Nação Nagô
Nação Nagô
Nação Nagô
CONHECIMENTOS SOBRE A NAO NAG Certos Orixs Nags, oferecem banquetes anuais, uma comunho primitiva, rudimentar, gente da casa. Os mais conhecidos desses repastos comunais, muito concorridos e apreciados pelos aderentes do Candombl, so: o Pilo de Oxal (moo) em que predomina o milho branco (eb), e o olubaj de OmoluObalua, em que o elemento principal, a pipoca. O Candombl de Ogunj (Procpio) encerra as suas festas com a feijoada de Ogum, outra comida coletiva. O Caruru de Cosme e Damio, embora somente para crianas, se enquadra nesta categoria. Os dias da semana so distribudos, de acordo com a tradio Nag, pelos vrios Orixs, obtendo-se o seguinte quadro:
Segunda-feira - Exu e Omolu Tera-feira - Nan e Oxumar Quarta-feira - Xang e Ians Quinta-feira - Oxssi e Ogum Sexta-feira - Oxal Sbado - Iemanj e Oxum
Na tradio Nag esta a lgica da combinao dos Orixs. Na tera-feira temos a chuva e o arco-ris; na quarta, os raios e ventos - a tempestade; na quinta, a caa e as artes manuais; no sbado, a gua do mar e a gua doce. A sexta-feira consagrada Oxal, por influncia do catolicismo, mais exatamente do Culto do Senhor do Bonfim. Na segunda-feira, Exu garante a felicidade dos dias seguintes e Omolu garante a sade e o bem-estar, purificando a semana. O Domingo se dedica coletivamente todos os Orixs. Os candombls Nags so comunidades fechadas, no sentido de que no obedecem a qualquer governo comum, nem regras comuns. A autoridade espiritual e moral, emana direta e exclusivamente do Pai ou da Me de Santo, que s reconhece, acima da sua prpria autoridade, a dos Orixs. Esta autoridade absoluta em toda fora do termo, o Chefe (Pai ou Me) a divide com as demais pessoas que l freqentam, em linhas muito ntidas de hierarquia, que beneficiam especialmente os velhos e as mulheres. A Me (ou o Pai) escolhe, entre as filhas, suas auxiliares na administrao - uma srie de is (futuras
mes-pequenas), que se encarregam de certos servios parciais, mas de importncia. Uma dessas auxiliares a i-mor, adjunta da Me, que a acompanha em todos os servios religiosos; duas outras so a Dag e a Sidag, a primeira mais velha do que a segunda, encarregadas do Pad de Exu; outra ainda a I Basse, que cozinha para os Orixs; e finalmente a I Tebex, que tem a iniciativa dos cnticos nas festas e giras. claro que, se essas auxiliares falharem nas usas obrigaes, o ritual perder com isto. Quanto ao poder espiritual, tomemos por paradigma um ritual Nag, que nos oferece o seguinte quadro:
MULHERES - Ialax HOMENS - Pegi-g MULHERES - Me-pequena (I-querer) HOMENS - Axogum MULHERES HOMENS - Ogs MULHERES HOMENS - Alab MULHERES HOMENS - Tocadores de Atabaque MULHERES HOMENS - Tocadores de Atabaque MULHERES - Filha de Santo HOMENS - Filho de Santo MULHERES - Ebomim HOMENS MULHERES - Ia HOMENS MULHERES -Equede HOMENS MULHERES - Abis HOMENS -
O Pegi-g (dono do altar) e a Ialax (zeladora do Ax) so personagens importantssimas, mas sem funes reais, pessoais, dentro do ritual. Os seus ttulos so uma distino especial, mas os deveres resultantes dos seus cargos so delegados filhas da sua imediata confiana. Teoricamente responsveis, perante a Me, pelo altar e pelos Axs, o Pegi-g e a Ialax do idias e sugerem
modificaes para mant-los altura das tradies da Casa. Substituta imediata da Me, a me-pequena (I-querer em nag) lhe est imediatamente abaixo na escala da hierarquia, como administradora civil e religiosa do Ritual; sempre a filha mais velha na feitura do santo, lugar-tenente da Me (ou do Pai), a me-pequena est em contato mais direto com os filhos, pois a Me apenas fiscaliza, aconselha e dirige o ritual, enquanto a me-pequena, executante, acompanha atentamente a marcha das cerimnias. Tambm a me-pequena chamada de me pelos filhos que lhe tomam beno e lhe fazem a mesma reverncia devida Me (o Pai). O Axogum, o sacrificador de animais (o Mo-de-faca), s eventualmente exerce as suas funes, quando necessrio a matana, para cerimnias religiosas. O Axogum e o Pegi-g so escolhidos entre os Ogs da casa, em geral os mais constantes no auxiliar do ritual, ou os mais dedicados aos Orixs. Os Ogs so protetores do ritual, com a funo especial e exterior religio de lhe emprestar prestgio e angariar recursos financeiros para as cerimnias sagradas. A maior parte das vezes o prprio Orix escolhe o Og entregando-lhe as suas insgnias, no nosso caso, o Machado de Xang. Abaixo das filhas, h ainda a Equede, a qual fez voto de servido este ou aquele Orix. Em ltimo lugar, ficam as Abis. Estas no pertencem ainda, realmente, ao ritual. Esto num estgio anterior a iniciao. Este esquema de hierarquia revela, sem sombra de dvida, que as mulheres detm todas as funes permanentes do ritual, enquanto que os homens se reservam apenas nas temporrias e nas honorrias. Deve-se sempre ressaltar a importncia dos velhos - no exatamente das pessoas de idade, mas das que fizeram o seu santo h mais tempo ou h mais tempo aderiram ao Ritual.