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Captura de Animais, Insetos e APH

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

4 CAPTURA DE ANIMAIS

O CBMERJ atua em eventos de captura de animais, segundo as orientações


do Procedimento Operacional Padrão (POP/CBMERJ) Analítico (2012), quando:
● O animal estiver preso ou em local de difícil acesso do qual não consiga
sair sozinho;
● O animal esteja agressivo e tenha atacado alguém.

As ações deverão ser norteadas, orientadas e embasadas, quando possível,


pela fundação RIO ZOO, Centro de Controle de Zoonoses ou órgão semelhante na
região da ocorrência.
Para todas as operações, além das técnicas, equipamentos e ferramentas, o
Bombeiro deve, obrigatoriamente, estar com os Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) específicos para cada salvamento. Na maioria dos eventos são: capacete,
óculos de proteção, luvas de couro e gandola estendida, para controle e manejo de
insetos, utiliza-se roupa de proteção (macacão com capuz acoplado), luvas e botas,
que isolem devidamente o Bombeiro.

4.1 Animais domésticos

Quando tratar-se de cães e o animal estiver solto, a guarnição efetuará uma


aproximação, preferencialmente por lados opostos, para tentar prendê-lo utilizando os
laços enforcadores ou cambão.

Figura 102 – Contenção realizada por lados opostos com o uso de enforcadores.
Fonte: httppelospitbulls.blogspot.com200709pq-o-co-tem-que-ser-recohido-e.html

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Em ocorrência que envolve gato, é possível observar maior flexibilidade e


agilidade devido a anatomia do animal, com isso, a captura poderá ser feita com uso
de uma rede ou puçá. Caso o animal esteja em uma local com risco de queda, por
exemplo árvore, poste ou telhado de uma casa; deve ser usada uma lona aberta ou
uma rede, aproximadamente a um metro do chão, para evitar riscos de morte e
ferimentos.

Figura 103 – Captura de gato realizado com puçá


Fonte: http://www.cbm.ba.gov.br/noticias/gato-e-salvo-por-bombeiros-do-17o-gbm-apos-ficar-preso-em-cerca-eletrica-
em-barreiras

4.2 Equinos e Bovinos

Nesse caso os animais normalmente estão presos e imobilizados em algum


buraco no solo, por exemplo: poços, valas e mangues, com isso, para retirá-lo deverá
ser utilizado o sistema de força com cordas, tripé, tirfor e roldanas, exercendo uma
força de forma sincronizada na corda para retirar o animal ou maquinário
pesado/retroescavadeira, tendo cuidado com a instabilidade do solo para não ocorrer
um deslocamento de terra e agravar os riscos. Devido ao esgotamento físico e
emocional do animal, existe a possibilidade de morte, por isso, é importante a
presença do seu dono.

A montagem do sistema para o resgate do animal, segue as instruções:


● Colocação do tripé ou braço de força de maquinário
pesado/retroescavadeira, verificando se o solo é compacto e não apresenta

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problemas na estabilidade, se o solo for arenoso coloca-se pranchas de madeira


ao redor;
● Montar com abertura suficiente para que os pés não corram o risco de
deslizar para dentro do poço e ancorar os pés do tripé com estacas ou entre si,
com uma corrente ou tensores;
● Estabilizar o tripé com no mínimo duas ancoragens tensionadas,
contrárias ao sentido em que será exercida a carga resultante para retirada do
animal;
● Montar um sistema multiplicador de força com roldanas ou moitão,
cordas ou cabo de aço do tirfor;
● Um militar deverá colocar cabresto no animal para controlar a cabeça
na hora em que começar a retirada do animal;
● Fazer amarração de dois nós, tipo fiel, acima da junta de cada pata
superior do animal ou passar fita de carga de espessura considerável ou
mangueiras de 2 ½” sob o tronco do animal e, se possível, outra pelas ancas,
unindo essas duas fitas de carga ou mangueiras com mosquetão, tendo o
cuidado para a fita não estrangular a genitália do animal, pois isso pode matá-lo
ou deixá-lo agressivo;
● Colocar a cinta ou a amarração feita no animal no sistema de força
através de mosquetão;
● Tracionar o sistema para elevar o animal;
● Colocar nó na pata traseira para direcionar o animal para um local
seguro;
● Elevar o animal através do sistema de força;
● Direcionar as patas traseiras do animal para o local de descida;
● Descida controlada do animal em local seguro.

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Figura 104 – Um militar guiando a cabeça pelo cabresto do animal


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1333093-5605,00-
CAVALO+E+RESGATADO+POR+BOMBEIROS+APOS+CAIR+EM+POCO+EM+GUARULHOS.html

Figura 105 – Fita de carga


Fonte: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/06/18/vaca-cai-em-poco-e-e-resgatada-por-bombeiros-na-zona-
rural-de-palmas.ghtml

4.3 Felinos

A Lei Federal nº 5.517/68, prevê que apenas veterinários possuem autorização


para fazer uso de armas com drogas para captura de animais. No caso dos felinos,
animal de grande porte, após a intervenção química feita por um veterinário, deverá
ser feita a contenção com uso de redes, puçá (dependendo do tamanho do felino) e
laço enforcador.
Localizado o animal, deverá ser feito o isolamento, uma abordagem tranquila,
evitando ruídos fortes e movimentos bruscos, a fim de evitar a fuga. Após a captura
do animal, o translado deve ser feito em uma jaula para a Fundação RioZoo ou órgão
responsável pelo acolhimento de animais silvestres.

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Figura 106: Após a intervenção química (dardo na perna dianteira direita), é realizada a captura da onça com rede e
laço enforcador
Fonte: https://www.oeco.org.br/reportagens/onca-parda-passa-24h-acuada-em-area-urbana-e-captura-vira-espetaculo/

4.4 Jacarés

Nas operações de capturas de jacarés deve-se ter cuidado com a aproximação,


atenção com boca, cauda e a movimentação de bote lateral do animal. A utilização de
um pano molhado, cobrindo os olhos do animal, pode mantê-lo menos arisco para a
operação.
Para sua captura, deverá ser posicionado um Bombeiro preferencialmente à
frente do animal, com um laço (enforcador) próximo à sua boca, em seguida colocar
o laço no meio da mandíbula do animal. Com a mandíbula presa com um laço, salta-
se sobre o dorso do animal, colocando seu peso sobre a cintura torácica e sobre a
cabeça com as mãos.
Pressiona-se então a cabeça contra o solo, por trás, para que a boca fique
fechada, se a mandíbula do animal ainda não foi amarrada, deve-se neste momento
ser envolvida com uma fita ou material resistente, pode ser uma corda, neste momento
retira-se o enforcador e em seguida as patas, de preferência as traseiras, deverão ser
imobilizadas com uma fita ou material resistente.
Também deverá ser imobilizada a cauda do animal junto ao tronco, pois esse
tipo de réptil utiliza a cauda como arma. Após feita a imobilização de uma ou ambas
as patas do animal, o mesmo deve ser acondicionado dentro de uma jaula (gaiola)
apropriada para o seu tamanho e conduzido para a Fundação RioZoo ou o Parque
Chico Mendes.
Evita-se que o animal seja solto com alguma parte do corpo imobilizada.

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Figura 107: Captura inicial com enforcador e bloqueio da mandíbula com fitas para posterior imobilização da parte
torácica.
Fonte: https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2021/jacare-e-resgatada-amordacado-e-sem-pata-em-centro-de-
educacao-infantil-em-campo-grande

Figura 108: Imobilização da parte torácica e colocação das fitas ou cordas na mandíbula, patas e rabo.
Fonte: http://institutojacare.blogspot.com/2013/08/curso-de-manejo-captura-e-contencao-de.html

4.5 Aves selvagens e domésticas

A captura de aves só deverá ser assumida pelo CBMERJ quando a mesma


estiver ferida, sem condições de voo ou presa em algum lugar. Os equipamentos
utilizados para captura são: luvas de couro, toalhas, redes ou puçás dependendo do
porte físico da ave.
Eventos com aves presas em rede elétrica ou próximas a estas, deve-se estar
atento à solicitação da companhia de energia para efetuar o corte no local e não se
deve retirar qualquer material que esteja preso ou enroscado no animal, como linha
de pipa, isso deverá ser feito por veterinário.
A técnica da contenção física é uma aproximação segura, calma, evitando
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movimentos bruscos e a captura repentina, sem perder o elemento surpresa.


Utilizando a mão envolta do pescoço e os dedos ao lado da mandíbula da ave o
indicador ou polegar em cima da cabeça, demais dedos em volta do pescoço
levemente pressionado para evitar um ataque com o bico e a outra mão pega as
pontas das duas asas juntando com a caudal da ave, desta forma imobilizando as
pernas junto das asas. Após a captura do animal, o mesmo deve ser acondicionado
em local apropriado para o seu tamanho uma gaiola ou jaula e conduzido para o órgão
adequado.

Figura 109 - Uma mão na parte do pescoço e cabeça e a outra imobilizando as duas asas com as pernas
Fonte:https://fauna.vet.br/site/wp-content/uploads/2017/08/EBOOK-Conten%C3%A7%C3%A3o-e-colheita-de-sangue-
1.pdf

4.6 Animais e aves marinhas

Com relação às operações envolvendo capturas de animais e aves marinhas,


é preciso salientar que nem todo animal na praia precisa de ajuda, pois é possível que
esteja apenas repousando, acasalando ou cuidando de seus filhotes. Nestas
situações, o isolamento basta para evitar que a população chegue perto do animal,
que pode estar dentro ou fora do mar.
Caso o animal esteja no mar, uma aproximação segura, tranquila e lenta,
evitando-se movimentos rápidos, deverá ser feita por meio de embarcação e não a
nado.
Após a captura do animal, o mesmo deve ser alocado dentro de uma caixa
proporcional ao seu tamanho e conduzido para o órgão adequado.
Os pinguins não podem ser colocados em caixas com gelo, nem em freezer; É
preciso acomodá-los em uma caixa de papelão forrada com jornal e mantê-los secos
e protegidos do calor e do frio.

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4.7 Animais silvestres

É aquele que vive na natureza e não tem, ou não deveria ter, contato com os
seres humanos, alguns dos animais já citados poderiam se enquadrar dentro deste
tópico, porém iremos nos focar nos animais mais comuns capturados nos eventos
realizados por bombeiros militares.

4.7.1 Roedores

Fazem parte deste grupo a capivara, cutia, paca e ouriço. Os três primeiros são
vertebrados, mamíferos, dentuços e possuem garras nas patas, sua principal defesa
é a mordida e arranhadura. O ouriço possui espinhos pelo corpo como proteção contra
as presas. É muito comum encontrá-los em lugares úmidos em meio a raízes, troncos
caídos, próximos de rios e lagoas poluídos, em grandes cidades.
O CBMERJ efetua a captura desses animais quando eles estão dentro de
residências ou quintais, para contenção o ideal é encurralá-los em algum canto da
parede e utilizar rede, puçá, enforcador ou cambão, podendo também esticar a rede
no chão para quando o animal passar, militares de lados opostos puxarem a rede. No
caso dos ouriços, recomenda-se uma abordagem pela cauda, devido ao seu corpo
espinhoso, após a captura são colocados numa gaiola e levados para os órgãos
competentes para a correta devolução ao seu ecossistema.

Figura 110 - Captura realizada com rede


Fonte: https://www.pmsg.rj.gov.br/animais-silvestres-sao-resgatados-em-sao-goncalo/

4.7.2 Gambá

O sistema de defesa destes animais é através da mordida e, quando

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submetidos ao estresse, suas glândulas de cheiro, próximas ao ânus, exalam um


líquido que em contato com a pele pode causar alergias ou feridas. A sua contenção
é feita realizando o transporte pela cauda, utilizando luvas de couro, com cuidado,
pois a tendência é que o animal tenha o instinto de se direcionar para morder a mão
de quem está manejando ou exalar o líquido. Para uma contenção mais adequada
deve-se segurar atrás da cabeça do animal logo que possível com as luvas de couro
ou utilizar um cambão, pinça, enforcadores e pode-se também utilizar um puçá para
captura e logo após, deve ser colocado em uma jaula ou gaiola.

Figura 111 - Gambá capturado pelo rabo e outro pela pinça.


Fonte: https://olharanimal.org/gambas-sao-capturados-em-telhado-de-casa-em-ituiutaba-mg/

4.7.3 Tamanduá e Preguiça

Os Tamanduás são lentos e tranquilos, se ameaçados eles sentam sobre as


patas traseiras e atacam com suas garras. Por isso, a contenção visa amarrar as
unhas, passando fita adesiva em volta ou corda, para não perfurá-las. É importante
lembrar que os tamanduás possuem membros muito fortes e uma contenção nunca
deve ser feita por uma única pessoa.

O mesmo procedimento deverá ser efetuado para os bichos preguiças, não


esquecendo que esses animais possuem dentes e também atacam com mordidas. A
preguiça-de-três-dedos, quando ameaçada, fica paralisada, sendo facilmente
manipulada, podendo ser contida pelas costas ou pelas extremidades dos braços. Já
a preguiça de dois dedos é ágil e agressiva e suas mordidas podem causar sérias
lesões, sendo as redes e puçás apropriados para sua contenção física.

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Para ambos os grupos, tamanduás e preguiças, laços, cambão e enforcadores


não são indicados, pelo risco de provocarem lesões na coluna cervical, acarretando
graves consequências. No entanto, pode-se fazer contenção de tamanduás utilizando
cambões em suas patas para facilitar a colocação na jaula de contenção. Conduzir o
animal para Universidade, que possua estrutura de Zootecnia ou Veterinária, é
necessário anotar o responsável que recebeu o animal na unidade (nome, matrícula
e função).

Figura 112 - Captura de um tamanduá-bandeira realizada com cambão


Fonte:https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2020/12/16/tamandua-bandeira-e-capturado-atras-de-um-arbusto-
no-centro-de-lagoa-da-prata.ghtml

Figura 113 - Captura de um tamanduá- bandeira realizando contenção das garras com fita.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2021/04/13/tamandua-bandeira-e-capturado-em-residencia-de-
distrito-de-patos-de-minas.ghtml

4.8 Serpentes: Identificação, espécies e métodos de contenção

Para realizar a contenção desses animais deve-se ter o conhecimento básico


das características, identificação, tipos de dentição, gênero, espécie e principais

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efeitos dos venenos, para proteção da guarnição.

4.8.1 Identificação de Serpentes

As serpentes podem ser classificadas em peçonhentas, que possuem dentes,


presas que são órgãos por onde as substâncias tóxicas são inoculadas, e as não
peçonhentas que carecem desse mecanismo.
Nos eventos que envolvam serpentes, deve-se tentar identificar de que espécie
se trata e saber se alguma pessoa foi picada por uma espécie peçonhenta, pois o soro
antiofídico deve ser aplicado o mais breve possível, estima-se até duas horas após o
acidente. Portanto, se não for possível ter contato com o animal para conhecer a
espécie, algumas informações sobre suas características podem facilitar a sua
caracterização.
As Serpentes são vertebrados, carnívoros, pertencentes ao grupo dos répteis,
podem ser diferenciados por possuírem diferentes tipos de dentição, o que pode
indicar o tipo de animal inoculador.

4.8.2 Tipos de dentição

a) Áglifas: as presas são do mesmo tamanho, ou seja, não há presença de


dentes modificados para inoculação de veneno. ex: jiboia, sucuri.
b) Opistóglifas: as presas são pequenas, fixas e possuem um ou dois pares
de dentes maiores localizadas no fundo da boca, dificultando a inoculação do veneno.
ex: cobra cipó, falsa coral.
c) Proteróglifas: presas são pequenas, fixas e um par de dentes maior
localizado na região frontal da boca. ex: corais.
d) Solenóglifas: grandes presas móveis inoculadoras de veneno,
localizadas na região frontal da boca. ex.: (gênero bothrops: jararaca, gênero crotalus:
cascavel, gênero lachesis: surucucu). Verifica-se também a presença de um orifício
entre o olho e a narina que é denominado de fosseta loreal que é um órgão sensorial
das serpentes.

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Figura 114 - Tipos de dentição das serpentes.


Fonte: Santos et al. 1995.

4.8.3 Os gêneros e as suas espécies

Segundo o Manual de Socorro Florestal do CBMERJ (2019) os acidentes


envolvendo serpentes, ocorrem em todas as regiões de nosso país, por quatro
gêneros, abrigando aproximadamente sessenta espécies:
a) Bothrops: diversas espécies de jararacas (solenóglifas);
b) Crotalus: cascavéis (solenóglifas);
c) Lachesis: surucucu (solenóglifas);
d) Micrurus: corais verdadeiras (proteróglifas)

Figura 115 - Cores

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4.8.4 Principais efeitos dos venenos

Conforme o site do Globo Rural (2015) lista no Brasil os principais efeitos dos
venenos de algumas espécies:

“No Brasil há mais de 71 variedades de cobras peçonhentas. Seu veneno


é composto por mais de 300 substâncias. Conheça os principais efeitos dos
venenos de algumas espécies:

● Ação proteolítica, que causa decomposição das proteínas,


destruindo os tecidos e causando graves necroses nos locais das picadas.
As Bothrops (jararacas) produzem veneno com ação desse tipo.
● Ação coagulante, o veneno dos gêneros Bothrops (jararacas),
Crotalus (Cascavél)se Lachesis (Surucucu), transforma o fibrinogêneo em
fibrina, formando microtrombos (pequenos coágulos).
● Ação neurotóxica, venenos que contêm neurotoxinas, como os das
cascavéis(crotalus) e corais(micrurus), são os mais perigosos, pois agem
no sistema nervoso provocando parada respiratória.
● Ação hemorrágica, as serpentes Brothops(Jararaca) e Lachesis
(Surucucu) produzem venenos que têm ação hemorrágica local ou
sistêmica.
● Ação miotóxica, o veneno das cascavéis (Crotalus), necrosa as fibras
musculares, provocando a liberação de enzimas e mioglobina na
circulação. A mioglobina circulante filtrada nos rins aparece na urina
provocando modificação na sua cor; a cor escura é um dos sinais clínicos
de acidente crotálico.
● Ação nefrotóxica, os venenos das serpentes dos gêneros Crotalus
(Cascavel) e Bothrops(Jararaca) causam lesões nos rins por ação direta
sobre os túbulos renais e o endotélio vascular. Os acidentados apresentam
quadro de insuficiência renal aguda. (Globo, 2015).”

4.8.5 Contenção de serpentes

Para operações que envolvam a captura de serpentes, os instrumentos


utilizados são: pinças, laço enforcadores, cambão, ganchos de captura de serpentes
ou mesmo gravetos com bifurcação em Y, mantendo distância, em média, 1,5 m da
serpente, considerando que seu bote é de aproximadamente metade do seu
comprimento. Podemos realizar dois métodos:
● Através de um gancho ou pinça posicionar a ferramenta no meio do
corpo da serpente para realizar a captura, dessa forma efetua-se o transporte para

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uma caixa de madeira ou plástico, deve-se abaixar o gancho em direção ao interior


do recipiente e liberá-la, de forma a fornecer um apoio, evitando a queda do animal.

Figura 116 - Contenção utilizando o gancho no local correto de apoio no corpo do animal.
Fonte: CBMERJ

● Por meio da contenção visa a imobilização da região próxima a cabeça


para diminuir o ataque por mordida ou picada para conseguir colocar uma das mãos
próxima da cabeça e a outra segurar o corpo evitando que se enrole no equipamento
que é a sua defesa natural de enforcamento da presa.
Nesse método para fazer captura de cobras mais agressivas respeitando o
distanciamento, temos como opção de ferramentas: o cambão, enforcador, laço lutz,
gancho ou um ganho com bifurcação em Y para prender a base da cabeça, tomando
cuidado para não pressionar com muita força a cabeça contra o chão para não
estrangular, dessa maneira consegue acessar a cabeça e segurar com segurança.
A apreensão da cabeça pode ser utilizando a técnica de pôr o dedo indicador
embaixo da cabeça e o polegar por cima, muito utilizado em serpente não peçonhenta.
Para animais peçonhentos com presas solenóglifas, utiliza-se três dedos com o
polegar e o médio ao lado da cabeça fazendo forças contrárias e o indicador em cima
da cabeça, a outra mão pega o corpo da serpente no solo.

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Figura 117 - Serpente contida com laço de lutz para apreensão manual da cabeça.
Fonte: CBMERJ

Figura 118 - Posição correta dos dedos em serpentes não peçonhentas e posição correta utilizando três dedos em
serpentes peçonhentas.
Fonte: CBMERJ

Após a captura da serpente, deve-se ser acondicionada dentro de uma gaiola,


caixa plástica ou de madeira, proporcional ao seu tamanho e característica, caixa
plástica ou de madeira, que possibilite a ventilação para respiração, mas sem espaço
para sua fuga e conduzir o animal para o Instituto Vital Brazil, Fundação RioZoo ou
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alguma Universidade, que possua estrutura de Zootecnia ou Veterinária, não


esquecendo de anotar quem foi o responsável que recebeu o animal (nome, matrícula
e função).

Figura 119 - Caixa de plástico de captura de animal com furos na tampa para possibilitar a respiração.
Fonte: CBMERJ

5 OPERAÇÕES DE MANEJO E CONTROLE DE ENXAMES DE INSETOS

Conforme o Procedimento Operacional Padrão do CBMERJ de Operações de


Manejo e Controle de Insetos Nocivos (2018), o item 2 trata das Disposições Gerais e
seus subitens, regula os procedimentos e a legislação vigente referente ao
salvamento de pessoas, quando houver vítimas ou quando as mesmas estiverem
sendo atacadas por insetos nocivos em geral.
Conforme o POP, compete ao CBMERJ atuar no manejo ou controle dos
insetos (abelhas/vespas) quando estes estão oferecendo riscos iminentes à
população e quando não há condições de ser realizado pelos órgãos competentes.
O CBMERJ irá despachar o socorro do evento até o local apenas nas situações
de emergência, o que será assim caracterizado quando ocorrer uma das hipóteses
abaixo relacionadas:
a) Os insetos estão atacando (com vítimas ou não) no momento em que o
solicitante liga para o Operador de Comunicação (Central 193 ou da UBM). Neste
cenário será criado o AVISO e o Comandante de Operações seguirá para a fase de
CONFIRMAÇÃO, ou seja, somente com a hipótese de risco iminente o CBMERJ
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deverá atender o solicitado; e;

b) Os insetos não estão atacando no momento da solicitação, porém, já


atacaram ou fizeram vítimas (fase do AVISO);

c) Os insetos estão próximos de residências ou locais de reunião de público,


gerando um risco, seja pela sua localização, seja pela vulnerabilidade do público
residente, sendo necessária a confirmação do aviso pelo Oficial Comandante de
Operações da Unidade (fase de confirmação).

5.1 Legislação

De acordo com o art. 2.º da Lei Estadual nº 880, de 25 de julho de 1985, o


Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro é instituição destinada, entre
outras funções, a prestar socorros sempre que haja vítima em iminente perigo de vida.
O manejo e controle de insetos, por si só, não se trata de atividade intrínseca às
funções de bombeiro militar, mas sim a proteção de pessoas em risco iminente.
Segundo a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, “Lei de Crimes
Ambientais”, é crime matar e/ou apanhar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em
rota migratória sem autorização (art. 29). Porém, o art. 37, inciso IV estabelece que
não é crime o abate de animal quando realizado por ser nocivo, desde que assim
caracterizado pelo órgão competente.
O IBAMA, órgão competente para declarar a nocividade de um animal, fez
pública, por meio da Instrução Normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de 2006,
em seu art. 2.º, inciso V, a conceituação de fauna sinantrópica nociva como aquela
“que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos
significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que representa riscos à saúde
pública.”
A mesma norma faculta aos Corpos de Bombeiros, no art. 8.º, “o manejo e o
controle da fauna sinantrópica nociva, sempre que estas representarem risco iminente
à população”, o que vai exatamente ao encontro da atribuição dada pela legislação
estadual. Ressalta-se que o conceito de controle de fauna, de acordo com o art. 2.º,
inciso I, inclui a captura seguida de eliminação e também a eliminação direta de
espécimes animais.
Cabe a observação, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, do disposto na Lei

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Estadual nº 2.155, de 10 de setembro de 1993, a qual declara a abelha como inseto


útil e a flora melífera como de interesse público, devendo as mesmas serem objeto de
proteção e de medidas preventivas que evitem sua destruição. Tal lei deve ser
compreendida em conjunto com o restante do ordenamento jurídico vigente, uma vez
não haver, no atual Estado de Direito, princípio absoluto, que prepondere em todos os
casos. O extermínio de abelhas deve ser evitado, porém, a proteção à vida e
integridade humana deverá prevalecer sempre que tais insetos se configurarem em
um risco iminente à população.
Destaca-se que o art. 4.º, §1.º, alínea b, da IN IBAMA nº 141/2006, inclui as
abelhas entre as espécies de artrópodes nocivos, bem como demais espécies
comuns ao ambiente antrópico, que impliquem em transtornos sociais, ambientais e
econômicos significativos.
Diante do exposto, conclui-se como atribuição legal de bombeiro militar a
proteção de vidas humanas sempre que houver risco iminente causado por inseto
sinantrópico nocivo, inclusive abelhas, mesmo que seja necessária a eliminação direta
dos espécimes animais, sendo observada a realização do manejo sempre que houver
agente capacitado e equipado para tal.
Ademais, deve-se elucidar que o Decreto-Lei nº 230, de 13 de julho de 1975,
em seu art. 1.º, atribuiu à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
(FEEMA) a competência para coordenar, orientar e fiscalizar os serviços necessários
ao controle de insetos e roedores nocivos nas áreas urbanas do Estado do Rio de
Janeiro, cabendo aos Municípios a execução dos serviços necessários ao citado
controle, mediante convênio com o órgão estadual, conforme art. 2.º. Tal atribuição
deve ser compreendida como toda aquela de manejo e controle de insetos
sinantrópicos nocivos em que não se configure o risco iminente à população, visto
que, como já explicitado, situações de risco iminente são de competência do Corpo
de Bombeiros. Salienta-se o disposto nos arts. 3.º, §2.º e 6.º, §2.º, que atribuem aos
proprietários e responsáveis pelos imóveis as despesas e custos para atividades
como aplicação de produtos químicos, eliminação de focos e outras medidas que
impeçam a procriação dos insetos.
Ressalta-se que, com a extinção da FEEMA, foram transferidos para o Instituto
Estadual do Ambiente (INEA) as competências, as atribuições, os direitos e as
obrigações da antiga fundação estadual, nos termos do art. 3.º da Lei Estadual nº

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5.101, de 04 de outubro de 2007, e do art. 3.º do Decreto Estadual nº 41.628, de 12


de janeiro de 2009.”

5.2 Procedimentos

Portanto, após análise dessas leis e decretos, é necessário, em eventos de


emergência, identificar se a ocorrência envolve abelhas ou vespas, visto que, abelhas
são insetos de utilidade pública e protegidos por legislação e intervenções de controle
sobre elas devem ser evitadas. Por isso, é indicada uma operação de manejo,
realizada por profissional capacitado para o manejo de abelhas. No entanto,
observando o risco à vida de pessoas ou animais e a falta de condições ideais para o
manejo destas, de acordo com a segurança pública, o Bombeiro poderá realizar o
controle, mesmo tratando-se de abelhas, esta previsão legal consta na Instrução
Normativa nº 141 do IBAMA de 19 de dezembro de 2006, em seu art. 2.º, inciso V.
Após a localização do enxame, é necessário isolar a área e orientar a população que
vive nas proximidades a fechar as portas, janelas, vedarem arestas que permitam o
acesso dos insetos para o imóvel, e a protegerem os animais de estimação. Se a
emergência for à noite, é recomendado permanecer com as luzes apagadas.
Para a operação é preciso usar roupas de proteção de manejo de insetos
(macacão com capuz acoplado) por cima do uniforme de prontidão com as mangas
esticadas, luvas e botas, e todas as junções da roupa com a bota, luva e zíper deverão
ser vedados com fita adesiva para evitar a entrada de insetos no EPI.

Figura 120 - EPI utilizado para manejo e controle de enxames de insetos


Fonte: CBMERJ

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Quando é necessário o controle dos insetos, o Comandante de Operações


deverá realizar uma avaliação dos riscos no local e escolha da técnica apropriada,
verificando com o solicitante, o melhor horário para efetuar o controle, sugere-se
efetuar o controle no período da noite, em casos específicos.
A técnica escolhida varia de acordo com a via de acesso, localização das
colmeias, casas ou ninhos e onde estão apoiadas.
Segundo o Procedimento Operacional Padrão do CBMERJ de Operações de
Manejo e Controle de Insetos Nocivos (2018), o controle dos insetos deverá ser feito
com os materiais na seguinte ordem:
1) Inseticida adequado (fornecido pelo solicitante);
2) Derramamento ou aspersão de líquido volátil, de preferência sem o uso de
fogo (gasolina ou óleo diesel);
3) Com extintor de CO2, se disponível, e as demais alternativas não foram
viáveis/eficazes.
Todos os resíduos deverão ser ensacados, descartados e é importante
certificar-se de que não há mais insetos oferecendo risco.
O uso correto do EPI e a utilização de uma tocha com fogo para realizar o
controle de insetos. Para melhor ilustrar, segue a figura abaixo:

Figura 121 - Controle de insetos, utilizando tocha com fogo


Fonte: CBMERJ

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8 ABORDAGEM, CONTENÇÃO E CONDUÇÃO DE PACIENTE COM TRANSTORNO


COMPORTAMENTAL.

8.1 Introdução

Com o aumento significativo das ocorrências de atendimento a portador de


transtorno mental, as guarnições de Bombeiros têm se deparado com riscos aos quais
não foram treinados para lidar, em uma situação onde o agressor ou a fonte dos
principais riscos é juridicamente inocente.
Abordar, conter e conduzir sem lesões para o paciente e para a guarnição, é a
missão de uma equipe de Bombeiros que atende uma ocorrência desta natureza, por
isso a proposta deste curso será apresentar aspectos jurídicos, demonstrar uma
técnica aplicável para os diferentes ambientes onde se fará necessária a realização
da contenção.

8.2 Aspectos legais

No Brasil existem leis na esfera federal e estadual que tratam sobre as


atribuições do poder público na assistência e ressocialização dos portadores de
transtornos mentais, sendo o assunto tratado no âmbito da saúde pública.

8.2.1 Lei federal 10.216/2001

Esta lei dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de


transtorno mental e implementa a modificação do modelo assistencial baseado na
internação em hospitais psiquiátricos, para um modelo de atenção comunitário que
promova a reinserção social destas pessoas que ficaram por longos anos
institucionalizadas.

8.2.2 Lei Estadual 2.920

Autoriza o poder executivo a criar uma central de atendimento emergencial de


remoções de portadores de transtorno mental sob a coordenação do CBMERJ. Sendo
competência do COGS regular o atendimento médico pré-hospitalar em casos de
trauma, clínico e emergências psiquiátricas na cidade do Rio de Janeiro. Cabe ao

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CBMERJ, no âmbito do estado, apoiar as equipes do SAMU ou órgãos similares no


atendimento a pacientes com emergências psiquiátricas quando solicitado apoio.

8.2.3 Resolução/COFEN-427/12

Cabe ao MÉDICO regulador ou assistente prescrever a contenção


física/mecânica do Portador de Transtorno Comportamental (PTC).
Na ausência do profissional médico, em situações de risco iminente para saúde
do PTC ou da equipe, cabe ao ENFERMEIRO prescrever tal procedimento.

8.2.4 POP CBMERJ n°16 (Procedimento operacional padrão)

Dispõe sobre as indicações para a atuação do CBMERJ, trata também sobre


questões de avaliação da cena e contenção física.

8.3 Quando devemos atuar?

Nas seguintes situações:


a) distúrbio de comportamento associado a lesões corporais graves
ou quadros de agitação;
b) risco de suicídio;
c) local de difícil acesso, com necessidade de manobra ou
salvamento;
d) comportamento agressivo com ameaça iminente à própria
integridade física ou de terceiros;
e) suicídio;
f) dificuldade de contenção do paciente pela guarnição de saúde;
g) intoxicação e abstinência por álcool e drogas;
h) surto psicótico de origem orgânica ou funcional;
i) depressão;
j) transtornos de humor.

8.4 Avaliação da cena

As viaturas deverão chegar ao local do evento de forma discreta. Procurar

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colher histórico das patologias e das crises anteriores. Certificar-se que o ambiente
está seguro para a vítima, seus familiares e a guarnição envolvida no atendimento.
Não permita a aproximação de curiosos. Não se apresse em falar com a vítima, defina
antes sua estratégia baseado nas informações colhidas

8.5 Abordagem ao paciente

Tenha em mente que por mais que você seja o mais preparado na guarnição o
paciente é quem escolhe com quem quer falar, e isso deve ser respeitado.
A abordagem ao PTC deve ocorrer de forma tranquila, com um único socorrista
como interlocutor, porém de forma firme, com linguagem clara, mostrando a sua
intenção de ajudá-lo, para estabelecer um vínculo de confiança, mantenha uma
distância segura durante a abordagem e os demais componentes da guarnição
deverão manter uma certa distância. É fundamental que o socorrista escute a vítima
com atenção e demonstre interesse para consolidar o vínculo, mantendo contato
visual enquanto ele fala, não emitindo nenhuma crítica.

8.6 O que falar?

a) Informe a vítima sobre o que será realizado, mantendo sempre a


cordialidade.
b) Jamais discutir com a vítima.
c) Não concordar com suas alucinações e delírios, porém não
censurar.
d) Controle a vítima de maneira que acredite que está fazendo sua
própria vontade, tentando a condução da vítima pelo diálogo.

8.6.1 Sinais de uma possível agressividade?


a) agressividade verbal;
b) punhos e dentes cerrados;
c) movimentação excessiva;
d) tendência a aproximação;
e) inclinação em direção ao interlocutor;
f) volume de voz demasiadamente elevado;

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

g) alteração de percepção.

8.7 Contenção física e mecânica

Figura 146
Fonte:CBMERJ

É um procedimento limite utilizado unicamente para a segurança do paciente,


da equipe e dos outros parentes.

8.7.1 Contenção física

Durante todo o procedimento de contenção, o paciente deve ser esclarecido


sobre o que está sendo feito, bem como os motivos, tentando explicar o caráter não-
punitivo do mesmo.

8.7.2 Contenção mecânica

Caracteriza-se pelo uso de faixas de couro ou tecido, em quatro ou cinco pontos


que fixam o paciente ao leito, conforme Mantovani et al 2010.
Caso não obtenha êxito pela intervenção verbal e necessite da contenção
mecânica, poderão ser utilizados espectadores externos que demonstrem preparo
para colaborar. Deve-se manter o contato verbal com a vítima durante a contenção,
tentando acalmá-la, informando que tal medida é para protegê-la. Durante a
contenção, assim que possível, a guarnição deverá revisar a vítima em busca de

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

drogas, armas ou objetos que representem algum risco. Deve ser realizado um exame
de motorização da vítima a cada 30 minutos: nível de consciência, sinais vitais, estado
dos membros contidos e impressão do paciente.

Figura 147
Fonte: CBMERJ

8.8 Condução de paciente contido

Mesmo estando contido, em todo o tempo, deverá haver pelo menos dois
militares acompanhando o paciente, que não poderá entrar ou sair sozinho de
qualquer cômodo da casa, na viatura não poderá sentar na janela. Se na condução o
paciente não estiver amarrado os militares deverão ficar um a cada lado assentados
na viatura com braço passando por baixo da axila do PTC e segurando no punho do
mesmo, sem necessidade de aplicar tensão, impedindo assim qualquer ataca sobre o
motorista, não podemos esquecer que um paciente de transtorno mental é totalmente
instável, mesmo estando colaborando com a guarnição, não são poucos os relatos de
Bombeiros que pelo fato do paciente estar cooperativo se distraíram e foram atacados.
Lembre-se: Todo portador de transtorno mental é um ser humano, que
necessita de cuidados e atenção, como todos nós, portanto em todos os
procedimentos realizados, deve-se falar o que será feito, sempre num clima de
cordialidade, mantendo o profissionalismo.

9 SALVAMENTO EM ESPAÇO CONFINADO

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