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IKELLUMINARUS

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Biobibliografia

ennexiz Xavier (1986), nasceu no Huambo,


Angola e foi criado em volta de livros de
Filosofia, Psicologia, Direito, Ciência e
Religião; Licenciado em Psicologia e Direito,
Pós-Graduado em Ciências de Educação.
Professor, Advogado e Consultor Jurídico.

K Autodidacta em literatura africana, por isso,


considera-se natural dos quatro cantos de
Angola, um país ocidental de dezoito
províncias situado no extremo da costa austral de África.
PELE: Mulher Despindo Verbos

Encripta torrente de tempo na pele do poema. Nudez, talvez palavras. Tua.


Pele…

Mulher angosophia me vim dos teus periélios despindo verbos.

Viajo em ti Ísis! Persigo no deserto em mim A-deusa-nua-que-se-gerou.


Arquitecta. Ela. Cércea as dunas acima para o quarto. Desfaz duas paredes para
construir uma fonte. Em mim. Despe-me. Descobre-me no feminino. Nasço de
novo mulher para a nudez inicial, o Sol espraia-se todo feminino. O corpo é o
espaço. O jardim de oriente. A ilha do paraíso a sul do planeta azul. No equador
nem abaixo nem acima. A palavra que chamou o mundo para sopro. Desenha-
me Março caindo véus subtraindo horas e segundos até zero. Descobre-me
prometendo amar o que só pode viver sempre. O regresso de Mulher despindo
verbos no equinócio de um mês não qualquer, do tempo de Não ao tempo de
Sim. O silêncio afirmativo transborda de Sim, contra Não.

Podemos falar as falas de nascer Mulher no labirinto íntimo. Diário de flores no


feminino, por Ísis A-deusa-nua-que-se-gerou. É hora das linhas entre o sol e o
nada entre o sol e o tudo. Creio no princípio, Enquanto o fim se desfaz entre um
seio e outro seio com Sibilações de morte. Tudo despe-me na derme de Mulher
e os círculos de música surda levitam seu corpo adorado. Aqui verbos nus
vestem-se diante de uma lua, um Ser de Beleza de alto talhe que se chama
Março. E este se expande e treme como um espectro; feridas escarlates e negras
rebentam nas carnes soberbas. As cores próprias da vida ficam foscas, dançam e
se desatam ao redor da Visão, sobre o estaleiro. E os frissons se elevam e
rugem, e o sabor delirante desses efeitos se estocam com as sibilações de morte
e as músicas roucas que o mundo, ao nosso encalço, lança sobre nossa mãe de
beleza, — ela levanta, ela recua. Oh! nossos ossos revestidos por um novo
corpo de amor. Sempre Março!

Vivo no intervalo das intensidades extremas. Amar é o limiar da vida que se


curva aos pés da Mulher dona dela. Ainda, Sempre Março! Desejo se configura
na fantasia de sempre submisso a face de Março estar. A mulher é a mais
sublime metáfora de Deus. Ela é Ísis A-deusa-nua-que-se-gerou. Palmas se
curvem às portas da sua nudez. Mais palmas!... Sempre Março, beijando o
feminino que se despe em verbos… Mais palmas!
MELANCOLIA

Qual castigo sem preço


cujo luto e melancolia
lavram-se em mim e mereço
- Que vida é esta sem regalia?!

Não quero...
responder porque choro
Pela ceifa das angústias
arrebatadas nos terços dos dias
que são um piscar de ucharias
dentro dos devaneios e euforias
- dum lar sem ceia.

Já me mataram a “sagrada esperança”


por obra e graça do destino
minha alma descansa na desgraça
em caverna onde jamais tive sono
nem anseio de viver
nem assistir o raiar da alva
querendo apenas morrer
-sem caixão, sem terapia nem cova.

Já procurei sorrir a bom rir


e alegres contos e cantos na pele da alegria
em meu espírito surdir
sem luto ou melancolia.

Mas não consegui se não na largada


arraigar nas lágrimas do sol nada!...
A VOLTA DE NADA

Queria voltar
Para caminhar a bom ir
Mas vou ficar
Sorrindo a bom rir
Para no meu ego voltar...

A volta de nada
A vida é nada
Na nudez de nada de nada.

Por isso vou despir


os medos de rir.
Aos deuses vou queixar...
Queria deixar...

o diploma avulso
da morte morrer.
É a luz que Eu mereço,
Queria fazer...

as palavras calarem
a árvore da vida partir
porque os barcos d'alma gemem
e no mar o leme a surdir

cadáveres sem morte


numa via lácia sem sol.

Queria pão e leite


Sem sal, mel e mais mentol.

... as ondas da vida me bebem


enquanto a tempestade colhe
nos náufragos moribundos
marinheiros sem velas nem partidas.

No nada germinam vilões


porque os bons se fraudulentam na vida,
Tudo a volta de nada
Enquanto os soldados criam heróis.
Eles criaram o inferno
Nós criamos...
o burro que nem asno
Foi de nada que nos instruímos.

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