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Apostila Eletronica II Automacao Eron 555

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SATC - ASSOCIAO BENEFICENTE DA INDSTRIA CARBONFERA DE SANTA CATARINA Curso de Tecnologia em Automao Industrial Disciplina: Eletrnica II Cdigo: Professor:

Eron da Silva

UNIDADE V - TEMPORIZADOR 555 DEFINIO

Foto: Circuito Integrado 555

O 555 um circuito integrado (chip) utilizado em uma variedade de aplicaes de temporizao ou como multivibrador. Desenvolvido j na dcada de 70, este componente continua em plena fabricao, graas a sua simplicidade de uso, baixo preo e boa estabilidade. Como exemplo, a Samsung na Coria fabrica acima de 1 bilho de unidades por ano (dados de 2003). O temporizador 555 um dos mais populares e versteis circuitos integrados jamais produzidos. encapsulado em um invlucro duplo em linha (DIP) de 8 pinos Da mesma famlia de temporizadores temos ainda o CI 556 composto pela combinao de dois temporizadores 555 combinados em um encapsulamento de 14 pinos DIP. O CI 558 um encapsulamento de 16 pinos DIP que combina quatro temporizadores 555. Tambm esto disponveis verses de ultra baixa potncia como o CI 7555, que utiliza um nmero menor de componentes externos e tem menor consumo de energia. Estudaremos aqui a verso 555, mais clssica e disponvel. Curiosidade: o nome "555" foi adotado em aluso ao fato de que existe uma rede interna (divisor de tenso) formada por trs resistores de 5k que servem de referncia de tenso para os comparadores do circuito integrado.

> Pinagem:

1 GND 2 Trigger (Disparador ativa com baixo nvel de tenso) 3 Output (Sada) 4 Reset (Desabilita o funcionamento do 555 com baixo nvel de tenso) 5 Control Voltage (Tenso de controle) 6 Threshold (Limiar) 7 Discharge (Descarga) 8 VCC

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FUNCIONAMENTO BSICO Composto de um Flip-Flop do tipo RS, dois comparadores simples e um transistor de descarga, o 555 pode trabalhar em dois modos de operao: monoestvel (possui um estado estvel - timer) e astvel (no possui estado estvel - oscilador). Sua tenso de alimentao situa-se entre 4,5V a 16V e sua sada pode fornecer ou drenar correntes de at 200mA.

Diagrama: Circuito interno simplificado de um CI 555. O resistor R e capacitor C exibidos externamente, so utilizados na maioria das aplicaes do CI como timer.

Flip Flop RS Bsico: Entradas S (set) 0 (nvel baixo) 0 (nvel baixo) 1 (nvel alto) 1 (nvel alto) Funcionamento Bsico do 555: Geralmente o pino 5, entrada de controle, no conectado, deixando assim a tenso de controle fixa em 2/3Vcc. O disparador (trigger) est conectado entrada inversora do comparador 2. A entrada no-inversora tem uma tenso fixa de 1/3Vcc. Toda vez que a tenso do disparador for menor que 1/3Vcc, a sada do comparador vai a nvel alto, setando o flip-flop, deixando assim a sada Q (pino 3) em nvel alto. Como /Q estar em nvel baixo, o transistor de descarga TR1 estar em corte (chave aberta). O reset (pino 4) habilita o 555 a funcionar normalmente com nvel alto e o desabilita com nvel baixo. Geralmente na maioria das aplicaes, este pino ligado Vcc. Toda vez que a tenso de limiar (threshold, pino 6) exceder a tenso de controle (2/3Vcc), a sada do comparador 1 vai para nvel alto, resetando o flip-flop, deixando assim a sada Q (pino 3) em nvel baixo. Como /Q estar em nvel alto, o transistor de descarga TR1 estar em saturao (chave fechada), realizando assim a descarga da tenso armazenada no capacitor. R (reset) 0 (nvel baixo) 1 (nvel alto) 0 (nvel baixo) 1 (nvel alto) Sadas Q /Q (complementar) No mudam de estado 0 (nvel baixo) 1 (nvel alto) 1 (nvel alto) 0 (nvel baixo) Condio no aceita pelo circuito

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MONOESTVEL (Timer) Na configurao monoestvel, o 555 utilizado como timer, tendo uma grande gama de aplicaes para construo de timers industriais, sistemas de alarmes e inmeras outras aplicaes.

Diagrama: Circuito para operao Monoestvel.

Grfico: Formas de onda tpcas para circuito monoestvel.

Grfico: Durao do pulso de sada em funo de RAe C.

Funcionamento: Quando o pino de disparo (trigger) recebe um pulso de nvel baixo, a tenso na entrada no-inversora (+1/3Vcc) maior que a tenso na entrada inversora (0V) no comparador 2. Isto faz com que a sua sada v a nvel alto, setando o flip-flop (nvel alto na sada Q e nvel baixo na sada /Q). Assim, a sada do 555 vai para nvel alto e internamente o transistor de descarga permanece em corte (chave aberta). Desta maneira, o capacitor C se carrega por RA. A tenso do capacitor aplicada entrada ao pino Threshold (limiar), sendo que esta tenso aumenta at que exceda a tenso de controle (2/3Vcc). Quando isto ocorre, a sada do comparador 1 vai a nvel alto, resetando o flip-flop (nvel baixo na sada Q e nvel alto na sada /Q). Assim, a sada do 555 vai para nvel baixo e internamente o transistor de descarga fica em saturao (chave fechada) descarregando o capacitor C, que fica pronto para uma nova temporizao quando for recebido um novo pulso no pino de disparo (trigger).

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Diagrama: Esquema de funcionamento do 555 no modo monoestvel.

Quanto maior a constante de tempo RA.C, mais tempo leva para a tenso do capacitor atingir 2/3Vcc (tenso de controle). Isto determina a largura do pulso ou a temporizao na sada, que dada por:

T = 1,1.RA .C
Onde T dado em segundos, RA em ohms e C em farads. A tenso de controle, geralmente de 2/3Vcc, pode ser desacoplada atravs de um outro capacitor ligado ao pino 5 e terra (tipicamente de 10nF), para melhorar a imunidade a rudo. Alterando os valores de RA e C, o perodo da temporizao pode ser controlado. Porm, em uma temporizao acima de 5 minutos a confiabilidade fica comprometida, devido aos altos valores de RA e C necessrios para esta temporizao. Com relao ao valor mximo de RA, geralmente os fabricantes recomendam um mximo de 20M, mas acima de 1M a preciso fica comprometida. Portanto, em aplicaes gerais, o valor de RA deve ficar entre 1k e 1M . No h limites para o valor de C, a no ser o seu custo. Apenas notar que dependendo do valor da capacitncia do capacitor eletroltico e de sua qualidade, ele pode apresentar correntes de fuga que podem distorcer os perodos calculados das temporizaes. A seguir um circuito de aplicao para o 555 no modo Monoestvel (timer):

Diagrama: Circuito de um timer disparado ao pressionar o interruptor.

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Timer Seqencial possvel cascatear vrios estgios de circuitos monoestveis, para gerar um timer seqencial:

Diagrama: Circuito de um timer seqencial, disparado ao pressionar o interruptor S.

Grfico: Diagrama de tempos para cada estgio do timer seqencial.

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ASTVEL (Oscilador) Na configurao astvel, o 555 utilizado como oscilador, sendo til em vrias aplicaes, como sinalizao intermitente, gerao de tons de udio para alarmes, dentre vrias outras aplicaes possveis.

Diagrama: Circuito para operao Astvel. Nota A: a utilizao de um capacitor de desacoplamento pode melhorar o desempenho do circuito, mas deve ser avaliada para cada aplicao.

Grfico: Formas de onda tpicas para circuito astvel.

Grfico: Freqncia de operao em funo de RA, RB e C.

Funcionamento: Como ponto de partida, vamos supor que inicialmente o flip-flop est setado (nvel alto na sada Q e nvel baixo na sada /Q). Assim sendo, o transistor interno de descarga est em corte (chave aberta) e o capacitor C est se carregando atravs dos resistores RA e RB em srie. A tenso do capacitor C aplicada aos pinos de disparo (trigger) e limiar (threshold). Assim, quando o capacitor se carregar e exceder a tenso de controle (2/3Vcc), ir fazer com que a tenso na entrada no-inversora do comparador 1 seja maior que a tenso na sua entrada inversora, isso faz com que sua sada v a nvel alto, resetando o flip-flop (nvel baixo na sada Q e nvel alto na sada /Q). Com nvel alto em /Q, o transistor interno de descarga entra em saturao (chave fechada) fazendo com que o capacitor C se descarregue por RB.

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Agora, a tenso no capacitor diminui at que fique menor que a tenso da entrada no inversora do comparador 2 (1/3Vcc). Neste momento a sada do comparador 2 vai a nvel alto, setando o flip-flop e voltando ao ponto de partida (reinicia o ciclo indefinidamente). A tenso no capacitor C varia entre 1/3Vcc e 2/3Vcc.

Diagrama: Esquema de funcionamento do 555 no modo astvel.

A durao do perodo alto ou tempo de carga dada por:

t H = 0,693.( RA + RB ).C
tH = perodo do sinal de sada em nvel alto (+duty cycle)

E a durao do perodo baixo ou tempo de descarga dada por:

t L = 0,693.RB .C
tL = perodo do sinal de sada em nvel baixo (-duty cycle)

A freqncia pode ser calculada por:

f =

1,44 (RA + 2.RB ).C

f = freqncia

A seguir um circuito de aplicao para o 555 no modo astvel (oscilador):

Diagrama: circuito astvel.

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No circuito anterior, como se pode observar pelas frmulas, teremos sempre o sinal de sada com durao do perodo alto (+duty cycle) maior que a durao do perodo baixo (-duty cycle). Caso seja desejado montar um oscilador com maior flexibilidade com relao ao ciclo de trabalho (razo da durao dos perodos de alto e baixo), pode-se utilizar um circuito como o sugerido a seguir:

Diagrama: circuito astvel com maior flexibilidade do ciclo de trabalho do sinal de sada.

Neste circuito, com a adio de um diodo, o capacitor carrega-se atravs do resistor RA (R1) e descarrega-se pelo resistor RB (R2). Assim, as frmulas para projeto deste circuito ficam: Durao do perodo alto ou tempo de carga:

t H = 0,693.RA .C
tH = perodo do sinal de sada em nvel alto (+duty cycle)

Durao do perodo baixo ou tempo de descarga:

t L = 0,693.RB .C
tL = perodo do sinal de sada em nvel baixo (-duty cycle)

Freqncia:

f =

1,44 (RA + RB ).C

f = freqncia

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DETECTOR DE FALTA DE PULSO O circuito mostrado a seguir pode ser usado para detectar falta de pulso ou um espaamento longo e anormal entre um consecutivo trem de pulsos.

Diagrama: Circuito detector de falta de pulso.

Seu funcionamento baseia-se na configurao de um circuito monoestvel (timer) que continuamente re-disparado por um trem de pulsos aplicados na entrada, de forma que o espaamento entre estes pulsos de entrada sejam menores que o intervalo de tempo projetado para o circuito monoestvel. Um grande intervalo entre os pulsos de entrada ou mesmo a falta de um dos pulsos, permite que o tempo de intervalo do monoestvel seja completado, gerando uma sada com nvel baixo de tenso, conforme ilustrado nos grficos a seguir.

Grfico: Formas de onda para circuito detector de falta de pulso.

Este circuito pode ter grande utilidade na rea de automao, como exemplo, como em um sistema validao de sada de peas de uma etapa de prensagem, onde na sada das peas um sensor apropriado geraria o trem de pulsos para a entrada do circuito, sendo que quando uma pea ficar presa no processo, imediatamente a sada do circuito alterna para um nvel baixo de tenso, que poderia desarmar um rel de proteo, desligando a mquina.

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MODULADOR DE PULSOS Utilizando as configuraes astvel e monoestvel, podemos utilizar o pino 5 (control voltage) do CI 555 como entrada de um sinal de tenso externo de modo a criar circuitos de modulao de pulsos. Alterando o nvel de tenso aplicada ao pino 5 (control voltage), alterado a tenso de controle dos comparadores internos, fazendo com que a largura dos pulsos presentes na sada do circuito alterem dinamicamente. Modulador de Posio de Pulso (Pulse-Position Modulation):

Diagrama: Circuito para Modulao de Posio de Pulso. Nota A: o sinal de entrada para modulao pode ser aplicado diretamente ou acoplado ao pino 5 atravs de um capacitor. Caso aplicado diretamente, os efeitos sobre a polarizao dos circuitos internos devero ser considerados.

Grfico: Formas de onda para circuito modulador de posio de pulso.

Este circuito consiste basicamente de um oscilador (astvel), cuja tenso aplicada na entrada CONT (pino 5), controla a durao dos pulsos do oscilador. Quanto maior a tenso presente na entrada CONT, menor a freqncia do sinal de sada. Este circuito tambm pode ser chamado de VCO (Voltage Controlled Oscilator) ou Oscilador Controlado por tenso.

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Modulador de Largura de Pulso (Pulse-Width Modulation - PWM):

Diagrama: Circuito para Modulao de Largura de Pulso - PWM. Nota A: o sinal de entrada para modulao pode ser aplicado diretamente ou acoplado ao pino 5 atravs de um capacitor. Caso aplicado diretamente, os efeitos sobre a polarizao dos circuitos internos devero ser considerados.

Grfico: Formas de onda para circuito modulador de largura de pulso.

Neste circuito, a operao de um timer (monoestvel) modificada dinamicamente pela tenso aplicada na entrada CONT (pino 5). Um trem contnuo e regular de pulsos aplicados entrada de disparo (trigger, pino 2), dispara continuamente o circuito monoestvel, e a tenso aplicada na entrada CONT (controle, pino 5) modula ento a tenso de controle interna, alterando a durao do nvel alto do sinal de sada. Neste caso, a freqncia do sinal de sada a mesma do sinal de entrada aplicado no pino 2, sendo modulado ento a razo entre o perodos de nvel alto e baixo do sinal de sada.

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