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Resenha Segundo Encontro

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Universidade Estadual do Maranhão

Programa Ensinar
Curso de História
Disciplina: América Colonial
Profª: Bianca Trindade Messias

Alunos (as): Edilene Oliveira, José Arnaldo, Thyago Santos e


Witallo

RESENHA CRÍTICA

BARREIRINHAS-MA
2023
Resenha dos textos ““AMÉRICA” E ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL:
INVENÇÕES E REDESCOBERTAS, AS CRÔNICAS COLONIAIS NO ENSINO
DE HISTÓRIA DA AMÉRICA e do livro Olhares da HISTÓRIA Brasil e mundo”.
- CASTRILLON, Luís César et all. “América” e ensino de história no Brasil:
invenções e redescobertas. Revista Labirinto, Porto Velho-RO, Ano XV, Vol.
22, 2015, p. 24-50.
- OLIVEIRA, Susane Rodrigues de. As crônicas coloniais no ensino de História
da América. História & Ensino, Londrina, vol 01, n. 02, 2011. p. 235- 252.

No artigo de CASTRILLON, Luís César et all, intitulado de “América” e


ensino de história no Brasil: invenções e redescoberta, publicado pela Revista
Labirinto, Porto Velho-RO, o autor levanta questionamentos sobre a
historiografia americana, ou seja, “História da América”, que está sendo
trabalhada ao longo dos séculos XX e XXI, segundo ele a abordagem do tema
em sala de aula tem despertado muitos questionamentos por leitores,
pesquisadores americanistas e até mesmo dentro das salas de aula.

Uma das preocupações é como está sendo trabalhado os conteúdos


que narram as viagens Ibéricas, principalmente a de “Colombo”, esta pode
“despertar e sensibilizar alunos, autores e professores para formas
diferenciadas de se trabalhar conteúdos em sala de aula na busca de se
produzir conhecimento e torná-los mais palatável, significativo e acessível aos
alunos” (FONSECA, 2003, p. 117). Compreender o ambicioso projeto de
navegação do Almirante Genovês é dar possibilidade para se atingir os
objetivos traçados pelo professor, que deve mostrar o contexto em que
aconteceu o projeto de navegação, como a religiosidade imperava naquele
contexto e as profundas mudanças provocadas naquele período.

O público alvo, especificamente dos “anos iniciais” no seu imaginário


tendem acreditar que ele buscou e facilmente descobriu a América, sem
dificuldade, resistência, ou seja, um grande herói que com um passe de mágica
transformou o paraíso em uma grande civilização. Já para os alunos do Ensino
Fundamental II, isto é, do sexto ao nono ano se torna muito mais simples o
interesse por assuntos muito familiar ou da atualidade como o mundo
cibernético que nos conduz as novas descobertas do século XXI, como:
Internet, tecnologia e ciência.
Um dos grandes desafios dos professores do Ensino fundamental e
médio segundo o autor é o didático, pois chamar a atenção dos estudantes
para o objeto de conhecimento em pauta que por ser de um contexto muito
distante e com personagens atípicos da realidade atual provoca nos
professores a necessidade de elaborar metodologias e estratégias inovadores
para atrair o interesse dos estudantes pelo conhecimento historiográfico em
evidência.

A metáfora feita pelo autor entre as caravelas e a internet pode ser


crucial para que eles possam entender os avanços em um ritmo especifico a
sua temporalidade que os recursos tecnológicos disponíveis para cada época
possam ser vistos como o divisor da evolução do mundo globalizado segundo a
opinião de alguns geógrafos.

O descobrimento do continente americano é um paradigma que


historiadores americanistas vem tentando desconstruir do imaginário dos
alunos e estudiosos do assunto, pois quando Cristovam Colombo chegou a
“América” já existia habitantes naquele local, tal qual é tão velho quanto os
outros três continentes já conhecidos: Europa, Ásia e África o que nos mostra o
fragmento do texto a seguir

“O território que hoje conhecemos por América era tão velho quanto os
outros três continentes constituintes do orbis terrarum. E da mesma forma,
somente se descobre algo se este for totalmente desconhecido. À época, ao
que nos consta, essa porção de terras era bem conhecida pelos seus
habitantes, quais sejam, algumas centenas de nações indígenas cujas
ocorrências já nos escaparam de se ter um conhecimento razoável em nossos
dias”.

De acordo com a obra em loco, os profissionais da história, estudiosos


e pesquisadores do assunto devem trabalhar o tema levando sempre em pauta
uma faca de dois gumes, ou seja, a versão do colonizador e do colonizado,
entretanto não houve descoberta, mas sim a apropriação das terras dos nativos
pelos já civilizados espanhóis que usando do seu conhecimento marítimo, da
sua cobiça pelo comercio e pela prata os levou a este “Novo Mundo”.
E para isso devem colocar a Didática como principal ferramenta para
lhes nortear as estratégias suficientes e que iram possibilitar conhecer o
público alvo que irá atender, os conhecimentos que vão ser transmitidos, como
vai transmitir. Isto pode ser evidenciado na literatura em pauta: “Em outras
palavras, as perguntas que precisam de respostas são: Para quem ensinar? O
que ensinar? Como ensinar? “O professor de História, a partir de diferentes
estratégias de ensino e linguagens, assume o compromisso de propiciar
situações de pesquisa, envolvendo as práticas de leitura, interpretação e
escrita.

Esse tipo de procedimento tem a finalidade de formar e informar o


aluno por meio da curiosidade, criatividade, reflexão crítica e interesse pelos
conteúdos abordados em sala de aula. Segundo Selva Guimarães Fonseca”.

O artigo de Susane Rodrigues de Oliveira, intitulado de “As crônicas


coloniais no ensino de História da América” traz as crônicas coloniais como
materiais didáticos para o ensino de história da América na educação básica.
Estas escritas nos séculos XVI e XVII foram muito utilizadas para registrar os
acontecimentos da civilização europeia que objetivava a expansão territorial, o
comercio do Oriente e as minas imaginarias da coroa espanhola.

“Estas orientações se fundamentam no estudo das Representações


Sociais, das condições de produção dos discursos e nas propostas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o trabalho com eixos temáticos
e documentos históricos em sala de aula”. Estes não são obrigatórios, mas tem
como função orientar as práticas dos professores em sala de aula, uma vez
que se baseiam tanto na historiografia, saber histórico, quanto nos
conhecimentos empíricos dos alunos e leva em conta as peculiaridades locais
de cada público envolvido.

“As crônicas puderam mobilizar forças no processo de assujeitamento


dos indígenas e responder “pela instauração de hierarquias, lugares sociais,
desigualdades e diferenças entre índios e europeus, entre homens e mulheres,
entre os indivíduos dos dois mundos que se encontram e se confrontam”
(OLIVEIRA, 2002, p. 24)”.
Baseando-se ainda em tradição historiográfica eurocêntrica os
conteúdos de boa parte dos livros didáticos escolares continuam reproduzindo
fragmentos de fontes históricas, especialmente de crônicas coloniais, sem a
mínima problematização e crítica, especialmente quando se trata das
sociedades ameríndias antes de 1492 ou de suas resistências ao processo de
conquista/colonização europeia. Analisando-se a obra de Cláudio Vicentino e
Bruno Vicentino “Olhares da HISTÓRIA Brasil e mundo” da editora Scipione,
para os anos 2018, 2019 e 2020 na Unidade 1, capítulo 1 que narra sobre as
Grandes Navegações, especificamente, nas páginas 15, 16, 17 e 18.

O mesmo descreve sobre as navegações do século XV, a cultura de


diferentes povos, as práticas comerciais a ousadia de Colombo, as navegações
portuguesas, a Revolução de Avis em 1385 e a expansão marítima portuguesa.
Estes partindo de uma visão eurocêntrica que legitima o conquistador e apaga
a memória dos nativos conquistados. O capitulo relata os conhecimentos
espanhóis extraídos das crônicas, ou seja, elas aparecem de forma subtendida
nos livros didáticos, porém são recursos valiosos no processo de ensino
aprendizagem.

Portanto, a didática aplicada no ensino de História tem possibilidade de


romper com os paradigmas do descobrimento que sempre teve um olhar
eurocentrico, mas que com práticas inovadoras, recursos adequados, boas
estratégias de ensino. Pode-se contextualizar a partir das crônicas, dos temas
transversais, vivencias e culturas sobre os conhecimentos de uma
temporalidade distante e as conquistas atuais, como: cultura, intercambio,
tecnologia, relações sociais, entre outros para que as narrativas possam trazer
semelhanças e significados com o contexto atual.

Por isso, uma boa prática de sala de aula e o conhecimento cientifico


da historiografia faz diferença positiva no ensino aprendizagem dos alunos,
tanto dos anos iniciais quanto finais e do ensino médio. A didática será sempre
o carro chefe de uma boa aprendizagem.

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