As Garantias
As Garantias
As Garantias
Garantias Clássicas
Garantias pessoais
Fiança
Aval
Garantias reais
Hipoteca
Penhor
Outras espécies de garantias (Modernas):
Garantias financeiras
Garantia bancária autónoma (à vista ou on first demand)
As cartas de conforto
Fiança
Fiança: O terceiro, fiador, assegura com o seu património a satisfação do direito do credor
Nota: A garantia pode ser onerosa ou gratuita, consoante o fiador tenha ou não,
respetivamente, direito a uma contraprestação pela prestação da garantia
Art. 644. ° CC: Cumprindo o fiador a obrigação afiançada, fica sub-rogado, na medida do seu
cumprimento, no direito do credor.
A sub-rogação significa que o fiador passa a ocupar a posição do credor em relação aos direitos
associados à dívida. Isso pode incluir o direito de cobrar a dívida do devedor original, se assim
o desejar. Se a obrigação principal afiançada vencer juros de mora, o fiador, sub-rogado, pode
também exigir ao devedor juros de mora que, entretanto, se vencem.
Face ao exposto, o fiador, que satisfaz o direito do credor, poderá depois demandar o devedor
para cumprir a obrigação principal (na medida da satisfação dada ao direito do credor),
correndo desta forma o fiador o risco da incapacidade patrimonial do devedor.
Tipos de fiança
Nota: Quanto às obrigações que podem ser garantidas por meio de fiança, estas não se limitam
às obrigações presentes, mas podem também ser obrigações futuras ou condicionais → art.
628.º, 2 CC
Fiança Civil
A excussão prévia significa que, antes de o credor exigir o cumprimento da dívida do fiador, ele
deve primeiro tentar executar os bens do devedor principal.
Em outras palavras, o credor deve esgotar todas as possibilidades de cobrança junto ao
devedor original antes de procurar o pagamento junto do fiador. Esse privilégio visa proteger o
fiador, garantindo que ele não seja imediatamente responsável pela dívida sem que o credor
tenha tentado cobrar ao devedor principal.
Nota Importante: Esta é uma característica meramente eventual da fiança civil, porquanto
pode ser afastada por acordo das partes, sendo, nesse caso, o fiador um devedor principal. Isto
é, o fiador pode renunciar ao benefício da excussão prévia, não recusando o cumprimento da
obrigação afiançada.
Fiança comercial
Isso proporciona uma maior segurança ao credor, pois ele pode escolher cobrar o valor total da
dívida de qualquer uma das partes, dependendo da conveniência ou da capacidade financeira
de cada uma.
Vale ressaltar que, mesmo que o credor opte por cobrar a dívida do fiador, este, por sua vez,
tem o direito de exigir reembolso do devedor principal pela parte que pagou. Assim, a
solidariedade não altera as obrigações do devedor principal de cumprir o contrato, mas oferece
ao credor a flexibilidade de escolher qual parte se responsabilizar em caso de inadimplência.
Aval
Aval: garantia pessoal do pagamento de uma quantia inscrita num título de crédito/título
cambiário (livrança, letra de câmbio (menos usual), cheque (sem relevância)).
Por outras palavras, o Aval assegura que, em caso de incumprimento, isto é, não pagamento
desse montante (que resulta do título, ao qual está associado) por parte do devedor cambiário,
o credor (portador do título na data do vencimento) poderá exigir diretamente do avalista a
satisfação do seu crédito.
Pode ser prestado por terceiros ou por um signatário do título de crédito e tem de ser prestado
a favor de um dos obrigados na cadeia cambiária. Se não constar do aval a designação daquele
por quem é dado, o aval considera-se prestado ao subscritor da livrança (devedor) da letra da
letra de câmbio.
A prestação do aval pode ser gratuita ou onerosa e pode constituir uma liberdade ou um favor,
no sentido em que o avalista suporte o pagamento sem exercer o regresso contra o avalizado.
Abstração/Natureza abstrata
A obrigação do avalista é aquela que consta do título e a respetiva relação subjacente
não pode ser oposta ao portador que cobra o aval, a não ser nas relações imediatas
entre o avalista e o avalizado.
Isto é, o aval não pode exceder a dívida principal nem ser contraído em condições mais
onerosas, mas pode ser contraído por quantidade menor ou em menos onerosas
condições. Se exceder a dívida principal ou for contraído em condições mais onerosas,
o aval não é nulo, mas apenas redutível aos precisos termos da dívida afiançada.
Deste modo, o aval tem o conteúdo da obrigação principal e cobre as consequências
legais e contratuais da mora ou culpa do devedor.
Autonomia/Independência (relativamente à obrigação cambiária
garantida/avalizada)
A validade do aval não é prejudicada pela invalidade da obrigação cambiária garantida,
salvo se a invalidade desta for consequência de “vício de forma”. Pelo que, se a
obrigação principal for anulada por incapacidade ou falta ou vício da vontade do
devedor, nem por isso a fiança irá deixar de ser válida, se for comprovado que o fiador
conhecia a causa da anulabilidade ao tempo em que a fiança foi prestada.
Direito de regresso do avalista que paga a obrigação cambiária
O avalista que seja chamado a pagar a obrigação cambiária fica sub-rogado nos direitos
emergentes do título de crédito contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e
contra os obrigados para com esta. O avalista que paga a obrigação cambiária garantida
tem o direito de exigir o pagamento, quer do avalizado (devedor), quer daqueles de
quem o avalizado o poderia exigir.
Assim, o Fiador que paga a dívida afiançada só tem direito de exigir do devedor
afiançado o cumprimento da obrigação principal.
Então no Aval:
O aval pode ser prestado por apenas uma pessoa, mas nada impede que na livrança sejam
apostos vários avales.
Apesar da LULL não prever o direito de regresso entre avalistas, o STJ, afirma que, “Sem
embargo de convenção em contrário, há direito de regresso entre avalistas do mesmo
avalizado numa livrança, o qual segue o regime para as obrigações solidárias”.
Hipoteca
Tipos de Hipoteca
Credor Hipotecário: Tem o direito de ser pago pelo valor das coisas imóveis ou coisas móveis
sujeitas a registo, com prioridade sobre os demais credores (do devedor) que não gozem de
privilégio especial ou de prioridade de registo.
A hipoteca está sujeita a registo obrigatório e este tem natureza constitutiva, ou seja, a
hipoteca só produz efeitos entre as partes depois do respetivo registo
Objeto da hipoteca: Coisas imóveis ou coisas móveis sujeitas a registo
Exemplos: Veículos automóveis, navios e aeronaves
No caso de execução da hipoteca prestada por um terceiro, o terceiro garante fica sub-
rogado, na medida do seu cumprimento, no direito do credor.
O terceiro garante poderá depois demandar o devedor para cumprir a obrigação
principal, correndo desta forma o risco da incapacidade patrimonial do devedor
Penhor civil
Penhor civil: Consiste na afetação de coisas móveis, créditos ou direitos, não suscetíveis de
hipoteca, pertencentes ao devedor ou a terceiros, para garantia de cumprimento de uma
obrigação.
Credor pignoratício é o beneficiário do penhor e tem o direito de ser pago pelo valor das coisas
móveis, créditos ou direitos, não suscetíveis de hipoteca, com preferência sobre os demais
credores do devedor.
No caso de execução do penhor prestado por um terceiro, o terceiro garante fica sub-rogado,
na medida do seu cumprimento, no direito do credor.
O terceiro garante poderá depois demandar o devedor para cumprir a obrigação principal,
correndo desta forma o risco da incapacidade patrimonial do devedor
As ações, uma vez que são valores mobiliários, podem ser objeto de penhor financeiro, nas
relações entre a banca e as sociedades comerciais.
Penhor de quotas
A transmissão de quotas entre vivos deve ser reduzida a escrito, pelo que a cessão de
quotas não produz efeitos para com a sociedade enquanto não for consentida por esta,
a não ser que se trate de cessão entre cônjuges, entre ascendentes e descendentes ou
entre sócios.
Sujeição a registo comercial