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Unidade 1.3 - Produtividade

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Produtividade Média e Produtividade

Marginal

Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem veremos o conceito de Produtividade e a Lei dos rendimentos
marginais decrescentes, muito importantes e presentes no ambiente empresarial, cada vez mais
concorrencial.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Distinguir a produtividade média e a produtividade marginal do fator de produção empregado.


• Calcular a produtividade média e marginal de um fator de produção definido.
• Definir a lei dos rendimentos marginais decrescentes.
Desafio
Ratificando o enfoque acerca da função de produção, ou seja, como as relações produtivas entre
insumos produtivos pode afetar a decisão de produzir por parte das firmas, iniciaremos o nosso
desafio considerando uma fazendo de área produtiva.

Suponhamos então que essa fazenda possua uma determinada área cultivável de 10 hectares
produzindo soja. Desse modo, a área física da fazenda representa o fator de produção que
permanece fixo e a mão de obra será o fator de produção variável.

Desse modo, a função de produção da fazenda produtora de soja será:

P = f (K, L), em que:


K é o capital físico, representado pela própria fazenda;
L é o trabalho, representado pela mão de obra empregada.

Vamos considerar o desejo do empresário de medir a produtividade da fazenda na produção de


soja, a partir do fator de produção trabalho. Desse modo, temos que destacar dois importantes
conceitos:

- Produtividade média do trabalho (Pme):


A produtividade media do trabalho é obtida a partir da divisão da produção total (toneladas de soja
colhida) pela quantidade de fator trabalho empregado (número de trabalhadores).
Pme = Produção total/quantidade de trabalhadores empregados
- Produtividade Marginal do trabalho (PMg):

A Produtividade Marginal do fator trabalho é obtida pela variação na produção total decorrente da
variação da quantidade de trabalhadores empregados.

PMg = Produção total/quantidade de trabalhadores empregados


De acordo com os dados apresentados, você foi contratado para auxiliar no cálculo dos indicadores
de produtividade dessa fazenda.

I) Considere a produção de soja a partir do fator de produção trabalho (mão de obra), conforme
dados a seguir.
a) Calcule a produtividade média do fator trabalho ao longo do processo de produção.
b) Calcule a produtividade marginal do fator trabalho ao longo de processo de produção.
c) Como analista de produtividade, analise ambos os indicadores calculados.
Infográfico
A lei dos rendimentos marginais decrescentes é o resultado da combinação entre os fatores de
produção fixo e o fator de produção variável. Veja:
Conteúdo do livro
Se os mercados são um mecanismo tão poderoso de eficiência, por que uma parcela tão grande de
produção tem lugar em grandes organizações? Uma questão relacionada com esta é a seguinte: Por
que algumas empresas avançam com uma estrutura de produção integrada, enquanto outras
compram fora uma grande parcela dos produtos que vendem? Por exemplo, antes de 1982, a AT&T
estava integrada vertical e horizontalmente, fazendo a sua própria pesquisa e desenvolvimento,
projetando e produzindo o seu próprio equipamento, instalando e alugando telefones e fornecendo
o serviço telefônico. Em contrapartida, a maioria dos computadores pessoais é produzida por
montadores que compram drives, circuitos, monitores e teclados de produtores externos, e depois
montam e vendem.

Essas questões centrais de organização industrial foram levantadas pela primeira vez por Ronald
Coase, em um estudo inovador pelo qual recebeu o prêmio em 1991. Essa interessante área analisa
as vantagens comparativas da organização da produção por meio do controle hierarquizado das
empresas quando comparado com as relações contratuais do mercado.

Por que a organização deve ser eficiente por meio de empresas? Talvez a razão mais importante
seja a dificuldade em elaborar contratos complexos que cubram todas as contingências. Por
exemplo, suponha que a Soneca S.A. acredita que descobriu um medicamento milagroso para curar
a preguiça. A Soneca fez a pesquisa em seus próprios laboratórios ou a encomendou no exterior, de
outra empresa, a WilyLabs S.A.?

O problema de comprar de terceiros é que há todo um conjunto de contingências imprevisíveis que


podem afetar a lucratividade do medicamento. O que aconteceria se fosse verificado que o
medicamento seria útil em outras condições? E se o regime de patentes, os impostos e as leis do
comércio internacional se alterassem? E se houvesse uma ação judicial movida por desrespeito de
outra patente?

Pelo fato de os contratos não abarcarem a totalidade das possíveis ocorrências, a empresa corre o
risco do problema de hold-up. Suponha que a WilyLabs descobre que o medicamento contra a
preguiça funciona apenas quando tomado com outro medicamento que a WilyLabs já possui. A
WilyLabs dirige se à Soneca e diz: Lamentamos, mas para ter os dois medicamentos, vocês terão de
pagar US$ 100 milhões. Isso é o problema de hold-up (com uma pitada de vingança). O receio de
ser apanhada em situações que envolvem investimentos específicos e o caráter não absoluto dos
contratos levarão a Soneca a fazer a pesquisa internamente, a fim de poder controlar os resultados
da pesquisa.

Em muitos setores, a tendência recente tem sido passar de empresas altamente integradas para a
compra ou contratação de produção externa (outsourcing). Essa tem sido a tendência na indústria
de computadores desde o tempo em que a IBM estava quase tão integrada como a AT&T. A
contratação de produção externa pode funcionar bem em situações em que, como na indústria dos
computadores pessoais, os componentes estão padronizados. Outro exemplo é o da Nike, que
compra grande parte da sua produção, porque o processo de produção é padronizado e o valor real
da Nike, está no seu design e na marca registada. Além disso, novas formas contratuais, como
contratos a longo prazo baseados em normas de conduta, tentam minimizar os problemas de hold
up.

Quem estuda organizações salienta a importância vital das grandes empresas na promoção da
inovação e do crescimento da produtividade. No século XX, as ferrovias não trouxeram apenas o
trigo das fazendas para o mercado, como também introduziram os fusos horários. De fato, a noção
efetiva de estar na hora se tornou, pela primeira vez, fundamental, pois estar fora da hora originava
acidentes de trem. Como a história triste das economias de planejamento centralizado demonstra
tão claramente, sem o gênio organizacional da empresa privada moderna, toda a terra, trabalho e
capital estariam trabalhando para nada.

Acompanhe o capítulo Produtividade Média e Produtividade Marginal, da obra Fundamentos da


Economia que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem para aprofundar os seus
conhecimentos.

Boa leitura.
FUNDAMENTOS
DE ECONOMIA

Rosangela Aparecida
da Silva
Produtividade média e
produtividade marginal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Distinguir a produtividade média e a produtividade marginal do fator


de produção empregado.
 Calcular a produtividade média e marginal de um fator de produção
definido.
 Definir a lei dos rendimentos marginais decrescentes.

Introdução
Neste capítulo, você vai verificar como se configura a produção de uma
empresa, identificando os tipos de fatores de produção e a combinação
dos mesmos para gerar maior produtividade de bens e serviços. Você
também vai estudar os conceitos de produtividade total, média e marginal
no setor produtivo, compreendendo que nem sempre é interessante
adicionar mais do mesmo insumo de produção para se produzir com
maior eficiência econômica. Por fim, você vai verificar a lei dos rendimen-
tos marginais decrescentes e vai compreender como se pode utilizar as
ferramentas apresentadas no capítulo para planejar da melhor forma a
oferta futura de uma empresa, independentemente do setor de atuação.

Os fatores de produção e sua produtividade


A produção sempre foi muito importante na economia, pois é por meio dela
que os bens e serviços são produzidos e ofertados ao mercado. Cada vez mais
exige-se das empresas um maior empenho em termos de uso dos recursos
produtivos e a criação de bens cada vez mais elaborados.
A Figura 1 representa a ideia de que a produção de qualquer bem ou
serviço funciona como uma engrenagem, adequada ao seu perfil, que deve
2 Produtividade média e produtividade marginal

ser utilizada de maneira a diminuir o uso de fatores produtivos escassos e


aumentar a produção de bens e serviços para satisfazer a sociedade. A teoria
da produção é fundamental para a análise do emprego de mão de obra, dos
custos de produção e, principalmente, do uso de recursos de forma eficiente
frente à sua escassez.

Figura 1. A produção funciona como uma engrenagem, que deve ser movida de modo a
utilizar eficientemente os fatores produtivos.
Fonte: Adaptada de linear_design/Shutterstock.com.

De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), a teoria da produção, jun-


tamente com a teoria dos custos de produção, constitui a chamada teoria da
oferta da firma individual. Por meio delas é determinada a relação existente
entre a produção e seus custos e também de que forma pode-se produzir
minimizando o uso de fatores escassos, ao mesmo tempo em que se gera
mais produção para a sociedade. Ainda segundo os mesmos autores, a teoria
da produção tem como foco a relação técnica entre os fatores de produção e
a quantidade de bens produzidos. Assim, ao fazer essa relação, essa teoria
incentiva a busca frequente por formas de melhorar os processos, para, então,
poder oferecer mais bens e serviços.
Produtividade média e produtividade marginal 3

Troster e Mochón (2002) apontam os fatores necessários para a produção de um


automóvel:
 é necessária uma grande quantidade de produtos intermediários, que serão trans-
formados no processo produtivo, como ferro, vidros, equipamentos eletrônicos,
tintas, pneus, entre outros;
 precisa-se também de vários especialistas — mecânicos, torneiros, soldadores,
técnicos em eletricidade, administradores e outros;
 são necessárias também instalações, máquinas e recursos financeiros.
Todos esses elementos se integram em um determinado processo produtivo elaborado
por engenheiros e técnicos e constituem os fatores de produção. Com o emprego de
determinada tecnologia, o resultado é o automóvel.

A partir desse exemplo do automóvel e da análise da Figura 2, que detalha


um processo de produção do setor de confecção, pode-se perceber que, para
a produção de qualquer bem ou serviço, há a necessidade de um processo
produtivo detalhado e bem planejado, que conta com inúmeros fatores de
produção. É necessário que se avalie se o que está sendo feito se adequa ao
objetivo da empresa — maximizar os lucros, na maioria dos casos — e se está
dentro de um padrão evolutivo satisfatório dentro do setor analisado.
4 Produtividade média e produtividade marginal

1. Pesquisa de moda
14. Acabamento da produção Sites
Revistas
Limpeza
Viagens
Revisão 2. Planejamento de coleção
Eventos de moda
Etiquetagem
13. Beneficiamento Embalagem
Feiras Definição coleção
Palestras Definição de quantidades
Estamparia
Escolha de matérias-primas
Bordado
Busca por fornecedores
Lavanderia
Direcionamento de campanha
12. Costura
Fechamento piloto 3. Criação
Fechamento de peças da facção Desenhos técnicos
Desenhos estilizados
11. Corte

Desenvolvimento
Criação de estampas
Corte de peça piloto Criação de bordados

Produção
Corte da produção Apresentações
Separação do corte Criação de variações
Corte automático ou manual Criação de insumos

10. Plotagem 4. Engenharia


Plotagem de Informações para ficha técnica
riscos e encaixes Simulação de custo e consumo
Orientações para produção
Planejamento de produção/distribuição
9. Compras
Compras de material 5. Modelagem
Busca de materiais e fornecedores
Desenvolvimento de bases
Desenvolvimento de moldes
8. Encaixe
Digitalização
Ordem de produção/ordem de corte Graduação
Definição de risco para produção Edição de moldes
Consumo Acompanhamento da pilotagem
Aproveitamento 7. Divulgação 6. Aprov. peça piloto
Comunicação interna Decisão de modelos e material
Divulgação externa Ajuste de modelagem
Integração clientes private label

Coleção
aprovada
Figura 2. Desenvolvimento de uma produção no setor de confecção, desde a pesquisa de
moda e a criação até o acabamento do produto.
Fonte: Adaptada de Robmaq (2010).

Função de produção
De acordo com Samuelson e Nordhaus (2012), a função de produção repre-
senta a quantidade máxima de produto que pode ser obtida a partir de uma
quantidade de fatores de produção.
É importante salientar que, para a presente análise, a tecnologia empregada
não é levada em consideração, para que a análise da produção do bem seja
compreendida de forma sintética, tendo como foco somente o cálculo da função
de produção. Ignora-se o uso de tecnologias que possivelmente tornariam os
processos produtivos mais eficazes. Além disso, o tempo em que é produzida
cada quantidade do bem ou serviço é dado aqui de forma generalizada, mas,
na prática, deve-se seguir um método; em geral, esse tempo é expresso em
meses ou anos.
Produtividade média e produtividade marginal 5

As funções de produção são diferentes de acordo com cada produto ou


setor dentro de uma economia. Matematicamente, conforme Vasconcellos e
Garcia (2014), a função pode ser representada da seguinte maneira:

Q = f (X1, X2, X3, …, Xn)

Onde:

 Q = quantidade produzida do bem ou serviço


 f = função (que denota que a quantidade produzida é dependente dos
fatores de produção)
 X1 = quantidade utilizada do fator de produção 1
 X2 = quantidade utilizada do fator de produção 2
 X3 = quantidade utilizada do fator de produção 3
 Xn = quantidade utilizada de n fatores de produção

Assim, o fator de produção X1, dentro do processo de produção de uma


confecção, por exemplo, pode ser a mão de obra ou o fator trabalho, o X 2 pode
ser o tecido, o X3, a linha, e assim por diante, para uma empresa que fabrica
determinado tipo de roupa.
Para fins didáticos e de análise, consideraremos a seguinte função de
produção, com apenas dois fatores, com base em Vasconcellos (2002):

Q = f (N, K)

Onde:

 Q = quantidade produzida do bem ou serviço


 N = quantidade utilizada do fator de produção mão de obra
 K = quantidade utilizada do fator de produção capital

Logo, nota-se que a quantidade produzida de um bem ou serviço depende


(é função) da quantidade utilizada do fator de produção mão de obra (N) e
também do fator capital (K).
6 Produtividade média e produtividade marginal

Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), o fator capital (K) na produção se refere aos
maquinários, aos equipamentos e/ou às instalações utilizadas para a produção de
um bem ou serviço. Assim, por meio dos cálculos, podemos verificar, por exemplo,
até que ponto de utilização de bens de capital pode-se continuar produzindo bens
e serviços eficientemente.

Para exemplificar uma função de produção, suponha um engenheiro de


uma fábrica de calças que possui, hipoteticamente, dois tipos de insumos
de produção para a confecção do produto. Para saber quais combinações de
quantidades de máquinas e trabalho (fatores de produção) são necessários para
a produção de 1.000 calças, ele precisa tomar notas, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1. Combinação de fatores de produção para a produção de calças em um pe-


ríodo de 8 horas por dia

Fator trabalho
Nível de produção Fator capital (número (número de
(calças jeans/dia) — Q de máquinas) — K trabalhadores) — N
1.000 2 16
1.000 3 14
1.000 4 12

Fonte: Adaptado de Troster e Mochón (2002).

Por meio do Quadro 1, o engenheiro da empresa poderá planejar como


utilizar os fatores de produção para compor a produção que deseja, buscando,
assim, otimizar o uso dos recursos produtivos. Embora a função desse cálculo
neste capítulo seja apenas a combinação de insumos produtivos para gerar a
produção máxima desejada, de posse dessa tabela, o gerente pode também
analisar custos — tópico a ser estudado em outro momento.
É importante destacar que a composição dessa tabela e a função de produção
vão mudar, caso ocorram avanços tecnológicos — aqui consideramos uma
tecnologia dada, sem avanços, como já mencionado.
Produtividade média e produtividade marginal 7

Produtividade total, média e marginal


Antes de verificarmos o uso dos fatores de produção para favorecer a produ-
tividade, é importante salientar como esses fatores se comportam em curto e
longo prazo, conforme apontam Troster e Mochón (2002). No curto prazo,
existem fatores de produção variáveis — que mudam de acordo com a quan-
tidade produzida —, como a quantidade de matérias-primas e a quantidade de
horas trabalhadas pela mão de obra, e fatores de produção fixos — aqueles
que, independentemente da quantidade produzida, não alteram a quantidade
utilizada —, como maquinários, instalações de empresas e outros, segundo
Troster e Mochón (2002). No longo prazo, dizemos que todos os fatores são
variáveis, pois até os maquinários precisam ser trocados por outros mais
modernos, as instalações são alteradas e, por fim, as tecnologias de produtos
e processos mudam.
No presente capítulo, para o fim a que nos propomos, utilizaremos apenas
o curto prazo, em que existem fatores fixos e fatores variáveis de produção.

Os conceitos de curto prazo e longo prazo são muito diferentes, dependendo da


economia e do setor a que estamos nos referindo. O longo prazo é bem mais curto
no setor de informática do que no setor de confecção. Isso ocorre porque os avanços
tecnológicos no setor de informática são muito mais rápidos (indústria dinâmica) do
que no setor de confecção (indústria tradicional), o que faz com que maquinários
(fatores fixos de produção no curto prazo), por exemplo, tenham que ser mudados
ou trocados mais rapidamente no primeiro setor, configurando o longo prazo (por
mais curto que seja), conforme Mankiw (2005).

O produto total (PT) de algum bem ou serviço mostra a quantidade total


produzida em unidades físicas, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Ainda,
de acordo com Vasconcellos e Garcia (2014, p. 48), “produto total é a quantidade
do produto que se obtém da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a
quantidade dos demais fatores”.
Suponha que, para a produção de trigo, necessitamos apenas dos fatores
capital (fixo) e trabalho (variável). Pela Figura 3, podemos perceber que, quanto
mais se utiliza o fator trabalho, mais a produção de trigo vai aumentando.
Observe, porém, que, quanto maior a utilização de trabalhadores, com a
8 Produtividade média e produtividade marginal

mesma quantidade de terras e maquinários (que são fatores fixos — capital),


maior a produção de trigo, mas em um ritmo de crescimento cada vez menor.

PT
4.000

3.000
Produto total

2.000

1.000

0 1 2 3 4 5
Trabalho

Figura 3. Produção total de trigo de acordo com a variação na quantidade do fator trabalho.
Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012).

Assim, se você tenta aumentar a produção utilizando apenas mais traba-


lhadores, a tendência é que se amontoe mais mão de obra em torno da mesma
área e, com isso, a produtividade individual ou produtividade marginal de
cada trabalhador seja menor. A Figura 4 mostra que a produtividade marginal
(PMg) do trabalho é decrescente, devido ao fato de apenas o fator trabalho
estar variando (aumentando).
Produtividade média e produtividade marginal 9

PMg

Produto marginal (por unidade de trabalho)


3.000

2.000

1.000

0 1 2 3 4 5
Trabalho

Figura 4. Produto marginal do trabalho na produção de trigo: quanto maior o uso do fator
trabalho, menor tende a ser a produção adicional (produto marginal).
Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012).

Samuelson e Nordhaus (2012, p. 96) coloca que “o produto marginal de um


insumo é o produto adicional gerado por 1 unidade adicional desse insumo,
mantendo os demais insumos constantes”. Insumos, aqui, são os fatores de
produção.
Não se deve confundir produtividade marginal (PMg) com produtividade
média (PMe): esta se refere à quantidade total produzida dividida pelo número
de trabalhadores (insumo variável), enquanto a produtividade marginal se
refere à quantidade adicional de produto devido ao aumento de uma unidade
do insumo variável.
De acordo com Vasconcellos (2002), as fórmulas matemáticas para o cálculo
da PMg e da PMe são as seguintes (supondo variação do insumo trabalho):

a) Produtividade marginal do trabalho:

b) Produtividade média do trabalho:


10 Produtividade média e produtividade marginal

A Figura 5 demonstra esse cálculo para o exemplo do trigo.

(1) (2) (3) (4)


Unidades Produto Produto Produto
de trabalho total marginal médio
0 0
2.000
1 2.000 2.000
1.000
2 3.000 1.500
500
3 3.500 1.167
300
4 3.800 950
100
5 3.900 780
Figura 5. Produtos total, marginal e médio do trigo.
Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012).

Por meio da Figura 5, podemos verificar que, colocando-se apenas um


trabalhador, a produção total, média e marginal dessa mão de obra será igual
a 2.000 quilos de trigo. Ao adicionar mais um trabalhador, a produção total
será de 3.000 quilos de trigo, a produção marginal será de 1.000 quilos (valor
adicional por trabalhador) e a produção média será de 1.500 quilos.

Lei dos rendimentos decrescentes


A partir do conceito de produtividade marginal (PMg), pode-se compreender
o conceito de lei dos rendimentos decrescentes, conforme l Samuelson e
Nordhaus (2012, p. 96):
Produtividade média e produtividade marginal 11

[…] uma empresa obtém cada vez menos produto adicional à medida que
acrescenta unidades adicionais de um fator, mantendo fixos os outros fatores
de produção. Ou seja, mantendo constantes todos os demais fatores produtivos,
o produto marginal de cada unidade de fator de produção se reduzirá com o
aumento da quantidade utilizada deste fator.

É importante destacar que, da mesma forma como utilizamos como exemplo


o fator variável trabalho, pode-se também verificar a produtividade marginal e
média de outros fatores de produção individualmente e, assim, buscar melhorar
o uso de outros insumos na produção de bens e serviços específicos.

PMe e PMg do fator de produção máquina


Da mesma forma como encontramos as produtividades marginal e média do fator
trabalho na Figura 5, podemos calcular a produtividade por máquina. Basta substituir
na fórmula o trabalho pelas máquinas e encontrar a produtividade média e marginal
das mesmas. Como teoricamente no curto prazo o número de máquinas não se
modifica — são insumos fixos —, não é necessário aplicar a fórmula, pois ela é inútil
para um fator que não se altera, conforme Samuelson e Nordhaus (2012).
12 Produtividade média e produtividade marginal

MANKIW, N. G. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2005.
ROBMAQ. Moda e Consultoria. Desenvolvimento e produção. 2010. Disponível em: <ht-
tps://robmaqmoda.files.wordpress.com/2010/01/plm_audaces28c3baltimaversc3a3o29.
jpg>. Acesso em: 7 jan. 2019.
SAMUELSON, P. A. NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. Introdução à economia. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2002.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. Fundamentos de economia. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.

Leitura recomendada
VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
Conteúdo:
Dica do professor
Assista ao vídeo a seguir sobre Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) A pizzaria da dona Helena trabalha com diferentes sabores de pizza e busca sempre atender às
entregas com a maior rapidez para manter fiel o seu cliente, mas nem sempre isso é possível. Por
isso, a dona Helena resolveu aumentar o número de funcionários ao longo de um ano determinado
(conforme esquema de produção anexo). Após esse período resolveu avaliar a produtividade média
de pizzas por trabalhador. Você foi contratado para auxiliar a dona Helena nessa avaliação, por
isso, marque a opção correta referente à produtividade média da pizzaria.

A) Pela análise da Pme, o ponto de menor produtividade por trabalhador ocorreu após a
contratação do oitavo funcionário.

B) A produtividade média, quando se produziu 660 pizzas no mês, foi de 330 pizzas por
trabalhador.
C) A melhor produtividade por trabalhador será a produção de 200 pizzas por trabalhador,
ocorrido no mês de fevereiro.

D) A maior produtividade média ocorreu em março.

E) A quantidade de fornos utilizados para se produzir pizza não influencia na produção do


produto.

2) Ainda sobre a pizzaria de dona Helena, você foi convidado a analisar os rendimentos
marginais dos funcionários contratados ao longo do ano. O objetivo é verificar se as
contratações realizadas deram o resultado esperado para a proprietária. Com base nisso, é
CORRETO afirmar que:

A) da oitava para a nona contratação os trabalhadores não deram nenhum resultado na


produção de pizza.

B) a produtividade marginal dos funcionários tem comportamento crescente ao longo da


produção de pizza no ano.

C) é possível afirmar que a partir do sexto funcionário contratado a produtividade marginal é


crescente.

D) ao se analisar o comportamento da produtividade marginal é possível afirmar que a mesma


reproduz a Lei dos rendimentos marginais decrescentes.

E) a produtividade marginal não pode ser negativa.

3) Leia atentamente o trecho a seguir: Aumentando-se a quantidade de um fator de produção


variável, em iguais incrementos por unidade de tempo, enquanto a quantidade dos demais
fatores se mantém fixa, a produção total aumentará, mas, a partir de certo ponto, os
acréscimos resultantes no produto se tornarão cada vez menores. Continuando o aumento
na quantidade utilizada do fator variável, a produção alcançará um máximo podendo, então,
decrescer. Dada as alternativas abaixo pode-se afirmar que o conceito apresentado refere-
se a(ao):

A) fator de produção variável.

B) fator de produção fixo.

C) produtividade média.

D) produtividade marginal.
E) Lei dos rendimentos marginais decrescentes.

4) Uma preocupação importante sobre a teoria da firma refere-se ao sistema de produção.


Sobre o sistema de produção, assinale a alternativa CORRETA:

A) A produtividade média pode tornar-se negativa, após atingir seu nível máximo, o produto
total.

B) Na produção total máxima, a produtividade marginal é nula.

C) No máximo do produto total, a produtividade média é máxima.

D) A produtividade marginal depende unicamente da quantidade de trabalhadores empregados.

E) Produtividade média é a variação da produção sobre a variação da quantidade de um fator de


produção.

5) Em relação aos indicadores de produtividade estudados, é possível afirmar que, quando a


produção de uma firma é máxima, a produtividade:

A) média é menor que a produtividade marginal do trabalho.

B) marginal do trabalho é zero.

C) média do trabalho é zero.

D) marginal do fator trabalho é decrescente.

E) média do fator trabalho é negativa.


Na prática
Veja agora um exemplo sobre a produtividade média e a produtividade marginal.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Desempenho exportador das firmas industriais no brasil: a


influência da eficiência de escala e dos rendimentos crescentes
de escala

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Economia
Leia da página 103 a 109.

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