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Descobrir as conchas

Protocolo experimental

1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo

Estudo do Meio; Ciências Naturais

Naturalista | Oceano | Conchas

Esta atividade centra-se na exploração de alguns aspetos relacionados com as conchas que encontramos nas
praias. Apresenta-se um conjunto de atividades sobre as conchas – história de vida, identificação e realização de
coleções, com uma proposta de atividade prática sobre a vida e crescimento de bivalves e uma proposta de
pesquisa sobre os animais que vivem nas conchas.

 Compreender que existe uma grande diversidade de organismos. Identificar diferentes espécies de
Objetivos gastrópodes e bivalves marinhos através das suas conchas.
 Compreender a função de algumas das estruturas presentes nos bivalves.

Tempo (número de  Identificação das conchas: 1 aula


 Coleção de conchas: 2 aulas
aulas) previsto
 Atividade prática vida das conchas: 1 aula

 Livros infantojuvenis sobre peixes;


Materiais
 Computador com ligação à internet.

EXPLORAR

As conchas marinhas têm formas curiosas, cores brilhantes e modelos às vezes espetaculares. Embora algumas
conchas sejam frágeis e se quebrem facilmente, muitas são sólidas e agradáveis de tocar, o que fazem delas um
objeto fácil de se colecionar. Propomos-te que faças uma coleção de conchas marinhas.

1. Juntamente com os teus colegas e o professor junta as conchas que tens em casa ou que recolheste nas tuas
idas à praia.
1.1. O primeiro passo para poderes fazer a coleção é identificar as conchas que conseguiste reunir.

1
Observa a seguinte fotografia.

12

11

13 14

10 17

15
16

Fotografia 1 – Exemplos de conchas marinhas

Consegues reconhecer alguma das conchas que estão na fotografia? Para descobrires o nome de cada uma das
conchas utiliza a seguinte chave de identificação.

Chave dicotómica de identificação de conchas marinhas

1. Concha de uma só peça (gastrópodes) – 2


Concha formada por duas peças ou valvas (bivalves) – 14
2. Concha em forma de búzio – 3
Concha com outra forma – 13

3. Concha em forma de fuso – 4


Concha sem ser em forma de fuso – 6
4. Concha estreita e delgada, com estrias verticais bem marcadas – organismo 9
Concha larga e volumosa – 5

5. Concha com lábio estendido, com três digitações – organismo 6


Concha com lábio sem qualquer digitação – organismo 14

6. Concha em forma de cone – 7


Concha em forma de clava – 9
7. Concha com ápice bicudo – organismo 3
Concha com ápice arredondado – 8

8. Altura da concha semelhante à largura – organismo 15


Altura da concha maior que a largura, com vértice alaranjado quando gasto – organismo 1

9. Concha com textura estriada – 10


Concha com textura lisa – 12

10. Concha de forma oval globosa, com três grupos de manchas acastanhadas no dorso – organismo 2
Concha de forma oval, acuminada – 11
11. Concha reticulada – organismo 12
Concha com estrias transversais salientes – organismo 5
2
12. Concha com ápice acuminado – organismo 10
Concha com ápice arredondado – organismo 17
13. Concha com perfurações; face inferior nacarada (madrepérola) – organismo 13
Concha sem perfurações; coloração semelhante nas duas faces – organismo 8

14. Concha com rugosidades que não seguem nenhum padrão regular; face inferior nacarada (madrepérola) – organismo 4
Concha com estrias paralelas – 15

15. Concha com estrias horizontais – organismo 7


Concha com estrias verticais – 16

16. Concha com orelhas – organismo 11


Concha sem orelhas – organismo 16

Lista das espécies (nome comum e nome científico)


Organismo 1: caramujo (Osilinus lineatus);
Organismo 2: beijinho (Trivia monacha);
Organismo 3: burrié-bicudo (Calliostoma zizyphinum);
Organismo 4: madrepérola (Anomia ephippium);
Organismo 5: nucela (Nucella lapillus);
Organismo 6: pé-de-pelicano (Aporrhais pespelecani);
Organismo 7: castanholas (Glycymeris glycymeris);
Organismo 8: lapa (Patella intermedia);
Organismos 9: Epitonium clathrus (o da frente), Gyroscala lamellosa (os outros dois atrás);
Organismo 10: Columbela (Columbella rustica);
Organismo 11: pente (Chlamys varia);
Organismo 12: búzio (Nassarius reticulatus);
Organismo 13: lapa-real ou orelha-do-mar (Haliotis tuberculata);
Organismo 14: Ocenebra erinaceus;
Organismo 15: burrié (Gibbula umbilicalis);
Organismo 16: berbigão-grande ou berbigão-burro (Acanthocardia tuberculata);
Organismo 17: ferro-de-engomar (Cymbium olla).

1.2. Após a identificação das conchas, temos de as limpar para poderem ser guardadas na nossa coleção.
Procedimento:
- retira todos os resíduos que se encontrem à superfície da concha*, mergulhando- as em lixivia diluída
- lava muito bem as tuas conchas com água corrente
- retira as incrustações que ainda se encontram agarradas com uma agulha ou uma escova dura
- seca-as bem com um pano e/ou algodão
- deixa-as um tempo ao ar para que garantir que ficam bem secas
- tapa a abertura da concha com um bocado de algodão para absorver algum fluido desagradável.

Fotografia 2 – Concha com restos de outros


animais

*
estes resíduos que se encontram agarrados à superfície das conchas são restos de outros animais, como algas e vermes
tubícolas – ver fotografia 2
3
1.3. As conchas estão agora prontas para serem guardadas. Para isso precisas de caixas de plástico (pequenas) e
algodão. Coloca na base da caixa uma porção de algodão e coloca a concha por cima do algodão, com uma
etiqueta com o respetivo nome – ver fotografia 3.

Fotografia 3 – Caixas com conchas

2. Muitas vezes quando colhemos conchas na praia nem nos lembramos que uma concha é o esqueleto externo
de um animal de corpo mole, conhecido por molusco. Faz uma pesquisa na internet para descobrires como é o
animal que vive dentro destas conchas. Compara a forma do corpo do animal que vive nas conchas formadas
por uma única peça (gastrópodes), com a do animal que vive nas conchas formadas por duas valvas (bivalve).

3. Atividade sobre o funcionamento dos sifões nos bivalves.

A amêijoa é um organismo filtrador e por isso precisa de filtrar um grande volume de água para extrair o alimento
para o seu crescimento e respirar. Para isso, utiliza dois sifões. O sifão inalante bombeia água para o interior do corpo.
Nas brânquias dão-se as trocas gasosas e são capturadas as partículas que servirão de alimento. As partículas
excedentes aglutinam-se e saem em fios (fezes) pelos sifão exalante, assim como o dióxido de carbono resultante da
respiração. Queres ver como isto se passa?

Vais precisar de:

 Amêijoas da praça
 Água fresca do mar
 Um recipiente transparente
 Canela em pó
 Caderno de naturalista e um lápis

Coloca as amêijoas no recipiente com água do mar, mas atenção, de forma a que parte da concha fique exposta ao
ar. Mantém as amêijoas num sítio fresco. Se a água aquecer ficará pobre em oxigénio. Espera até que estas se
ambientem. Não agites a água. Observa a abertura da concha, isto é, a saída dos sifões e do pé para o exterior.
Polvilha a água junto dos sifões da amêijoa com uns pozinhos de canela (se colocares muita canela a experiência não
resulta). Observa o fluxo de água devido ao funcionamento dos sifões, através do movimento da canela na superfície
da água. Observa também a deslocação da amêijoa através de movimentos com o pé. Desenha o a experiência.

4
Fotografia 4 – Pormenor dos anéis de crescimento de uma concha

4. Atividade sobre o crescimento dos bivalves.


A concha nos moluscos cresce com o animal, sendo depositadas novas camadas á medida que o corpo fica
maior. As amêijoas alimentam-se de fitoplâncton e por isso o seu crescimento é maior na primavera/verão,
altura em que se dão os blooms destas algas microscópicas. Assim, em cada ano, a amêijoa adiciona uma nova
faixa à sua concha. Esta é diferenciada do crescimento de Inverno que é muito pequeno. Com base nas camadas
de crescimento anuais da concha, podes contar a idade dos bivalves. Utiliza a seguinte imagem legendada para
te orientares. As amêijoas que compramos têm geralmente dois anos.

1º ano

2º ano

Fotografia 5 – Copyright da foto: Domitília Matias. IPIMAR Tavira

SABER MAIS

“Pequeno guia de identificação dos moluscos marinhos, em contextos arqueológicos portugueses” (autor: Maria
João Valente);

“Conchas marinhas de Portugal” (autores: Maria Cândida Macedo, Maria Isabel Macedo e José Pedro Borges).

tipologia nível de ensino áreas disciplinares áreas temáticas duração

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