Texto Do Pão
Texto Do Pão
Texto Do Pão
Projeto semestral
O PÃO CASEIRO
Processo de confeção
1
Bacio de madeira oblonga ou circular, de uma só peça, talhado a enxó.
Antes de deixar a massa levedar as mulheres estendiam as mãos,
horizontalmente, na posição de orar, e vincavam uma cruz na massa
dizendo:
2
Toalha branca, colocada sobre um cobertor, com pequenas dobras, as “covas” ou “casas” onde eram
colocadas as massas.
3
Boletim de Filologia Tomo V – Fascículos 3-4, pág. 305
Quando o forno começava a ficar quente, as brasas eram remexidas com o
auxílio do embrazeador.
O pão só ia para o forno depois de criar pestana, isto é, quando surgia uma
estreita barra acinzentada, da largura máxima de dois dedos, na cantaria da
boca do forno, sobre a face da abertura.
Nessa altura, as brasas eram retiradas com o chamado puxador de brasas
(antigamente era feito com ramos) e limpava-se o chão com um pau,
envolto em trapos velhos molhados em água, o varredor, o qual era
esfregado em todas as direcções. Este servia, também, para arrefecer o
forno, de modo a atingir a temperatura ideal.
4
Sistemas de iluminação a petróleo, constituídos por recipiente cónico feito de folha de flandres.
Utilizava-se ainda a candeia (luz de uma vela), lamparina de azeite ou o candeeiro a petróleo.
ALGUNS TIPOS DE PÃO CONFECIONADOS NO ARQUIPÉLAGO
DA MADEIRA
RECEITAS
Bolo do caco
Pensa-se que este pão tem origem no pão ázimo hebraico, cozido sob as
cinzas.
Segundo os autores das Ilhas de Zarco5, antigamente coziam-no num caco
ou frigideira de barro abafado com cinza, ou em lume vivo, dando-lhe a
forma de bolo redondo e achatado. Depois de cozido, aproximavam-no do
calor da cinza e brasas para tostar a borda. Também era cozido em cima de
uma pedra de tufo, aquecida no lar. Voltavam-no dos dois lados e depois
colocavam-no na vertical, rolando-o sobre a pedra, para que os bordos
ficassem tostados.
É tradicionalmente consumido como acompanhamento da espetada e é
costume barrarem-no com manteiga de alho (mistura de manteiga com
salsa e alho picados).
Modo de preparação:
5
PEREIRA, Padre Eduardo Clemente Nunes; “Ilhas de Zargo II”, 3º Edição, Funchal, 1968.
Brindeiros
Ingredientes: Massa
Farinha
Batata-doce
Modo de preparação:
Modo de preparação:
(Para 15 pães)
Cozem-se as batatas em água temperada com sal, descascam-se e
esmagam-se com um garfo ou à mão. Em seguida coloca-se num alguidar a
farinha, faz-se uma cova no meio e aí adiciona-se o fermento, a batata e o
sal. Primeiro amassa-se a batata e o fermento. Depois vai-se juntando aos
poucos a farinha e amassa-se, calcando a massa com os punhos fechados e
tentando-se distribuir este ritmo a toda a massa. Sempre que seja necessário
junta-se um pouco de água morna até a massa ficar unida, elástica (até
fazer bexiga, como diz o povo).
Tapa-se com uma toalha, faz-se uma cruz na massa e fica a descansar
durante cerca de 10 minutos.
Corta-se a massa em medidas idênticas e em pequenas porções (350 gr.) e
espalma-se a massa na tendeira, adquirindo a forma de um pão vulgar ou
em forma de argola, ficando um dos lados da argola mais grosso. Coloca-se
a massa no tendal, tapa-se com uma toalha e um cobertor e deixa-se
levedar, até adquirir o dobro do volume.
Ao pressionarmos com o dedo a massa do pão, se a cova subir é porque já
está levedado, podendo-se levar a cozer no forno bem quente, durante 30
minutos. Em alguns locais colocavam uma bolinha de massa num copo
com água. Quando a bolinha sobe à superfície, o pão está pronto para
cozer.
Ao pão que não “abria” o povo dava a designação de bruxo, e tinham-no
por muito feio, impróprio para oferta ou para venda, mas era o mais
gostoso e preferido por todos no uso doméstico.
Pão de centeio
Modo de preparação:
Modo de preparação:
Modo de preparação:
Modo de preparação:
FICHA TÉCNICA