Egito Antigo
Egito Antigo
Egito Antigo
Juliana Bezerra
Professora de História
Sociedade egípcia
A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não havia mobilidade social.
No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O faraó era venerado como um
verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário entre os seres humanos e as demais divindades. Por
isso, era uma monarquia teocrática, ou seja, um governo baseado nas ideias religiosas.
Abaixo do faraó e de sua família vinham as camadas privilegiadas como sacerdotes, nobres e funcionários. Na
base da pirâmide social egípcia estavam os não privilegiados que eram artesãos, camponeses, escravos e soldados.
Os sacerdotes formavam, junto com os nobres, a corte real. Tanto a nobreza como o sacerdócio eram hereditários
compondo a elite militar e latifundiária.
Os escribas estavam a serviço do Estado para planejar, fiscalizar e controlar a economia. Por isso, sabiam ler e
escrever e eram eles que anotavam os feitos do faraó durante o seu reinado. Estes textos seriam colocados nos
seus túmulos quando morressem.
Já o exército era constituído por jovens que eram convocados em tempo de guerra e soldados mercenários
estrangeiros contratados pelo Estado.
Por sua parte, os artesãos eram trabalhadores assalariados que exerciam diferentes ofícios como cortadores de
pedra, carpinteiros, joalheiros, etc. Os camponeses formavam a maior parte da população, trabalhavam na
agricultura, na criação de animais e deviam pagar altos impostos.
Na sociedade egípcia, as mulheres tinham uma posição de prestígio. Podiam exercer qualquer função política,
econômica ou social em igualdade com os homens de sua categoria social. Isto significava, inclusive, que
poderiam ser faraós, como foi o caso de Cleópatra.
Civilização egípcia
A civilização egípcia foi extremamente sofisticada e suas marcas estão entre nós até a atualidade.
Os egípcios, como todos os povos da Antiguidade, eram ótimos astrônomos e observando a trajetória do sol
dividiram o calendário em 365 dias e um dia em 24 horas, que é usado até hoje pela maioria dos povos ocidentais.
Na medicina, os egípcios escreveram vários tratados sobre remédios para cura das doenças, cirurgias e descrição
do funcionamento dos órgãos. Também existiam os médicos especialistas e seus ajudantes, equivalentes aos atuais
enfermeiros.
Na escrita, a sociedade egípcia desenvolveu a escrita pelos hieroglifos. Estes eram figuras de animais, partes do
corpo ou objetos do cotidiano que era utilizado para registrar a história, os textos religiosos, a economia do reino,
etc.
Cultura egípcia
A principal arte desenvolvida no Egito Antigo foi a arquitetura. Profundamente marcada pela religiosidade, as
construções voltaram-se principalmente para a edificação de grandes templos como os de Karnac, Luxor, Abu-
Simbel e as célebres pirâmides de Gizé, que serviam de túmulos aos faraós, entre as quais se destacam Quéops,
Quéfren e Miquerinos.
A pintura egípcia era muito peculiar, pois representava o corpo de frente, mas a cabeça estava sempre de perfil,
caso o retratado estivesse de pé. No entanto, se estivesse sentado, tanto o corpo como a cabeça estariam de perfil.
Pintavam-se as paredes dos palácios, templos e especialmente, as tumbas destinadas aos faraós.
A pintura representava cenas familiares e do cotidiano do reino, como procissões, nascimento e morte, mas
também, o cultivo e a colheita. Hoje, as pinturas nos permitem reconstruir o dia a dia dos egípcios.
A escultura egípcia, de grande porte, retratava as esfinges, criaturas fantásticas, deuses e faraós. Merece atenção
as obras de pequeno tamanho como os sarcófagos, de pedra ou madeira, nos quais os artífices procuravam
reproduzir as feições do morto, para ajudar a alma a encontrar o corpo. Alguns, inclusive, chegavam a incrustar
pupilas de cristal nos olhos.
Economia egípcia
O rio Nilo era responsável por mover a economia, pois após as cheias, quando a terra estava fértil, plantavam-se
trigo, cevada, frutas, legumes, linho, papiro e algodão. De igual maneira, o Nilo servia para pesca e garantia a
unidade política ao antigo Egito, porque era uma via utilizada para comunicar os dois pontos do território.
Para melhor aproveitar o rendimento do terreno, os egípcios desenvolveram sistemas de medida e contagem.
Afinal, os impostos eram pagos conforme o tamanho da área cultivada e era preciso anotar com exatidão as
quantidades cobradas.
A terra pertencia ao faraó e os camponeses eram obrigados a dar parte de seus produtos para o Estado em troca do
direito de cultivar o solo. No entanto, a construção de diques, reservatórios e canais de irrigação era tarefa do
Estado, que empregava tanto mão de obra livre quanto escrava para fazê-lo.
Civilização Egípcia
Instalada no extremo nordeste da África, numa região caracterizada pela existência de desertos e pela vasta planície do rio
Nilo.
A Civilização Egípcia formou-se a partir da mistura de diversos povos, entre eles, os hamíticos, os semitas e os núbios, que
surgiram no Período Paleolítico.
Os primeiros núcleos populacionais só começaram a se formar durante o Período Neolítico, onde as comunidades passaram
a se dedicar mais à agricultura do que a caça ou a pesca.
Por volta de 4000 a.C., os antigos núcleos deram lugar a pequenas unidades políticas, os nomos, governados por nomarcas,
que se reuniram em dois reinos, um do Baixo Egito, ao norte e outro do Alto Egito, ao sul.
Por volta de 3200 a.C., Menés, o governante do Alto Nilo, unificou os dois reinos e tornou-se o primeiro faraó, dando
origem ao período dinástico, que pode ser dividido em três momentos distintos: Antigo Império, Médio Império e Novo
Império.
O faraó, considerado uma divindade, governava com poder absoluto. Entre 2700 e 2600 a.C., foram construídas as pirâmides
de Guizé, atribuídas aos faraós Quéopes, Quéfren e Miquerinos.
Entre 1800 e 1700 a.C.), os hebreus retirando-se da Palestina, chegaram ao Egito. Os hicsos, povo nômade, de origem
asiática, invadem o pais, permanecendo na região até 1580 a.C.)
Após seu reinado, as lutas entre os sacerdotes e os faraós enfraquecem o Estado, o que estimulou novas invasões. Em 525
a.C., os persas, comandados por Cambires, derrotaram os egípcios na Batalha de Pelusa e conquistaram definitivamente a
região.
A partir de então, o Egito deixaria de ser independente por pelo menos 2500 anos, período em que se tornaria,
sucessivamente, província dos persas, território ocupado por macedônios, romanos, árabes, turcos e finalmente ingleses.
As invasões constantes exerceram grande influência na cultura egípcia, sobretudo o domínio macedônico que permitiu a
penetração das ideias gregas.
Esse domínio instaurou uma dinastia de origem macedônica, chamada ptolomaica ou lágida, à qual Cleópatra pertenceu.
Seu filho com o imperador romano Júlio César foi o último rei ptolomaico. Em seguida, a região caiu sob o domínio romano
e mais tarde árabe Nesse período foram introduzidos elementos culturais cristãos e muçulmanos sucessivamente.
Acreditavam em vida após a morte e no retorno da alma ao corpo, cultuavam os mortos e desenvolviam técnicas de
mumificação, para conservar os corpos.
A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo estimulou o desenvolvimento da astronomia. Observando os astros,
localizaram planetas e constelações.
O dia era dividido em 24 horas. A semana tinha dez dias e o mês, três semanas. O ano de 365 dias era dividido em estações
agrárias: cheia, inverno e verão.
Hieroglífica – a escrita sagrada dos túmulos e templos; a mais antiga, anterior a 3000 a.C., composta por mais de
600 caracteres.
Hierática – uma simplificação da hieroglífica. Seu uso estava ligado à religião e ao poder;
Demótica – era a escrita popular, formada por cerca de 350 sinais, usada nos contratos redigidos pelos escribas.
As Pirâmides do Egito
Há 123 pirâmides catalogadas, no entanto, as três mais conhecidas são Quéops, Quéfren e Miquerinos, na península de Gizé.
Este conjunto arquitetônico é guardado pela Esfinge, um ser mitológico com corpo de leão e a cabeça de um faraó.
A construção
das pirâmides começou na Primeira Dinastia.
As pirâmides foram construídas em um período em que florescia no Egito uma civilização rica e poderosa.
Sua edificação começou no Antigo Império (por volta de 2686 a 2181 a.C.) e perdurou até o século IV d.C., mas o auge das
construções é registrado entre a Terceira e a Sexta Dinastia, em torno do ano de 2325 a.C.
Nesse período, o Egito vivia sob estabilidade política e prosperidade econômica. Por sua vez, os faraós acreditavam ser uma
espécie de divindade escolhida para serem os mediadores entre deuses e humanos.
Por isso, após a morte física, os egípcios acreditavam que o espírito do rei, que era conhecido como Ka, permanecia no
corpo e necessitava de cuidados especiais. Assim, seus cadáveres eram mumificados.
No processo de mumificação, o corpo do faraó era cuidadosamente tratado com óleos e envolto em faixas a fim de que não
sofresse com desgaste do tempo. Alguns órgãos, como o intestino e o fígado, eram retirados, mas colocados em urnas
especiais junto ao sarcófago.
Além disso, o faraó era enterrado com tudo o que necessitaria depois da morte, como seus tesouros, alimentos e até móveis.
Familiares, sacerdotes e funcionários também eram sepultados junto ao faraó.
As Primeiras Pirâmides
Até o início da Primeira Dinastia, 2950 a.C., as tumbas eram esculpidas em rocha ou eram edificadas estruturas denominadas
"mastabas". Estas tinha uma forma piramidal, mas pareciam quadrados empilhados em cima do outro e não eram tão altas.
A primeira pirâmide usou como modelo de mastaba e foi feita por volta de 2630 a.C., pelo rei Djoser, o qual pertencia à
Terceira Dinastia.
Os egípcios escolheram a forma de pirâmide para facilitar a ascensão do faraó aos céus, onde seria acolhido por Rá, a
divindade mais poderosa na mitologia egípcia.
Essa pirâmide exibe seis degraus de pedra que, juntos, somam 62 metros de altura. Era o túmulo mais alto da época e foi
cercado de santuários e templos para o soberano Djoser desfrutar na sua vida após a morte.
A pirâmide de Djoser estabeleceu um parâmetro para os enterros reais. Entre os monarcas que viveram tempo suficiente
para coordenar a construção de seu próprio túmulo com as mesmas dimensões estava Sneferu, que viveu entre 2631 a.C. e
2589 a.C.
Essas edificações fazem parte de um complexo funerário que era utilizado pelos faraós e altos funcionários. As três
pirâmides mais famosas são Queóps, Quéfren e Miquerinos.
Vamos conhecê-las?
Pirâmide de Queóps
Três pequenas pirâmides foram construídas em alinhamento ao túmulo de Quéops e serviram para abrigar os corpos das
rainhas.
Há, ainda, uma tumba com o sarcófago da rainha Hetepherés, mãe de Quéops, e outras pirâmides menores e mastabas para
abrigar os funcionários do rei.
A pirâmide de Quéops é constituída por 2,3 milhões de blocos de pedra que pesam cerca de 2,5 a 60 toneladas cada. O
trabalho de construção teria durado 20 anos e contou com a força de 100 mil homens.
Pirâmide de Quéfren
Ao lado dela está a Esfinge de Gizé, a maior do mundo antigo, com 200 metros de comprimento e 74 de altura.
Pirâmide de Miquerinos
Infelizmente, esta providência não adiantou muito, pois praticamente todos os tesouros das pirâmides foram saqueados.
No túmulo do rei Unas, que viveu entre 2375 e 2345 a.C., é possível contemplar pinturas relativas ao seu reinado. Essas são
as primeiras composições que permitem o conhecimento do Egito Antigo.
O último dos grandes construtores foi o faraó Pepi II, segundo soberano da Sexta Dinastia, que viveu entre 2278 e 2184 a.C.
Após a sua morte, o Egito entrou em colapso e, somente na 12ª Dinastia, a edificação de pirâmides foi retomada, mas sem a
grandiosidade anterior.
A mão de obra consistia tanto em escravizados quanto trabalhadores livres. Isso tudo, desde estrangeiros escravizados,
passando por camponeses egípcios que trabalhavam durante o regime de cheias do Nilo.
Igualmente, eram empregados inúmeros artesãos e pintores que fabricavam os objetos que seriam colocados para servir ao
faraó na outra vida.
Para transportar as pedras calcárias que compunham as pirâmides, existem várias teorias. Há, inclusive, aqueles que
acreditam que foram erguidas com a ajuda de extraterrestres. Porém, essas teorias se baseiam em falácias e xenofobia.
Contudo, no fim de 2014, cientistas holandeses apresentaram a última das hipóteses aceitas e que implicaria o uso de água
para mover os blocos de pedra.
A teoria surgiu a partir da observação de imagens de uma pessoa jogando água à frente do que seria um trenó onde estava
assentada uma pedra puxada por pelo menos 150 trabalhadores.
Os egípcios também aproveitavam as cheias do rio Nilo para transportar as pedras pelo seu leito.