalista também está às voltas com o Discurso Universitá
rio no hospital nos momentos de transmissão da Psicanálise, seja nos
cursos de formação, seja no momento em que os alunos desses cur
sos vão acompanhar o trabalho da equipe de psicólogos na i nstituição.
Aqui, não cabe a ele ocupar a posição de a, sustentando o discurso do
analista, oferecendo-se como semblante de a.
Por outro lado, podem surgir, no hospital, circunstâncias em que
seja necessário o analista ocupar o lugar de agente no d iscurso do ana
l ista, ou seja, fazendo semb lante de objeto a. Cito um fragmento clínico
para articular essa questão do analista como objeto. Após o falecimen
to de um paciente que estivera i nternado no CTI por aproximadamente
um mês, u ma de suas filhas retoma ao CTI para agradecer à equipe o
tratamento dado a seu pai. Nesse momento, expressa o que represen
tou para ela o trabalho realizado pela "Psicologia". Referindo-se a u ma
determinada psicóloga, diz: "Isso me ajudou a apreender o que estava
por vir" (. . .) "Minha mãe conseguiu aceitar melhor a morte de meu pai.
Imagina que ela até aceitou fazer uma viagem!". Podemos afirmar que o
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A questão da transferência
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s ----
s ( 5 1, 5 2, ...
Sn)
(Materna d a transferência)
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esse significante que algum trabalho se fez possível com essa família.
A transferêncía, ou mesmo alguns de seus elementos, é sustentada por
uma posição de acolhimento, escuta, intervenção, ou mesmo de um
analista. N esse caso, como o vínculo transferencial era dirigido ao coor
denador da unidade, foi recorrendo a ele e sustentando tal vínculo que
alguma intervenção pôde ter efeito.
Assim, propõe-se considerar que algo da transferêncía possa ser
estabelecido, mesmo que não se busque a relação transferencial analí
tica que tem, necessariamente como efeito, a produção de um sujeito
cíndido. Talvez o que seja possível no trabalho no hospital seja apenas
o que está representado na parte superior do matema da transferência,
isto é, a relação de um significante, seja do pacíente ou da família, a
outro significante qualquer, que pode estar localizado na instituição, no
médico e até mesmo no analista. Como vimos, há situações em que a
su posição de saber está d i rigida aos significantes "hospital", "coordena
dor", "chefe" e não especificamente à pessoa que ocupa este lugar.
O debate sobre o conceito de transferência convoca-nos a con
siderar o manejo de seus possíveis elementos, que podem ou não se
apresentar na terapêutica dentro da instituição. Nesse contexto, o ob
jetivo primeiro do analista não é buscar estabelecer as condições ne
cessárias para o desenvolvimento de u ma anál ise propriamente dita,
com início, meio e fim, mas de se oferecer para que um encontro com
o analista seja possível.
Pelo efeito de seu trabalho, é que um analista pode fazer com que
algo da transferência seja verificado na instituição. É pela sua presença
e pela sua atuação que a demanda a um analista pode ser construída.
É preciso que esta presença seja de tal modo que possibilite um espa
ço para o campo da subjetividade e da particularidade, sustentando a
presença de um saber outro, diferente do saber oferecido pelo campo
médico. No contexto da instituição hospitalar, pode-se dizer que a trans
ferêncía aponta para a existêncía desse saber outro sobre o sofrimento
das pessoas. O analista deve saber sustentá-la e manejá-la junto a toda a
comunidade hospitalar, para ali favorecer a presença da Psicanálise.
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A presença do psicanalista no hospital geral
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Psicanálise e Hospital
1 28
REFERÊNCIAS
129
FREUD, S. Sobre o ensino d a psicanálise nas universidades. [1919
(1918)]. In: Uma neurose infantil e outros trabalhos. Obras completas
de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, v.
XVII, 1980, p. 215-220.
LACAN, Jacques (1953). Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. Cap.
Função e campo da fala e da l i nguagem, 1998, p. 238-324.
1 30
MILLER, Jacques-Aiain. As contraindicações ao tratamento psicanalítico.
In: Opção lacaniana. Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, n.0
25, out. 1999, p.52-55.
131
"FORA DO PROTOCOLO"
INTERVENÇÃO PSICANAÚTICA
EM SITUAÇÃO DE URG � NCIA
Glauco Batista
133
Psicanálise e Hospital
1 34
"Fora do Protocolo": I ntervenção Psicanalitica em Situação de Urgência
1 35
Psicanálise e Hospital
1 36
"Fora do Protocolo": Intervenção Psicanalítica em Situação de Urgência
137
Psicanálise e Hospital
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"Fora do Protocolo": Intervenção Psicanalítica em Situação de Urgência
Temporalidade e trauma
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Psicanálise e Hospital
1 40
REFERÊNCIAS
141
ANOREXIA: UM SINTOMA DA PUBERDADE
Introdução
1 43
Psicanálise e Hospital
1 44
Anorexia: um sintoma da puberdade
1 45
Psicanálise e Hospital
Puberdade e anorexia
1 46
Anorexia: um sintoma da puberdade
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Psicanálise e Hospital
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Anorexia: um sintoma da puberdade
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Psicanálise e Hospital
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Anorexia: um sintoma da puberdade
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Psicanálise e Hospital
1 52
Anorexia: um sintoma da puberdade
1 53
Psicanálise e Hospital
1 54
REFERÊNCIAS
EIDELBERG, A.; MAZZINI, A.; SA Ú L, A.; SCH EJTMAN, F.; DAFU NCHO, N.
S.; VENTOSO, J. Anorexia y sexuação. In: Como tratam los psicoanalistas
lãs anorexias y bulimias? Buenos Aires: Serie dei Bucle, 2004.
155
___ ,. La signification du phallus, 1958.
SOLER, C. O que Lacan diz das mulheres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2003.
1 56
FUNÇÃO PATERNA NA Un NENONATAL:
O EM PUXO À MÃE DIANTE DO ENCONTRO
TRAU MÁnCO COM O MAIS ALÉ M DO PAI
Contextualizando
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Psicanálise e Hospital
1 58
Função Paterna na UTI Neonatal
"O que foi, prá você, ser pai ... [Nossa!] e como é que isso entrou
na sua vida?"
"Eu ... Eu sempre quis ser pai. Toda ... Depois da minha adoles
cência ... Agora, na idade que eu comecei a ter... Vinte... Vinte e
cinco anos, agora ... Eu sempre quis ser pai, imaginei ser pai ... E...
Imaginei cuidando de um filho e... Principalmente imaginava as
sim ... Até um filho ... Do sexo masculino mesmo, não sei por que
eu sempre imaginava ..."
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Psicanálise e Hospital
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Função Paterna na UTI Neonatal
u ma situação que ele suporta com extrema d ificuldade. Como diz An
sermet, a respeito da situação traumática (2003, p.SO), "só podemos ser.
Não se pensa': Por u m instante, um momento fugaz, o i nconsciente se
abriu, mas para se fechar logo em seguida.
E de outro pai, que sempre enfatizava a sua tranquilidade - com
parando-se nisso com o próprio pai -, quando contava que é dela que
tira suas forças:
O empuxo à mãe
161
Psicanálise e Hospital
"É... Na hora que eu soube, né, falei assim, vai ... Na hora que ela
começou a passar mal, ah, vai ter que tirar o neném ... Fiquei uma
semana aqui no hospital aqui, né, até chegar a hora certa prá
poder tirar ele ..." (quem ficou no hospital foi a mãe)
"Olha ... É ... Chega eu e a mãe dele, né. Aí é ... Ela fica lá um pou
quinho ... Depois ela desce (para tirar o leite), né ... Aí é ... Converso
com ele, né ... Eu peço ele a bênção, né ..."
Para dizer com Barros: "Eu estou bem sentado em um lugar. Vem
uma palavra e tira o lugar debaixo de mim. Tira o lugar em que eu estava
sentado". (1997, p.l03)
1 62
Função Paterna na UTI Neonatal
163
Psicanálise e Hospital
Não é à toa que a queixa passa pelo sexo e que ele entre em
questão. Na fala dos pais, a sexualidade, no pré-parto ou no pós-parto,
está sempre presente, como reivindicação ou como inibição. E ela se
torna uma questão, porque o contraponto do desejo da mãe pela crian
ça passa pela sua divisão com a mulher, e é aí que se faz a i ntervenção
do pai,l às vezes, com grandes dificuldades. Nós os ouvimos falar d isso
e tam bém ouvimos a menção frequente ao resguardo - forma institu
cionalizada, no sentido antropológico, de dar um tempo de recolhi
mento necessário às partes em uma fase liminar.
O empuxo à mãe se revelou, então, como o a ser evitado pelos
pais no l imiar do real traumático que eles suportam/sustentam na UTI
neonatal.
1 64
Função Paterna na UTI Neonatal
"Falar com ela que não... Que vai dar certo... Sempre motivando...
É ... Incentivando ela ... Porque quando chega/nós chegamos aqui
no, no, no... No neonatal aqui. .. Acho que a gente tem de tra
zer... um ar positivo. Até mesmo prá criança, eu sei que, de uma
forma ou de outra, ela vai tá... sentindo esse lado positivo. E se a
gente vim com os pensamentos negativos... Ah, não vai resistir...
Não vai ... Acaba que a gente fica, até a gente... Em vez de dar
apoio, a gente fica prá baixo também. Então assim, nessa hora,
a gente tem de ser mais forte... Dar a mão mesmo ... Apoiar
em todas as decisões que ela quiser tomar... E... Eu acho que
é isso. Dar um apoio prá ela ... É isso."
1 65
Psicanálise e Hospital
Ele está lá, com suas palavras e com sua presença, para permitir
que a mãe se autorize a ser "suficientemente louca" (Winnicott) ...
para compreender e interpretar os gritos e os sentimentos do
seu bebê... sem se afundar na loucura ou se fechar em um es
paço fechado com o bebê. Ele é o Alter da mãe, tão interessado
pela criança quanto ela. Ele lhe lembre que um "fora" existe. E
citando-o textualmente: "um pai suficientemente tranquilo para
uma mãe suficientemente louca".
1 66
Função Paterna na UTI Neonatal
A clínica na un neonatal
1 67
Psicanálise e Hospital
1 68
REFER�NCIAS
BRAZELTON, T. B.; CRAMER, B. Les premiers liens. Paris, Stock, 1991 apud
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Eres, 2003.
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UM BERÇO VAZJ01
3 Lacan, J. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988,
Lição 22/6/1960, p.353.
4 "Marie Antoinette et ses enfants", pintura de E. Louise Vigée LeBrun.
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Psicanálise e Hospital
5 FRASER, Antonia. Maria Antonieta. 3" ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 274.
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Um Berço Vazio
o efeito contrário. "Não te esqueças de que ela teria sido minha amiga",
respondeu a rainha ... 6
Esta frase revela um desejo não realizado e remete-nos a uma
colocação de Allouch quando diz que o luto não é somente perder
alguém, "é perder alguém perdendo um pedaço de si". 7 Um pequeno
pedaço de si, registro do valor fálico da perda da libra de carne.
Com a perda de um filho, o enlutado não perde a penas um ser
amado, mas, sobretudo, tudo o que potencialmente o filho teria podi
do lhe dar, se tivesse vivido. Assim, a medida do horror, no enlutado, é
função daquela da não realização da vida do morto.
Lacan traz esse tema no seminário da ética, q uando trabalha
o q u e pode q uerer d izer "ter realizado um desejo"; ele lembra que
é essa i nvasão da morte na vida q u e confere seu d i na mismo a toda
q u estão, quando ela tenta formular-se, sobre o tema da real ização
do desejo.8
Retomando à cena histórica apresentada, o retrato de família de
veria ser exibido no Salão da Academia Real, mas teve de ser retirado
por causa da i m popularidade da rainha na época. Restou no espaço
destinado somente a moldura vazia. Alguém, referindo-se ao apelido
zombeteiro de Marie-Antoinette, Madame Deficit, espetou um bilhete
na moldura: "Contemplem o deficit".
Interessante, sim, contemplemos o deficit! Aceitemos esse de
safio. Contemplando a moldura vazia, ela encaminha-nos a valorizar
o deficit a l i presente, não só sob a perspectiva do vazio revelado, con
tornado pela moldura, mas tam bém remetendo-nos ao vazio inserido
na cena do quadro a usente. Ambos foram denunciados. Por um lado,
o deficit, por outro, o berço vazio. Um retrato de família, onde o vazio
não é encoberto, mas sim descortinado e a pontado. A morte ali estava
retratada, i ncluída!
6 ldem, p.287.
7 AllOUCH, J. Erótica do Luto no tempo da morte seca. Rio de Janeiro: Companhia de
Freud, 2004, p.387.
8 lACAN, J. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988,
p.353.
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Psicanálise e Hospital
Nesse mesmo texto, Nossa atitude para com a morte, Freud, refe
rindo-se aos homens primitivos, afirma:
9 Freud, S. Reflexões para os tempos de guerra e morte. In: Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: !mago, 1969, v.XIV,
p. 339.
10
Idem, p. 332.
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Um Berço Vazio
11 Idem, p.335.
12 LACAN, J. O Seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p.43,
lição 9/1/1973.
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Psicanálise e Hospital
"Oh, pedaço de m i m
O h , metade a rrancada de m i m. . ."
(Chico Buarque, Pedaço de mim - 1977)
De toda forma, sabemos que o que não veio à luz no Simbó l ico
aparece no Real, e, se o vazio não passar por elaborações, tal expe
riência de morte poderá retornar em outro lugar, sobrecarregando,
por vezes, u m futuro filho, ou um futuro descendente. O desejo de
i morta lidade e da sobrevivência assegu rada e a concomitante nega
ção da morte podem i mpulsionar a tentativa de um renomear. Um
"renome durável", a i lusão da i mortalidade por meio de um nome que
se repete, perpassando gerações, ou o nome dado para recorda r ou
homenagear ancestrais pode refleti r tentativas de escamotear a dor
efetiva de u ma perda.
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Um Berço Vazio
Ela lembra a biografia de Van Gogh, ressaltando que ele não teria
sofrido como sofreu se não tivesse visto toda sua i nfância, seu próprio
nome sobre uma pedra tombada: ninguém lhe explicou que era de seu
irmão mais velho, falecido um ano antes de seu nascimento, e que ti
nha seu nome. É necessário falar dos mortos, falar da morte. "Que uma
criança morta faça parte da familia para as crianças vivas, não na triste
za, mas na vida simbólica", diz Dolto.14
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Um Berço Vazio
15 LACAN, J. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1988,
p.301.
16 Parafraseando o escritor García Márquez, G. Crônica de uma morte anunciada. Rio de
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Psicanálise e Hospital
importância, pois, ele cria espaço para a escuta das palavras ditas a
propósito e ao redor de um berço vazio, bem como para as elaborações
possíveis. As vinhetas clínicas apontam as consequências da ausência
de um trabalho no referido contexto.
Sem dúvida, precisamos construi r avanços nesse campo. É ne
cessário enfrentar os i mpasses apresentados por uma modernidade
que tende a desconsidera r a morte, que não quer saber da morte. É
fundamental trilhar u m caminho diferente do ocu ltamente diante do
horror ao vazio.
Como teste m u n h a m os na c l í n ica, u m l uto não e l a borado
poderá i m ped i r que o s uje ito ali i m p l icado faça o l uto da cria nça
e m si mesmo.
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O PACIENTE DIABtnCO:
A DOENÇA COMO METÁFORA
(OU UMA VIDA NADA DOCE) 1
Letícia Rocha
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Psicanálise e Hospital
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O paciente Diabético
Aiejandra M unõz.
1 83
Psicanálise e Hospital
1 84
O paciente Diabético
185
Psicanálise e Hospital
5FREUD, S. "Reflexões para os tempos de guerra e morte". In: FREUD, S. Obras Psicológicas
Completas. Edição Sta ndard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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O paciente Diabético
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TEMPO E CORPO NA HIPERMODERNIDADE
1 89
Psicanálise e Hospital
1 90
Tempo e Corpo na Hipermodernidade
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Psicanálise e Hospital
Tempo e imagem
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Tempo e Corpo na Hipermodernidade
1 93
Psicanálise e Hospital
1 94
Tempo e Corpo na Hlpermoderntdade
1 95
Psicanálise e Hospital
Para interromper
1 96
Tempo e Corpo na Hipermodernidade
1 97
REFER�NCIAS
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O INCONSCIENTE NÃO É L/GHT - CONSEQU � NCIA
E RESPONSABIUDADE NA CIRURGIA BARIÁTRICA
Sheyna C Vasconcellos
1 99
Psicanálise e Hospital
Conhecimento e Saber
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O Inconsciente Não é Light
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Psicanálise e Hospital
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O Inconsciente Não é Light
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Psicanálise e Hospital
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O Inconsciente Não é Light
Responsabilidade e consequência
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Psicanálise e Hospital
Na clínica com obesos, é comum a fala "Eu vivo a vida dos ou
tros", demonstrando a alienação e a reprodução que se estabeleceu
com o Outro materno e se perpetua pela vida i nteira. A responsabilida
de de quem se oferta nesta escuta é fazer o sujeito se responsabilizar
por sua escolha, autorizando a si mesmo e assum i ndo a autoria de seus
atos em uma perspectiva menos alienada ao outro e em consonância
com seu desejo.
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REFERÊNCIAS
207
QUINET, Antônio. Demanda e desejo. In: A descoberta do inconsciente:
do desejo ao sintoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000, p. 87-116.
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REPRODUÇÃO ASSISTIDA, CIÊNCIA E SOCIEDADE:
A PLURALIDADE CULTURAL E OS INDIVÍDUOS
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Psicanálise e Hospital
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Reprodução assistida, ciência e sociedade
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Psicanálise e Hospital
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Reprodução assistida, ciência e sociedade
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Psicanálise e Hospital
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Reprodução assistida, ciência e sociedade
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Psicanálise e Hospital
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A; PEGORARO, O. A. Ética, ciência e saúde. São Paulo: Vozes, 2002.
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Glauco Batista