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Transportes - Geografia

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Resumos de Geografia – Os Transportes em Portugal

A importância dos transportes na atualidade

Os transportes evoluíram com o processo de desenvolvimento económico e a sua utilização é


fundamental para a economia mundial, para o desenvolvimento de todas as atividades
económicas e para o progresso social.

Assumem uma grande importância porque:

 Diminuem os tempos de percurso e os custos das viagens, o que aumenta a


acessibilidade entre os lugares, aproximando os lugares e os povos;
 Diminuem o isolamento das áreas desfavorecidas, principalmente as rurais;
 Estruturam o espaço rural;
 Intensificam as trocas comerciais entre países ou regiões do mesmo país, o que
promove o aumento da produção;
 Criam emprego;
 Favorecem a dispersão geográfica das atividades económicas, como a indústria, o
comércio e os serviços, ou seja, influenciam a repartição espacial das atividades;
 Incentivam os movimentos turísticos;
 Promovem o intercâmbio cultural, o que favorece a troca de ideias, técnicas e
culturas;

Todos os modos de transporte têm as suas vantagens e desvantagens. A escolha de um


meio de transporte para percorrer uma determinada distância depende de um conjunto de
fatores, tais como:

 Os meios de transportes existentes para fazer a deslocação;


 Os custos de deslocação;
 O tempo gasto na deslocação;
 A acessibilidade entre locais de partida e do destino;
 Os tipos de mercadoria a transportar;
 A natureza do transporte;
 A distância a percorrer;

Conceitos:

Distância relativa: distância avaliada em termos de tempo, custo ou esforço.

Distância-tempo: tempo necessário para percorrer uma determinada distância, utilizando um


determinado meio de transporte. Pode ser representada por mapas através de isócronas -
linhas que unem pontos que registam igual distância-tempo.

Distância-custo: custo necessário para percorrer uma determinada distância, utilizando um


determinado meio de transporte. Pode ser representada em mapas através de isótimas - linhas
que unem pontos de igual distância-custo.
Acessibilidade: maior ou menor facilidade com que se chega ao lugar pretendido. Depende,
por exemplo, do transporte escolhido, do tipo e do estado das vias de comunicação e da
intensidade de tráfego.

Difusão espacial: processo de expansão de um fenómeno através do espaço e ao longo do


tempo.

Meio de transporte: tipo de veículo usado nas deslocações terrestres (exs.: autocarro,
comboio, etc.), aquáticas (ex.: navios, etc.) e aéreas (exs.: helicóptero, avião, etc.).

Modo de transporte: suporte físico em que decorrem as deslocações: terrestre, aquático,


aéreo e tubular.

Fluxo de informação: troca de bens e/ou serviços efetuada uni ou bidirecionalmente


recorrendo aos transportes, às TIC, a operações financeiras, entre outros.

Transbordo: transferência de passageiros e/ou de mercadorias de um meio de transporte para


outro, que assegura o seu transporte até ao destino final.

Vantagens e desvantagens do transporte rodoviário:


Vantagens Desvantagens
Elevada flexibilidade de itinerários Grande ocupação de espaços pelas
infraestruturas
Grande flexibilidade de horários Elevada poluição atmosférica
Possibilita o transporte porta a porta Elevado consumo de energia
Apresenta uma crescente
especialização, de forma a transportar Dificuldade de estacionamento nas
apenas um determinado produto áreas urbanas
Grande capacidade de carga Muitos acidentes
Economicamente rentável no Grande congestionamento de tráfego
transporte de mercadorias e de rodoviário e consequente saturação
passageiros a curtas e médias das vias de comunicação
distâncias

Vantagens e desvantagens do transporte tubular:

Vantagens Desvantagens
Abastecimento regular e continuo, sem Grandes investimentos iniciais
interrupções (elevados
Interrupções custos de infraestruturas)
Elevado grau de segurança
Menores riscos de poluição
Economicamente mais vantajoso
Vantagens e desvantagens do transporte marítimo:
Vantagens Desvantagens
Mais económico para longas distâncias Caráter lento
Grande capacidade de carga e Pode provocar poluição marítima
adequado para cargas pesadas e resultante das lavagens de tanques e
volumosas de acidentes com
petroleiros
Baixos índices de poluição por Necessidade de transbordo
passageiro
Baixo consumo de energia por Grande sujeição às condições
passageiro atmosféricas e
ao estado do mar
Permite o descongestionamento das
vias terrestres

Vantagens e desvantagens do transporte fluvial:


Vantagens Desvantagens
Alternativa para o transporte de Implica navegabilidade por parte dos
passageiros na travessia entre locais cursos
de água
Permite o descongestionamento das Necessita de transbordo
vias terrestres
Assume especial relevância no setor É relativamente lento
turístico
Elevada capacidade de carga
Baixos índices de poluição por
passageiro

Vantagens e desvantagens do transporte aéreo:


Vantagens Desvantagens
Rápido, cómodo e seguro Reduzida capacidade de carga
Maior liberdade de movimentos, Elevado custo, devido aos seus elevados
potenciada pela movimentação em investimentos em infraestruturas, etc…
altitude
Muito competitivo no transporte de Elevado tempo de espera nos
mercadorias leves, perecíveis, aeroportos, no embarque e
urgentes e valiosas desembarque
Crescente congestionamento/saturação
do espaço aéreo
Elevada poluição atmosférica e sonora
Elevado consumo de combustível

Vantagens e desvantagens do transporte tubular:


Vantagens Desvantagens
Abastecimento regular e continuo, sem Grandes investimentos iniciais
(elevados
Interrupções custos de infraestruturas)
Elevado grau de segurança
Menores riscos de poluição
Economicamente mais vantajoso

Vantagens e desvantagens do transporte ferroviário:


Vantagens Desvantagens
Elevada capacidade de carga Carater fixo dos itinerários
Mais competitivo para medias e longas Elevados custos de exploração, de
distâncias manutenção e funcionamento
É responsável por uma menor Pouca competitivo para pequenas
impermeabilização do solo distâncias no transporte de
mercadorias e passageiros
Pouco poluente

Quais as vantagens de transporte multimodal?

O transporte multimodal caracteriza-se pela combinação de dois ou mais modos de transporte


distintos, numa cadeia de deslocações que compõem uma viagem, entre uma determinada
origem e um dado destino.

O transporte multimodal apresenta ainda, outras vantagens, como:

 A redução dos custos de transportes;


 A diminuição da distâncias-tempo;
 O aumento da segurança rodoviária;
 A diminuição dos índices de poluição e de consumo de energia;
 A redução do congestionamento de trânsito.

Conceitos:

Redes de transporte: conjunto de vias de comunicação (estradas, linhas férreas, linhas


aéreas, rotas marítimas, oleodutos, gasodutos, entre outras) que se interligam, formando uma
malha de densidade variável. Englobam os arcos e respetivos nós.

Nós: correspondem ao local de origem/destino, como as estações, os portos, e/ou o


cruzamento dos arcos.

Arcos: correspondem às vias de comunicação que unem os diversos nós.


Como se distribuem as redes de transporte?

As redes de transporte são um elemento fundamental para a organização do território. Podem


classificar-se em:

 Redes densas (registam um elevado número de quilómetros de vias em relação à


superfície considerada);
 Redes dispersas (apresentam um reduzido número de quilómetros de vias em relação
à superfície considerada);
 Redes contínuas (não apresentam interrupções no seu traçado);
 Redes descontínuas (registam interrupções no seu traçado);

A rede rodoviária…

O desenvolvimento da rede rodoviária nacional é fundamental para garantir a redução das


assimetrias regionais e para o aumento da acessibilidade interurbana, inter-regional e
internacional.

Conceitos:

Itinerários principais (IP)- vias de comunicação de maior interesse nacional, servindo de


base de apoio a toda a RRN e assegurando a ligação entre os centros urbanos com influência
supradistrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras. Itinerárias
complementares

Itinerárias complementares (IC)- vias de maior interesse regional, assegurando a ligação


entre a rede nacional fundamental e os centros urbanos de influência concelhia ou
supraconcelhia, mas infra distrial.

Estradas Nacionais (EN)- vias que asseguram a ligação entre a rede fundamental e os
centros urbanos de influência concelhia ou supreconcelhia, mas infra distrital.

Estradas Regionais (ER)- vias de interesse supramunicipal e complementares à RRN.

A rede rodoviária nacional integra diversas categorias de estradas:

Rede Nacional Fundamental- assegura a ligação entre os principais centros urbanos. É


constituída por nove IP, três longitudinais e seis transversais.

Rede Nacional Complementar- é formada pelos IC e pelas EN. Integra quatro IC


longitudinais, dez transversais, as vias de acesso e envolventes das áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto, bem como outros lanços de estrada.

Estradas Regionais- Asseguram as comunicações rodoviárias com interesse supramunicipal,


complementando a RRN.

Em Portugal continental…

A rede de estradas é mais extensa e mais densa no litoral ocidental.


Nas regiões autónomas…

O traçado da rede rodoviária espelha a necessidade de se aproximar os principais


aglomerados populacionais de cada ilha.

Conceitos:

Autoestrada: estrada especialmente projetada e construída para o tráfego motorizado, que


não serve as propriedades limítrofes e que:

a) exceto em pontos singulares ou a título temporário, dispõe de faixas de rodagem separadas


para cada sentido de circulação, separadas uma da outra por uma faixa divisória não
destinada à circulação;

b) não se cruza ao mesmo nível com qualquer outra estrada, vias de caminho de ferro, de
elétrico ou caminho de peões;

c) está especialmente sinalizada como autoestrada e é reservada a categorias específicas de


veículos rodoviários motorizados.

A rede de autoestradas…

É constituída pelas vias da RRN que apresentam um conjunto de características técnicas que
proporcionam uma elevada prestação, estando devidamente sinalizadas como autoestradas.

A rede ferroviária…

A rede ferroviária nacional é composta pela rede principal, pela rede complementar e pela
rede secundária.

Rede principal- tem cerca de 1176 km e compreende as linhas férreas que apresentam uma
exploração rentável. É constituída:

 Pela linha do Norte;


 Pela linha do Sul;
 Pela linha da Beira Alta;
 Pelos nós ferroviários de Lisboa e Porto.

Rede complementar- Possui cerca de 891 km e compreende linhas que, apesar de não serem
financeiramente rentáveis, são consideradas de utilidade pública:

 Linhas de Oeste;
 Linha da Beira Baixa;
 Linha do Sotavento.

Rede secundária- Possui cerca de 460 km. É de interesse regional e local.


A rede metropolitana…

O metropolitano de Lisboa é, dos três sistemas de metropolitano existentes em Portugal, o


que mais passageiros movimenta.

Nos percursos urbanos e suburbanos, o metropolitano tem uma importância fundamental no


transporte de passageiros, apresentando diversas vantagens em relação ao modo de transporte
rodoviário, tais como:

 Maior rapidez nas deslocações;


 Maior capacidade de transporte de passageiros;
 Menor consumo de energia por passageiro;
 Redução dos engarrafamentos;
 Possibilidade de adequar o número de carruagens ao fluxo de passageiros.

Os problemas…

A qualidade de rede ferroviária nacional está ainda afastada da média comunitária, o que se
deve a um conjunto de fatores:

 Condicionalismo naturais, relacionados com o relevo acidentado, que leva a que a


rede se caracterize por um traçado sinuoso, o que dificulta a introdução de material
circulante mais moderno e rápido;
 Reduzida percentagem de vias duplas;
 Densidade inferior à média da UE;
 Quotas modais de transporte de mercadorias e de passageiros;
 Diferença entre a bitola (largura entre carris) entre Portugal e Espanha e o resto do
Europa;
 Existência de troços próximos da saturação;
 Eletrificação ainda insuficiente, o que gera problemas de operação e gestão do
material circulante;
 Material circulante ainda relativamente envelhecido;
 Velocidades de circulação, na maior parte dos itinerários, baixas, devido aos
condicionalismos da infraestrutura;
 Necessidade de transbordo, dado que em algumas áreas as estações estão afastadas do
local de destino dos passageiros.

A rede de aeroportos…

A rede nacional de aeroportos era constituída, em 2021, por 38 aeroportos e aeródromos,


sendo que os cincos aeroportos nacionais com maior tráfego, tanto de passageiros como de
mercadorias, eram:

 Humberto Delgado (Lisboa);


 Francisco Sá Carneiro (Porto);
 Gago Coutinho (Faro);
 Cristiano Ronaldo (Madeiro);
 João Paulo II (São Miguel)

Devido á reduzida dimensão do país, o tráfego aéreo nacional tem um peso muito menos
significativo que o tráfego internacional.

A importância do tráfego internacional deve-se, fundamentalmente:

 Á necessidade de Portugal diminuir a sua perificidade no contexto comunitário;


 Ao facto de os aeroportos nacionais beneficiarem de uma posição geoestratégica

Conceitos:

Hub- local central de transbordo de passageiros e/ou mercadorias e onde é feita a


redistribuição dos mesmos.

O aeroporto nacional mais importante é o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. A


sua relevância estratégica resulta de:

 Se localizar na capital do país;


 Ter uma grande área de influência, pois está inserido na região de maior concentração
populacional e de riqueza nacional;
 Deter ligações com importantes destinos europeus e de constituir um hub importante.

Porém, a sua capacidade está muito próxima de saturação e, por estar localizado no interior
do perímetro urbano da cidade de Lisboa, não tem possibilidade de expansão. Este facto
acarreta problemas, de que são exemplo:

 A impossibilidade de dar resposta ao aumento do fluxo de turistas no território


nacional, que usam sobretudo o transporte aéreo para chegar a Portugal;
 Os atrasos nos voos, comprometendo o desempenho operacional das companhias
aéreas.

Apesar de registarem um tráfego comercial muito menos significativo, os aeroportos das


regiões autónomas são fundamentais na diminuição da insularidade destes territórios.

A rede de portos marítimos…

A dimensão marítima do território português, a sua fachada atlântica e a sua localização no


cruzamento das principais rotas marítimas entre três continentes, conferem a Portugal um
relevante posicionamento geoestratégico.

Portugal dispõe de importantes portos comerciais, que têm tido um desenvolvimento


económico significativo, acompanhado de uma diversificação da oferta de infraestruturas e
serviços portuários.
Conceitos:

Transhipment- operação em que a mercadoria que chega a um porto é transferida de um


navio para outro, por exemplo, de um navio de grande dimensão para um navio menor,
seguindo neste para outro porto.

Terminal Ro-Ro (Roll-on/Roll-off)- cais com rampas destinadas à movimentação horizontal


navio/terra, ou vice-versa, de veículos, chassis ou outras cargas sobre rodas.

Carga Ro-Ro- mercadorias que entram (roll-on) e que saem (roll-off) de um navio, em
contentores ou não, transportadas por navios Ro-Ro (por exemplo, os camiões carregados de
mercadorias saem do navio por portas, nos costados destes, para o cais através de rampas).

Contentores- grandes caixas de metal de dimensões padronizadas, que podem ser


transportadas por três meios de transporte diferentes - navio, camião e comboio.

Granéis- produtos transportados, no estado líquido ou no estado sólido, em depósito do


próprio navio, como o petróleo, o cimento e os produtos químicos.

1. Porto de Leixões

 É o segundo maior porto artificial de Portugal e a maior infraestrutura portuária do


Norte;
 Está na confluência de importantes rotas nacionais e internacionais;
 Recebe passageiros de navios de cruzeiro;
 A sua expansão está condicionada, por se localizar numa área densamente urbanizada.

2. Porto de Aveiro

 É um porto multifuncional com sete terminais especializados, estando ao serviço dos


diversos setores industriais da região;
 Dispõe de boas ligações rodoferroviárias.

3. Porto da Figueira da Foz

 Dispõe de dois terminais dedicados ao setor comercial;


 Possui uma rede de acessibilidades rodoferroviárias descongestionada.

4. Porto de Lisboa

 É o principal terminal de transporte marítimo de Portugal;


 Trata-se de um porto natural no estuário do rio Tejo;
 Possui diversos terminais, incluindo terminal de passageiros, Ro-Ro e de contentores;
 Apresenta problemas estruturais:

-A sua expansão está condicionada, pelo facto de estar inserido na malha urbana de
Lisboa;
-Regista dificuldade de entrada e de saída dos navios de grande dimensão, devido
ao assoreamento no estuário do rio Tejo, que implica dragagens recorrentes.

5. Porto de Setúbal

 Dispõe de doze terminais especializados em todos os tipos de carga, incluindo um


terminal Ro-Ro.
 Possui ligações diretas e sem constrangimentos de tráfego às redes nacionais e
internacionais de rodovia e ferrovia.

6. Porto de Sines

 É o maior porto artificial de Portugal e um porto de águas muito profundas, capaz de


receber grandes navios;
 Possui terminais especializados que permitem o movimento de diferentes tipos de
mercados;
 É a principal porta de entrada de abastecimento energético de Portugal;
 Possui bons acessos rodoviários e um ramal ferroviário de ligação às redes nacional e
europeia.

7. Porto de Ponta Delgada (RAA)

 As suas infraestruturas portuárias são diversificadas e incluem um cais comercial e


um terminal de passageiros;
 Está ligado às principais vias rodoviárias da ilha de São Miguel.

8. Porto de Carniçal (RAM)

 Dedica-se em exclusivo à movimentação de carga e tem como principal função o


abastecimento da Região Autónoma da Madeira;
 Detém um posicionamento estratégico no oceano Atlântico e possui capacidade para
crescer nas rotas transatlânticas, pois está longe de ter atingido a sua capacidade
máxima de carga.

O transporte de mercadorias…

Os portos comerciais que movimentaram, em 2020, mais mercadorias foram o de Sines, o de


Leixões e o de Lisboa.

O tráfego internacional de mercadorias prevaleceu sobre o tráfego nacional em todos os


portos marítimos nacionais, à exceção dos portos de Ponta Delgada e do Caniçal.

O transporte de passageiros…

Em 2020, os serviços de travessias fluviais regulares (nacionais e internacionais) asseguram o


transporte de 13,1 milhões de passageiros, menos 42,8% do que em 2019, consequência das
medidas tomadas no combate à pandemia da Covid-19.
As redes de distribuição de energia…

O petróleo…

O petróleo, fonte de energia exógena, chega a Portugal por via marítima, através dos navios
petroleiros, sendo descarregado mos portos de Sines e de Leixões. É transformado nos seus
derivados na refinaria de Sines.

O gás natural…

O gás natural, também uma fonte de energia exógena, é importado sobretudo da Argélia,
através do gasoduto que liga o Magrebe à Europa e que atravessa a Península Ibérica.

Portugal recebe também gás natural por via marítima. O nosso maior fornecedor de gás
natural por esta via é a Nigéria.

A eletricidade…

A eletricidade produzida em Portugal circula através da rede elétrica nacional, que apresenta,
em determinado troço, ligações com Espanha, o que permite assegurar a importação e a
exportação de eletricidade.

A rede de plataformas logísticas...

A globalização tem aumentado as distâncias percorridas pelas mercadorias, levando à


necessidade de desenvolver hubs logísticos próximos a portos e mercados-chave para uma
gestão eficiente das cadeias de abastecimento.

Conceitos:

Logística- atividade que procura, de forma mais económica, ágil e segura, viabilizar a
entrega de mercadorias conforme o pedido dos clientes no local correto e dentro do prazo
especificado, através da oferta de serviços cada vez mais qualificados e diferenciados.

Plataforma logística- espaço de concentração de atividades localizado estrategicamente em


relação às infraestruturas e redes de transporte existentes, sejam elas rodoviárias, ferroviárias,
portuárias, aeroportuárias ou tubulares.

A rede nacional de plataformas logísticas apresenta uma distribuição irregular.

A rede de plataforma logísticas é fundamental para que, por exemplo:

 Se potencie o aumento da carga global movimentada mo país;


 Se verifique a melhoria da competitividade da indústria e do comércio, decorrente do
importante impacte na estrutura de custos das empresas;
 Se criem condições para atrair e fixar investimento industrial;
 Haja uma integração eficaz entre os vários modos de transporte, reduzindo os custos
ambientais através da transferência do modo rodoviário para outros ambientalmente
mais sustentável;
 Se crie uma nova centralidade de Portugal face à Península Ibérica, à Europa a ao
resto do mundo.

Qual a importância da inserção das redes nacionais nas redes europeias e


transcontinentais?

Dada a periferia de Portugal em relação à UE e o peso das trocas comerciais intra-


comunitárias, o desenvolvimento das redes de transporte nacionais deve considerar as
ligações aos outros Estados-membros através das redes transeuropeias.

As redes transeuropeias têm como objetivos fundamentais:

 Assegurar o bom funcionamento do mercado único da União Europeia, garantido a


mobilidade sustentável das pessoas e das mercadorias nas melhores condições sociais,
ambientais e de segurança possíveis;
 Reforçar a coesão económica e social;
 Ligar as regiões insulares, isoladas e periféricas às regiões centrais da UE;
 Tornar o território da UE mais acessível aos países vizinhos

A rede transeuropeia de transportes (RTE-T)…

A rede transeuropeia de transportes (RTE-T) inclui infraestruturas e serviços de transporte em


toda a UE, com projetos para criar ou modernizar infraestruturas, visando eliminar obstáculos
e barreiras técnicas aos fluxos de transporte entre os Estados-membros.

RTE-T estabeleceu uma estrutura de nível duplo para as vias de transporte da UE:

Rede Global- Garante a conetividade de todas as regiões da UE e compreende todas, as


infraestruturas de transporte, existente e planeadas, bem como medidas destinadas a
promover uma utilização eficiente e sustentável.

Rede Principal- É constituída apenas pelos elementos da rede global com maior importância
estratégica para a UE. Será implementada através de nove corredores multimodais, ligando
estrategicamente os nós urbanos mais importantes e outros nós

Portugal integra o corredor Atlântico, um corredor multimodal que resulta da parceria entre
quatro países (Portugal, Espanha, França e Alemanha).

O corredor atlântico pretende criar as condições necessárias para que as empresas nacionais
passem a dispor de um transporte ferroviário de mercadorias mais eficientes, mas competitivo
e mais económico para a exportação dos seus produtos para o resto da Europa

Alguns objetivos estratégicos:


 Reforçar a multimodalidade e reequilibrar a repartição modal;
 Desenvolver a interoperabilidade;
 Favorecer a implementação do projeto “Autoestradas do Mar” e fomentar a vertente
“Transporte marítimo de curta distância;
 Contribuir para a eficiência logística.

Algumas fragilidades:

Modo ferroviário:

 Diferentes bitolas entre a Península Ibérica e o resto da Europa;


 Falta de eletricidade em algumas das ligações ferroviárias, como as transfronteiriças;
 Restrições de operação de comboios de grande dimensão.

Modo rodoviário:

 Interoperabilidade parcial entre sistemas de portagens rodoviárias.

Modo marítimo:

 Necessidade de melhoria dos acessos fluvio-marítimos aos terminais portuários e dos


acessos terrestres próximos.

À escala nacional, podemos identificar vários eixos estruturantes do corredor Atlântico,


assentes numa rede que integra o transporte rodoviário, o transporte ferroviário, o transporte
marítimo e o transporte aéreo.

Estes corredores multimodais:

 Organizam-se a partir de um eixo norte-sul e de vários eixos diagonais, que permitem


a ligação de Portugal à Península Ibérica;
 Visam maximizar a conectividade do país, potenciando a internacionalização da
economia nacional e incrementando as exportações;
 Procuram garantir a conformidade das infraestruturas e dos sistemas de transporte
nacionais com os dos restantes Estados-membros da UE.

A rede transeuropeia de energia (RTE-E)…

As RTE-E dizem respeito aos setores da eletricidade e do gás natural e desempenho um papel
essencial para garantir a segurança e a diversificação do aprovisionamento energético da
União Europeia.

Constituem prioridades das RTE-E:

 Aumentar a competitividade da UE, promovendo a maior integração do mercado


interno da energia e a interoperabilidade das redes de eletricidade e gás através das
fronteiras;
 Reforçar a segurança do aprovisionamento energético da União Europeia;
 Contribuir para o desenvolvimento sustentável e a proteção do ambiente,
nomeadamente mediante a integração das fontes de energia renováveis na rede de
transporte.

Com estes projetos, a UE pretende, nos setores de:

-Eletricidade: Favorecer a ligação de redes ainda isoladas, garantir a conexão entre as redes
de todos os Estado-membros e fomentar o desenvolvimento de ligações com países terceiros.

-Gás Natural: Assegurar a introdução deste de energia em novas regiões, promover o


aumento da capacidade de receção e armazenamento e favorecer o alargamento das redes de
distribuição, incluindo ligações a todo o leste europeu e a vários países da Ásia.

Quais os impactos dos transportes:


Positivos Negativos
Aproximação dos lugares em termos Fonte significativa de poluição e de
relativos, em virtude da diminuição das emissão de gases com efeito de estufa,
distâncias-tempo especialmente nas cidades
Redução das assimetrias territoriais e Intenso congestionamento de tráfego e
reforço da coesão interna elevada sinistralidade, no caso do
transporte rodoviário
Flexibilização da localização das Derrames de petróleo ou outras substâncias
atividades económicas por petroleiros acidentados, no caso de
transporte por via marítima
Criação de empregos diretos e Poluição sonora, que afeta
indiretos particularmente os meios urbanas
Elevado consumo de energia de
Aumento do dinamismo económico origem petrolífera, contribuindo
para a dependência energética do
país
Incremento dos movimentos turísticos Fragmentação de habitats pelas
e promoção do intercâmbio cultural infraestruturas de transporte
Impermeabilização das superfícies
Disseminação rápida de epidemias à
escala global

Como potenciar o setor dos transportes?


O transporte rodoviário…

No transporte rodoviário, deverá ser dada primazia:

 À diminuição da utilização do transporte individual, apostando no transporte público


de passageiros;
 À promoção de uma nova cultura de mobilidade mais sustentável, intermodal e
elétrica.

Para tal, deverão ser concertadas estratégias que permitam, por exemplo:

 A consolidação da rede de metro e o desenvolvimento de sistemas de transportes


coletivos nas áreas metropolitanas;
 A promoção da descarbonização dos transportes públicos e da mobilidade elétrica;
 A melhoria das condições de segurança rodoviária e o crescimento económico.

O transporte ferroviário…

 Urge a implementação de medidas que concorram, por exemplo, para:


 Renovar e melhorar o material circulante, de forma a maximizar a eficiência das
operações;
 Reduzir o tempo de trajeto entre Porto e Lisboa, através da construção da nova linha
Porto-Lisboa;
 Promover o aumento da capacidade da rede ferroviária das áreas metropolitanas;
 Melhorar as condições de segurança e de circulação.

Transporte marítimo…

A rentabilização do posicionamento geoestratégico do país implica o investimento nas


estruturas portuárias, nas plataformas logísticas, na ampliação do cais e de capacidade de
armazenamento.

Nesse sentido, será necessário, por exemplo:

 Investir nos portos Sines e de Leixões para aumentar ainda mais a sua
competitividade em termos de instalações e equipamentos para receber grandes
navios;
 Consolidar um hub portuário nacional polivalente e que responda às exigências da
procura nos segmentos da navegação comercial, turismo, transporte de longa e curta
distância;
 Resolver os problemas estruturais do porto de Lisboa;

O transporte aéreo…
Portugal localiza-se numa posição central em relação ao oceano Atlântico. O nosso país
deverá rentabilizar esta localização geoestratégica, assumindo-se como a “porta” aérea de
entrada/saída da Europa.

Para tal, é determinante:

 Construir o novo aeroporto para a Área Metropolitana de Lisboa, tendo em conta que
as ligações aéreas são fundamentais no desempenho da economia portuguesa;
 Assegurar que todos o país, em particular a região norte, onde há uma concentração
elevada de empresas exportadoras, tenha uma cobertura adequada de ligações aéreas.

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