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Meio Ambiente (Brasil), v.3, n.5.

046-063 (2021)
OPEN
JOURNAL Meio Ambiente (Brasil)
SYSTEMS
ISSN: 2675-3065 Nascimento et al

Atividade petrolífera offshore e sua relação com os impactos ambientais nos


ecossistemas marinhos
Noemi Rodrigues Nascimento1*, Gabriel Victor Vital2, Alyny dos Santos Plaza3, Giovanna Lucchi Mandotti
de Souza4
1
Bacharela em Engenharia Ambiental e Sanitária, Faculdades Metropolitanas Unidas, Brasil. (*Autor correspondente: noemi.r.n@hotmail.com)
2
Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária, Faculdades Metropolitanas Unidas, Brasil.
3
Bacharela em Engenharia Ambiental e Sanitária, Faculdades Metropolitanas Unidas, Brasil.
4
Bacharela em Engenharia Ambiental e Sanitária, Faculdades Metropolitanas Unidas, Brasil.

Histórico do Artigo: Submetido em: 02/06/2021 – Revisado em: 07/07/2021 – Aceito em: 30/07/2021

RESUMO
O petróleo é a fonte de combustível mais importante atualmente, possui uma grande importância econômica e gera não só o combustível
fóssil, como também outros produtos que são aplicados de formas diferentes. Apesar de sua relevância, a exploração petrolífera tem
como consequência diversos impactos desde a extração até a utilização, principalmente em ambiente offshore. A importância e
sensibilidade ecológica do ambiente marinho faz com que haja riscos em qualquer alteração não natural do mesmo, especialmente se
tratando de atividades de grande magnitude como é a exploração e produção de petróleo. A compreensão desses impactos possibilita
uma conscientização para o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicação de melhores e mais eficazes técnicas de controle,
prevenção e remediação. Alguns métodos de remediação provaram ter eficácia, bom custo-benefício e baixo ou nenhum impacto
ambiental de consequência, como a biorremediação que utiliza micro-organismos para a limpeza do ambiente impactado pelo
vazamento de óleo. Outros métodos como o uso de dispersantes químicos que contém substâncias tóxicas em sua composição, podem
trazer danos ao ambiente e devem ser aplicados quando outras medidas mitigatórias não forem suficientes. Nesse estudo abordar-se-á
a respeito do funcionamento do sistema offshore, o comportamento do óleo em um vazamento no oceano e de que forma os riscos da
atividade impactam os ecossistemas marinhos, possibilitando uma compreensão da necessidade de medidas de prevenção e controle.

Palavras-Chaves: Offshore, exploração petrolífera, vazamento de óleo, ecossistemas marinhos.

Offshore petroleum activity and its relation to environmental impacts on marine ecosystems
ABSTRACT
Petroleum is the most important fuel source nowadays, it has great economic importance and generates not only fossil fuel, but also
other products that can be used in different ways. Despite its relevance, oil exploration causes several impacts from extraction to use,
especially in the offshore environment. The importance and ecological sensitivity of the marine environment imply that there are risks
in any unnatural change in it, especially activities of great magnitude such as oil exploration and production. Understanding these
impacts enables awareness for the development of new technologies and the application of better and more effective control, prevention
and remediation techniques. Some remediation methods have proven to be efficient, cost-effective and have little or no consequential
environmental impact, such as bioremediation that uses microorganisms to clean up the environment impacted by oil spills. Other
methods, such as the use of chemical dispersants that contain toxic substances in its composition, can cause damage to the environment
and should be applied when other mitigating measures are not sufficient. This study will address the functioning of the offshore system,
the behavior of oil in case there is a spill in the ocean and how the risks of the activity affect marine ecosystems, enabling an
understanding of the need for prevention and control measures

Keywords: Offshore, oil exploration, oil spills, marine ecosystems.

Nascimento, N. R., Vital, G. V., Plaza, A. S., Souza, G. L. M., (2021). Atividade petrolífera offshore e sua relação com
os impactos ambientais nos ecossistemas marinhos. Meio Ambiente (Brasil), v.3, n.5, p.46-63.

Direitos do Autor. A Meio Ambiente (Brasil) utiliza a licença Creative Commons - CC Atribuição
Não Comercial 4.0 CC-BY-NC. 46
Meio Ambiente (Brasil) (v.3, n.5 – 2021)

1. Introdução

A preocupação com o meio ambiente e a urgência de mudança de hábitos de produção e consumo estão
cada vez mais sendo debatidos na sociedade. Nas últimas décadas, os impactos negativos que a natureza e
consequentemente a sociedade vem sofrendo tem se agravado em função de um consumo não sustentável,
alertando autoridades e órgãos públicos sobre tomadas de decisões a fim de evitar uma grande catástrofe ou
situação irreversível (Zanirato e Rotondaro, 2016).
A importância do petróleo no nosso cotidiano é de extrema relevância, de acordo com a Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), a matriz energética mundial é composta por fontes não renováveis em sua maioria,
destas, o petróleo e seus derivados representam 31,5%, seguidos pelo carvão mineral com 26,9%. Já as fontes
renováveis juntas correspondem somente a 2% dessa matriz (Epe, 2020). O conhecimento desses dados reforça
a necessidade de uma mudança no padrão de consumo mundial, uma vez que a queima de energia fóssil como
o petróleo traz grandes impactos ambientais e sociais, como contribuição ao aquecimento global e
consequentemente às mudanças climáticas e agravamento de doenças respiratórias devido aos gases poluentes
na atmosfera (Bussadori, 2019). O ambiente marinho possui uma enorme importância ecológica e social,
servindo como fonte de renda para diversas populações além de possuir uma rica biodiversidade. Dessa forma,
os impactos ambientais e sociais que sua exploração pode causar são diversos, prejudicando os habitats de
animais marinhos e as comunidades costeiras que têm o mar como fonte de renda e/ou alimentação.
A crescente necessidade de consumo de petróleo motivou o ser humano a levar suas buscas ao mar,
expandindo o campo de pesquisa para o sistema offshore. Esse sistema interage diretamente com diversos
ecossistemas marinhos, podendo trazer consequências irreversíveis às espécies além da difícil recuperação
ambiental a longo prazo, como foi o caso do Golfo do México, onde em 2010 aconteceu um dos maiores
derramamentos de óleo no mar da história, impactando praias, estuários, mangues e pântanos.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em seu relatório que traz perspectivas para
a indústria do petróleo, apresenta queda na utilização e consumo do petróleo e um aumento da participação de
recursos energéticos sustentáveis após 2030, porém as indústrias petrolíferas ainda se manterão nas primeiras
posições como produtoras da maior fonte de energia por alguns anos (Lawler, 2020). Como exemplo há o
interesse econômico no desenvolvimento do país através da exploração de recursos petrolíferos e o
planejamento da Petrobras em continuar explorando o Pré-Sal no litoral brasileiro (Petrobras, 2018). Fato este
que levou a empresa à liderança na produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas, mesmo o
Brasil sendo um dos últimos países a iniciar a exploração do fluido na América Latina.
Analisando estes cenários e reconhecendo os riscos de acidentes no sistema offshore, compreender os
processos intempéricos que afetam o óleo em caso de vazamento é essencial para conhecer os possíveis
impactos negativos nos ecossistemas marinhos e aplicar as medidas de remediação e mitigação necessárias.
O objetivo do trabalho é abordar temas como a formação do petróleo e sua composição; a funcionalidade
do sistema offshore; o comportamento do óleo no mar e as principais tratativas do problema; legislação
aplicável; principais acidentes no mundo e os métodos de mitigação utilizados nestes; e os impactos causados
nos ecossistemas marinhos.

2. Material e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido através de revisão bibliográfica cuja metodologia consiste na análise e
revisão de literaturas já publicadas em forma de livros, artigos, teses, dissertações, relatórios, entre outras
formas de publicações científicas e literatura cinzenta. Os autores identificaram, coletaram e analisaram as
principais contribuições científicas sobre o tema, totalizando 69 artigos, este número foi considerado
significativo por possibilitar que nenhum autor referenciado fosse citado mais de três vezes, permitindo
embasamento teórico suficiente para os objetivos da pesquisa. A identificação dos artigos foi realizada através

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de três bases de dados: SciELO, Periódicos Capes e Google Scholar. Estas bases de dados foram escolhidas
devido a seu acervo abrangente e confiabilidade de dados.
A escolha dos artigos foi feita por dois critérios: período e relevância. O período definido foi a partir de
2013, para que não houvesse dados e informações ultrapassadas, até dezembro de 2020, data em que o artigo
foi finalizado. A relevância foi definida a partir da magnitude da contribuição para o tema, levando em
consideração a fundamentação teórica dos artigos e nível de especialização, ou seja, a começar por obras que
tratam do tema de uma forma abrangente e direcionando para obras que sejam mais específicas.
As buscas foram realizadas por palavras chaves em inglês e em português, expandindo assim o campo
de bibliografias relevantes. As palavras chaves utilizadas foram: offshore, exploração de petróleo, vazamento
de óleo, ecossistemas marinhos, oil spill, petroleum exploration, análise de risco, remediação de vazamento
de óleo, contenção de óleo no mar, acidentes offshore, leis do petróleo e projeção energética. Essas palavras
foram consideradas devido à sua abrangência, que permitiu a pré-seleção de 107 obras que passaram por uma
avaliação. Os artigos foram avaliados de forma a garantir a qualidade dos mesmos para esta pesquisa, foram
levantadas as perguntas: Os resultados apresentados no artigo atingiram os objetivos do mesmo? As
contribuições teóricas/práticas que o artigo trouxe ficaram claras? O grau de expertise do autor do artigo é
relevante para sua área? Esses critérios de inclusão e exclusão possibilitaram a seleção final das 69 obras de
referência e garantiram a veracidade das mesmas.
A partir da delimitação do horizonte temporal 2013-2020 e tendo como finalidade analisar o
comportamento do óleo em caso de vazamento no oceano e identificar impactos passíveis deste problema, os
autores deste artigo realizaram as revisões bibliográficas visando a ampla compreensão de todo o cenário
seguindo o nível de especialização, analisando artigos mais amplos abrangendo a formação e composição do
petróleo cru, etapas de extração e possíveis riscos, processos atuantes no óleo derramado e sensibilidade dos
ecossistemas marinhos e tornando essa análise mais direcionada para estabelecer uma relação entre esses
processos. A motivação dos autores para esta pesquisa foi baseada no potencial impacto que a atividade
petrolífera pode causar aos ambientes marinhos, e consequentemente na crescente necessidade de expansão do
consumo energético para energias renováveis.

3. O sistema offshore

A inovação da tecnologia e o atual mundo como conhecemos não seriam possíveis de serem alcançados
sem a globalização, revolução industrial, uso de recursos energéticos e entre eles, a exploração petrolífera. O
petróleo é a principal fonte de energia no Brasil e no mundo, atualmente representa 34,4% na repartição de
oferta interna de energia nacional (Epe, 2019).
O petróleo, palavra que vem do latim, significa “óleo de pedra” e é definido como uma mistura de
hidrocarbonetos. Segundo Martins (2014):

“de maneira geral, óleos não alterados possuem em média 57% de hidrocarbonetos saturados
(compreendendo parafinas e naftênicos), 29% de hidrocarbonetos aromáticos (incluindo as moléculas
aromáticas puras e naftenoaromáticos) e 14% de resinas e asfaltenos (fração de alto peso molecular
contendo nitrogênio, enxofre e oxigênio), além de quantidades traço de organometálicos”.

A respeito da sua classificação, pode ser considerado como leve ou pesado, porém isso varia de acordo
com a sua composição dos derivados na refinaria. De acordo com Morais (2013):

“Os petróleos leves são constituídos de maiores proporções de hidrocarbonetos de menor peso
molecular, que originam maiores proporções de gás liquefeito de petróleo (GLP), nafta, querosene e
Diesel; os petróleos pesados produzem proporções elevadas de frações pesadas, como gasóleos de
vácuo e resíduo de vácuo”.

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No processo de refino, o petróleo passa por algumas classificações para saber o valor econômico e seus
derivados. Essa classificação é medida de acordo com a densidade do fluido, estabelecida pelo American
Petroleum Institute (API). Santos V. e Silva (2019) definem a classificação do petróleo da seguinte maneira:
Petróleo leve: API ≥ 31,1°C; Petróleo mediano: 22,3°C ≤ API < 31,1°C; Petróleo pesado: 10° ≤ API
< 22°C; Petróleo extrapesado: API < 10,0°C.
De acordo com essa classificação, é possível destinar os tipos de petróleo para a produção de certos
derivados, como os combustíveis (gasolina, óleo diesel, óleo combustível, gás liquefeito de petróleo (GLP),
querosene e entre outros), produtos não-combustíveis (solventes, parafinas, lubrificantes básicos, graxas,
asfalto e coque) e derivados não energéticos (nafta, gasóleos petroquímicos e outras matérias-primas para as
indústrias petroquímicas) (Morais, 2013).
A demanda para suprimento dos recursos energéticos tem crescido ao longo dos anos, o que exigiu um
desenvolvimento rápido das tecnologias de extração do petróleo, a fim de que o mercado, a expansão das
cidades e economias dos países continuassem avançando. O processo de extração e transporte do petróleo
possui uma alta potência em tecnologia para uma boa qualidade do produto e segurança ao meio ambiente e
aos colaboradores.
Segundo Silva (2014), o desenvolvimento das plataformas fixas do sistema offshore começou em 1947
após a empresa Superior Oil Company construir a primeira estrutura metálica de perfuração e produção,
conhecida como jaqueta, definida por Oliveira (2017) como “plataformas constituídas de estruturas modulares
de aço (...) fixas com estacas cravadas no leito marinho”.
Para iniciar a perfuração das rochas a fim de extrair o petróleo, é necessário realizar previamente um
estudo geológico para selecionar as camadas de rochas com a maior probabilidade de encontrar o fluido. Após
essas pesquisas, geofísicos utilizam o método sísmico com a contribuição de equipamentos para fazer uma
análise da radiografia dessas camadas. Este método conta com a propagação de terremotos artificiais, causados
por meio de explosivos ou bombas de ar comprimido para produzir ondas que chegam até a crosta terrestre e
voltam à superfície. Com isso, os equipamentos especializados para este tipo de método conseguem captar
esses sinais e apresentam as informações aos geofísicos (Fem-Unicamp, 2018).
A próxima etapa é a perfuração dos poços, que ocorre com a ajuda de equipamentos que possuem sondas.
As plataformas responsáveis pela perfuração são constituídas por diversos tubos até chegar ao fundo do mar,
onde se realiza a perfuração através de brocas (Fem-Unicamp, 2018). Começa então uma série de processos e
estudos para confirmar a existência do petróleo nas jazidas, listados a seguir.

i. Poço pioneiro: primeiro poço perfurado a fim de confirmar a existência do petróleo;


ii. Poço de extensão ou delimitatório: poço perfurado para saber a extensão da jazida;
iii. Poço pioneiro adjacente: poço perfurado para descobrir novas jazidas em uma área adjacente ao
poço anterior;
iv. Poço para jazida mais rasa: poço perfurado para descobrir a existência de jazidas mais rasas na
região onde já foram descobertas outras jazidas anteriores;
v. Poço para jazida mais profunda: poço perfurado para descobrir a existência de jazidas mais
profundas na região onde já foram descobertas outras jazidas anteriores.

Após esta série de etapas de perfuração e a conclusão de ser viável economicamente a extração e
produção de petróleo na área, a empresa inicia então a perfuração dos seguintes poços (Petrobras, 2015a):

i. Poço de produção ou desenvolvimento: poço perfurado a fim de extrair o petróleo para produção
e transporte;
ii. Poço de injeção ou injetor: poço no qual são injetados água e gás para obter um aumento ou
melhora da recuperação do petróleo e gás natural.

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Com os poços em funcionamento, é instalado um equipamento importante para o controle do fluxo de


entrada e saída do fluido produzido ou injetado no poço, chamado “Árvore de Natal”. Este equipamento é
constituído por um conjunto de válvulas operadas remotamente (Petrobras, 2015b).
A plataforma instalada em determinada região para retirar o produto dos poços perfurados, possui
diversas tubulações por onde percorre o petróleo extraído chamados de risers e flowline. Ao chegar na
superfície, o fluido entra em contato com o vaso separador, que realiza o trabalho de separação da água, do
óleo e do gás, visto que o petróleo não chega em sua forma pura e natural. Geralmente nas plataformas existem
diversos outros equipamentos que garantem uma eficácia maior nesse processo de separação, porém com este
modelo é possível descrever simplificadamente a operação da etapa (Braga, 2017).

3.1 Análise de risco

Ao longo dos últimos anos, diversos desastres causados por derramamento de óleo no meio ambiente
afetaram diretamente e indiretamente a vida dos animais e das comunidades próximas aos locais. Por isso, a
elaboração de um instrumento de gestão de risco que aborde os possíveis impactos ambientais desde os estudos
sísmicos para perfuração dos poços até o transporte do petróleo, deve conter diversos tipos de cenários a fim
de evitar e encontrar possíveis soluções para cada um dos problemas.
As metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) ou respostas às emergências são muito
importantes na prevenção e solução a qualquer ação antrópica que seja negativa ao ambiente. A análise de
risco (ARA) é um ótimo instrumento pouco utilizados pelos profissionais responsáveis pela construção destes
métodos, o seu diferencial é apresentação de cálculos técnicos, como a taxa de frequência, levando em conta
diversos cenários possíveis de acidentes e assim obtendo melhorias e soluções mais eficientes em casos de
derramamento de óleo no mar. Ao final dos cálculos primários, um segundo é realizado para verificar a
tolerabilidade dos impactos causados, analisando o tipo de óleo (leve ou pesado) a fim de obter um resultado
do cenário mais eficiente, já que propriedades diferentes do fluido podem se comportar de maneiras diferentes
no mar (Pereira e Haddad, 2019). Através dessa matriz e análise dos cenários possíveis, o estudo consegue
concluir melhor quais as tratativas para cada um dos problemas, principalmente os que possuem uma
probabilidade maior de ocorrer.

4. Meio ambiente no sistema offshore

No ambiente marinho, todo derramamento de petróleo é danoso e de difícil contenção, uma vez que as
correntes marítimas agem dispersando o óleo pela água. Martinho (2016) afirma que a depender do grau de
profundidade do mar, a dificuldade em realizar as atividades petrolíferas e de contenção em caso de vazamento
é maior. Em águas profundas mais distantes da costa em que há diferença de pressão, temperaturas mais baixas
e menor visibilidade, os equipamentos precisam ser mais sofisticados e de altíssima precisão.
De acordo com Britto, Carvalho e Borba (2016), além da alta pressão presente nos reservatórios das
plataformas offshore, pode haver também gases corrosivos e tóxicos, fazendo com que as instalações das
plataformas sejam locais de constante risco e potencial de acidentes. Dos diversos riscos ambientais que
envolvem as atividades petrolíferas, o vazamento é um dos mais comuns e poluentes.
Ao entrar em contato com o mar, o petróleo sofre diversos processos físicos, químicos e biológicos que
são causados pela ação do intemperismo. De acordo com Afenyo, Veitch e Khan (2016), esses processos são
influenciados por fatores ambientais como vento, temperatura e correntes marítimas e podem ser diversos,
ocorrendo simultaneamente. Esses processos são evaporação, dispersão, emulsificação, espalhamento,
dissolução, afundamento, sedimentação e biodegradação. São influenciados pelas propriedades dos
componentes do óleo (Ipieca, 2015). A biodegradação é também utilizada como um processo de remediação
em caso de vazamentos.

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O espalhamento do óleo no mar é um dos processos mais relevantes, uma vez que pode influenciar os
demais. Esse processo depende da viscosidade do óleo e da temperatura do ambiente, óleos com baixa
viscosidade espalham mais rapidamente e a viscosidade é inversamente proporcional a temperatura, portanto
águas mais quentes podem acelerar o espalhamento.
De acordo com Ipieca (2015), a evaporação começa imediatamente após o derramamento a depender da
volatilidade e da quantidade de óleo derramado, se as temperaturas forem favoráveis. Esse processo pode
remover boa parte dos hidrocarbonetos mais leves em horas (Tarr et al., 2016). O processo de dissolução ocorre
quando os compostos solúveis em água nos hidrocarbonetos são dissolvidos, porém a dissolução não é tão
relevante uma vez que além da maior parte do óleo não possuir essa capacidade, a parcela que possui é
evaporada antes do processo de dissolução começar (Mishra e Kumar, 2015).
A dispersão, emulsificação e espalhamento são influenciados pela densidade do óleo, uma vez que
quanto maior a sua densidade, mais acelerados são estes processos e maiores são seus impactos ambientais. A
título de exemplo, a dispersão do óleo torna mais difícil sua localização, contenção, e consequentemente,
remediação (Fingas, 2014). Os processos de afundamento e sedimentação acontecem também a depender da
densidade do óleo e quando há a adsorção do mesmo às partículas em suspensão (Tarr et al., 2016).
É importante também considerar a persistência do óleo no ambiente, que é definida a partir da gravidade
específica. Óleos que possuem mais átomos de carbono em sua composição tem uma persistência mais elevada,
impedindo que a biodegradação ocorra naturalmente e necessitando de uma intervenção antrópica (Evans et
al., 2017). De acordo com Walker (2017), as ações primordiais a serem tomadas em caso de vazamento de
óleo no oceano são: (i) controlar a fonte de vazamento para evitar que a quantidade de óleo aumente; (ii)
monitorar o local de vazamento e, (iii) determinar a extensão e o grau de contaminação.
Dessa forma, os mecanismos de remediação e contenção do óleo podem ser físicos/mecânicos - como
barreiras e skimmers; químicos - como dispersantes; térmicos - como queima in situ; ou biológicos - como a
biorremediação (Walker, 2017). A escolha da técnica ideal depende do tipo de óleo, localização, quantidade
de óleo derramado e temperatura do ambiente e da água (Prendergast e Gschwend, 2014).
Os mecanismos físicos fazem a contenção do óleo derramado, facilitando sua posterior remoção. De
acordo com Pereira J. (2018), as barreiras e skimmers visam concentrar o óleo em um local que facilite sua
remoção, sendo depois armazenado para processamento ou descarte. A queima in situ envolve o isolamento
do óleo com barreiras e incêndio do material, resultando em dióxido de carbono e vapor de água com fuligem.
O uso de skimmers e barreiras para contenção do óleo é mais lento que a queima in situ, porém não tem
potencial de poluição do ar e da água (Fingas, 2014).
Os dispersantes químicos são pulverizados por barcos ou aeronaves e agem reduzindo a tensão
interfacial entre a água e óleo e quebrando as manchas em pequenas partículas, facilitando a dispersão e
biodegradação do material. De acordo com Miranda, Anjos e Moreira (2014), este método possui baixa
eficiência em óleos pesados e é melhor implementado antes dos processos de intemperismo se desenvolverem.
Os dispersantes modernos podem ter diferentes efeitos no meio, estão sujeitos a processos naturais como
diluição, dispersão e biodegradação. Quando os dispersantes são aplicados em águas profundas, uma parcela
do produto pode ser sequestrada por sedimentos e ficar retido nas profundidades, deixando a biota sujeita à
diluição.
A biodegradabilidade do óleo impacta diretamente no sucesso da biorremediação, é uma característica
que diz respeito a capacidade de degradação biológica do material, e varia a depender de fatores como
densidade, composição, emulsão e dispersão, assim como fatores oceanográficos como salinidade, temperatura
e pressão (Rodrigues e Totola, 2015). De acordo com Dellagnezze et al. (2014), a biorremediação consiste no
uso de organismos vivos para a mitigação ou eliminação de um poluente em determinada área, e uma vez que
tenham as capacidades metabólicas adequadas para a degradação de hidrocarbonetos, o uso de mais de uma
espécie de micro-organismos traz resultados melhores para biorremediação de vazamentos de óleo (Almeida
et al., 2017). Essa técnica tem mostrado ser uma alternativa econômica e eficiente.

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Considerando os riscos e danos possíveis em um caso de vazamento de óleo no oceano, a Figura 1


contextualiza um dos maiores acidentes de petróleo offshore no cenário global que aconteceu no Golfo do
México nos Estados Unidos em 2010, e no cenário nacional o vazamento no litoral nordestino brasileiro em
2019. Cabe reforçar que a velocidade da resposta ao vazamento é um fator essencial uma vez que reduz a
extensão do impacto e dano aos ecossistemas, a rápida contenção da macha de óleo evita que a mesma se
espalhe para regiões mais distantes do local de derramamento.

Figura 1 – Contexto histórico de dois desastres ambientais de vazamento de óleo no oceano.

Fonte: adaptado de Nixon et al., 2016; Euzebio, Rangel e Marques, 2019; Pereira R., 2016; Beyer et al., 2016; Jaligama et al.,
2015; Disner e Torres, 2020.

4.1 Legislações ambientais relevantes

De acordo com Santiago (2017), a partir da promulgação da Lei do Petróleo nº 9478, de 6 de agosto de
1997, houve a criação de dois órgãos essenciais para a realização das atividades petrolíferas, o Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE) responsável por formular políticas e diretrizes energéticas visando o
aproveitamento racional dos recursos energéticos do país, e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) responsável pela fiscalização e regulação das atividades que fazem parte da cadeia do
petróleo e gás natural.
A Lei do Petróleo ressalta em seu Art. 1º, inciso IV que proteger o meio ambiente e promover a
conservação de energia é um dos objetivos da Política Energética Nacional, e determina, em seu Art. 44º,
inciso I que o concessionário está obrigado a adotar medidas para a conservação dos reservatórios e proteção
do meio ambiente, e no inciso V, que o mesmo deve responsabilizar-se e indenizar os danos decorrentes das
atividades de exploração (Limmer, 2018).
Empreendimentos que possuam atividades potencialmente poluidoras estão sujeitas obrigatoriamente
ao licenciamento ambiental (Santiago, 2017). Existem 3 tipos de licenças ambientais, são elas a Licença Prévia
(LP), que aprova a concepção do projeto e estabelece os requisitos que deverão ser atendidos durante as
próximas etapas; a Licença de Instalação (LI) que aprova o início da instalação e construção do projeto desde

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que estejam sendo atendidos os requisitos estabelecidos anteriormente; e Licença de Operação (LO) que
autoriza o funcionamento do empreendimento, depois da confirmação de que as medidas de controle ambiental
adotadas são eficazes (Lopes, 2020).
A resolução CONAMA Nº 237 de 1997 descreve e estabelece as condições que deverão ser seguidas
pela indústria petrolífera, bem como as medidas de controle ambiental que deverão ser tomadas. O
empreendimento deverá possuir a Licença Prévia de Perfuração (LPper) que autoriza a perfuração e delimita
a área que o empreendedor deseja explorar e a Licença Prévia de Produção para Pesquisa (Lppro) que autoriza
a produção para pesquisa da viabilidade econômica da jazida. Para a concessão das licenças, o empreendedor
deve apresentar o Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) e o Relatório de Controle Ambiental (RCA) (Lopes,
2020). Para o licenciamento ambiental de indústrias cujas atividades sejam em ambiente marinho ou em zona
de transição terra-mar, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) instituiu junto ao IBAMA a necessidade de
possuir a Licença de Pesquisa Sísmica (LPS) (Reate, 2020).

5. Ecossistemas marinhos

Os ecossistemas marinhos são ambientes aquáticos com altos níveis de sal dissolvido que se diferem
uns dos outros por sua proximidade da costa, profundeza, temperatura e por suas características físicas e
biológicas determinadas por fatores bióticos como plantas, animais e micro-organismos, e fatores abióticos
como luz, oxigênio e nutrientes que são recebidos e dissolvidos (National Geographic, 2020).
Devido à grande diversidade, os ecossistemas aquáticos podem ser ramificados por suas características.
Os recifes de corais são ecossistemas bem diversos, podem hospedar crustáceos, moluscos, peixes, tartarugas,
tubarões, golfinhos entre outros; os estuários são locais de encontro das águas do oceano com os rios, podem
sustentar muitas comunidades humanas e possuem uma alta quantidade de nutrientes; os manguezais são
inundados pela água do oceano com frequência, fazendo com que as raízes de suas árvores fiquem submersas,
animais como caranguejos, peixes e camarões vivem entre elas; restingas são planícies arenosas que possuem
origem marinha, onde estão incluídos praias e dunas; e nos oceanos há uma variação de ecossistemas de acordo
com a sua profundidade e a depender da incidência de luz (National Geographic, 2020; Souza et al., 2018;
Booth et al., 2017).
Antes da implementação de uma atividade exploratória é importante conhecer os habitats existentes na
região. Além do potencial impacto por vazamento de óleo, há também o impacto da perfuração em si devido
à pluma de lama lançada no processo que é depois dispersa pelas correntes marítimas. A lama pode causar
alterações na composição física ou química da água afetando áreas como bancos de corais e algas calcárias
que possuem importantes funções ecológicas para diversos organismos aquáticos (Gonçalves, 2014).
De acordo com Moreira e Marques (2019), a diferença de densidade entre o óleo e a água faz com que
o óleo fique na superfície como manchas que impedem a troca gasosa e afetam a realização da fotossíntese,
além de causar a morte de animais que se alimentam nas encostas como as aves, que podem ter suas asas
cobertas pelo óleo impedindo o voo e prejudicando seu equilíbrio térmico. Outros animais como as tartarugas
que sobem à superfície para respirar também podem morrer presas ou sufocadas pelo óleo. Os mamíferos
marinhos como cetáceos, focas e lontras costumam passar grande parte do tempo em superfície seja para nadar,
respirar, se alimentar ou descansar. Esses animais dependem de sua pelagem para se aquecer e o contato com
o óleo pode causar hipotermia, afogamento ou sufocamento (Saadoun, 2015).
Os processos de intemperismo do ambiente ajudam com a dispersão dos hidrocarbonetos, porém afetam
diversos ecossistemas marinhos. Os corais, por exemplo, que possuem uma importante função ecológica por
fornecer alimento e funcionar como habitat para diversos animais, gastam uma grande parcela de sua energia
para recuperação dos impactos causados pelo petróleo, restando uma pequena quantidade para as funções
essenciais como crescimento e reprodução (Pereira J., 2018).

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Meio Ambiente (Brasil) (v.3, n.5 – 2021)

Quando há a dispersão e emulsificação do óleo, um dos primeiros animais a serem afetados são os
zooplânctons que por não possuírem locomoção própria, ficam vulneráveis e expostos à contaminação. Os
zooplânctons possuem uma posição na base da cadeia alimentar, sua contaminação traz impactos para peixes
e baleias de barbatana que se alimentam desses animais (Saadoun, 2015). Os peixes sofrem alterações
respiratórias, reprodutivas e cardíacas através do contato com o óleo que pode ser pelas guelras, ingestão de
alimentos contaminados como os zooplânctons e pela absorção dos compostos tóxicos na água durante a
respiração (Farrington, 2014).
As parcelas mais persistentes do óleo são as que grudam nas asas dos pássaros e pelagem dos mamíferos,
além de cobrir superfícies como praias turísticas e prejudicar atividades econômicas desenvolvidas no mar
como pesca e aquicultura, trazendo danos aos recursos ecológicos e ao turismo local (Chen et al., 2018).
Os acidentes causados pela extração de petróleo em ambiente marinho ocorrem principalmente nas
etapas de extração e perfuração, e podem ser considerados catástrofes ambientais devido ao seu potencial
causador de impactos e a sensibilidade ambiental (Ferreira, 2018). No litoral nordestino brasileiro, depois do
vazamento de óleo em 2019, foram encontrados diversos peixes, tartarugas e aves cobertas de óleo e alguns
animais mortos. Os ecossistemas costeiros possuem uma relação de interdependência, algumas espécies de
peixes cujas larvas ocupam os manguezais, se reproduzem no mar, portanto quando um dos ecossistemas é
impactado, gera uma reação em cadeia afetando outros (Araujo, Ramalho e Melo, 2020). O vazamento
aconteceu na época de reprodução dos animais marinhos, que procuram o litoral quando as águas estão mais
quentes, aumentando dessa forma o impacto na fauna local (Fioravanti, 2019).
De acordo com Nunes et al. (2015), os danos causados ao ambiente marinho são imensuráveis em caso
de vazamento de óleo. Somente Louisiana, um dos estados afetados pelo acidente Deepwater Horizon em 2010
em águas dos Estados Unidos, abriga mais de 40% dos mangues e pântanos do país. O acidente também afetou
praias e estuários ao longo da costa. Esses ecossistemas têm uma grande importância, são parte da rota
migratória de três quartos das espécies de aves aquáticas americanas e também funcionam como local de
berçário para siris, tartarugas, crustáceos e caranguejos e local de desova do atum-rabilho (Hazen et al., 2016).

6. Resultados e discussões

O petróleo é o combustível fóssil mais utilizado no mundo e possui uma grande importância econômica,
uma vez que seu refino gera diversos subprodutos que podem ser aplicados de diferentes formas. Além de
gerar energia fóssil, os derivados do petróleo podem servir como manufatura para outros bens de consumo,
derivados estes que são amplamente explorados pela indústria química, responsável pela transformação de
petróleo em produtos.
Por se tratar da mais importante fonte de combustível da atualidade, suas formas de exploração e uso
devem ser pensadas e estudadas de forma a garantir sua maior funcionalidade e consumo sustentável. O
potencial causador de impactos no meio ambiento do petróleo existe desde a extração até a utilização, sendo
este um recurso energético responsável pela geração de grande parte dos gases de efeito estufa.
De acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o consumo do petróleo no
mundo deve subir de 90,7 milhões de barris por dia em 2020 para 107,2 milhões de barris por dia em 2030. O
relatório de projeção da OPEP também prevê que depois de 2030 a tendência é uma queda na demanda por
petróleo devido a questões como uso de carros elétricos e adoção de medidas de eficiência energética (Lawler,
2020). É importante reconhecer e aprofundar a necessidade do uso racional de energia e investir em fontes
renováveis como energia solar, eólica e o uso da biomassa que não causam tantos impactos ambientais na sua
utilização ou na sua produção.
O aumento da demanda por petróleo e a exploração offshore possibilitou a descoberta de uma quantidade
muito maior do óleo do que já havia sido encontrado na costa brasileira, apesar da noção dos impactos que
esse campo de exploração causa. Além de contribuir com funções essenciais para o ser humano como o balanço

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energético e temperaturas das massas de ar do planeta, os oceanos possuem uma rica biodiversidade. As
características sensíveis que definem os ecossistemas marinhos garantem que qualquer alteração não natural a
esse ambiente seja impactante e em muitos casos, desastrosa. Nos ambientes terrestres, os derramamentos de
petróleo são normalmente confinados a áreas limitadas, e nos oceanos a dispersão é maior podendo atingir
regiões distantes do local de derramamento.
De acordo com Costa (2019), o acidente em Deepwater Horizon, causado por um fluxo descontrolado
de hidrocarbonetos do poço para o meio ambiente chamado de blowout, é um dos riscos mais críticos em uma
plataforma de petróleo, trazendo consequências financeiras, danos à fauna e flora local e à vida humana. Para
Pereira R. (2016), as causas para o acidente foram a falha no sistema de resposta e controle do poço, a
aprovação em testes iniciais que deveriam ter sido negados e falha em identificar os hidrocarbonetos antes de
chegarem na fase final do tubo.
Corrêa (2019) afirma que dois supervisores foram acusados de não conduzir os testes de pressão do poço
adequadamente. Sabendo-se do risco e gravidade de uma situação do tipo blowout, uma preocupação maior
por parte dos responsáveis deveria ter existido, certificando que houvesse um sistema eficiente de resposta e
controle para o caso de acidentes.
O vazamento de óleo no nordeste brasileiro em 2019 atingiu diversas praias, estuários e corais. Escobar
(2019) afirma que diversos ambientalistas e a população local criticaram a postura do governo na demora da
resposta e aplicação dos métodos de remediação ao vazamento. De acordo com Santos D. (2020), somente
depois de 40 dias das primeiras manchas de óleo aparecerem nas praias que o governo determinou o início das
investigações.
O conhecimento dos impactos que o vazamento de óleo causa ao meio ambiente e aos ecossistemas
marinhos pede que as respostas a esse tipo de acidente sejam imediatas, adotando rapidamente formas de
contenção e remediação para evitar que a mancha de óleo se espalhe e afete ainda mais a fauna e flora locais.
Os impactos do derramamento do petróleo não são somente ambientais, são também sociais e econômicos,
portanto, a preocupação deve ser maior e pública, não é apenas de interesse ecológico. A população que vive
de pescaria e aquicultura, por exemplo, é diretamente impactada, afetando sua fonte de renda e de alimentação.
Do ponto de vista ambiental, todas as espécies que vivem ou utilizam o ecossistema para reprodução ou
alimentação são afetadas de alguma forma, alguns animais sofrem a morte imediata por não resistir aos efeitos
tóxicos dos hidrocarbonetos, outros podem ser contaminados em sua cadeia alimentar por ingestão de animal
previamente contaminado através da bioacumulação ou ainda, podem ter sua rota migratória impactada.
Kurylenko e Izosimova (2016) afirmam que as frações do óleo solúveis em água, que são as mais tóxicas,
continuam afetando os ecossistemas marinhos mesmo após a remoção das manchas superficiais, logo, a
aplicação de técnicas que removam somente as parcelas de óleo visíveis não é suficiente para a restauração do
ecossistema impactado pelo vazamento de óleo.
Os processos de remediação têm como objetivo evitar que o óleo chegue à costa, reduzir o impacto na
biota marinha e acelerar a degradação dos hidrocarbonetos (Ospr, c2020). Após um derramamento de óleo no
oceano, os processos de intemperismo já agem realizando uma limpeza natural do ambiente, porém quanto
maior a extensão do vazamento e mais pesados os componentes do óleo, esses processos naturais não são
capazes de remediar a área e a intervenção antrópica é necessária. Os métodos de remediação precisam ser
aplicados rapidamente, para evitar que o dano se espalhe e atinja a costa.
A escolha da técnica de remediação depende dos fatores ambientais como vento, correntes oceânicas e
temperatura; fatores químicos e físicos do óleo derramado como viscosidade, densidade e tamanho da mancha;
e fatores econômicos como o custo da operação, que pode ter uma abordagem de limpeza para remoção do
óleo, uma abordagem ambiental para mitigação de impactos na flora e fauna, e/ou uma abordagem
socioeconômica quando requer intervenção no turismo ou perda de recursos. Custo este que deve ser arcado
pela parte responsável pelo vazamento (Prendergast e Gschwend, 2014).

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A biorremediação, uma das técnicas mais recomendadas devido a seu caráter natural, depende também
da disponibilidade dos micro-organismos capazes de degradar o hidrocarboneto. Para que o processo seja
eficiente, é importante que haja uma grande quantidade de micro-organismos, de acordo com Almeida et al.
(2017), o ambiente marinho em geral não dispõe dessa abundância. Nesse sentido a intervenção antrópica é
necessária a depender da magnitude do vazamento para controle das populações de micro-organismos.
O uso de dispersantes em vazamentos de petróleo offshore traz também alguns impactos negativos para
o meio, diversos estudos são realizados para mensurar esses impactos. Um estudo realizado por White et al.
(2014), constatou que o dispersante utilizado no acidente Deepwater Horizon possui uma persistência maior
do que esperado. O principal agente surfactante do produto foi encontrado em sedimentos superficiais na região
6 meses depois do acidente e em materiais oleosos recolhidos por ONGs até anos depois do vazamento.
Com o aumento da exploração offshore em águas cada vez mais profundas, o risco de acidentes é mais
alto devido aos ecossistemas mais frágeis dessas regiões. Conforme evidenciado por Nyankson e Gupta (2015),
a prevenção total a este tipo de acidentes não é viável considerando a ocasionalidade de vazamentos de óleo,
apesar dos avanços no conhecimento e técnicas. Portanto é importante investir em estratégias e tecnologias
que minimizem os riscos e atuem na remediação de forma rápida. A velocidade da implementação de uma
ação de resposta a uma mancha de óleo é de grande importância para sua resolução.
Já Ivshina et al. (2015) afirma que ainda é necessário desenvolver melhores tecnologias e soluções de
engenheira para contenção e prevenção. Atualmente a mitigação de possíveis riscos está na etapa de design
dos equipamentos e técnicas como a prevenção aos blowouts, que consiste na instalação, em todo poço
perfurado, de sistemas de segurança que impedem o fluxo de óleo e gás em emergências. A falha desses
métodos de prevenção causa acidentes desastrosos, como ocorreu em Deepwater Horizon devido à falta de
testes e avanços tecnológicos.
Os autores ainda concluem que uma maior cooperação internacional sobre os planos de contingência e
investimento em tecnologias do tipo biorremediação pelas suas características sustentáveis e econômicas
aumentariam os padrões de segurança e reduziriam os acidentes. Porém, a prevenção ainda é mais econômica
que a remediação e deve ser o foco da indústria no que diz respeito aos avanços tecnológicos (Ivshina et al.,
2015).
A indústria offshore expandiu, contudo ainda faltam expansões tecnológicas para acompanhá-la. Os
acidentes nesse tipo de produção ainda são recorrentes apesar dos conhecimentos obtidos, técnicas utilizadas
e diversas legislações aplicáveis. No Brasil, em 1967 foi promulgada a primeira lei sobre o tema, a Lei nº
5.357, de 17 de novembro de 1967 que foi depois revogada pela Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000, e
estabelece penalidades para embarcações que lançarem óleo ou detritos em águas brasileiras e dispõe sobre a
fiscalização e prevenção da poluição causada pelo óleo (Aslan, Pinto e Oliveira, 2017).
Ao longo dos anos foram realizadas diversas convenções sobre o tema poluição nos mares, que se tornou
mais evidente a partir da década de 70. Aslan, Pinto e Oliveira (2017) citam a Convenção Internacional para a
Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL) como uma das mais relevantes, cujas diretrizes são seguidas
até os dias de hoje, que estabelece regras para a eliminação da poluição intencional do meio ambiente por óleo,
porém não dispõe de penalidades mais severas em caso de violação. No Brasil, a partir de determinações em
legislações como a Lei 9478/97 e a 9966/00, torna-se obrigatório que o poluidor/degradador seja
responsabilizado em caso de dano ambiental.
Contudo, apesar do cumprimento de legislações e realização de um estudo de impacto ambiental, cuja
função é mapear os riscos da operação e a partir do seu diagnóstico e magnitude potencial, permitir que sejam
criadas ferramentas de controle e prevenção, alguns riscos são inevitáveis na indústria offshore, como por
exemplo, os estudos sísmicos. É sabido que as ondas sísmicas emitidas na etapa de prospecção afetam
diretamente espécies com sentido auditivo sensível como os cetáceos, que utilizam eco localização para
comunicação e alimentação, mas esse estudo é essencial para localizar uma bacia sedimentar que possa conter
hidrocarbonetos, então as espécies afetadas nessa etapa são externalidades do processo. Já as atividades

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perfuratórias estão sujeitas a gerar resíduos como cascalho e lama, que passam por um processo de limpeza e
depois são descartados no oceano com o óleo residual, esse material interfere na biota e no meio físico marinho
(Bussmeyer e Henkes, 2015).
A análise de risco se torna necessária nesse sentido, permitindo mapear e identificar os riscos potenciais
ordenando-os de acordo com sua probabilidade e consequência, para que estratégias de controle e remediação
sejam implementadas. De acordo com Naspolini (2018), apesar do avanço científico no conhecimento dos
impactos do vazamento de óleo e tecnologias de resposta, não houve um avanço significativo na importância
da análise de risco para complementar e enriquecer esses estudos.
Portanto, o desenvolvimento de novas tecnologias de segurança e a elaboração da análise de risco são
ferramentas que devem ganhar destaque e investimento, uma vez que podem abrir diversas possibilidades para
implementar novas normas, leis e estudos a fim de evitar os impactos negativos das atividades petrolíferas.
Enquanto a produção de petróleo é a fonte energética mais utilizada atualmente e a tendência é que permaneça
nesse estado durante alguns anos (Epe, 2018), a análise de risco se torna uma metodologia eficiente e em
alguns aspectos diferente das atuais, devido aos algoritmos e softwares especializados para calcular as
probabilidades de acidentes e facilitando a visão de oferecer novas soluções (Thapa, 2016).
Nesse artigo objetivamos reconhecer a importância do petróleo no mundo moderno, explicando o
funcionamento do sistema offshore e das propriedades dos hidrocarbonetos extraídos nesse processo. A
compreensão do sistema e das características do óleo possibilitam entender qual é o comportamento do fluido
quando entra em contato com o mar e sofre os processos de intemperismo, resultando assim nos impactos que
o derramamento de óleo causa aos frágeis ecossistemas marinhos e reforçando a necessidade de conhecimento
sobre as formas de remediação existentes e investimento em novas técnicas. De acordo com diversos estudos,
a poluição marinha pelo óleo causa danos no funcionamento natural dos ecossistemas, trazendo impactos aos
processos metabólicos, produtivos e até à eliminação de organismos, diminuindo assim a diversidade das
espécies locais (Kurylenko e Izosimova, 2016).

7. Considerações finais

A partir do estudo e análise das metodologias e conhecimentos prévios no tema, pode-se concluir que o
vazamento de petróleo em ambiente marinho afeta de diferentes formas as diversas comunidades que vivem,
se alimentam, se reproduzem, migram ou utilizam para fins econômicos os serviços ecossistêmicos. Há um
aumento da mortalidade das espécies, uma redução da taxa reprodutiva e do fornecimento de alimentos devido
a contaminação do ambiente e toxicidade dos hidrocarbonetos. Esses impactos podem ser sentidos através dos
processos físicos e químicos aos quais o petróleo é submetido quando em contato com o mar, denominados
intemperismo.
Os processos intempéricos podem ser entendidos como um mecanismo natural do ambiente de agir
eliminando o óleo, mas também agem afetando os habitats mais remotos ao local do derramamento através da
dispersão, afundamento e sedimentação do petróleo. A compreensão desse comportamento é essencial para a
intervenção mitigatória dos impactos, além do conhecimento das propriedades químicas e físicas do composto,
da extensão do vazamento e do habitat em questão. Dessa forma é possível escolher o método adequado para
remediação, a biorremediação, por exemplo, faz parte dos processos de intemperismo do petróleo, é uma forma
de controle natural através da ação de micro-organismos degradadores de hidrocarbonetos e é uma técnica
bastante incentivada por não envolver a inserção de agentes externos que podem liberar compostos tóxicos na
água como os dispersantes químicos. Porém, a depender da extensão do dano, componentes do óleo,
temperatura e fatores oceânicos, a utilização de somente uma técnica pode não ser suficiente, sendo necessária
uma combinação entre métodos físicos como instalação de barreiras, métodos biológicos como biorremediação
e térmicos, como a queima in situ.
A análise de risco funciona como uma ferramenta aliada ao processo de exploração de petróleo offshore,

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permitindo que os riscos sejam elencados e que adequadas medidas de controle preventivo e remediação em
caso de acidentes sejam propostas. A conscientização a respeito da gravidade de derramamento de óleo é
fundamental para que essas ferramentas existentes sejam utilizadas e novas tecnologias sejam propostas,
objetivando sempre, reduzir ao mínimo possível os impactos da atividade nos ecossistemas marinhos.

8. Agradecimentos

Os autores agradecem às suas famílias, amigos e aos docentes da instituição de ensino Faculdades
Metropolitanas Unidas, em especial à Prof. Dra. Elisangela Ronconi Rodrigues e ao orientador Prof. Me.
Jeferson Santos Silva.

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