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Relações e Funções

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA

CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE LINGUAGEM, TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E CIENCIA – ASSESSORIA DE MATEMÁTICA

RELAÇÕES E FUNÇÕES
1. Funções
O conceito de função é um dos mais importantes em toda a matemática. O conceito básico de função é o
seguinte: toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles, que faça corresponder a todo
elemento do primeiro conjunto um único elemento do segundo, ocorre uma função.
O uso de funções pode ser encontrado em diversos assuntos. Por exemplo, na tabela de preços de uma
loja, a cada produto corresponde um determinado preço. Outro exemplo seria o preço a ser pago numa conta de
luz, que depende da quantidade de energia consumida.
Observe, os diagramas das relações abaixo:

A primeira relação não é uma função, pois existe o elemento 1 no conjunto A, que não está associado a
nenhum elemento do conjunto B. A segunda relação também não é uma função, pois existe o elemento 4 no
conjunto A, que está associado a mais de um elemento do conjunto B. Já a terceira relação é uma função, pois
todo elemento do conjunto A, está associado a somente um elemento do conjunto B.
Definição: Dados dois conjuntos não-vazios A e B, e uma relação entre eles, dizemos que essa relação (ou
regra) é uma função de A (chamado domínio) em B (chamado contradomínio) se e somente se,
para todo x ∈A existe um único y ∈B de modo que x se relacione com y.
Notação: f : A → B
x → y ou y = f(x).
2. Domínio e Imagem de uma função
O domínio de uma função é sempre o próprio conjunto de partida, ou seja, D(f) = A. Se um elemento
x ∈A estiver associado a um elemento y ∈B, dizemos que y é a imagem de x (indica-se y = f(x) e lê-se “y é
igual a f de x”).
Exemplo: f:  → 
f(x) = x + 3
Então temos que:
• A imagem de 1 através de f é 4, ou seja, f(1) = 1+3 = 4;
• A imagem de 2 através de f é 5, ou seja, f(2) = 2+3 = 5;
Numa função f de A em B, os elementos de B que são imagens dos elementos de A através da aplicação
de f formam o conjunto imagem de f (Im(f)).
O domínio é o subconjunto de  no qual todas as operações indicadas em y = f(x) são possíveis.
Observações: - O domínio deve sempre coincidir com o conjunto de partida, ou seja, todo elemento de A é
ponto de partida de flecha. Se tivermos um elemento de A do qual não parta flecha, a relação
não é função.
- De cada elemento de A deve partir uma única flecha. Se de um elemento de A partir mais de
uma flecha, a relação não é função.
- Como x e y têm seus valores variando nos conjuntos A e B, recebem o nome de variáveis.
- A variável x é chamada variável independente e a variável y, variável dependente, pois
para obter o valor de y dependemos de um valor de x.
- Uma função f fica definida quando são dados seu domínio (conjunto A), seu contradomínio
(conjunto B) e a lei de associação y = f(x).
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Exemplos:
1) Seja a função f: A → B representada pelo diagrama a seguir:

a) O domínio é igual ao conjunto de partida, ou seja, D(f) = A.


b) O conjunto contradomínio é o conjunto B.
c) f(1) = 1, f(-3) = 9, f(3) = 9 e f(2) = 4.
d) O conjunto imagem é formado por todas imagens dos elementos do domínio, portanto:
Im(f) = {1, 4, 9}.
e) Como 12 = 1, (-3)2 = 9, 32 = 9 e 22 = 4, temos que a lei de formação da função é f(x) = x2.
2) Para a função f: → (ou seja, o domínio e a contradomínio são os números reais) definida por
f(x) = x2 – x – 6, temos:
a) f(2) = (2)2 – (2) – 6 = 4 – 2 – 6 = - 4
f(3) = (3)2 – (3) – 6 = 9 – 3 – 6 = 0
f(0) = (0)2 – (0) – 6 = 0 – 0 –6 = 6
b) Calcular o valor de x cuja imagem vale 0 equivale a resolver a equação f(x)=0, ou seja, x2 – x – 6 = 0.
Utilizando a fórmula de Bhaskara encontramos as raízes -2 e 3. Portanto os valores de x que têm
imagem 0 são -2 e 3.
3) O conjunto domínio da função f ( x) = 3x + 6 é o conjunto D(f) = [-2, +∞), pois no conjunto dos reais
só existe raiz quadrada de números maiores ou iguais a zero, isto significa que, 3x + 6 ≥ 0 ⇒ 3x ≥ -6
⇒ x ≥ -2.
3
4) O conjunto domínio da função f ( x) = é o conjunto D(f) =  - {-3}, pois o denominador não
x+3
poderá ser zero, isto é, x + 3 ≠ 0 ⇒ x ≠ -3.
1− x
5) O conjunto domínio da função f ( x) = é o conjunto D(f) = {x ∈  | 2 ≤ x < 1} = (-2, 3], pois
x+2
1 - x ≥ 0 e x + 2 > 0.

3. Sistema Cartesiano Ortogonal


Um sistema cartesiano ortogonal (ou plano cartesiano) é constituído por duas retas "x" (eixo das
abscissas) e "y" (eixo das ordenadas) que são perpendiculares entre si, e cuja intersecção entre essas retas é
denominando origem do sistema.
Os dois eixos dividem o plano cartesiano em quatro regiões denominadas quadrantes. Cada par
ordenado (x, y) de números reais fica associado a um único ponto P(x, y) do plano cartesiano.
y Eixo das ordenadas
y1 P(x, y)
20 10 Quadrante
Quadrante Eixo das abscissas 0•
0 •
x x1
0 0
3 Quadrante 4 Quadrante

Origem do sistema

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4. Gráfico de uma função


Para construir o gráfico de uma função f, basta atribuir valores do domínio à variável x e, usando a
sentença matemática que define a função, calcular os correspondentes valores da variável y. Para facilitar a
construção do gráfico, siga as etapas :
 construir uma tabela com valores de x escolhidos convenientemente do D(f) e com estes valores
encontraremos as imagens, isto é, os y = f(x);
 a cada par ordenado (x, y) da tabela associar num ponto do plano cartesiano;
 marcar um número suficiente de pontos, até que seja possível esboçar o gráfico da função;
 unir os pontos marcados no plano cartesiano.
Exemplo: Construir o gráfico da função definida por f(x) = 2x + 1.
y (1, 3)
3
x f(x) = 2x + 1 (x, y) 2 f(x) = 2x + 1
-2 -3 (-2, -3) 1
-1 -1 (-1, -1) -2 -1
x
0 1 (0, 1) -11 2
1 3 (1, 3)
-2
2 5 (2, 5)
3 7 (3, 7) -3
(-2,-3)

5. Raízes de uma função


Dada uma função y = f(x), os valores de x para os quais f(x) = 0, são chamados raízes da função. No
gráfico cartesiano da função, as raízes são as abscissas dos pontos onde o gráfico corta o eixo horizontal.
Observe o gráfico abaixo:

No gráfico acima temos: f(x1) = 0, f(x2) = 0 e f(x3) = 0. Portanto x1, x2 e x3 são raízes da função.

6. Propriedades de uma função


Algumas propriedades que caracterizam uma função f : A → B:
a) Função Injetora: A função é injetora se elementos distintos do domínio tiverem imagens distintas, ou seja,
dois elementos não podem ter a mesma imagem. Portanto não pode haver nenhum elemento no conjunto B
que receba duas flechas. Por exemplo, a função f: → definida por f(x) = 3x é injetora pois se x1 ≠ x2
então 3x1 ≠ 3x2, portanto f(x1)≠ f(x2).
b) Função sobrejetora: Dizemos que uma função é sobrejetora se, e somente se, o seu conjunto imagem for
igual ao contradomínio, isto é, se Im(f) = B = CD(f). Em outras palavras, não pode sobrar elementos no
conjunto B sem receber flechas.
c) Função Bijetora: Uma função é bijetora quando ela é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Por exemplo,
a função f: → definida por y = 3x é injetora, como vimos no exemplo anterior. Ela também é
sobrejetora, pois Im(f) = B= . Logo, esta função é bijetora.
Já a função f: → definida por y = x + 5 é injetora, pois valores distintos de x têm imagens distintas, mas
não é sobrejetora, pois Im(f) = {5,6,7,8,...} e o contradomínio CD(f) = . Logo essa função não é bijetora.

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Observe os diagramas abaixo:


• Essa função é injetora, pois elementos de A estão associados a
um único elemento de B.
• Essa função não é sobrejetora, pois existem elementos sobrando
em B
• Essa função não é bijetora, pois não é sobrejetora
• Essa função é sobrejetora, pois não sobra elemento em B
• Essa função não é injetora, pois existem dois elementos com
mesma imagem
• Essa função não é bijetora, pois não é injetora
• Essa função é injetora, pois elementos de B são “flechados” só uma
vez.
• Essa função é sobrejetora, pois não existem elementos sobrando em B
• A função é bijetora, pois é injetora e sobrejetora

7. Exercícios
1) Dados A = {-2, -1, 0, 1, 2}, B = {-1, 0, 1, 3, 4} e a correspondência entre A e B dada por y = x2, com x ∈ A
e y ∈ B, faça um diagrama e diga se f é uma função de A em B.
2) Dados A = {0, 1, 2, 3}, B = {-1, 0, 1} e a correspondência entre A e B dada por y = x - 2, com x ∈ A e
y ∈ B, faça um diagrama e diga se f é uma função de A em B.
3) Considere a função f : A → B dada pelo diagrama e determine:
a) D(f) =
b) Im(f) =
c) f(3) =
d) x quando y = 5
e) x quando f(x) = 8
4) Seja a função f: D →  dada for f(x) = x2 –2x + 3, de domínio D = {-2,-1,0, 1, 2, 3, 4}. Determine o
conjunto imagem de f.
* x2 + 1
5) Seja f:  →  a função dada por f ( x) = . Qual é o valor de f (3) + f ( 13 ) ?
x
 x + 2, se x é par
6) Seja f:  →  uma função tal que f ( x) =  , Calcule:
 2 x, se x é ímpar
a) f(5) = b) f(4) = c) f(0) = d) f(13) = e) x tal que f(x) =14
7) As funções f e g são dadas por f(x) = 3x + 2m e g(x) = -2x +1. Calcule o valor de m sabendo que
f(0) – g(1) = 3.
8) Um técnico em eletrônica cobra R$ 50,00 a visita e R$ 30,00 a hora de trabalho. Escreva a função p que
determina quanto esse técnico receberá após t horas de trabalho.
9) Construa o gráfico de cada uma das seguintes funções determinando em cada caso o conjunto domínio e
imagem:
a) f(x) = x – 2 b) f(x) = x c) f(x) = -2x + 1
2
d) f(x) = 3x e) f(x) = x f) f(x) = 2x
 x, se x < 0
 1, se x ≤ 2 1
g) f ( x) = 1, se 0 ≤ x < 1 h) f ( x) =  i) f ( x) =
 − x, se x ≥ 1  x, se x > 2 x

10) Sejam as funções: f(x) = 4x – 12, f(x) = x2 – 9, f(x) = -2x + 1, f(x) = x2 – 4x + 4, encontre suas raízes.
11) Verifique as seguintes funções são: injetora, sobrejetora e bijetora, justificando sua resposta:
a) f:  → , f(x) = -2x + 6 b) f:  → , f(x) = x2 c) f:  → , f(x) = 6
2
d) f:  → , f(x) = x e) f:  → , f(x) = x – 1 f) f:  → , f(x) = x + 2

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8. Função par e função ímpar


Dada uma função f: A→B, dizemos que f é par se, e somente se, f(x) = f(-x) para todo x ∈ A. Ou seja:
os valores simétricos devem possuir a mesma imagem. O diagrama a seguir mostra um exemplo de função par:

Exemplo: A função f:  → , definida por f(x) = x2 é uma função par, pois f(x) = x2 = (-x)2 = f(-x). Podemos
notar a paridade dessa função observando o seu gráfico:

Notamos, no gráfico, que existe uma simetria em relação ao eixo vertical. Elementos simétricos têm a
mesma imagem. Os elementos 2 e –2, por exemplo, são simétricos e possuem a imagem 4.
Dada uma função f: A→B, dizemos que f é ímpar se, e somente se, f(-x) = -f(x) para todo x ∈ A. Ou
seja: valores simétricos possuem imagens simétricas. O diagrama a seguir mostra um exemplo de função ímpar:

Exemplo: A função f:  → , definida por f(x) = x3 é uma função ímpar, pois f(-x) = (-x)3 = -x3 = -f(x). Podemos
notar que a função é ímpar observando o seu gráfico:

Notamos, no gráfico, que existe uma simetria em relação a origem 0. Elementos simétricos têm
imagens simétricas. Os elementos 1 e –1, por exemplo, são simétricos e possuem imagens 1 e –1 (que também
são simétricas).
Observação: Uma função que não é par nem ímpar é chamada função sem paridade.
Exemplos:

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1) Classifique as funções abaixo em pares, ímpares ou sem paridade:


a) f(x) =3x
f(-x) =3(-x) = - 3x = - f(x) → f(-x) = -f(x), portanto f é ímpar.
b) f(x) = x2 + 1
f(-x) = (-x)2 + 1 = x2 +1 = f(x) → f(x) = f(-x), portanto f é par.
c) f(x) = x2 –2x + 3
f(-x) = (-x)2 –2(-x) + 3 = x2 +2x + 3 ≠ - f(x) e x2 +2x + 3 ≠ f(x)
Como f(x) ≠ f(-x), então f não é par, e como f(-x) ≠ -f(x), logo f não é ímpar.
Logo com f não ser par nem ímpar, concluímos que f é função sem paridade.
9. Função crescente e função decrescente
Dada uma função f: A→B, dizemos que f é crescente em algum conjunto D ⊂ A, se, e somente se, para
quaisquer x1 e x2 ∈ D, com x1 < x2, tivermos f(x1) < f(x2).
Dada uma função f: A→B, dizemos que f é decrescente em algum conjunto D ⊂ A, se, e somente se,
para quaisquer x1 e x2 ∈ D, com x1 < x2, tivermos f(x1) > f(x2).
Exemplos:
1) A função f:  →  definida por f(x) = x + 1 é crescente em , pois x1 < x2 ⇒ f(x1) = x1+1 < x2+1 = f(x2) ⇒
f(x1) < f(x2), por exemplo, para x1 = 2 e x2 = 3, temos f(2) = 2 + 1 = 3 < f(3) = 3 + 1 = 4 ⇒ f(x1) < f(x2).
Logo, quando os valores do domínio crescem, suas imagens também crescem.
2) A função f:  →  definida por f(x) = -x + 1 é decrescente em , pois x1 < x2 ⇒ -x1 > -x2 ⇒ -x1+1 > -x2+1
⇒ f(x1) > f(x2), por exemplo, para x1 = 2 e x2 = 3, temos f(2) = -2 + 1 = -1 > f(3) = -3 + 1 = -2 ⇒
f(x1) > f(x2). Logo quando os valores do domínio crescem, suas correspondentes imagens decrescem.

Esse é um exemplo de Esse é um exemplo de função


função crescente. Podemos decrescente. Podemos notar
notar no gráfico que à no gráfico que à medida que
medida que os valores de x os valores de x vão
vão crescendo, suas crescendo, suas imagens vão
imagens também vão decrescendo.
crescendo.

10. Função Composta


Para entender o que é uma função composta, vamos analisar um exemplo. Consideremos os conjuntos
A = {-2, -1, 0, 1, 2}, B = {-2, 1, 4, 7, 10} e C = {3, 0, 15, 48, 99}, e as funções f:A→B definida por f(x) = 3x+4,
e g:B→C definida por g(y) = y2-1.

Como nos mostra o diagrama acima, para todo x ∈ A temos um único y ∈ B tal que y = 3x+4, e para
todo y ∈ B existe um único z ∈ C tal que z = y2-1, então concluímos que existe uma função h de A em C,
definida por h(x) = z ou h(x) = 9x2+24x+15, isto é, h(x) = z ⇒ h(x) = y2-1, e como y = 3x+4, então
h(x) = (3x+4)2-1 ⇒ h(x) = 9x2+24x+15.
A função h(x) é chamada função composta de g com f. Podemos indicá-la por g ο f (lemos “g composta
com f ”) ou g[f(x)] (lemos “g de f de x”).
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Exemplos:
1) Sejam as funções f(x) = 2x e g(x) = x + 3. Encontre (g ο f)(x) e (f ο g)(x).
(g ο f)(x) = g[f(x)] = g[2x] = (2x) + 3 = 2x + 3.
(f ο g)(x) = f[g(x)] = f[x + 3] = 2(x +3) = 2x + 6.
2) Sejam as funções f(x) = x2 +1 e g(x) = x . Encontre (g ο f)(x) e (f ο g)(x).
(g ο f)(x) = g[f(x)] = g[x2 +1] = x 2 + 1 .
(f ο g)(x) = f[g(x)] = f[ x ] = ( x ) 2 + 1 = x + 1.
3) Sejam as funções f(x) = 3x +1 e f[g(x)] = 6x - 8. Encontre g(x).
Como f(x) = 3x +1 e f[g(x)] = 3.g(x) + 1, porém, f[g(x)] = 6x – 8, ⇒ 3.g(x) + 1 = 6x –8 ⇒ g(x) = 2x –3 .
11. Função Inversa
Consideremos os conjuntos A = {0, 2, 4, 6, 8} e B = {1, 3, 5, 7, 9} e a função f:A→B definida por
y = x + 1. A função f está representada no primeiro diagrama abaixo:

A função f é uma função bijetora, pois a cada elemento x de A está associado um único elemento y de
B, de modo que y = x + 1.
Como f é bijetora, a cada elemento y de B está associado um único elemento x de A, de modo que
x = y – 1, temos uma outra função g:B→A, de modo que x = y - 1 ou g(y) = y - 1. Essa função g está representa-
da no segundo diagrama acima.
Pelo que acabamos de ver, a função f leva x até y enquanto a função g leva y até x. A função g:B→A
recebe o nome de função inversa de f e é indicada por f-1.
O domínio de f é o conjunto imagem de g, e o conjunto imagem de f é o domínio de g. Quando
queremos, a partir da sentença y = f(x), obter a sentença de f-1(x), devemos dar os seguintes passos:
I) Isolamos x na sentença y = f(x)
II) Pelo fato de ser usual a letra x como símbolo da variável independente, trocamos x por y e y por x.
Exemplos:
1) Para obter a função inversa de f:  →  definida por y = x – 6, devemos:
I) Isolar x em y = x – 6 ⇒ x – 6 = y ⇒ x = y + 6
II) Trocar x por y e y por x ⇒ y = x + 6.
Logo, a função inversa de f(x) = x – 6 é a função f −1 ( x) = x + 6 .
2) Para obter a função inversa de f:  →  definida por y = 2x + 4, devemos:
y−4 y
I) Isolar x em y = 2x + 4 ⇒ 2x + 4 = y ⇒ 2x = y – 4 ⇒ x = ⇒ x = − 2 ⇒ x = 12 y − 2
2 2
1
II) Trocar x por y e y por x ⇒ y = x−2.
2
Logo, a função inversa de f(x) = 2x + 4 é a função f −1 ( x) = 12 x − 2 .
x +1
3) Para obter a função inversa de f: -{3} → -{1} definida por f ( x) = y = , devemos:
x−3
I) Isolar x em
x +1 3y + 1
y= ⇒ y ( x − 3) = x + 1 ⇒ yx − 3 y = x + 1 ⇒ yx − x = 1 + 3 y ⇒ x( y − 1) = 3 y + 1 ⇒ x =
x−3 y −1
3x + 1
II) Trocar x por y e y por x ⇒ y = .
x −1
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x +1 −1 3x + 1
Logo, a função inversa de f ( x) = é a função f ( x) = .
x−3 x −1
Observação: Para que uma função f admita a inversa f-1 é necessário que ela seja bijetora. Se f não for bijetora,
ela não possuirá inversa.
12. Exercícios
1) O preço do serviço executado por um pintor consiste em uma taxa fixa de R$ 25,00 e mais uma quantia que
depende da área pintada. A tabela abaixo mostra alguns orçamentos apresentados por esse pintor:
Área pintada Total a pagar
(em m2) (em reais)
5 35,00
10 45,00
15 55,00
20 65,00
Observando a tabela, responda:
a) Como se exprime, matematicamente, o preço total (p) da pintura de x metros quadrados?
b) Qual o preço cobrado pela pintura de uma área de 135 m2?
c) Qual é a área máxima que pode ser pintada dispondo-se de R$ 625,00?
2) Um fabricante vende um produto por R$ 0,80 a unidade. O custo total do produto consiste numa taxa fixa
de R$ 40,00 mais o custo de produção de R$ 0,30 por unidade.
a) Escreva a função custo de produção e a função lucro que o fabricante terá.
b) Qual o número de unidades que o fabricante deve vender para não ter lucro nem prejuízo?
c) Se vender 200 unidades desse produto, o fabricante terá lucro ou prejuízo?
3) Determine o domínio das seguintes funções:
2 4x
a) f ( x) = b) f ( x) = 2 c) f ( x) = 3 x d) f ( x) = 4 2 x − 4
x+3 x −9
x x−2 x+3
e) f ( x) = 6 5 − x f) f ( x) = g) f ( x) = h) f ( x) =
x−6 x−6 3x − 6
4) Construir o gráfico das funções abaixo e determinar o conjunto imagem:
a) f: D →  dada por f(x) = 2x – 1, sendo D = {-1,0, 1, 2, 3, 4}.
 x + 1, se x < 0
b) f: D →  dada por f(x) =  , sendo D = {-2,-1,0, 1, 2, 3, 4}.
− 2 x, se x ≥ 0
6−x
c) f: [-2 6] →  dada por f(x) =
2
5) Usando a definição, verifique se as funções são pares, ímpares ou sem paridade (nem pares nem ímpares):
a) f ( x) = x 3 − x b) f ( x) = x 3 + x 2 + x c) f ( x) = x 4 + 2 x 2 d) f ( x) = 2 x + 2 − x
6) Seja f ( x) = x 2 − 1 , encontre o intervalo onde f é crescente e onde f é decrescente. Qual é o valor de x onde
a função f tem valor mínimo? Qual o valor de x onde a função f tem valor máximo?
7) Através de exemplos, escreva e faça o gráfico de funções que são crescentes, decrescentes e constantes.
8) Para cada uma das funções f e g de  → , determine as funções compostas g ο f, f ο g, g ο g e f ο f:
a) f ( x) = x + 5 e g ( x) = x 2 − 1 b) f ( x) = 1 − x e g ( x) = 2 x + 5
c) f ( x) = x 2 + 1 e g ( x) = x − 1 d) f ( x) = 5 x − 3 e g ( x) = x 2 − 4
9) Verifique se as seguintes funções são bijetoras e, em caso positivo, determine a lei de formação das funções
inversas:
a) y = 2 x − 4 b) y = 3 x c) y = −3 x + 6 d) f ( x) = x 2
x+3 x+5
e) f ( x) = x f) f ( x) = g) f ( x) = h) f ( x) = x 2 − 4
x−2 x−5

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