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Aps 2 Resistencia Dos Materiais

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APS 2 RESISTENCIA DOS MATERIAIS

ALUNO: AFONSO MOREIRA COSTA

RA:1830361

SÃO PAULO 05/2024

PROPOSIÇÃO:

Este trabalho tem como objetivo correlacionar os resultados dos artigos “Determination
of modulus of elasticity of concrete from the acoustic response” onde determinamos
a elasticidade do concreto a partir da acústica, com o artigo disponível em Branco
Structures and Material Journal, onde analisa a metodologia descrita na Norma NBR 8522
(ABNT, 2008)

Para a determinação do diagrama tensão-deformação específica em corpos-de-prova


cilíndricos de concreto apresentando considerações sobre possíveis adequações de seu
uso para concretos com agregados reciclados e com equipamentos automatizados.

ENSAIOS :

Ensaio 1: Determinação do módulo de elasticidade do concreto a partir da resposta


acústica:

O artigo estudado realiza um ensaio não-destrutivo que pode ser muito útil no meio da
engenharia civil fornecendo informações a respeito da rigidez e amortecimento do
material, repetindo o ensaio, que poderá ser comparado ao longo do tempo.

O material testado é o concreto simples, armado e protendido.


As técnicas experimentais foram divididas em três categorias:

• Excitação por impulso

O corpo de prova é suportado por fios nos pontos nodais, no sentido de vibração de
interesse e recebe uma leve pancada que induz uma resposta acústica. Essa resposta é
composta por uma ou mais frequências naturais de vibração, a partir das quais o módulo
de elasticidade é calculado.

• Velocidade sônica

A técnica de velocidade sônica se baseia no tempo de propagação de um impulso sônico


ou ultrassônico de curta duração, ao longo do corpo de prova, sendo essa uma técnica
regulamentada pela ASTM. E apesar de ser uma técnica bem utilizada, esta apresenta
grande incerteza na medida do coeficiente de Poisson e a impossibilidade de poder
calculá-lo, já que para calculá-lo é preciso saber a velocidade longitudinal e também a
transversal. E assim ocorrem erros proporcionais à dispersão entre o valor real do
coeficiente e aquele estimado, podendo acarretar na redução do valor do modulo de
elasticidade.

• Frequência de ressonância.

A técnica que acontece por meio de vibrações longitudinais, transversais ou torcionais se


obtém a frequência fundamental de ressonância do elemento estrutural (sendo este
prismático ou cilíndrico), essa técnica é utilizada para determinar o modulo de
elasticidade dinâmico; a rigidez da ligação viga- pilar; o amortecimento do material; e etc.

O programa experimental é composto por duas partes:

A primeira parte é pela técnica de excitação por impulso, que utiliza o equipamento
“Sonelastic PC Based”.

A segunda parte dos ensaios são realizados no Laboratório de Engenharia de Estruturas,


onde é feito o uso do sistema “ACE Data Physics”, este equipamento é empregado nos
ensaios dinâmicos não-destrutivos.

No ensaio foram utilizados cilindros e prismas de concreto, a fim de determinar o modulo


de elasticidade dinâmico.

Conseguindo determinar este modulo, foram feitos ensaios de compressão axial e flexão
em quatro pontos, onde foi obtido as resistências à compressão e a tração, a flexão, e o
modulo de elasticidade estático.
Modulo de elasticidade estático X dinâmico

Aplicando o modulo de deformação elástica à parte reta da curva tensão x deformação, ou


quando não houver parte reta, à tangente à curva na origem, determina-se o modulo de
elasticidade tangente inicial.

Como a curva do concreto é não-linear, a curva tensão-deformação do concreto,


apresenta certa dificuldade para determinar um único valor para o modulo de elasticidade
estático, sendo assim a utilização de métodos dinâmicos não-destrutivos, fornecem o valor
do modulo de elasticidade de forma mais precisa. Os fatores idade; a resistência;
temperatura de cura; proporções da mistura e propriedades dos agregados; tamanho do
corpo de prova e condições de cura; são elementos que podem influenciar o valor do
modulo de elasticidade dinâmico. Sendo que o mesmo aumenta, com o aumento da
resistência, quanto maior o modulo de elasticidade dinâmico menor é a diferença entre o
Ecd. e Ec, já que o trecho elástico da curva tensão x deformação tende a ser mais
retilíneo a medida que aumenta a fragilidade do material. Todos esses fatores foram
analisados e de acordo com os resultados, foi possível concluir que o tipo de
cimento não influencia na relação Ecd/Ec, assim como a idade, deduzindo-se daí
que somente a temperatura é um fator relevante.

Ensaios estáticos

Tendo como finalidade, determinar o módulo de elasticidade estático do concreto, foram


feitos ensaios de compressão axial com controle de deslocamento, em corpos de prova
cilíndricos de 150mm de diâmetro por 300mm de altura. Os ensaios foram efetuados na
máquina de ensaios universal Instron, utilizando dos extensômetros removíveis com base
de 200mm, fixados ao corpo de prova por meio de elásticos e o sistema de aquisição
utilizado foi o System 5000. Assim então foi obtido o módulo de elasticidade estático
tangente inicial, (Ec), que equivale ao coeficiente angular da reta secante à curva tensão x
deformação.

Ensaios dinâmicos

Para determinar o módulo de elasticidade dinâmico (Ecd) que é obtido com a frequência
ressonante longitudinal, seguiram-se as prescrições da ASTM C215: 2008 que diz
respeito ao posicionamento do acelerômetro, ao ponto de aplicação da excitação e a
maneira de simular a condição de contorno necessária à realização do ensaio.
Análise dos resultados

Nos ensaios dinâmicos foi obtido o módulo de elasticidade dinâmico longitudinal para os
corpos de prova cilíndricos e prismáticos. Para se determinar as frequências naturais dos
prismas, usou-se o valor médio entre os três ensaios. Ao comparar os resultados obtidos
entre os corpos de prova cilíndricos e prismáticos é notável a influência que o formato do
corpo de prova no valor do modulo de elasticidade dinâmico, onde os CP (corpos de prova)
cilíndricos, apresentam valores menores do que os CP prismáticos.

Ensaio 2: Diagrama tensão-deformação específica em concretos com agregados


reciclados de concreto:

Análise da metodologia proposta pela NBR 8522:

Aqui fazemos a análise metodológica descrita na Norma NBR 8522 (ABNT, 2008) para a
determinação do diagrama tensão-deformação específica em corpos-de-prova cilíndricos de
concreto, apresentando considerações sobre possíveis adequações de seu uso para concretos
com agregados reciclados, e com equipamentos automatizados.

A metodologia especificada na norma apresenta restrições metodológicas que geram


distorções na obtenção do diagrama tensão-deformação, tais como o uso de número muito
limitado de pontos de leitura e a inclusão, no comportamento elástico do material, de
fenômenos diferidos como micro fissuração e fluência ocorrida durante os patamares de
estabilização de carga. A tensão básica de 0,5 MPa, especificada para garantir a estabilização
da carga, é inadequada para grande parte das prensas automatizadas modernas, porque são
projetadas para o ensaio de concretos de alta resistência.

Procedimentos Recomendados pela Norma NBR 8522 (ABNT, 2008)

Antes do ensaio propriamente dito, devem-se compatibilizar as bases de medida,


através do seguintes procedimentos: ajustar o exemplar à prensa, ao qual deverão
estar conectados medidores de deslocamento com leituras independentes na direção
do eixo longitudinal, carregar o corpo de prova até uma tensão de compressão de
número máximo de 20% da tensão prevista de ruptura, verificar as deformações
registradas pelos medidores, se a diferença entre elas for superior a 20% da maior
deformação lida, descarregar o exemplar e proceder ao ajuste mais correto de
centrarem do mesmo nos pratos da prensa, girando o exemplar , aplicar novamente
a tensão e verificar as deformações e repetir esse procedimento até que a diferença
entre as deformações lidas não seja superior a 20% da maior deformação, logo após a
compatibilização, deve-se aplicar um carregamento crescente à velocidade de (0,45 ±
0,15) MPa, com pausas de 60s nas tensões indicadas.
Determinação da curva tensão-deformação

Ao se traçar um gráfico a partir dos dados de tensão aplicada com a correspondente


deformação específica resultante, obtém -se as curvas. Os patamares observados na curva
são decorrentes do procedimento experimental determinado pela NBR 8522, que
preconiza fazer as leituras de tensão e deformação em até 30s e somente após a tensão
aplicada ter sido mantida constante por 60s. Os procedimentos de ensaio prescritos pela
NBR 8522 permitem a determinação da curva tensão-deformação mesmo quando os
equipamentos utilizados são de leitura analógica e manual, como é o caso de
deslocamentos lidos a partir de um ou mais relógios comparadores (deflectores
mecânicos).

Tensão básica estabelecida para o ensaio

A Norma estabelece uma tensão básica para o ensaio de 0,5 MPa. Este valor, em algumas
situações, pode gerar erros na determinação do módulo de elasticidade. Em função da
elevada resistência dos concretos atuais, as prensas modernas tendem a ter uma
capacidade de carga elevada (na ordem de 200 tf ou mais).

Corpos de prova:

Recomenda-se que a umidade relativa para a cura dos corpos de prova seja de no mínimo
80%, mantida para uma adequada hidratação do cimento. Se um concreto não é bem
curado, especialmente em baixas idades, ele poderá sofrer perdas irreparáveis, a baixa
umidade pode gerar microfissuras devido a retração por secagem do concreto, colocando
em risco o desempenho do mesmo. Devido aos motivos expostos, a maioria das normas
técnicas especifica que os corpos -de-prova de concreto sejam curados em ambiente
saturado, (úmidos) e nesta mesma condição seja determinada a sua resistência a
compressão. O efeito da umidade no módulo de elasticidade, entretanto, é controverso.
Autores afirmam que concretos saturados apresentam um módulo de elasticidade
estático maior que concretos secos, para um mesmo traço e processo de cura.
Programa experimental adotando-se as alterações metodológicas propostas:

Material utilizado:

No programa experimental foi utilizado cimento CPV -ARI RS; agregado graúdo natural
(AGN).

Obtenção do Módulo de Elasticidade Tangente Inicial:

A norma estabelece uma tensão básica de 0,5 MPa, a partir da qual os corpos -de-prova
são submetidos a tensões crescentes até 0,3 ƒc, permitindo o cálculo do Módulo de
Elasticidade.

Análise dos resultados propostos:

Comportamento Elástico e Obtenção do Módulo por Regressão:

Foi realizada uma simulação de valores tensão-deformação, caso o ensaio fosse


realizado de maneira direta, (sem patamares e/ ou paradas para leitura de deformações).
Neste caso, o valor de módulo de elasticidade foi obtido através da inclinação de reta pela
regressão por mínimos quadrados. Os resultados obtidos desta forma indicam que a
execução do ensaio sem patamares e com controle da velocidade de aplicação da carga
resulta em menor dispersão dos resultados. Conceitualmente, o módulo deixa de ser
definido por apenas dois pares tensão-deformação e passa a ser definido pela totalidade
de pares obtidos na faixa de tensões do ensaio, minimizando o efeito de variabilidade de
medida, dando mais confiabilidade ao resultado.

Curvas Tensão-Deformação:

Conclui-se que o procedimento de ensaio indicado pela NBR 8522, fazendo-se de forma
automatizada e com um grande número de leituras, resulta em deformações maiores do
que as reais, e que esta diferença se acentua em maiores níveis de carregamento e em
concretos com agregados reciclados.

Ao se analisar o procedimento de ensaio para determinação do Módulo de Elasticidade


Estático, preconizado pela norma NBR 8522, pode-se dizer que a metodologia prevista
pela norma foi desenvolvida par a uso em equipamentos de ensaio não instrumentados,
com leitura manual de valores de carga e deslocamento. Nos ensaios que foram realizados,
observa-se que o procedimento de aquisição de dados através de sistema automatizado
resulta em curvas mais rígidas em relação ao procedimento da norma, em prensas com
elevada capacidade de carga verifica-se que a estabilização da tensão aplicada pela prensa
a níveis tão baixos como 0,5 Mpa, poderiam gerar imprecisão na medição, portanto
propõe-se que um novo patamar de estabilização (em um valor superior a este) seja
adotado. Considerando-se que acima de 0,5 Mpa, a curva apresenta comportamento
linear.
CONCLUSÃO:

Com base em todas as informações estudas e os métodos utilizados, vemos que há


novas tecnologias para se obter o módulo de elasticidade de concretos. Analisando o
primeiro artigo, percebemos que ao utilizarmos o método por acústica temos uma
vantagem por ser um método não destrutivo do concreto, podendo utilizar o mesmo
corpo de prova várias vezes afim de determinar a durabilidade do concreto. Quando
vemos os números e resultados que o ensaio por acústica nos mostram, conseguimos
perceber que os valores por elasticidade são bem próximos com o que a norma ABNT NBR
6118 recomenda para serem utilizados durante a fase de projeto. Sendo em média cerca
de 20% superiores ao módulos elásticos iniciais descrito na ABNT.

Por outro lado, quando realizamos o método por carga aplicada diretamente no corpo
de prova, conseguimos perceber que o resultado é mais linear, com um número maior de
pontos que são obtidos através do método da norma ABNT, pois é pela norma que as
medições são feitas em aplicação de cargas constantes, distorcendo as medidas a maior,
tendo menos dados para serem analisados.

Quando temos estabilização em patamares baixos como 0,5 Mpa, elevando a


capacidade da prensa gera imprecisão nas medidas.

Conseguimos concluir então que em relação as práticas de obtenção da curva de


tensão- deformação seguindo as normas ABNT para obtenção do módulo de elasticidade,
são mais vantajosas em relações às novas metodologias propostas nos artigos, tanto em
praticidade, como em refinamento dos resultados obtidos.

Referências Bibliográficas:

DIÓGENES, H. J. F.; C OSSOLINO L. C.; PEREIRA A. H. A.; EL DE BS, M. K.; E L DEBS, A. L.


H. C. Determination of modulus of elasticity of concrete from the acoustic response.
Ibracon Structures and Material Journal, São Paulo, v. 4, n. 5, p . 792 -8 13, dec. 2011.

GUJEL, D. A.; KAZMIERCZAK , C. S.; MASU ERO, J. R. Stress-strain curve of concretes wi


-th recycled concrete aggregates: analysis of the NBR 8522 methodology. Ibracon
Structures and Material Journal , São Paulo , v. 10, n. 3, p . 547 -567, june. 2017

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