5 Biologia Molecular
5 Biologia Molecular
5 Biologia Molecular
5. Biologia Molecular
Replicação e recombinação do DNA
Introdução
Replicação do DNA
5. Biologia Molecular 1
Na replicação conservativa, a molécula inteira de DNA de fita dupla serve
como molde para uma nova molécula inteira de DNA, e a molécula original
é totalmente conservada durante a replicação;
Modos de replicação
5. Biologia Molecular 2
Replicação teta: Comum em bactérias que possuem DNA circular. Nesse
tipo de replicação, o DNA de fita dupla começa a se desenrolar num ponto
conhecido como origem da replicação (pontos de origem dos replicons),
produzindo duas fitas que servirão como molde para a síntese do novo
DNA; esse desenrolamento, que pode ocorrer em apenas uma ou nas duas
extremidades, gera uma alça denominada bolha de replicação, que vai
aumentando de tamanho à medida em que as fitas vão se separando. A
replicação do DNA vai ocorrendo simultaneamente à medida em que as
fitas vão se desenrolando. O ponto de desenrolamento, onde as fitas se
separam uma da outra, é conhecido como forquilha de replicação.
5. Biologia Molecular 3
5. Biologia Molecular 4
Requisitos da replicação e criação da nova fita
Como a nova fita é criada: as matérias primas a partir dos quais novas
moléculas de DNA são sintetizadas são os trifosfatos de
desoxirribonucleosídeo (dNTPs), cada um composto por um açúcar
desoxirribose e uma base (ou seja, um nucleosídeo) ligado a três grupos
fosfato. Durante a síntese de DNA, os nucleotídeos vão sendo adicionados ao
grupo 3’-OH da fita de nucleotídeos crescente; o grupo 3'-OH do último
nucleotídeo se liga ao grupo 5’-fosfato do dNTP de chegada e dois grupos
fosfato são rompidos a partir do dNTP de chegada, formando uma ligação
fosfodiéster entre o último nucleotídeo da fita e o dNTP adicionado.
5. Biologia Molecular 5
→ A fita recém-sintetizada é complementar e antiparalela à fita molde
→ As duas fitas são mantidas unidas por ligações de hidrogênio que são formadas
espontaneamente entre as bases da fita molde e da fita que está sendo sintetizada
5. Biologia Molecular 6
A fita que vai sendo formada no mesmo sentido em que o DNA está sendo
desenrolado é chamada de fita líder, e sua replicação é contínua porque
acompanha o desenrolamento da dupla fita original. A outra fita, que é
formada a partir da forquilha de replicação e em sentido contrário ao
desenrolamento, é chamado de fita tardia. Nessa situação, a síntese é
interrompida várias vezes porque, à medida que o DNA ainda está enrolado,
não há molde exposto para formar a nova fita; as sucessivas quebras da
síntese vão formando “pedaços” curtos de DNA, conhecidos como fragmentos
de Okazaki, consequência da replicação descontínua da fita tardia.
→ Os fragmentos de Okazaki são unidos posteriormente pela DNA ligase para formar uma única
fita contínua de DNA
5. Biologia Molecular 7
5. Biologia Molecular 8
Etapas da replicação: enzimas e proteínas envolvidas
1. Iniciação
2. Desenrolamento
3. Alongamento
4. Terminação
Iniciação
Desenrolamento
5. Biologia Molecular 9
sequência de bases, podendo se ligar em qualquer segmento do DNA de
fita simples.
3. DNA girase: é uma topoisomerase tipo 2, que faz rupturas de fita dupla
(topoisomerases tipo 1 fazem rupturas de fita simples). Elas são
responsáveis por promover o relaxamento da tensão que vai se formando à
frente das forquilhas de replicação conforme o DNA vai sendo desenrolado,
reduzindo o superenrolamento da parte que ainda está enrolada.
Alongamento
Nessa fase ocorre a replicação propriamente dita, onde o DNA de fita única
é usado como molde para a síntese da nova fita de DNA. Esse processo
também depende de várias enzimas e possui várias “subetapas”:
5. Biologia Molecular 10
primers vão sendo adicionados à medida em que a forquilha de replicação
se abre. Em cada ponto da fita tardia em que um primer é inserido teremos
um fragmento de Okazaki.
→ Após a DNA Polimerase III iniciar a síntese no primer e mover-se na direção 3', a DNA
Polimerase I retira os nucleotídeos de RNA do primer e os substitui por nucleotídeos de DNA
União pela DNA ligase: após a polimerase I ter substituído o último primer
por nucleotídeos de DNA, uma ruptura estará presente na nova fita de DNA
(a fita está “partida” ao meio); a DNA ligase fica responsável por fechar
essa ruptura, catalizando uma reação fosfodiéster entre o grupo 3’OH do
último nucleotídeo e o grupo 5’fosfato do primeiro nucleotídeo, sem
precisar adicionar outro nucleotídeo à fita.
5. Biologia Molecular 11
5. Biologia Molecular 12
Término
5. Biologia Molecular 13
A replicação em eucariotos é mais dificultosa que em bactérias, devido a 3
aspectos:
→ O ponto de verificação na fase G1/S mantém o ciclo celular em G1 até o DNA estar pronto
para ser replicado; após a replicação, o sistema de licenciamento garante que ele não será
replicado novamente até a célula ter passado pela mitose.
5. Biologia Molecular 14
de nucleotídeos de DNA.
→ Fica a cargo das enzimas de reparo de DNA reparar os erros produzidos pelas DNA
Polimerase translesão
5. Biologia Molecular 15
O DNA eucariótico está associado a proteínas histonas em estruturas
chamadas de nucleossomos, que contribuem para a estabilidade e o
empacotamento da molécula de DNA. Para que a replicação ocorra, esses
nucleossomos são desmontados, mas precisam ser remontados novamente
logo em seguida. Esse processo ocorre em 3 etapas:
5. Biologia Molecular 16
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A solução para esse problema é trabalho das telomerases, enzimas que
replicam os cromossomos em suas extremidades; a telomerase se liga à
extremidade 3’ do cromossomo sem a necessidade de um molde complementar
e a alonga.
→ A maioria das células somáticas tem pouca ou nenhuma atividade de telomerase, e seus
cromossomos são progressivamente encurtados a cada divisão celular
5. Biologia Molecular 18
5. Biologia Molecular 19
Recombinação do DNA
5. Biologia Molecular 20
→ Toda a síntese de DNA é feita no sentido 5’ → 3’. como as duas fitas são
antiparalelas, a replicação ocorre de maneira contínua em uma fita (líder) e de
maneira descontínua na outra fita (tardia); o processo é semidescontínuo
→ A replicação se inicia quando uma proteína de iniciação se liga à origem de
replicação e desenrola um pequeno trecho de DNA, ao qual a helicase se liga e
começa a desenrolar na forquilha de replicação; as SSBs se ligam às fitas
simples para evitar a formação de estruturas secundárias enquanto a DNA
girase remove a torção à frente da forquilha de replicação e evita o
superenrolamento
Referências:
5. Biologia Molecular 21
Mutação e Reparo do DNA [DETALHAR
BEM OS TIPOS DE MUTAÇÃO E TIPOS DE
REPARO, POIS CAIU NA POLITEC 2022]
Introdução
Substituições de base
5. Biologia Molecular 22
Transição: substituição de uma purina por uma purina diferente (Adenina
por Guanina ou Guanina por Adenina) ou de uma pirimidina por uma
pirimidina (Citosina por Timina ou Timina por Citosina). Surgem com maior
frequência que as transversões;
5. Biologia Molecular 23
Transcrição (não explícito no edital)
Introdução
1. Um molde de DNA;
Componentes da transcrição
5. Biologia Molecular 24
→ O RNA transcrito tem a mesma polaridade da fita não-molde, com nucleotídeos U em vez de
T.
Unidades de Transcrição
5. Biologia Molecular 25
Substrato para Transcrição
5. Biologia Molecular 26
Aparato de transcrição
5. Biologia Molecular 27
→ RNA polimerase III transcreve tRNA
Iniciação
1. Identificação do promotor
5. Biologia Molecular 28
Os promotores bacterianos carregam em suas sequências de nucleotídeos
as seguintes instruções para a unidade de transcrição:
5. Biologia Molecular 29
→ Se as sequências consenso forem artificialmente removidas upstream ou
downstream , a localização do ponto de início de transcrição se altera
Alongamento
→ A RNA polimerase faz uma espécie de revisão durante a replicação; quando ela incorpora
um nucleotídeo incorreto na fita de RNA, os dois últimos nucleotídeos (o incorreto e o
anterior) são removidos e a transcrição é recomeçada a partir dali
→ Topoisomerases também removem a tensão que se forma como enrolamento da fita, assim como
ocorre na replicação
Término
5. Biologia Molecular 30
Transcrição eucariótica
Promotores eucarióticos
5. Biologia Molecular 31
Iniciação, alongamento e término em eucariotos
Término: o término da transcrição é diferente para cada uma das três RNA
polimerases; a RNA polimerase II encerra a transcrição quando uma
exonuclease se liga à extremidade 5’ de uma parte RNA que é arrastado
para fora da RNA polimerase (a parte que continuou na RNA polimerase é o
mRNA, que irá codificar a proteína).
→
→
5. Biologia Molecular 32
→
→
→
→
→
→
→
→
Também foi observado que muitas molécula grandes de RNA que existem no
núcleo não estão presentes no citoplasma; isso levou à conclusão de que os
RNAs nucleares sofrem algum tipo de transformação antes de serem
exportados para o citoplasma.
5. Biologia Molecular 33
→ O processo que retira os íntrons do RNA e cola os éxons, diminuindo
assim o tamanho total do RNA, é chamado de splicing.
Íntrons
→ Os íntrons tendem a ser mais longos que os éxons, e a maioria dos genes eucarióticos têm
mais nucleotídeos não codificadores do que codificadores
5. Biologia Molecular 34
3. Íntrons do pré-mRNA: são os íntrons localizados entre os genes que
codificam proteínas; não são auto-splicing: sua remoção requer snRNAs
e várias proteínas.
→ A sequência de éxons não se altera após o splicing: eles são unidos uns aos outros após
a remoção dos íntrons, mas não se misturam (por exemplo, o último éxon não fica no lugar do
primeiro).
-> Com a descoberta dos íntrons, passou-se a definir o gene como uma sequência de DNA que
codifica uma molécula de RNA (incluindo todos os éxons, íntrons e sequências que não são
traduzidos em uma proteína).
5. Biologia Molecular 35
Processamento do RNA mensageiro
5. Biologia Molecular 36
cauda poli(A) confere estabilidade à molécula de mRNA, aumentando o
tempo em que ele estará disponível para tradução antes de ser
degradado, além de facilitar a fixação do ribossomo ao mRNA.
Splicing
→ Após essa duas etapas, o mRNA maduro, composto por éxons unidos, é liberado no
citoplasma pela ação de um complexo de junção de éxon
-> As etapas catalíticas importantes são feitas pelos snRNAs que compõem o spliceossomo
5. Biologia Molecular 37
-> A maioria das moléculas de mRNA são produzidas a partir de um único pré-mRNA que é
tratado por splicing; no entanto, alguns organismos como tripanossomos e nematódeos formam
uma molécula de mRNA a partir da união de vários produtos de pré-mRNAs num processo chamado
de trans-splicing .
-> Cerca de 15% das substituições de bases que causam doenças genéticas causam alteração
no splicing do pré-mRNA.
Splicing alternativo
→ No splicing alternativo podem ser removidos, além dos íntrons, alguns éxons, para que
diferentes moléculas de mRNA sejam produzidas a partir da mesma sequência de DNA
→ Assim como no splicing comum, o splicing alternativo não altera a ordem dos éxons ,
mesmo sendo capaz de produzir diferentes combinações de éxons no mRNA! O éxon 3 nunca vai
ser colocado antes do éxon 2, por e
-> Estima-se que mais de 90% de todos os genes humanos sofram splicing alternativo
-> O splicing alternativo é uma das razões pelas quais o tamanho do genoma de um organismo
não está associado à sua complexidade (existem plantas com genoma tão grande quanto o dos
humanos)
5. Biologia Molecular 38
Edição do RNA
5. Biologia Molecular 39
Já foram observadas modificações em mRNAs, tRNAs e rRNAs de diversos
organismos. Essas modificações podem ocorrer a partir de substituições ou
deleções de bases, causando mudança nos códons e consequente produção
de aminoácidos diferentes que alteram a estrutura final da proteína formada.
Modificação Função
Clivagem do 3’ e
Aumenta a estabilidade do mRNA e facilita a ligação do
adição de uma cauda
ribossomo ao mRNA
poli(A)
Visão geral
5. Biologia Molecular 40
Estrutura e processamento do RNA transportador
-> Não existe uma via genérica de processamento de tRNA: todos os tRNAs são processados
de maneiras diferentes
-> Os íntrons dos tRNAs são bem mais curtos que os dos mRNAs, e o processo de splicing
para os tRNAs é bem diferente do ocorrido nos spliceossomos dos mRNAs
→
→
→
→
→
5. Biologia Molecular 41
aminoácidos de uma proteína
→ Apenas o triptofano (UGG) e a metionina (AUG) são codificados por um único códon
-> Os tRNAs que aceitam o mesmo aminoácido, mas com anticódons diferentes, são chamados de
tRNA isoaceptores
UGU (Cys)
UAU (Tyr)
UUU (Phe) UCU (Ser) UGC (Cys)
UAC (Tyr)
UUC (Phe) UCC (Ser)
UUA (Leu) UCA (Ser) UGA (stop)
UAA (stop)
UUG (Leu) UCG (Ser)
UAG (stop)
UGG (Trp)
AUU (Ile)
ACU (Thr) AAU (Asn) AGU (Ser)
AUC (Ile)
ACC (Thr) AAC (Asn) AGC (Ser)
AUA (Ile)
ACA (Thr) AAA (Lys) AGA (Arg)
ACG (Thr) AAG (Lys) AGG (Arg)
AUG (Met)
5. Biologia Molecular 42
GUA (Val) GCA (Ala) GAA (Glu) GGA (Gly)
GUG (Val) GCG (Ala) GAG (Glu) GGG (Gly)
→ Os códons de parada (UAA, UAG e UGA) não codificam aminoácidos, e sinalizam o final da
proteína; esses códons são chamados de códons de parada/terminação/ sem sentido
5. Biologia Molecular 43
2. Início, no qual os componentes necessários para a tradução são
montados nos ribossomos;
Expressão Gênica
5. Biologia Molecular 44
Controle da Expressão Gênica em bactérias
Genes constitutivos são genes estruturais que não são sofrem regulação
dos genes regulatórios, sendo expressos de maneira contínua (geralmente
estão ligados a funções celulares essenciais);
5. Biologia Molecular 45
Elementos reguladores são sequências de DNA que não são transcritas,
mas que interagem com os genes regulatórios para controlar a expressão
dos genes estruturais
5. Biologia Molecular 46
6. O sexto e último nível de regulação é a modificação da própria proteína, por
meio das modificações pós-traducionais, que afetam a atividade das
proteínas já produzidas (algumas proteínas necessitam de carboidratos
para serem ativas, por exemplo).
5. Biologia Molecular 47
Proteínas ligadoras de DNA
5. Biologia Molecular 48
→ Os aminoácidos que atuam na ligação das proteínas reguladoras ao DNA costumam ser
asparagina, glutamina, glicina, lisina e arginina.
Óperons
5. Biologia Molecular 49
Controles negativo e positivo em óperons induzíveis e reprimíveis
5. Biologia Molecular 50
Controle negativo por óperons reprimíveis: nos óperons com controle
negativo reprimíveis a transcrição ocorre normalmente, e precisa ser
desligada. A proteína reguladora nesse tipo de óperon também é uma
proteína repressora, mas está em uma forma inativa, incapaz de se ligar ao
operador. Por esse motivo, a RNA polimerase consegue se ligar facilmente
ao promotor e manter a transcrição dos genes estruturais. Para que o
repressor seja ativado e a transcrição seja interrompida, é necessário que
um correpressor se ligue ao repressor e mude sua conformação para que
ele seja capaz de se ligar ao operador.
5. Biologia Molecular 51
→ A diferença dos óperons reprimíveis para os óperons induzíveis é que nos induzíveis um
INDUTOR DESLIGA O REPRESSOR , enquanto nos reprimíveis um CORREPRESSOR ATIVA O
REPRESSOR .
5. Biologia Molecular 52
Controle positivo reprimível: Aqui a proteína reguladora está em sua forma
ativa, ou seja, a transcrição ocorre normalmente e deve ser reprimida; para
que a repressão ocorra, um substrato se fixa à proteína reguladora
(ativadora) e a torna incapaz de se ligar ao DNA.
5. Biologia Molecular 53
Óperon lac da E. coli
5. Biologia Molecular 54