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Analise Custo Volume Lucro

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ANÁLISE CUSTO –VOLUME – LUCRO

Processo de ensino-aprendizagem
Nesta unidade será apresentado o conceito de Custo-Volume-Lucro, bem como seus três
pontos de equilíbrio: Ponto de Equilíbrio Contábil, Ponto de Equilíbrio Econômico e Ponto de
Equilíbrio Financeiro. Além disso, veremos a importância deste conceito para a tomada de
decisão, planejamento e controle de uma empresa.

Objetivos
1. Explicar os conceitos de ponto de equilíbrio: contábil, econômico e financeiro
2. Diferenciar os conceitos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro
3. Entender as influências das alterações dos custos (despesas) variáveis no ponto de equilíbrio
4. Entender as influências das alterações dos custos (despesas) fixos no ponto de equilíbrio

Introdução
Tradicionalmente, a Análise Custo-Volume-Lucro (CVL) tem corroborado para a melhor
apresentação dos resultados dos impactos da estrutura de custos fixos no resultado, bem como
possibilidade de melhor avaliação de desempenho de projetos e empreendimentos – produtos,
linhas e segmentos.
Mas antes de iniciarmos esta discussão devemos relembrar que na análise do ponto de
equilíbrio (objetivo principal desse capítulo), os custos são considerados em relação à quantidade
vendida e não em função de custos incorridos dentro da empresa em um determinado período.
Isso, pois, conforme Mowen e Hansen (2001:608) “faz sentido o fato de o estoque não ter
impacto na análise do ponto de equilíbrio. A análise do equilíbrio é uma técnica de tomada de
decisão a curto prazo, portanto estamos tentando cobrir todos os custos de um período de tempo
específico. O estoque incorpora os custos de um período anterior e não é considerado”.
Eles consideram que somente os custos relacionados às quantidades vendidas sejam
ativados e os demais fiquem desativados para serem lançados num próximo intervalo relevante
de análise.

Comportamento dos Custos Fixos, Variáveis e Receita de Venda


A análise de Custo-Volume-Lucro parte do conceito da Margem de Contribuição já
explanado na unidade anterior. Apenas para relembrar, o conceito de Margem de Contribuição
procura evidenciar a potencialidade ou a rentabilidade de um produto ou serviço de forma a
absorver todos os gastos fixos da empresa (custos e despesas).
Tais custos e despesas fixos, eles podem gerar uma série de distorções no valor do
estoque ou do custo do produto vendido, pois eles não variam de acordo com a produção, mas
são por ela afetados. Em função disso, o conceito de Margem de Contribuição aloca apenas os
custos variáveis aos produtos.

Vamos relembrar um pouco o comportamento dos Custos Fixos por meio de um


exemplo.

A empresa Soneca produz travesseiros e, por meio dos levantamentos da Contabilidade


de Custos sabe que possui um total de Custos Fixos de 20.000 u.m. mensais; os Custos Variáveis
são de 8,0 u.m. a unidade e o Preço de Venda do travesseiro é 20,00 u.m. por unidade, conforme
tabela a seguir:

Lista de Gastos da Soneca

Custos Fixos 20.000,00u.m.

Custos Variáveis 8,00 / unid.

Preço de Venda 20 / unid.

Se a Soneca produzir, por exemplo 1.000 unidades seus custos fixos serão de 20.000,00
u.m. mensais; se a Soneca produzir 500 unidades também; a mesma coisa se ela não produzir em
determinado período.

Desta maneira, podemos dizer que os Custos Fixos seguem o seguinte comportamento,
graficamente:

Figura 1: Comportamento do Custo Fixo


Fonte: Martins (2009, p. 255)

Por meio do gráfico anterior, percebe-se que, independente da fabricação de 0 a 1.000


unidades, por exemplo os gastos fixos totais da Soneca não se modificarão,

É importante considerar que mesmo os gastos fixos podem sofrer alteração de valor, seja em
função do tempo ou de alterações na capacidade produtiva da empresa, para mais ou para menos.
Contudo, tal aspecto não os descaracteriza como fixos.
Por outro lado, os Custos Fixos possuem comportamento diferente. Eles variam
conforme a produção, ou seja, quanto mais se produzir mais será consumido.

No caso da Soneca, vamos imaginar a produção de zero, 100, 500 e 1.200 unidades. O
comportamento dos Custos Variáveis seria:

Comportamento dos Custos Variáveis

Unidades Produzidas e Vendidas Custo Variável Total (u.m.)

0 unid. 0

100 unid. 800

500 unid. 4.000

1.200 unid. 9.600

Graficamente, o comportamento dos Custos Variáveis é:

Figura 2: Comportamento do Custo Variável


Fonte: Martins (2009, p. 255)

Diferente dos custos fixos, os variáveis aumentam proporcionalmente em relação a


quantidade de itens produzidos e vendidos.

Dessa forma, o Custo Total da Soneca é formado pela soma dos Custos Fixos mais
Custos Variáveis, seguindo as quantidades vendidas e produzidas estabelecidas anteriormente
teríamos:

Custos Totais da Soneca

Unidades Produzidas e
Vendidas Custo Variável Total Custo Fixo Total
0 un. 0 20.000 20.000

100 un. 800 20.000 20.800

500 un. 4.000 20.000 24.000

1.200 un. 9.600 20.000 29.600

Graficamente, o comportamento dos Custos Totais da Soneca é:

Figura 3: Comportamento do Custo Total


Fonte: Martins (2009, p. 255)

Conceito de Ponto de Equilíbrio


O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que
as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais (fixos e variáveis). Daí vem a
terminologia “equilíbrio”, ou seja, quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e
despesas.
O ponto de equilíbrio também é conhecido por ponto de ruptura (break-even point) nasce
do encontro entre os custos e despesas totais (fixos e variáveis) com as receitas totais. Nessa
situação, o lucro é igual a zero: receitas totais menos custos (e despesas) totais igual a zero.
Receitas totais
$ (custos)

Custos e despesas totais

PE
variáveis

Prejuízo fixos (Volume)

Figura 4: Ponto de Equilíbrio


Fonte: adaptado de Martins (2009, p. 258)
Ao acompanhar o gráfico anterior, verificamos que até o ponto de equilíbrio (antes), a
empresa está tendo mais custos e despesas do que receitas, encontrando-se, por isso, na faixa do
prejuízo; acima, entra na faixa do Lucro. Assim, podemos afirmar que esse ponto é definido
tanto em unidades (volume) quanto em valores monetários.
Considere, por exemplo, uma empresa com esta situação:

Preço de Venda 500 / unidade


Custos e despesas variáveis 350/unidade
Custos e despesas fixas 600.000/mês

Qual será o volume mínimo que esta empresa deveria produzir (e vender) para que ela
não tenha prejuízo? Em outras palavras, calcule o ponto de equilíbrio (PE).
Resolução:
No ponto de Equilíbrio, temos que as Receitas Totais são equivalentes aos custos e
despesas totais. Considerando “Q” como quantidade, temos:

Receita Total =( Custos Totais + Despesas Totais )


500Q =(350Q + 600.000)
500 Q-350Q= 600 . 000
150 Q= 600 .000
Q= 4.000 unidades
Percebam que neste momento, o conceito de Margem de Contribuição foi utilizado.
Margem de Contribuição unitária é encontrada pela diferença entre o preço de venda e os custos
e despesas variáveis do produto, sendo que $500/un. – $350/un. = $150/un. representa a
Margem de Contribuição unitária (MC unit). Assim, podemos calcular o ponto de equilíbrio
da seguinte forma:

(Custos+Despesas Fixas)
PE =
Margem de Contribuição Unitária

Nesse caso, basta multiplicarmos a quantidade em unidades encontrada no cálculo do


Ponto de Equilíbrio (PE) pelo valor da receita unitária.
Esse cálculo é simples, veja:

4 .000un . x $500/un .= $ 2. 000 . 000/mês = PE em u . m .


Em outras palavras, acabamos de encontrar o faturamento bruto mínimo que esta empresa
precisa ter para que ela não trabalhe com prejuízo. Acompanhe com atenção:
Custos e despesas variáveis (4.000 un./mês x $350/un.) $1.400.000/mês

Custos e despesas fixos $600.000/mês

Total $2.000.000/mês

O resultado do mês (receita – custos e despesas totais) será igual a zero.

Vamos comprovar que a venda de 4.000 unidades é suficiente para a empresa atingir seu
ponto de equilíbrio elaborando a demonstração de resultados, mediante venda das 4.000
unidades:
Demonstração de Resultados com venda de 4.000 unidades

Receita de Vendas 2.000.000

(-) Custos e Despesas Variáveis -1.400.000

(=) Margem de Contribuição 600.000

(-) Custos e Despesas Fixas -600.000

(=) Resultado 0

Nesse exemplo, a partir da unidade de nº. 4001 cada Margem de Contribuição unitária
(MC = $ 150/unid) que até aqui contribuía para a cobertura dos custos (e despesas) fixos passa a
contribuir para a formação do lucro.
Por exemplo, um volume de 4.100 unidades (produzidas e vendidas) proporcionará um
lucro equivalente à soma das MC das 100 unidades que ultrapassaram o PE. Em números,
teríamos:
100 unid x $150/unid = $15.000

Vamos verificar, montando uma Demonstração de Resultado projetada:


Demonstração de Resultados com venda de 4.100 unidades

Receita de Vendas 2.050.000

(-) Custos e Despesas Variáveis -1.435.000

(=) Margem de Contribuição 615.000

(-) Custos e Despesas Fixas -600.000

(=) Resultado 15.000

Importante: esse cálculo só é válido no custeio por absorção (custos e despesas fixos e
variáveis), quando a produção for igual à venda, em termos de unidades, e não houver estoques
finais.
Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro
Vamos agora diferenciar o os conceitos de Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e
Financeiro. Para isso, considere uma empresa com as seguintes características:
Custos + despesas variáveis $600/unid

Custos + despesas fixos $4.000.000/ano

Preço de venda $800/unid

Vamos calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), o qual, na verdade, segue a


metodologia do que vimos anteriormente:

(Custos+Despesas Fixas )
PEC =
Margem de Contribuição Unitária
Assim, o ponto de equilíbrio em unidades seria:

(4 .000 . 000 )
PEC = =20. 00 0 unidades
(800 - 600)
O ponto de equilíbrio em termos monetário é:

PEC =20 . 00 0 un x $800 = $ 16 . 000. 000

Ponto de Equilíbrio Contábil significa o ponto que, contabilmente, não haveria nem lucro,
nem prejuízo (resultado igual a zero). Seria o montante suficiente para cobrir todos os custos (e
despesas) fixos.
De outro forma, o ponto de equilíbrio contábil poderia ser representado pela seguinte
ilustração:
Figura 5: Ponto de Equilíbrio Contábil

Por sua vez, podemos obter outra informação relevante: quantas unidades (ou qual o
faturamento – $) deverão ser produzidas (e vendidas) no mínimo para obtermos determinado
lucro?
Trata-se do conceito de Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), assim calculado:

(Custos+Despesas Fixas + Lucro Mínimo Desejado )


PEE =
Margem de Contribuição Unitária
Ponto de Equilíbrio Econômico significa quanto temos a informação de quantas unidades
devemos fabricar (e/ou vender), no mínimo, para obtermos o lucro desejado.
Esse lucro mínimo desejado é o custo de oportunidade do capital próprio; é o juro do
capital próprio investido.
Um resultado contábil nulo (igual a zero) significa que, economicamente, a empresa está
perdendo (pelo menos, o juro/custo do capital próprio investido, que seria o custo de
oportunidade).
Supondo que essa empresa teve um PL no início do ano de $10.000000, colocados para
render um mínimo de 10% ao ano, temos um lucro mínimo desejado anula de $1.000.000.
Assim, se essa taxa de juros for a de mercado, concluímos que o verdadeiro lucro da
atividade será obtido quando contabilmente o resultado for superior a esse retorno.
Logo, haverá um PEE unitário quando houver um lucro contábil de $1.000.000 conforme
segue:

( 4 .000 . 000+ 1 .000 . 000 )


PEE = =25. 000 unidades
200

O PEE em termos econômicos é:


PEE =25 . 000un x $800 = $ 20 .000 . 000
Se a empresa estiver obtendo um volume intermediário entre as 20.000 e as 25.000
unidades, estará obtendo resultado contábil positivo, mas estará economicamente perdendo, por
não conseguir recuperar sequer o valor do juro do capital próprio investido.
Outro conceito importante é o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF).

Ponto de Equilíbrio Financeiro indica a quantidade ou o faturamento necessário para que


a empresa possa cobrir seus desembolsos de caixa.

(Custos+Despesas Fixas− Depreciação )


PEF =
Margem de Contribuição Unitária
Depreciação, amortização e exaustão não representam desembolso de caixa no período.
Nesse exemplo, consideremos uma depreciação de $800.000. Desta maneira, o PEF seria:

( 4 . 000. 000− 800)


PEF = =16 . 000 unidades
200

PEF =16 . 000un x 800=$ 12. 800 . 000


Se a empresa estiver vendendo nesse nível, estará conseguindo equilibrar-se
financeiramente, mas estará com prejuízo contábil de $800.000 (depreciação), já que não estará
conseguindo recuperar a parcela consumida do seu Ativo Imobilizado.
Economicamente estará perdendo além desse montante ($800.000 – depreciação), os
$1.000.000 dos juros sobre o capital próprio, tendo um prejuízo total de $1.800.000.
Assim, podemos finalizar o exemplo apresentando a Demonstração de Resultados para os
três pontos de equilíbrio:

Demonstração de Resultados

20.000 25.000 16.000


unidades unidades unidades

Receita de Vendas 16.000.000 20.000.000 12.800.000

(-) Custos e Despesas Variáveis -12.000.000 -15.000.000 -9.600.000


(=) Margem de Contribuição 4.000.000 5.000.000 3.200.000

(-) Custos e Despesas Fixas -4.000.000 -4.000.000 -4.000.000

(=) Resultado 0 1.000.000 -800.000

No PEE o resultado é justamente o que o proprietário deseja, mas no PEF não importa
que dê negativo, pois na verdade esse valor de 800.000$ não precisa ser compensado por não
representar saída de caixa.

Portanto, se a empresa vender 16.000 unidades ela estará conseguindo equilibrar-se


financeiramente falando. Ou seja, estará entrando para a empresa justamente o que está saindo do
seu caixa. Mas estará contabilmente com prejuízo, pois não está considerando a parcela
consumida do seu ativo imobilizado.

Acontece que a idéia é que a despesa de depreciação não representa saída de caixa.
Houve a saída na aquisição da máquina, mas a depreciação não necessariamente coincide com a
saída de caixa.

Agora, economicamente falando, ela estará perdendo além dos 800.000$ os $1.000.000
de juros do capital próprio, portanto $ 1.800.000 e no proprietário ficará triste com o resultado.

Graficamente teríamos:

$ Receita

ro Custo
PEE Luc
PEC
16.000.000
$12.000.000

PEF

4.000.000 o
uíz
e j
Pr

16.000 20.000 25.000 Volume


Figura 6: Apresentação gráfica dos pontos de equilíbrio

Agora, vamos imaginar que essa empresa vende 30.000 unidades em determinado mês,
como está no gráfico:
Receita
$
Custo
ro
PEE L uc
PEC
16.000.000
$12.000.000

PEF

4.000.000 o
u íz
ej
Pr

16.000 20.000 25.000 30.000 Volume

Figura 7: Representação gráfica da venda de 30.000 unidades

Se a empresa vender 30.000 unidades isso significa que ela tem Margem de segurança
contábil, econômica e financeira. Ou seja, ela está vendendo 10.000 unidades a mais em relação
ao seu PEC, portanto ela tem uma margem de segurança de 10.000 unidades. Isso significa que
ela pode ter queda nas vendas dentro de 10.000 unidades que mesmo assim estará no seu PEC,
ou seja, com as receitas sendo suficientes para absorver os custos e as despesas. Acompanhem no
gráfico a seguir:

Receita
$
Custo
PEE
PEC
5.000 un.
PEF
10.000 un.
14.000 un.

16.000 20.000 25.000 30.000 Volume

A mesma coisa para os demais pontos de equilíbrio. Se a empresa vender 30.000


unidades ela tem uma margem de segurança de 5.000 unidades até alcançar seu PEE e de 14.000
unidades até alcançar seu PEF.
Aplicações dos conceitos de ponto de equilíbrio
A ampla utilização do modelo de análise CVL tradicional no meio empresarial se deve
principalmente a sua “praticidade” em termos operacionais. Todavia, esta “praticidade” reduz
sensivelmente a utilidade deste modelo em termos de análise de risco operacional.
Dalmonech et alli (2003) sintetiza as principais limitações da análise CVL tradicional,
corroborando com os estudos de Hansen e Mowen (2001), Leone (2002), Martins (2003).
A tabela 6.1 sintetiza estas e outras hipóteses simplificadoras deste modelo.
1- Suposição da linearidade; 7- Suposição da produção ser igual a vendas;

2- Classificação dos custos semi- 8- Confronto entre despesas e receitas;


variáveis;

3- Natureza de curto prazo; 9- Custos e receitas em função das unidades


produzidas;

4- Valor do dinheiro no tempo; 10- Suposição de perda zero;

5- Estrutura do capital 100% próprio; 11- Suposição de receita única;

6- Aplicação para um único produto; 12- Situação de risco e incerteza não considerada.

Tabela 6.1: Hipóteses simplificadoras do modelo CVL


Fonte: adaptado de Dalmonech et alli (2003)

Margem de Contribuição e aplicação do Ponto de Equilíbrio Contábil para N produtos


Até agora verificamos a importância da análise de Custo-Volume-Lucro bem como o
cálculo e aplicação dos Pontos de Equilíbrio. Contudo, fica fácil identificar o ponto de equilíbrio
de uma empresa que possui um tipo de produto ou serviço.

Mas e quando a empresa possui mais de um tipo de produto ou serviço, como devemos
proceder?

Nestes caso, precisamos de mais um conceito: o conceito de Margem de Contribuição Ponderada


ou IMC ponderada.

Para o calculo do Ponto de equilíbrio em valor, é preciso encontrar a IMC ponderada, o que
pode ser calculado seguindo um esquema de 03 passos:

1. Estabeleça a participação (em %) no faturamento total de cada um dos produtos


vendidos;
2. Identifique as margens de contribuição totais para esses produtos em R$ e em %;

3. Divida a MC-% total pelos Gastos Fixos para encontrar o PEC.

Exemplo:

Para melhor entendimento, vamos aplicar o conceito de Ponto de Equilíbrio Contábil


para a empresa IceBlue.

A empresa Ice Blue tem como principais produtos: Picolé, Sorvete de Massa e
Frozen. Neste mês, a empresa apresentou as seguintes informações:

Picolé Sorvete de Massa Frozen

Quantidade produzida e vendida 4.000 un. 2.000 un. 2.500 un.

Preço de Venda $ 2,5/un. $ 4,0/ un. $ 2,5/ un.

Custos/Despesas variáveis $ 0,5/ un. $ 1/ un. $ 0,5/ un.

Gastos Fixos $ 10.000

Vamos resolvendo passo a passo.

1º Passo - Participação de cada produto no faturamento total

Picolé Sorvete de Massa Frozen TOTAL

Receita de
Vendas 10.000 8.000 6.250 24.250

% Receita 41,2% 33,0% 25,8% 100%

2º Passo - Dividir Margem de Contribuição Total por Receita de Venda Total (IMC)

Sorvete de
Picolé Massa Frozen TOTAL

Receita de Vendas 10.000 8.000 6.250 24.250

(-) Custos/Despesas Variáveis 2.000 2.000 1.250 5.250


(=) Margem de Contribuição
($) 8.000 6.000 5.000 19.000

IMC 0,78351

O IMC foi calculado da seguinte maneira:

Margem de Contribuição Total


IMC=
Receita de Venda Total

No caso do nosso exemplo, temos o IMC de aproximadamente:

19 .000
IMC= =0 ,78351
24 . 250
3º Passo - PEC em valor

Para encontrarmos o PEC em valores monetários, basta dividirmos o valor dos Custos
Indiretos de Fabricação pelo IMC encontrado no passo anterior.

Gastos Fixos 10.000

(/) IMC 0,7835052

(=) PEC ($) 12.763

4º Passo - PEC por produto

O PEC em valores monetários e por produto é encontrado aplicando a proporção de


receitas encontradas no passo 1 ao PEC em valores monetários encontrado anteriormente.

Por outro lado, o PEC em unidades por produto é calculado mediante divisão do PEC
em valores monetários pelo preço de venda, isso para cada produto, ou seja:

Picolé Sorvete Frozen


de Massa

PEC em Valore Monetário ($) 12.763

% Receita 41,2% 33,0% 25,8%

PEC em Valore Monetário ($) por produto 5.263 4.211 3.289

(/) Preço de Venda 2,5 4,0 2,5

(=) PEC em unidades 2.105 1.053 1.316

Podemos comprovar montando a Demonstração de Resultados da IceBlue com a venda


das quantidades encontradas anteriormente:

Demonstração de Resultados da Ice Blue

Sorvete
Picolé de Massa Frozen Total

Receita de Venda 5.263 4.211 3.289 12.763

(-) Custos e Despesas


Variáveis - 1.053 - 1.053 - 658 - 2.763

(=) Margem de Contribuição 4.211 3.158 2.632 10.000

(-) Custo Fixo -10.000

(=) Resultado -

Exercício de Aplicação
O Hotel Ribeirão possui 100 apartamentos, todos da categoria simples (Standard). Sua estrutura
de custos, despesas e receitas é a seguinte:
Preço da diária por apartamento, líquido de tributos $ 150

Despesas variáveis por apartamento1 10%

Custo variável por apartamento / dia $ 90

Custos fixos anuais $ 480.000

Despesas fixas anuais $ 60.000

Pede-se calcular:

(a) O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) em número de diárias (quantidade);


(b) O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) em valor ($);
(c) O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) em número de diárias (quantidade) e em valor
($), considerando um lucro meta de 20% da Receita Líquida.

1
Preço de locação

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