Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

SLHTJ 2. Ficha 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

MATERIAL DE APOIO

Licenciatura Em Direito
SLHTJ 2- Ficha 2
1º Ano Docente: Natália Viti

A linguagem

Aspectos relacionados com a lexicografia apresentam-nos a linguagem


como sistema de representação que os membros de uma comunidade linguística
usam como principal meio de comunicação. Nesta perspectiva, Duarte (2000:15)
vai mais além ao afirmar que a presença da linguagem em todas as sociedades
humanas conhecidas é fruto da evolução biológica da espécie: em nenhumas
sociedades animais se encontram sistemas de comunicação com as
características da linguagem humana; em contrapartida, não se conhecem
sociedades humanas desprovidas de linguagem.

Muitos estudos se têm realizado em torno da linguagem. A esse respeito,


poderíamos perguntar-nos: por que motivo se estuda a linguagem? A resposta
a esta questão é-nos apresentada por Spinelli e Ferrand (2009:), realçando dois
aspectos importantes:

1. Estuda-se a linguagem porque não é apenas importante por distinguir


os seres humanos de todas as outras espécies animais da terra,
mas porque directamente ou indirectamente; torna possível a
organização sofisticada da sociedade civilizada;
2. Porque a capacidade humana de aquisição da linguagem é inata-
todo o grupo humano dispõe de linguagem; quando se estuda a
linguagem se estuda algo universal com uma base sólida na
natureza biológica do Homo sapiens.

A linguagem em geral é interessante porque, se bem que todos conheçam


e utilizem uma linguagem específica, poucas pessoas compreendem o que
sabem. Tornar consciente desse saber inconsciente implica um certo exercício.

1
Funções sociais da linguagem

Na perspectiva de Pedro (2005), tem-se vindo a considerar, ao longo do


tempo, que uma língua é uma entidade homogénea, o que faz com que as
sociedades sejam também consideradas homogéneas. Porém, o que na verdade
se verifica é que as sociedades são heterogéneas. Esta heterogeneidade social
tem como consequência a heterogeneidade linguística. São poucos os países
que têm apenas um sistema linguístico comum a todos os seus habitantes e
muitos possuem códigos verbais diferentes.

A língua não pode dissociar-se do contexto social em que funciona. Em


todas as sociedades as pessoas são classificadas em categorias e organizadas
em grupos. Os indivíduos que formam um grupo têm relações regulares e
permanentes entre si, têm direitos e deveres no seu comportamento. Uma
família, por exemplo, é um grupo. Os seus membros encontram-se de forma
regular, esperam uns dos outros um tipo de conduta e são considerados pelo
exterior como uma totalidade. Uma categoria não é senão o conjunto de
indivíduos a que a sociedade atribui algo em comum.

Diversidade linguística

A diversidade linguística está profundamente ligada à natureza dos


grupos e categorias que existem numa determinada sociedade. Os dialectos
sociais ou sociolectos nascem das desigualdades existentes na sociedade. Os
indivíduos que compõem uma sociedade não são iguais. Algumas diferenças
entre as pessoas baseiam-se na classe social a que o indivíduo pertence,
definida quer em termos de posse de bens materiais e/ou culturais quer em
termos psicológicos.

Nas trocas linguísticas, o estatuto dos locutores influencia a escolha dos


registos de língua. Destes registos podem destacar-se os seguintes:

• Língua cuidada
• Língua familiar
• Língua popular
• Calão

2
• Gíria
• Regionalismos
• Língua literária

SISTEMATIZAÇÃO:

❖ Níveis/Registos de língua – diferentes formas de desvio em relação à


língua padrão ou norma.

 Língua cuidada – nível de língua em que se utilizam os vocábulos menos


correntes e estruturas menos vulgares, de cunho erudito.

 Língua familiar – nível usado entre amigos e caracterizado pelo emprego


de vocabulário e frases não cuidados.

 Língua popular – variedade da língua que, de um modo geral, reflecte um


nível de escolarização pouco elevado. Pode incluir termos de calão e gíria,
além de regionalismos.

 Calão – forma exagerada do nível familiar com utilização de termos


sentidos como grosseiros.

 Gíria – nível de língua usado por grupos socioprofissionais restritos.

 Regionalismos – termos e outras características da língua usados numa


determinada região.

 Língua literária – recorre a recursos especiais a nível do significante e da


estrutura frásica e apresenta predomínio da linguagem conotativa a nível
do significado.

Você também pode gostar