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Relatório MargaridaCrespo 1191612 17junho

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ARGAMASSA DE JUNTAS COLORIDAS: CARATERIZAÇÃO E

CRIAÇÃO DE NOVA GAMA DE CORES

junho 2022

AUTOR
Margarida Alexandra Batista Crespo

ORIENTAÇÃO
Engenheiro José Severo – DIERA
Engenheira Olga Freitas – ISEP
Engenheira Maria João Ramalhosa – ISEP

Licenciatura em Engenharia Química


Estágio Curricular

EMPRESA ACOLHEDORA
AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador da DIERA, Engenheiro José Severo, por me ter proporcionado a


oportunidade de realizar este estudo, pela incansável orientação, disponibilidade e
ensinamentos prestados, durante a realização deste estágio.

Ao técnico da DIERA Sérgio Silva, por toda a informação e explicação que me disponibilizou
durante estes meses, bem como, todos os conselhos e ajuda efetuada.

Ao Doutor José Manuel dos Santos e a todos os funcionários da DIERA estou muito grata
por me acolheram da melhor forma.

Às minhas orientadoras do ISEP, Engenheira Maria João Ramalhosa e Engenheira Olga


Matos de Freitas, estou extremamente agradecida pela disponibilidade e prontidão
apresentada, pela amabilidade e pelo enorme apoio minucioso em todo o trabalho
desenvolvido no âmbito deste estágio curricular.

Agradeço, também, à Engenheira Isabel Brás Pereira e ao Departamento de Engenharia


Química do ISEP pela possibilidade que me proporcionaram na realização deste estágio
curricular.
A toda a minha família, por todo o carinho, apoio e motivação em todos os aspetos da
minha vida.

À minha colega, Catarina Ferreira, pela amizade e pela companhia prestada durante todos
estes meses.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram e me acompanharam,


durante este percurso.

i
ii
SUMÁRIO

O presente estágio curricular decorreu no Laboratório de Investigação e Desenvolvimento,


do Departamento das Argamassas da empresa DIERA, em Leça da Palmeira, com a duração de
três meses.
Este estágio teve como principal objetivo a caraterização de diferentes argamassas de
juntas, bem como o desenvolvimento de uma formulação melhorada. Para tal, foram realizados
ensaios de resistência à flexão, à compressão e de absorção de água por capilaridade. Foi
necessário recorrer a uma compilação atualizada da normalização europeia e nacional, de
modo a justificar e interpretar os respetivos ensaios e procedimentos para a determinação das
propriedades físicas, químicas e mecânicas das argamassas de juntas, assim como as exigências
e/ou critérios necessários para a sua classificação.
Relativamente aos ensaios exigidos pela normalização, constatou-se que, com o aumento
da percentagem de água adicionada inicialmente nas argamassas, as resistências à compressão
e à flexão diminuem e, por sua vez, a absorção de água por capilaridade aumenta.
A fase de desenvolvimento da formulação melhorada baseou-se na criação de novas
formulações (7 a 12) com base nas anteriores (1 a 6), nas quais se variou a percentagem de
Resina A e B e a quantidade de água adicionada inicialmente, mantendo a quantidade de todos
os outros constituintes constante. Deste modo, foi possível a obtenção de uma formulação (11),
com 1,25% de resina B e 32% de água na sua composição, que cumpre, na íntegra, os limites de
validação alusivos a cada um dos três ensaios referidos pela norma prEN 13888-1:2021. No
entanto, chegou-se à conclusão de que a argamassa desenvolvida se apresentou bastante
instável aquando da adição de uma maior quantidade de água, o que demonstrou ser um ponto
negativo no momento de aplicação em obra. Desta forma, não foi possível apresentar uma
conclusão definitiva relativa a este desenvolvimento.
O trabalho também se focou na criação de uma nova gama de cores, com base nos atuais
pigmentos aprovados, respeitando, também, a normalização integrada no acervo normativo
nacional, com o intuito de aprofundar os conhecimentos destes materiais de construção. Assim,
prepararam-se diversas amostras com diferentes proporções de pigmento, com o objetivo de
responder a solicitações do mercado. Durante o desenvolvimento do trabalho foram criadas e
aprovadas 42 cores.

Palavras-chave: argamassa, juntas, resina, pigmento, resistência à compressão, resistência


à flexão, absorção de água por capilaridade, cor.

iii
iv
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... i
SUMÁRIO .................................................................................................................................... iii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1. ENQUADRAMENTO ....................................................................................................... 1
1.2. EMPRESA - DIERA ........................................................................................................ 1
1.3. TEMA E OBJETIVOS DO ESTÁGIO ...................................................................................... 1
1.4. ESTRUTURA DO RELATÓRIO ............................................................................................. 2
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ................................................................................................ 5
2.1. CLASSIFICAÇÃO DE ARGAMASSAS E APLICAÇÕES .................................................................. 5
2.2. ARGAMASSA DE JUNTAS – CARACTERIZAÇÃO E COMPONENTES............................................. 5
2.3. METODOLOGIA E NORMALIZAÇÃO ................................................................................... 8
2.4. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................... 8
2.5. COMPRESSÃO, FLEXÃO E ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE ...................................... 10
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ...................................................................................... 13
3.1. CARACTERIZAÇÃO PELA NORMA APLICÁVEL ...................................................................... 13
3.1.2. DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA DA ARGAMASSA ......................................... 14
3.1.3. RESISTÊNCIA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO ....................................................... 15
3.1.4. ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE ........................................................ 17
3.2. CRIAÇÃO DA NOVA GAMA DE CORES ............................................................................... 18
3.2.1. PREPARAÇÃO DA MISTURA “BASE” + PIGMENTO............................................. 18
3.2.2. APLICAÇÃO DAS JUNTAS COLORIDAS .............................................................. 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 21
4.1. CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PELA NORMA PREN 13888-2:2021 ........................... 21
4.2. CRIAÇÃO DE UMA FORMULAÇÃO DE JUNTAS MELHORADA .................................................. 23
4.3. INFLUÊNCIA DA QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA ......................................................... 25
4.4. NOVA GAMA DE CORES ............................................................................................... 27
5. CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................. 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 31
NORMAS CONSULTADAS ................................................................................................................ 32
ANEXOS…………………………………………………………………………………………………………………………………. 33
ANEXO A– RESULTADOS OBTIDOS NA PRIMEIRA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES ............................ 33
ANEXO B – RESULTADOS OBTIDOS NAS NOVAS FORMULAÇÕES ORIGINADAS................................. 36

v
vi
ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 2.1 - AMOSTRAS DE PIGMENTOS ORGÂNICOS.............................................................................................. 7


FIGURA 2.2 - AMOSTRAS DE PIGMENTOS INORGÂNICOS. .......................................................................................... 7
FIGURA 2.3 - CORPO SUJEITO A TENSÕES COMPRESSIVAS [13]. ............................................................................... 10
FIGURA 2.4 - CORPO SUJEITO A TENSÃO DE FLEXÃO [14]. ...................................................................................... 11
FIGURA 2.5 - ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE. ........................................................................... 11
FIGURA 3.1 - MISTURADORA DE PÓS PARA ELEVADAS QUANTIDADES. ....................................................................... 13
FIGURA 3.2 - MISTURADORA PLANETÁRIA. ......................................................................................................... 14
FIGURA 3.3 - MESA DE ESPALHAMENTO E RESPETIVOS UTENSÍLIOS. .......................................................................... 14
FIGURA 3.4 - MOLDE, PILÃO E PAQUÍMETRO. ...................................................................................................... 14
FIGURA 3.5 - MOLDE TRIPLO PARA PROVETES DEVIDAMENTE PREENCHIDO COM ARGAMASSA EM ESTUDO. ...................... 15
FIGURA 3.6 - PROVETES DAS CINCO ARGAMASSAS EM ESTUDO. ............................................................................... 16
FIGURA 3.7 - EQUIPAMENTO UNIVERSAL USADO NO ENSAIO À FLEXÃO. ..................................................................... 17
FIGURA 3.8 - EQUIPAMENTO UNIVERSAL USADO NO ENSAIO À COMPRESSÃO. ............................................................ 17
FIGURA 3.9 - ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE: VISTA SUPERIOR. .................................................... 17
FIGURA 3.10 - ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE: VISTA LATERAL. .................................................... 17
FIGURA 3.11 - MISTURA "BASE" + PIGMENTO. .................................................................................................... 19
FIGURA 3.12 - MISTURADORA DE PÓS. .............................................................................................................. 19
FIGURA 3.13 - RECIPIENTE DE PLÁSTICO COM MISTURA. ........................................................................................ 19
FIGURA 3.14 - APLICAÇÃO DAS JUNTAS COLORIDAS. ............................................................................................. 19
FIGURA 3.15 - TIRAS DE ARGAMASSA COLORIDA APLICADAS. .................................................................................. 19
FIGURA 4.1 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DOS ENSAIOS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE, PARA AS
FORMULAÇÕES DE 1 A 6. ......................................................................................................................... 22
FIGURA 4.2 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO E COMPRESSÃO, PARA AS
FORMULAÇÕES 1 A 6. ............................................................................................................................. 22
FIGURA 4.3 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO E COMPRESSIVA, PARA AS
FORMULAÇÕES DE 5 A 12. ....................................................................................................................... 24
FIGURA 4.4 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DOS ENSAIOS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE, PARA AS
FORMULAÇÕES DE 5 A 12. ....................................................................................................................... 25
FIGURA 4.5 - VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FLEXÃO E COMPRESSÃO E RESPETIVOS DESVIOS PADRÃO, EM FUNÇÃO DA
QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA. ......................................................................................................... 26
FIGURA 4.6 - VARIAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE E RESPETIVOS DESVIOS PADRÃO, EM FUNÇÃO DA
QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA. ......................................................................................................... 26
FIGURA 4.7 - AMOSTRAS COM DIFERENTES PERCENTAGENS DE PIGMENTO AZUL (FORNECEDOR 1). ................................ 27
FIGURA 4.8 - AMOSTRAS COM A MESMA PERCENTAGEM DE PIGMENTO AZUL (FORNECEDOR 1) E DIFERENTES PERCENTAGENS
DE PIGMENTO AMARELO.......................................................................................................................... 27
FIGURA 4.9 - AMOSTRA COM PIGMENTO AZUL DO FORNECEDOR 2. ......................................................................... 28
FIGURA 4.10 - AMOSTRA COM PIGMENTO AZUL DO FORNECEDOR 3. ....................................................................... 28
FIGURA 4.11 - COR 1, OBTIDA COM PIGMENTO AZUL DO FORNECEDOR 2. ............................................................... 28

vii
viii
ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 2.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS ARGAMASSAS CONSOANTE A APLICAÇÃO E AS SUAS PROPRIEDADES ........................... 9
TABELA 2.2 - CLASSES DAS ARGAMASSAS PARA JUNTAS, SEGUNDO A NORMA PR EN 13888-1:2021. ............................. 9
TABELA 2.3 - CARACTERÍSTICAS BÁSICAS PARA ARGAMASSAS CIMENTÍCIAS................................................................... 9
TABELA 2.4 - CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE ARGAMASSAS DE RESINA DE REAÇÃO. ....................................................... 10
TABELA 4.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NAS FORMULAÇÕES 7 A 12................................................................ 23
TABELA A1 - VALORES DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO REALIZADOS NOS PROVETES DESTINADOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
POR CAPILARIDADE. ................................................................................................................................ 33
TABELA A2 - VALORES DO DESVIO PADRÃO ALUSIVOS AOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO, PARA AS
FORMULAÇÕES 1 A 6. ............................................................................................................................. 33
TABELA A3 - VALORES DO DESVIO PADRÃO ALUSIVOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE, PARA AS
FORMULAÇÕES 1 A 6. ............................................................................................................................. 33
TABELA A4 - VALORES ALUSIVOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE. ............................................. 34
TABELA A5 - REGISTO DOS VALORES OBTIDOS NOS ENSAIOS DE FLEXÃO E COMPRESSÃO, RESPETIVAMENTE. ..................... 35
TABELA B1 - VALORES DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO REALIZADOS NOS PROVETES DESTINADOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
POR CAPILARIDADE. ................................................................................................................................ 36
TABELA B2 - VALORES DO DESVIO PADRÃO ALUSIVOS AOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO, PARA AS
FORMULAÇÕES 5 A 12. ........................................................................................................................... 36
TABELA B3 - VALORES DO DESVIO PADRÃO ALUSIVOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE, PARA AS
FORMULAÇÕES 5 A 12. ........................................................................................................................... 36
TABELA B4 - VALORES ALUSIVOS AO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE. ............................................. 37
TABELA B5 - REGISTO DOS VALORES OBTIDOS NOS ENSAIOS DE FLEXÃO E COMPRESSÃO, RESPETIVAMENTE....................... 38

ix
x
1. INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO

No âmbito da unidade curricular de Projeto/Estágio, da Licenciatura de Engenharia Química


do Instituto Superior de Engenharia do Porto, foi realizado o estágio na empresa DIERA, Fábrica
de Revestimentos, Colas e Tintas, Lda.
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório do Departamento de Argamassas, com duração
de 3 meses, tendo-se iniciado em março de 2022, com o horário semanal de terça a sexta-feira,
das 8 às 17 h.

1.2. EMPRESA - DIERA

A empresa DIERA, fundada em 1967, situa-se na freguesia de Leça da Palmeira (concelho


de Matosinhos, distrito do Porto), iniciou a sua atividade com a produção de tintas e vernizes,
assumindo desde a sua fundação, uma filosofia de criação de produtos com altas exigências de
qualidade.
A inovação dinâmica e progressiva e a procura de novos mercados originaram, em 1997, a
evolução para o segmento das argamassas de juntas, em complemento à gama existente das
colas de construção, com a aquisição de uma unidade fabril em Santo Tirso.
Em 2019, foi integrada no grupo Barbot - Indústria de Tintas, S.A., passando a fazer parte
de um dos maiores grupos do setor nacional de tintas, fortalecendo assim o portfólio de
produtos e o alcance comercial das suas soluções integradas para o mercado da construção [1].
A empresa tem, como missão [2]:
o disponibilizar aos seus clientes soluções integradas para os problemas de construção e
estéticos, capazes de superar as suas melhores expetativas, de uma forma eficaz,
eficiente e económica;
o acompanhar de forma personalizada, eficiente e cada vez melhor todos os problemas
dos clientes, recorrendo à competência e dedicação da equipa técnica e comercial, por
forma a estabelecer e manter uma relação de mútua confiança;
o assegurar a promoção dos seus trabalhadores, reconhecendo o mérito de cada um e
sustentando a sua formação profissional e promoção social contínua;
o desenvolver a atividade tendo sempre em atenção o respeito pela sustentabilidade do
meio ambiente e pela responsabilidade social.

1.3. TEMA E OBJETIVOS DO ESTÁGIO

Antes da época do fogo, havia uma utilização primitiva de materiais argilosos misturados
com água na construção de abrigos. Com a descoberta do fogo, os efeitos do calor nas
propriedades das argilas e dos calcários, permitiram a descoberta das caraterísticas
aglutinantes destes materiais em contato com a água.

1
O desenvolvimento como sistema construtivo ocorreu em Roma. Durante o império
romano, os homens tiveram a ideia de misturar um material aglomerante, a pozolana (cinzas
vulcânicas), com materiais inertes, dando origem às primeiras argamassas [3]. O uso de certas
rochas vulcânicas adicionadas à argamassa, conferiram propriedades hidráulicas.
A revolução industrial conduziu a um forte desenvolvimento e aperfeiçoamento dos
métodos e das técnicas de transformação dos materiais. Quando passou a ser possível produzir
industrialmente a cal hidráulica e, principalmente, o cimento Portland, começou a potenciar-se
o seu uso [4]. Embora a cal hidráulica tenha vindo a ser produzida em Portugal, esta nunca
chegou a ter uma grande aplicabilidade em argamassas, talvez pelo seu aparecimento no
mercado não ter sido muito anterior ao aparecimento do cimento, e terem sido reconhecidas
caraterísticas de alguma falta de homogeneidade na sua produção.
Ao longo do tempo, novas misturas e o aprimoramento dos fornos determinaram a
obtenção de novos tipos de cimento. O estudo sistemático dos mecanismos mecânicos e
químicos do cimento abre caminho para que o ramo de construções possa almejar novas
conquistas. Atualmente, os investigadores envolvidos nesse tipo de pesquisa buscam materiais
de maior resistência e durabilidade [5].
O estágio curricular desenvolvido teve, como principal objetivo, o estudo das diversas
caraterísticas das argamassas de juntas, bem como a criação de uma formulação que cumprisse
na íntegra as exigências e/ou critérios, exigidos pela norma prEN 13888-1:2021, necessários
para classificação das mesmas. Para tal, foram realizados ensaios de resistência à flexão,
compressão e absorção de água por capilaridade.
O trabalho também se focou na criação de uma nova gama de cores, com base nos atuais
pigmentos aprovados.
Não menos importante, este estágio permitiu também, a perceção de como o mundo
empresarial engloba trabalhos de diferentes temas, possibilitando a sua interligação com os
conhecimentos adquiridos na Licenciatura em Engenharia Química.

1.4. ESTRUTURA DO RELATÓRIO

O presente relatório encontra-se dividido em cinco capítulos.


O primeiro capítulo, contém uma breve exposição e enquadramento da empresa e do tema
do estágio, assim como os principais objetivos do trabalho e organização do relatório.
No segundo capítulo, são expostas definições e conteúdos relativos ao tema deste trabalho,
necessários para a sua compreensão e posterior análise e discussão. Inicia-se pela apresentação
das diferentes classes e aplicações das argamassas de juntas. Posteriormente, é descrita mais
detalhadamente a normalização alusiva às argamassas e a respetiva metodologia. Neste
capítulo, também são apresentadas as características e os requisitos mínimos das argamassas
com base na normalização aplicável. Encerra-se o capítulo com o estado do conhecimento
sobre os vários compostos das argamassas e da sua aplicabilidade.
O terceiro capítulo engloba o trabalho experimental. Para maior entendimento, este
capítulo descreve os métodos de ensaio impostos pela norma em vigor, de modo a ser possível
a avaliação das argamassas. Para tal, apresenta-se, primeiramente, a caracterização dos
materiais utilizados nas argamassas em estudo e a preparação dos provetes que servem de

2
molde para as mesmas. Seguidamente, explica-se o procedimento correspondente a cada
método de ensaio, expondo-se as técnicas e as normas a eles associados.
No quarto capítulo, são apresentados os resultados obtidos nos ensaios realizados para as
diferentes fases do estudo, assim como, a demonstração gráfica dos mesmos, acompanhada de
uma análise e discussão.
Finalmente, o quinto capítulo sintetiza as conclusões obtidas e a importância que teve o
estágio, além de apresentar sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros.

3
4
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1. CLASSIFICAÇÃO DE ARGAMASSAS E APLICAÇÕES

As argamassas são constituídas por uma mistura de vários constituintes, tais como os
ligantes (substâncias que têm propriedades aglutinantes que conferem ligação entre as
partículas, cimento e/ou cal), os agregados inertes (areias que contribuem para a compacidade
e resistência) e a água (que permite a formação da pasta) [6].
As argamassas têm, atualmente, diversas aplicações e utilizações pelo que podem ser
classificadas de acordo com requisitos, como se pode ver resumidamente na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Classificação das argamassas consoante a aplicação e as suas propriedades.

Tipo Aplicação Principais Requisitos


• Aderência às estruturas
Argamassas Elevação de muros e paredes de • Capacidade de absorver movimentos devidos a
de tijolo ou bloco tensões mecânicas, variações térmicas e de
assentamento humidade
de Alvenaria
• Resistência à compressão
Argamassas Revestimento de paredes, • Volume constante durante a presa e o
de muros e tetos endurecimento
revestimento • Impermeabilidade
Colam elementos cerâmicos • Deve ser simplesmente misturado com água ou
Cimento-Cola sobre um suporte, quer de com o líquido da amassadora imediatamente
reboco quer diretamente sobre antes da sua utilização
a parede
• Têm em conta as tensões normais resultantes da
Argamassas Preenchem as juntas entre os aplicação de pavimento e revestimento, sendo
para juntas elementos dos revestimentos, que o seu uso nas juntas permite atenuar essas
podendo ter funções estéticas tensões
e/ou funcionais
Argamassas • Elevada resistência à compressão, resultante dos
para Regularizam o pavimento seus constituintes (cal, gesso e, principalmente,
regularização cimento)
de pavimentos

Nas próximas secções deste capítulo, serão aprofundadas as informações relativas aos
revestimentos de argamassas, no que respeita às suas principais funções, requisitos e
características de desempenho.

2.2. ARGAMASSA DE JUNTAS – CARACTERIZAÇÃO E COMPONENTES

Esta secção centra-se nas argamassas de juntas cimentícias, enumerando-se, de seguida, os


constituintes presentes na base destas juntas.

5
É de salientar que a designação “base”, utilizada ao longo deste trabalho, refere-se à
constituição geral das argamassas de juntas cimentícias, nomeadamente das juntas cimentícias
coloridas. Recorre-se a esta designação com a finalidade de simplificar todo o processo de
compreensão, visto que, a maior parte do trabalho remete para a criação de uma nova gama
de cores para as argamassas. Para tal, é necessária a adição de uma determinada quantidade
de pigmento à formulação “base” e, só depois dessa adição, a junta cimentícia colorida estará
pronta a ser misturada com água e, de imediato, aplicada.
A base desta junta, de uma forma geral, é composta por:
Cimento branco - Pó fino com propriedades ligantes que, em contacto com a água, ganha
presa. É um aglomerante obtido a partir do cozimento de calcários naturais ou artificiais. O
cimento também pode ser de cor cinza, sendo apenas utilizado nas juntas de cor escura. Nas
juntas de cores claras, apenas se utiliza cimento branco.
Mármore (carbonato de cálcio) - Composto inerte que apresenta uma tonalidade branca.
Utiliza-se, frequentemente, o carbonato de cálcio micronizado, ou seja, as partículas deste
componente apresentam dimensões muito reduzidas.
Resina - Material natural ou sintético utilizado como ligante num selante [8]. Confere
firmeza e resistência química à argamassa. Além disso, promove uma secagem mais rápida,
reduzindo a absorção de água, e melhora a aderência e a trabalhabilidade da argamassa.
Derivado de celulose - Possibilita a retenção de água e proporciona a trabalhabilidade e
consistência da argamassa.
Fibras de celulose - Conferem a função de suporte à argamassa, isto é, promovem o
aumento da resistência à tração e a ductilidade do revestimento, melhorando a resistência à
criação de fendas. Algumas fibras de celulose permitem reduzir a poeira. Têm origem natural,
apresentando, assim, cor branca. No entanto, algumas possuem um tom acinzentado ou uma
tonalidade que não apresenta uma cor uniforme, resultante de um material de celulose
reciclado, como por exemplo o papel de jornal ou de revista. Nas argamassas de juntas
cimentícias apenas se utiliza a fibra de celulose branca, para que não interfira com a cor que se
pretende nessa junta.
Para além dos compostos referidos anteriormente, também é possível a adição de outros
conforme as características que se pretende que a argamassa adquira. São eles:
Aditivo hidrofogante (impermeabilizante) - Possibilita a impermeabilização da argamassa,
repelindo a água. São repelentes à absorção capilar ou redutores da permeabilidade [13].
Existem diversos impermeabilizantes que, frequentemente, são utilizados na composição das
argamassas, nomeadamente o estearato de alumínio, o estearato de cálcio e o oleato de sódio
(sal obtido através de gordura).
Acelerador de presa - Promove uma secagem mais rápida da argamassa e, caso esta
adquira humidade, inibe a sua degradação.
Produto antifúngico - Produto químico que impede o crescimento e aparecimento de
fungos sobre a superfície.
Pigmento - A nível químico, um pigmento é uma substância, de origem natural ou sintética,
utilizada como corante e é aplicado em produtos distintos, nomeadamente em produtos
alimentares, têxteis e em argamassas. A nível físico, um pigmento é um material que muda a
cor da luz transmitida ou refletida como resultado de uma absorção seletiva num dado
comprimento de onda [9]. Relativamente aos pigmentos coloridos, estes podem ser divididos
em dois tipos:
6
Pigmentos orgânicos - Classe de pigmentos que apresentam uma predominância de
carbono na sua composição [10]. Frequentemente, derivam de plantas, sendo que,
durante a produção, podem ser utilizados compostos químicos de modo a estabilizá-los
[11]. Os pigmentos orgânicos apresentam cores mais vibrantes e intensas do que os
inorgânicos (Figura 2.1), porém são mais suscetíveis a alterações químicas e à influência
da radiação ultravioleta, pelo que, frequentemente, sofrem descolorações.

Figura 2.1 - Amostras de pigmentos


orgânicos.
Pigmentos inorgânicos - Classe de pigmentos que apresentam uma predominância de
elementos metálicos na sua composição [10]. Estes pigmentos são submetidos a
processos químicos de modo a ser possível obter as propriedades necessárias para as
várias aplicações [11]. Devido às suscetibilidades mencionadas, os pigmentos
inorgânicos são muitas vezes preferidos aos orgânicos, uma vez que, embora
apresentem cores menos intensas e tonalidades terrosas (Figura 2.2), são menos
propensos a alterações da sua cor e também apresentam um custo mais baixo. Além
disso, os pigmentos inorgânicos são mais fáceis de dispersar e de utilizar nas diversas
finalidades. Acrescenta-se, ainda, ao facto de as partículas dos pigmentos orgânicos
apresentarem menores dimensões quando comparadas às dos inorgânicos, o que
dificulta a dispersão [12].

Figura 2.2 - Amostras de pigmentos


inorgânicos.
7
2.3. METODOLOGIA E NORMALIZAÇÃO

A metodologia de investigação adotada para a elaboração do presente trabalho envolveu


uma pesquisa em motores de busca da biblioteca do Instituto Português da Qualidade (IPQ) de
todas as normas em vigor, integradas no acervo normativo nacional, relativas a cimentos e
argamassas de juntas. De forma a clarificar todo o processo de produção e embalamento das
argamassas, foram realizadas visitas ao estabelecimento da empresa em Santo Tirso.
As duas normas europeias harmonizadas de referência para os cimentos são a NP EN 196-
1:2006 e a NP EN 196-2:2006. Estas normas definem uma terminologia, especificando
requisitos e critérios de marcação, remetendo para outras normas, onde se apresentam os
métodos de ensaio para a avaliação das características essenciais destes produtos. Assim sendo,
quando os produtos se revelam estar em conformidade com as referidas normas, isto significa
que garantem a capacidade de desempenho das suas funções, segundo os critérios declarados.
Os produtos no âmbito das normas prEN 13888-1:2021 e prEN 13888-2:2021 não se
encontram abrangidos por uma norma europeia harmonizada. Estas normas permitem apenas
orientar as classificações e as designações atribuídas às argamassas de juntas, assim como
indicar os ensaios e os cálculos necessários para a avaliação do desempenho dos produtos em
função das caraterísticas essenciais.
Assim, ao contrário do que acontece com os produtos de construção cujas normas se
encontram harmonizadas, no caso das argamassas de juntas, não estão definidos valores
específicos a cumprir para a produção e comercialização das mesmas.

2.4. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

As propriedades das argamassas para juntas são determinadas pelo tipo de ligante utilizado
e pela sua composição química. Os diferentes tipos de argamassas de juntas para ladrilhos
cerâmicos, possuem características específicas em termos de aplicação final.
Segundo a norma prEN 13888-1:2021, existem duas categorias de argamassas de juntas
para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química, argamassa cimentícia (CG) e
argamassa de resina de reação (RG). Assim sendo, de acordo com a norma prEN 13888-1:2021,
as argamassas cimentícias são definidas como ‘‘Mistura de ligantes hidráulicos, inertes e
aditivos inorgânicos e/ou orgânicos’’. Já as argamassas de resina de reação são definidas como
‘‘uma ou mais misturas de componentes de resina sintética, cargas minerais e aditivos
inorgânicos e orgânicos, em que o endurecimento ocorre por reação química’’.
As argamassas cimentícias estão subdivididas em diferentes classes de acordo com as suas
características fundamentais, isto é, propriedades que uma argamassa tem obrigatoriamente
de apresentar e certas características adicionais, tais como propriedades específicas, em que
são necessários níveis de desempenho acrescidos.
As suas características fundamentais estão divididas em classes 1, 2 e F. No que concerne
às características adicionais, as mesmas dividem-se em duas classes distintas: A e W (Tabela
2.2). Já as argamassas de resinas de reação apenas possuem caraterísticas fundamentais.

8
Tabela 2.2 - Classes das Argamassas para juntas, segundo a norma pr EN 13888-1:2021.

Características Fundamentais
1- Argamassa de junta normal
2- Argamassa de junta melhorada
Classes F- Endurecimento rápido
Características Adicionais
A- Resistência abrasiva
W- Reduzida absorção de água

Em revestimentos cerâmicos de fachadas, é usual utilizar-se argamassas para juntas


impermeáveis, para evitar que a água penetre para o interior da parede, aumentando desta
forma a durabilidade do revestimento e evitando o aparecimento de eflorescências.
Na continuação deste capítulo, descrevem-se todas as características, ensaios e exigências
aplicáveis a argamassas de juntas para ladrilhos cerâmicos, de acordo com a normalização em
vigor, integrada no acervo normativo nacional.
Na Tabela 2.3, estão apresentados todas as características e requisitos mínimos
mencionados na norma europeia prEN 13888-1:2021, para argamassas cimentícias para juntas
de ladrilhos cerâmicos (CG), assim como a norma de ensaio que permite a sua avaliação.
Segundo a norma, a quantidade água e/ou líquido de adição necessários para a preparação da
argamassa cimentícia deve ser a mesma para todos os ensaios, a fim de garantir a veracidade
dos mesmos.

Tabela 2.3 - Características básicas para argamassas cimentícias.

Argamassas cimentícias normais (CG1)


Característica Requisito Método de ensaio
Resistência à abrasão ≤ 2000 mm3 prEN 13888-2:2021, 9.4
Resistência à flexão após armazenamento a seco ≥ 2,5 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
Resistência à flexão após ciclos
≥ 2,5 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
congelação/descongelação
Força compressiva após armazenamento a seco ≥ 15 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
Força compressiva após ciclos congelação/descongelação ≥ 15 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
Encolhimento ≤ 3 mm/N prEN 13888-2:2021, 9.3
após 30 min ≤5g prEN 13888-2:2021, 9.2
Absorção de água
após 240 min ≤ 10 g prEN 13888-2:2021, 9.2
Argamassas cimentícias normais e rápidas (CG2F)
Característica Requisitos Método de ensaio
3
Resistência à abrasão ≤ 1000 mm prEN 13888-2:2021, 9.4
após 30 min ≤2g prEN 13888-2:2021, 9.2
Redução da absorção de água
após 240 min ≤5g prEN 13888-2:2021, 9.2

Na Tabela 2.4, apresentam-se todas as características e requisitos mínimos mencionados


na norma europeia prEN 13888-1:2021, para argamassas de resinas de reação para juntas de
ladrilhos cerâmicos (RG), assim como a norma de ensaio que permite a sua avaliação. No que

9
se refere à característica de resistência aos produtos químicos, não há indicação de valor limite
nem de qualquer produto químico.

Tabela 2.4 - Características básicas de argamassas de resina de reação.

Argamassas de resina de reação (RG)


Característica Requisito Método de ensaio
Resistência à abrasão ≤ 250 mm3 prEN 13888-2:2021, 9.4
Resistência à flexão após armazenamento a seco ≥ 30 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
Força compressiva após armazenamento a seco ≥ 45 N/mm2 prEN 13888-2:2021, 9.1
Encolhimento ≤ 1,5 mm/N prEN 13888-2:2021, 9.3
Absorção de água após 240 min ≤ 0,1 g prEN 13888-2:2021, 9.2

2.5. COMPRESSÃO, FLEXÃO E ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE

O ensaio para a determinação da resistência à compressão e à flexão de argamassas de


juntas para ladrilhos cerâmicos, bem como a absorção de água por capilaridade, é realizado
segundo o método especificado na prEN 13888-2:2021 – Grouts for ceramic tiles - Part 2: Test
methods. Esta norma aplica-se a todas as argamassas de juntas para ladrilhos cerâmicos em
aplicações de ladrilhos no interior e no exterior em paredes e pavimentos.
Tendo em conta que existem vários fatores e mecanismos que provocam uma degradação
e envelhecimento do sistema de revestimento cerâmico colado, são considerados pela norma
vários tipos de ensaios com características diferentes.

2.5.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Este método de ensaio consiste em determinar a resistência à compressão, ou seja, o valor


de rutura de uma argamassa, determinado através de aplicação de uma força de compressão
em dois pontos opostos. Trata-se de uma característica das argamassas de juntas
extremamente importante, uma vez que, quanto maior for essa resistência, maior será a sua
resistência à degradação e envelhecimento do sistema de revestimento cerâmico colado. Na
Figura 2.3, apresenta-se uma imagem representativa de um corpo sujeito a tensões de
compressão.

Figura 2.3 - Corpo sujeito a tensões compressivas [13].

10
2.5.2. RESISTÊNCIA À FLEXÃO

Este método de ensaio consiste na tensão de rutura de uma argamassa, determinada pela
aplicação de uma força de flexão em três pontos. Na Figura 2.4, apresenta-se uma imagem
representativa de um material sujeito a uma tensão de flexão.

Figura 2.4 - Corpo sujeito a tensão de flexão [14].

2.5.3. ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE

Este método de ensaio consiste na determinação da absorção de água, devida à ação da


capilaridade, quando a superfície da argamassa contacta com água sem qualquer pressão
adicional, sendo o coeficiente medido por meio de prismas de argamassa.
A capilaridade define-se como a capacidade que uma argamassa tem de absorver água, de
forma natural, sem ser exercida qualquer pressão. A nível microscópico, são originadas
interfaces curvas de contato entre a água e o gás existente nos poros, essa interação gera a
pressão capilar e a quantidade de água que será absorvida por esse poro é função dessa pressão
de sucção capilar [12]. Na Figura 2.5, apresenta-se uma imagem representativa de um ensaio
de absorção de água por capilaridade.

Figura 2.5 - Ensaio de absorção de


água por capilaridade.

11
12
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Neste capítulo, encontra-se descrito, de uma forma simplificada, todo o processo de


trabalho que foi necessário para se cumprirem os objetivos do presente estudo. Numa primeira
abordagem, foi realizada a caracterização das argamassas pela norma em vigor. Para isso,
efetuaram-se ensaios de determinação da consistência, resistência à compressão, flexão e de
absorção de água por capilaridade. A fase seguinte, consistiu na criação de uma nova palete de
cores para as argamassas de juntas cimentícias.

3.1. CARACTERIZAÇÃO PELA NORMA APLICÁVEL

3.1.1. PREPARAÇÃO DAS ARGAMASSAS

Antes de se proceder ao respetivo ensaio, é necessário preparar a mistura da argamassa a


ensaiar, e condicionar os materiais, assegurando certas condições de ensaio. Essa mistura e
condicionamento foi realizada da seguinte forma:
o Inicialmente, foram preparados 3 kg de 6 argamassas de juntas com composições
diferentes.
o Seguidamente, procedeu-se à mistura dos seus componentes, numa misturadora de
pós (Figura 3.1) do tipo descrito na NP EN 196-1:2006 - Métodos de ensaio de cimentos
- Parte 1: Determinação das resistências mecânica -, com uma duração de 30 minutos.
o Por último, transferiu-se a mistura resultante para um recipiente de plástico
devidamente identificado (nome, formulação e data de preparação).

Figura 3.1 - Misturadora de pós para elevadas quantidades.

13
3.1.2. DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA DA ARGAMASSA

Numa fase seguinte, determinou-se a consistência de cada argamassa. Para tal, utilizou-se
sempre a mesma percentagem de água adicionada. Desta forma, todos os provetes preparados
terão a mesma consistência.
Esta etapa é bastante importante, uma vez que este parâmetro tem de estar de acordo com
as especificações do fabricante, de modo que, quando adicionada a água, o produto seja
considerado funcional. Para tal, procedeu-se da seguinte forma:
o Colocou-se água no respetivo recipiente (misturadora planetária, Figura 3.2).
o Adicionou-se 1 kg de argamassa.
o Espalhou-se o pó seco sobre o líquido.
o Misturou-se durante 30 segundos.
o Retirou-se a pá misturadora e raspou-se a pá e o recipiente durante 1 minuto.
o Repôs-se a pá e misturou-se durante mais 1 minuto.
o Após a mistura, prosseguiu-se para a mesa de espalhamento (Figura 3.3).
o Encheu-se, uniformemente, o molde até metade e compactou-se 20 vezes.
o Adicionou-se mais argamassa, de forma a completar todo o molde, e compactou-se
mais 20 vezes.
o Removeu-se o molde da mesa de espalhamento.
o Ligou-se a mesa de espalhamento, na qual se definiu um total de 15 pancadas (medida
de força deste utensílio).
o Por último, mediu-se o diâmetro da argamassa, com o auxílio de um paquímetro (Figura
3.4).

Figura 3.2 - Misturadora Figura 3.3 - Mesa de Figura 3.4 - Molde, pilão e
Planetária. espalhamento e respetivos paquímetro.
utensílios.

14
3.1.3. RESISTÊNCIA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO

Tendo em conta que existem vários fatores e mecanismos que revertem para uma
degradação e envelhecimento do sistema de revestimento cerâmico colado, são considerados
pela norma vários tipos de ensaios com características diferentes.
Conforme as suas características fundamentais e adicionais, as argamassas de juntas
possuem requisitos mínimos para estarem em conformidade segundo a norma europeia prEN
13888-1:2021 - Grouts for ceramic tiles - Part 1: Requirements, classification, designation,
marking and labelling.
O método de ensaio descrito em seguida requer a sua realização com o auxílio dos seguintes
aparelhos e utensílios:
o Molde triplo, representado na Figura 3.5, que consiste em três compartimentos
horizontais que permitem preparar em simultâneo três provetes prismáticos com 40
mm × 40 mm × 160 mm.
o Mesa vibratória utilizada na compactação do provete de argamassa, em conformidade
com a secção 4.6 da norma NP EN 196-1:2006.
o Máquina de ensaio à flexão, capaz de aplicar a carga com capacidade e sensibilidade
adequadas ao ensaio, e máquina de ensaio à compressão, ambas de acordo com a
secção 4.8 da norma NP EN 196-1:2006.

Figura 3.5 - Molde triplo para provetes


devidamente preenchido com argamassa
em estudo.

PREPARAÇÃO DOS PROVETES


Após a mistura da argamassa, moldaram-se os provetes (Figura 3.5). Para tal, introduziu-se
a primeira de duas camadas de argamassa, utilizando uma pá adequada, em cada um dos
compartimentos, diretamente do balde de mistura. Espalhou-se a camada uniformemente e,
em seguida, compactou-se com 60 vibrações, com a ajuda de um pilão. Sem demora,
introduziu-se a segunda camada de argamassa, nivelando e compactando com mais 60
vibrações. Após a compactação da segunda camada, raspou-se o excesso de material, alisando
a superfície com uma colher plana. Limpou-se a argamassa remanescente no perímetro do
molde. Depois da limpeza, colocou-se o molde, devidamente identificado, numa base
horizontal em condições normalizadas, temperatura a 23±2 ᴼC e humidade relativa a 50±5%.
15
É importante salientar que se deve preparar, no mínimo, três provetes para cada argamassa
de junta a ensaiar.
Após 24 horas, removeu-se cuidadosamente os provetes dos respetivos moldes,
conservando o prisma desmoldado em condições normalizadas durante mais 27 dias, deixando
um afastamento de pelo menos 25 mm em todos os lados.
Salienta-se, também, a necessidade de identificar cada provete (Figura 3.6). Assim, é
possível a identificação de cada argamassa e respetiva data em que foi preparada. O registo
que indica os dados correspondentes a cada número encontra-se disponível no laboratório e é
guardado em documento próprio (Mod. 141/0 - DIERA).

Figura 3.6 - Provetes das cinco


argamassas em estudo.

Por questões de rentabilização de recursos, o procedimento experimental sofreu algumas


alterações comparativamente ao indicado na norma prEN 13888-2:2021: Grouts for ceramic
tiles - Part 2: Test methods. Assim, a preparação dos provetes, apesar de ter tido como
referência a norma apresentada, efetuou-se de acordo com a metodologia descrita no presente
trabalho.

RESISTÊNCIA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO EM CONDIÇÕES NORMALIZADAS


Este ensaio destina-se a todo o tipo de argamassas de juntas para ladrilhos cerâmicos, quer
sejam argamassas de resinas de reação (RG) ou argamassas cimentícias (CG), correspondendo
a uma característica fundamental.
Após a preparação dos provetes e de completado o condicionamento, colocou-se o prisma
na máquina de ensaio com uma das faces laterais sobre os rolos de suporte e com o eixo
longitudinal perpendicular ao suporte. De seguida, aplicou-se a carga verticalmente em
conformidade com o procedimento descrito na secção 9.2 da NP EN 196-1:2006- Métodos de
ensaio de cimentos - Parte 1: Determinação das resistências mecânicas, conservando de seguida
as metades do prisma em condições normalizadas até serem ensaiadas à compressão.

16
Após o ensaio à resistência à flexão (Figura 3.7) em condições normalizadas, ensaiou-se as
metades do prisma quebrado na flexão, com o equipamento usado no ensaio à compressão
(Figura 3.8) conforme a secção 4.8 da NP EN 196-1:2006, seguindo o procedimento descrito em
9.3 da NP EN 196-1:2006. O equipamento utilizado neste ensaio é universal e, por isso, é
possível a sua adaptação ao tipo de ensaio mecânico que se pretende efetuar. Acrescenta-se,
ainda, o facto de possuir um software capaz de fornecer a determinação direta dos valores
relativos a cada tipo de ensaio.

Figura 3.7 - Equipamento universal usado no ensaio à Figura 3.8 - Equipamento universal usado no
flexão. ensaio à compressão.

3.1.4. ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE

O ensaio para a determinação da absorção de água em argamassas de juntas para ladrilhos


cerâmicos foi realizada segundo o método especificado na prEN 13888-2:2021 - Grouts for
ceramic tiles - Part 2: Test methods.
Este método de ensaio consiste na determinação da absorção de água devida à ação da
capilaridade quando a superfície da argamassa contacta com água sem qualquer pressão
adicional, sendo o coeficiente medido por meio de prismas de argamassa. Esta norma aplica-se
a todas as argamassas de juntas para ladrilhos cerâmicos em aplicações de ladrilhos no interior
e no exterior em paredes e pavimentos.
Conforme as suas características fundamentais e adicionais, as argamassas de juntas
possuem requisitos mínimos para estarem em conformidade segundo a norma europeia prEN
13888-1:2021 (Tabelas 2.3 e 2.4). O método de ensaio descrito, é realizado de acordo com a
Figuras 3.9 e 3.10.

Figura 3.9 - Ensaio de absorção de água Figura 3.10 - Ensaio de absorção de


por capilaridade: vista superior. água por capilaridade: vista lateral.
17
TÉCNICA
Após 21 dias da preparação da amostra, as faces laterais foram seladas com parafina (um
selante de silicone neutro) para as tornar impermeáveis à água. Após 28 dias, pesou-se cada
provete com uma exatidão de 0,1 g, colocando-os em seguida verticalmente no tabuleiro, com
a superfície superior para baixo, mergulhada em água a 10 mm de altura, tendo o cuidado de
evitar que as faces dos prismas contactem entre si. Deve-se manter o nível de água constante,
juntando água quando necessário. Após 30 minutos, removeram-se os provetes da água,
secando-os rapidamente com papel e pesando-se de imediato. De seguida, recolocaram-se os
provetes no tabuleiro e repetiu-se o procedimento acima descrito após 210 minutos.

REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS


Estes ensaios foram divididos em 2 fases:
o Numa primeira fase, selecionaram-se os provetes que iriam ser submetidos ao ensaio
de absorção de água por capilaridade (total de 12 provetes).
o Numa segunda fase, selecionaram-se os provetes com os quais se iria fazer o ensaio de
resistência à flexão e à compressão, perfazendo um total de 18 provetes.
Acrescenta-se, ainda, que antes do ensaio de absorção de água, os provetes sofreram flexão,
assim os 12 provetes inicialmente preparados, originaram um total de 24 provetes que
contribuíram para a obtenção de resultados neste ensaio.

3.2. CRIAÇÃO DA NOVA GAMA DE CORES

De modo a tornar possível a criação da nova gama de cores, começou-se por estudar as
cores já existentes no catálogo atual da empresa. A partir desse estudo, iniciaram-se as
tentativas de criação de novas cores, tendo em atenção a quantidade de pigmento usado na
produção, uma vez que, grandes quantidades de pigmento tornariam o produto final mais caro.
Também se teve em atenção o facto de haver pigmentos com baixa estabilidade de cor no
ambiente exterior, diminuindo assim, a sua utilização nas novas amostras de cor.

3.2.1. PREPARAÇÃO DA MISTURA “BASE” + PIGMENTO


Dando início à segunda parte do trabalho, começou-se por pesar 200 g de base numa
balança com a precisão de ± 0,01 g. Destaca-se, ainda, que a base utilizada foi preparada da
mesma forma que na secção 3.1. Seguidamente, adicionou-se a quantidade desejada de
pigmento, tal como apresentado na Figura 3.11. Procedeu-se à mistura dos componentes na
misturadora de pós (Figura 3.12), durante cerca de 10 segundos. Sem delonga, colocou-se água
num recipiente de plástico e procedeu-se à adição da mistura, tal como representado na Figura
3.13.

18
Figura 3.11 - Mistura "base" + Figura 3.12 - Misturadora de pós. Figura 3.13 - Recipiente de plástico
pigmento. com mistura.

3.2.2. APLICAÇÃO DAS JUNTAS COLORIDAS


A partir do momento em que se obtém a consistência adequada para a argamassa colorida,
procede-se à sua aplicação num bloco de betão. Este bloco tem dimensões de 400 mm × 200
mm × 40 mm e deve ser devidamente identificado com a data de aplicação e respetiva
identificação da nova cor produzida. A aplicação das juntas coloridas é realizada em formato de
tiras compridas (com dimensões de 10 mm de largura e 6 mm de altura), tal como se observa
nas Figuras 3.14 e 3.15.

Figura 3.14 - Aplicação das juntas Figura 3.15 - Tiras de Argamassa


coloridas. colorida aplicadas.

Após a aplicação da argamassa nos blocos, esta deverá secar no laboratório, em condições
controladas de temperatura e humidade. Destaca-se, também, que a cor final é possível ser
observada após 24 a 48 horas da aplicação.
Salienta-se, ainda, que a percentagem de água utilizada na preparação de cada junta
depende da percentagem de pigmento presente em cada amostra. De um modo geral, quanto
maior for a percentagem de pigmento, maior será a quantidade de água a adicionar (dentro do
intervalo de 35 a 40% de água). Contudo, poderá ser necessário utilizar uma quantidade de
água ligeiramente superior a 40% em determinados ensaios, uma vez que cada pigmento tem
caraterísticas próprias que influenciarão a quantidade de água a adicionar.

19
20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo, à semelhança do anterior, divide-se em dois pontos:


1. Apresentação e representação gráfica dos resultados obtidos nos ensaios realizados aos
diversos provetes, bem como a sua análise e discussão e posterior desenvolvimento de
uma formulação de argamassa de juntas melhorada.
2. Apresentação genérica e ilustrativa de todo o processo de criação da nova gama de
cores.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PELA NORMA PREN 13888-2:2021

Os ensaios de resistência à flexão e à compressão, foram realizados após 28 dias, segundo


o método especificado na prEN 13888-2:2021 - Grouts for ceramic tiles - Part 2: Test methods.
No que toca aos ensaios referentes à absorção de água por capilaridade, foram também
realizados aos 28 dias, após 30 e 240 minutos mergulhados em água.
Antes de se proceder aos respetivos ensaios, é necessário condicionar os materiais
assegurando certas condições de ensaio. Segundo a norma europeia prEN 13888-2:2021, a
temperatura ambiente deve-se encontrar a 23±2 ᴼC e a humidade relativa deve ser de 50±5%,
com uma velocidade do ar na área de trabalho inferior a 0,2 m/s.
A determinação dos valores relativos à resistência à flexão nestes ensaios também serviu
para verificar se a colocação de parafina nestes provetes, aos 21 dias, teve influência nos
resultados finais. É importante mencionar que todas as formulações dos provetes contêm uma
percentagem de água de 34%.
Dando início ao processo de avaliação de resultados da primeira fase com diferentes
formulações (1 a 6), construiu-se a Tabela A1 (Anexo A), na qual estão apresentados todos os
valores relativos ao ensaio de resistência à flexão dos 12 provetes. Após este ensaio, que
originou 24 provetes, estes foram devidamente identificados e colocados num tabuleiro com
água, cumprindo todos os parâmetros descritos na secção 3.1.4, e submetidos ao ensaio de
absorção de água por capilaridade. De modo a avaliar o parâmetro em causa, mediu-se a massa
inicial de cada provete, assim como a massa ao fim de 30 e 240 minutos, para os provetes com
a face que não contém parafina submersa em água.
Os valores de absorção de água por capilaridade após 30 e 240 minutos (Tabela A2) estão
representados na Figura 4.1.

21
Da análise da Figura 4.1, verifica-se que todos os ensaios estão de acordo com a norma
prEN 13888-1:2021, cumprindo os limites de valores máximos de absorção de água, após 30 e
240 min (≤ 5 g e ≤ 10 g, respetivamente).
ABSORÇÃO DE ÁGUA (g)

7,31
6,67 6,76
6,27 5,96 5,86

3,83 3,57 3,61


3,12 3,09 2,72

1 2 3 4 5 6
Nº DA AMOSTRA
após 30 minutos após 240 minutos

Figura 4.1 - Valores médios e desvio padrão dos ensaios de absorção de água por capilaridade, para as
formulações de 1 a 6.

Numa segunda fase, submeteu-se os restantes provetes aos respetivos ensaios. Salienta-
se, ainda, que os provetes sofreram, primeiramente flexão, ou seja, os 18 provetes submetidos
ao ensaio de resistência à flexão, originaram 36 provetes que foram, posteriormente,
submetidos ao ensaio de resistência compressiva. Com os valores obtidos em ambos os ensaios,
elaborou-se a Tabela A3, que serviu de base para a construção do gráfico da Figura 4.2.
VALOR DA RESISTÊNCIA (MPa)

14,45 14,83 14,61 14,22


13,75 13,08

4,24 4,18 4,20 4,87 4,54


4,03

1 2 3 4 5 6
Nº DA AMOSTRA
Resistência à Flexão Resistência à Compressão

Figura 4.2 - Valores médios e desvio padrão dos ensaios de resistência à flexão e compressão, para as
formulações 1 a 6.

22
Assim, verifica-se que todos os ensaios estão de acordo com a norma prEN 13888-1:2021,
cumprindo o limite de valor mínimo de resistência à flexão (≥ 2,5 MPa).
No entanto, no que toca aos valores alusivos ao ensaio de resistência compressiva, verifica-
se que os mesmos não cumprem os parâmetros de valor mínimo descritos na norma prEN
13888-1:2021, ressaltando que alguns se encontram bastante abaixo do limite permitido pela
mesma (≥ 15 MPa) correspondendo, principalmente, às formulações de argamassa 3
(13,75±0,79 MPa) e 4 (13,08±1,74 MPa).
Conforme referido anteriormente, também se procedeu à comparação dos valores obtidos
dos provetes com e sem parafina, submetidos ao ensaio de resistência à flexão. Chegou-se à
conclusão de que a parafina pouco ou nada interfere nos valores finais de resistência à flexão,
apresentando valores dentro da gama 4,05 a 4,73 MPa.

4.2. CRIAÇÃO DE UMA FORMULAÇÃO DE JUNTAS MELHORADA

Na tentativa de obtenção de melhores valores de resistência compressiva do que os obtidos


na secção 4.1, procedeu-se à exploração de novas formulações que conseguissem aumentar
esses valores. Para tal, avaliou-se detalhadamente cada uma das formulações de juntas
estudadas e optou-se por tentar melhorar as formulações 5 e 6, uma vez que foram
consideradas as que tiveram valores mais satisfatórios.
Como, o que se pretende melhorar, são os valores alusivos à resistência compressiva,
estabeleceu-se que se deveria realizar novas formulações (7 a 12), mantendo a quantidade de
todos os constituintes constante, exceto a da resina. Também se alterou a percentagem de água
adicionada, como ilustra a Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Identificação das alterações nas formulações 7 a 12.


Amostra Quantidade de resina Quantidade de água
(%) (%)
Resina A Resina B
7 1,25 - 33
8 1,25 - 34
9 - 1,25 33
10 - 1,25 34
11 - 1,25 32
12 - 1,20 33

Após 28 dias de armazenamento em condições normalizadas das novas formulações de


argamassa (7 a 12), procedeu-se à realização dos respetivos ensaios. Salienta-se, ainda, que os
valores correspondentes a cada um dos três tipos de ensaios (resistência à flexão, absorção de
água, flexão e compressão) se encontram ilustrados nas Tabelas B1 a B3 (Anexo B).

23
As Figuras 4.3 e 4.4 ilustram a variação dos valores de resistência à flexão e compressão e
a variação da absorção de água, após 30 e 240 minutos, alusivos a cada formulação, de 7 a 12.
Nestes gráficos, também se encontram os valores alusivos às formulações 5 e 6, de modo a ser
possível a sua comparação e avaliar se a respetiva formulação é considerada satisfatória.
VALOR DA RESISTÊNCIA (MPA)

16,54
15,33
14,61 14,22 14,15
13,16
12,22

7,24
4,87 4,54 4,24 4,90 4,36
3,68 3,94
2,50

5 6 7 8 9 10 11 12
Nº DA AMOSTRA
Resistência à Flexão Resistência à Compressão

Figura 4.3 - Valores médios e desvio padrão dos ensaios de resistência à flexão e compressiva, para as
formulações de 5 a 12.

Interpretando os dados da Figura 4.3, conclui-se que todos os ensaios estão de acordo com
a norma prEN 13888-1:2021, cumprindo o limite de valor mínimo de resistência à flexão (≥ 2,5
MPa).
No tocante aos valores alusivos ao ensaio de resistência compressiva, verifica-se que
grande parte não cumpre o valor mínimo (≥ 15 MPa) referido na norma prEN 13888-1:2021,
destacando-se negativamente os da formulação 7 ((7,24±0,05) MPa). No entanto, é de realçar
as formulações 11 e 12, cujos valores se encontram acima do limite permitido pela norma (≥ 15
MPa) e, por isso, as características destas formulações são bastante satisfatórias.
A Figura 4.4 ilustra variação da absorção de água, após 30 e 240 minutos, para as
formulações da 5 a 12.
Observando a Figura 4.4, conclui-se que, de um modo geral, os ensaios estão de acordo
com a norma prEN 13888-1:2021, cumprindo os limites de valores máximos de absorção de
água, após 30 e 240 min (≤ 5 g e ≤ 10 g, respetivamente), com exceção das amostras 7
((9,13±0,20) g e (18,95±0,54) g, respetivamente) e 8 ((5,79±0,52) g e (11,83±1,06) g,
respetivamente).

24
ABSORÇÃO DE ÁGUA (g)

18,95

11,83
9,13 9,38
7,31 6,76 7,09 6,97
5,79 5,92
4,88 4,29
3,57 3,61 3,72 3,68

5 6 7 8 9 10 11 12
Nº DA AMOSTRA
após 30 minutos após 240 minutos

Figura 4.4 - Valores médios e desvio padrão dos ensaios de absorção de água por capilaridade, para as
formulações de 5 a 12.

4.3. INFLUÊNCIA DA QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA

Genericamente, chegou-se à conclusão de que as formulações 7 e 8 contêm os valores


mais insatisfatórios. Este fenómeno coincide com o facto de ambas conterem a Resina A.
Considera-se, também, que os valores mais satisfatórios correspondem às formulações 11 e 12,
sendo constituídas por iguais quantidades de Resina B, variando apenas a quantidade de água
adicionada inicialmente.
Nas Figuras 4.5 e 4.6 observa-se a variação dos valores de resistência à flexão e
compressão com a percentagem de água adicionada (32, 33 e 34%), para a mesma quantidade
de Resina B.
Analisando a Figura 4.5, verifica-se que, com o aumento da percentagem de água
adicionada aquando da preparação da argamassa, há uma diminuição das resistências (flexão e
compressão).

25
18,00

VALOR DA RESISTÊNCIA (MPa) 16,00

14,00

12,00

10,00

8,00 16,54
14,15
13,16
6,00

4,00

2,00 4,90 4,24 3,94

0,00
32 33 34
QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA (%)

Resistência à Flexão Resistência à Compressão

Figura 4.5 - Variação da resistência à flexão e compressão e respetivos desvios padrão, em função da
quantidade de água adicionada.

A Figura 4.6 mostra a variação da absorção de água, após 30 e 240 minutos, em função da
percentagem de água adicionada inicialmente.

12,00
ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE (g)

10,00

8,00

6,00

9,38
4,00
7,09
5,92
4,88
2,00 3,68 3,72

0,00
32 33 34
QUANTIDADE DE ÁGUA ADICIONADA (%)
ABS após 30 minutos ABS após 240 minutos

Figura 4.6 - Variação da absorção de água por capilaridade e respetivos desvios padrão, em função da
quantidade de água adicionada.

Observando a Figura 4.6, verifica-se que há um aumento da absorção de água por


capilaridade com o aumento da percentagem de água adicionada aquando da preparação da
argamassa.

26
Os valores apresentados nas Figuras 4.5 e 4.6, são justificados pelo facto do derivado de
celulose reter a água, funcionando como uma “esponja”. Isto é, quando se procede à mistura
da argamassa com água, o derivado de celulose absorve grande parte dessa água, inchando.
Após secagem da argamassa, a água evapora, fazendo com que o espaço ocupado previamente
pela celulose e pela água fique vazio. Assim são formados os microcanais. Deste modo, quanto
maior for a quantidade de água adicionada inicialmente, mais microcanais serão criados. Daí os
valores de resistência à flexão e à compressão diminuírem em função do aumento dessa
percentagem de água, porque a origem de mais microcanais promove a origem de mais espaços
vazios, havendo mais facilidade em quebrar ou comprimir o provete. Também a absorção de
água por capilaridade aumenta, uma vez que há mais espaços vazios entre as partículas do
provete.

4.4. NOVA GAMA DE CORES


Tal como referido na secção 3.2, para ser possível a obtenção das cores pretendidas, é
necessária a adição de certas quantidades de pigmento. De modo a tornar mais percetível todas
as etapas que são implicadas na obtenção de uma cor, segue o exemplo ilustrativo referente à
COR 1 (azul).
Primeiramente, procedeu-se à realização de tentativa-erro no que toca à percentagem de
pigmento azul (Fornecedor 1) a utilizar, representado pela Figura 4.7. A Figura 4.8, consiste na
aplicação da mesma percentagem de pigmento azul (Fornecedor 1) com adição de certas
quantidades de pigmento amarelo.

Figura 4.8 - Amostras com a mesma


Figura 4.7 - Amostras com diferentes percentagem de pigmento azul
percentagens de pigmento azul (Fornecedor 1) e diferentes percentagens
(Fornecedor 1). de pigmento amarelo.

Seguidamente e uma vez que, mesmo assim, não se obteve a pigmentação pretendida,
optou-se pela utilização de pigmentos azuis de outros fornecedores (Fornecedores 2 e 3), tal
como é possível observar na Figura 4.9 e 4.10.

27
Figura 4.9 - Amostra com pigmento Figura 4.10 - Amostra com pigmento
azul do Fornecedor 2. azul do Fornecedor 3.

Tal como é possível observar na Figura 4.9 e 4.10, para a mesma percentagem de pigmento
azul adicionada, a tonalidade da cor final apresenta ligeiras diferenças, dependendo do
fornecedor. Deste modo, procedeu-se, novamente, à tentativa-erro para a obtenção da
tonalidade pretendida, apresentada na Figura 4.11.

Figura 4.11 - COR 1, obtida com


pigmento azul do Fornecedor 2.

O procedimento descrito para a cor azul foi adotado para as diferentes cores desenvolvidas.
No total foram aprovadas 42 cores de argamassa de juntas.

28
5. CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS

O presente trabalho teve, como principal objetivo, o estudo das diversas caraterísticas das
argamassas de juntas, bem como a criação de uma formulação que cumprisse na íntegra as
exigências e/ou critérios, exigidos pela norma prEN 13888-1:2021. Para tal, foram realizados
ensaios de resistência à flexão, à compressão e de absorção de água por capilaridade.
Concluiu-se que, através da realização dos ensaios, os valores da resistência compressiva
de cada ensaio não se enquadravam nos limites definidos na norma prEN 13888-2:2021, o que
indica que as formulações que já estavam em desenvolvimento no Laboratório de
Desenvolvimento e Investigação de argamassas necessitavam de ser melhoradas. Por este
motivo, foram realizadas novas formulações, variando a percentagem de duas resinas (A e B) e
a quantidade inicialmente adicionada de água. Esta fase de desenvolvimento de argamassa de
juntas, permitiu obter uma formulação que cumpre na íntegra os limites de validação alusivos
a cada um dos três ensaios referidos na norma prEN 13888-1:2021. No entanto, a formulação
da argamassa desenvolvida apresentou-se bastante instável aquando da adição de uma maior
quantidade de água, o que é considerado um ponto negativo quando aplicada em obra. Por
este motivo, não foi possível apresentar uma conclusão definitiva relativa a este
desenvolvimento.
O trabalho prosseguiu com o estudo do efeito da variação da percentagem de água
inicialmente adicionada à argamassa, para a mesma concentração de resina B. Foram
determinadas a resistências à compressão, a resistência à flexão e absorção de água por
capilaridade para os ensaios, que mostraram os efeitos da quantidade de água inicialmente
adicionada à argamassa. Constatou-se que, com o aumento da percentagem de água
adicionada, as resistências à compressão e à flexão diminuíram e, por sua vez, a absorção de
água por capilaridade aumentou.
O trabalho desenvolvido durante o estágio também se focou na criação de uma nova gama
de cores, com base nos atuais pigmentos aprovados. Assim, prepararam-se diversas amostras
com diferentes proporções dos diversos pigmentos, que resultou na aprovação de 42 cores.
O trabalho desenvolvido ao longo destes meses poderá ter continuidade, particularmente
no desenvolvimento da formulação da argamassa de juntas, de modo a possibilitar a obtenção
de uma formulação que, independentemente da quantidade de água adicionada inicialmente,
cumpra os limites designados pela normalização. Também se sugere a continuação do estudo
de uma formulação adequada a cada junta de cor, que permita uma total dispersão do
pigmento, para que seja possível a obtenção uniforme da mesma tonalidade do pigmento após
aplicação.
Por último, ressalvo ainda, a enorme importância da realização deste estágio, quer pelo
facto de ter sido uma ótima primeira experiência no mercado de trabalho, quer por me ter
proporcionado um enorme desenvolvimento a nível pessoal e, sobretudo, profissional.

29
30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] DIERA - Desde 1967. (s.d.). Diera. https://www.diera.pt/a-empresa/. [Acedido a 23-03-2022]


[2] DIERA - Missão, Visão, Valores e Política. (2018, May 3). DIERA. https://www.diera.pt/a-
empresa/missao-visao-valores-e-politica. [Acedido a 23-03-2022]
[3] Moraes, P. M. (s.d.). Argamassas de Revestimento E Assentamento.
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-civil-ii-1/argamassas-de-
revestimento-material-auxiliar. [Acedido a 26-03-2022]
[4] Seminário “Reboco de Edifícios Antigos.” (2013). Ponta Delgada: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil.
[5] Sousa, R. G. (s.d.). História do Cimento. História Do Mundo.
https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/historia-do-cimento.htm. [Acedido a 02-
04-2022]
[6] Argamassa. (2022, April 7). Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa. [Acedido a
03-04-2022]
[7] Cimento branco. (s.d.). Dicionário de Engenharia Civil.
https://www.engenhariacivil.com/dicionario/?s=cimento+branco. [Acedido a 03-04-2022]
[8] Resina. (s.d.). Dicionário de Engenharia Civil.
https://www.engenhariacivil.com/dicionario/?s=resina. [Acedido a 03-04-2022]
[9] Pigmento. (2022, May 23). Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pigmento. [Acedido a
05-04-2022]
[10] Pigmentos Orgânicos|Dicionário de Engenharia Civil. (s.d.).
https://www.engenhariacivil.com/dicionario/pigmentos-organicos. [Acedido a 05-04-2022]
[11] Koel Colours. (s.d.). https://www.koelcolours.com/blog/pigments/difference-organic-
pigments-
inorganicpigments/#:~:text=Organic%20pigments%20are%20generally%20derived,are%20use
d%20i n%20inorganic%20pigments. [Acedido a 10-04-2022]
[12] Propriedades de Pigmentos (Inorgânicos e Orgânicos) e de Corantes. (n.d.). Tecnologia Da
Borracha.
https://www.ctborracha.com/borracha-sintese-historica/materias-primas/pigmentos-
corantes/propriedades-de-pigmentos-e-corantes/. [Acedido a 01-04-2022].
[13] Consultoria, E. (2021, June 16). Ensaios Mecânicos: Tudo o que você precisa saber - Engloba
Consultoria. Engloba Consultoria Em Engenharia.
https://englobaconsultoria.com.br/2021/06/16/ensaios-mecanicos-tudo-o-que-voce-precisa-
saber/. [Acedido a 08-04-2022]
[14] Bristot, V. M., Guollo Bertan, L. E., Pereira Da Coreggio, N., Donadel Carvalho, K., De Noni,
A., Cargnin, M., & Tassi, R. (2017). Estudo de Propriedades Mecânicas de Placas Cerâmicas
Fotovoltaicas para Aplicação em Fachadas Ventiladas. Cerâmica Industrial, 22(2), 3-19.

31
NORMAS CONSULTADAS
prEN 13888-1:2021 - Grouts for ceramic tiles - Part 1: Requirements,
classification, designation, marking and labelling.
prEN 13888-2:2021 - Grouts for ceramic tiles - Part 2: Test methods.
NP EN 196-1:2006 - Métodos de ensaio de cimentos - Parte 1: Determinação das resistências
mecânica.
NP EN 196-1:2006 - Métodos de ensaio de cimentos - Parte 2: Análise química dos cimentos.

32
ANEXOS
ANEXO A– RESULTADOS OBTIDOS NA PRIMEIRA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES

Dando início ao processo de avaliação de resultados da primeira fase, construiu-se a Tabela


A1, na qual estão apresentados todos os valores relativos ao ensaio de resistência à flexão dos
12 provetes. Salienta-se, ainda, que a nomenclatura utilizada seguiu o protocolo definido pelo
laboratório.

Tabela A1 - Valores de resistência à flexão realizados nos provetes destinados ao ensaio de absorção de
água por capilaridade.

Resistência à flexão Resistência à flexão


Formulação Formulação
(MPa) (≥ 2,5) (MPa) (≥ 2,5)
1I 4,65 4I 4,45
1 II 4,40 4 II 3,45
2I 3,80 5I 4,70
2 II 4,55 5 II 4,85
3I 4,75 6I 4,55
3 II 3,75 6 II 4,40

Nas Tabelas A2 e A3, estão representados os desvios padrão de cada um dos ensaios.

Tabela A2 - Valores do desvio padrão alusivos aos ensaios de resistência à flexão e à compressão, para
as formulações 1 a 6.

Desvio padrão Desvio padrão


Formulação
Flexão (MPa) Compressão (MPa)
1 0,39 0,71
2 0,28 0,85
3 0,33 0,79
4 0,37 1,74
5 0,18 0,58
6 0,18 0,57

Tabela A3 - Valores do desvio padrão alusivos ao ensaio de absorção de água por capilaridade, para as
formulações 1 a 6.

Desvio padrão Desvio padrão


Formulação
Após 30 min (g) Após 240 min (g)
1 0,42 0,70
2 0,34 0,45
3 0,14 0,36
4 0,08 0,19
5 0,09 0,30
6 0,19 0,34

33
Os valores de absorção de água estão ilustrados da Tabela A4.

Tabela A4 - Valores alusivos ao ensaio de absorção de água por capilaridade.

Massa inicial Massa dos provetes (g)


Formulação dos provetes
(g) Após 30 min massa (≤ 5 g) Após 240 min massa (≤ 10 g)
1I 178,84 182,51 3,67 185,91 7,07
1 IA 209,90 212,77 2,87 216,03 6,13
1 II 194,87 198,21 3,34 201,55 6,68
1 IIA 193,67 196,26 2,59 198,88 5,21
2I 176,26 179,48 3,22 181,95 5,69
2 IA 211,47 214,46 2,99 216,85 5,38
2 II 202,44 205,97 3,53 208,96 6,52
2 IIA 191,44 194,04 2,60 197,67 6,23
3I 196,29 198,95 2,66 201,96 5,67
3 IA 193,68 196,19 2,51 198,71 5,03
3 II 206,02 208,88 2,86 211,98 5,96
3 IIA 180,97 183,81 2,84 186,80 5,83
4I 207,89 211,83 3,94 214,84 6,95
4 IA 189,79 193,60 3,81 196,42 6,63
4 II 202,90 206,75 3,85 209,55 6,65
4 IIA 188,80 192,52 3,72 195,23 6,43
5I 204,77 208,46 3,69 212,37 7,60
5 IA 188,72 192,23 3,51 195,86 7,14
5 II 181,85 185,48 3,63 189,46 7,61
5 IIA 215,34 218,79 3,45 222,24 6,90
6I 209,79 213,32 3,53 216,67 6,88
6 IA 184,02 187,37 3,35 190,25 6,23
6 II 188,84 192,71 3,87 196,00 7,16
6 IIA 204,15 207,84 3,69 210,93 6,78

34
Com os valores obtidos nos ensaios da segunda fase de análise, elaborou-se a Tabela A5.

Tabela A5 - Registo dos valores obtidos nos ensaios de flexão e compressão, respetivamente.

Resistência à flexão (MPa) Resistência à compressão Compressão média (MPa)


Formulação
(≥ 2,5 MPa) (MPa) (≥ 15 MPa)

15,10
1 III 4,25 15,10
15,10
14,50
1 IV 3,95 14,75
15,00
13,65
1V 3,65 13,50
13,35
15,45
2 III 4,10 15,13
14,80
15,10
2 IV 4,45 15,40
15,70
13,05
2V 4,00 13,95
14,85
14,50
3 III 4,30 14,75
15,00
12,70
3 IV 4,15 13,23
13,75
13,40
3V 4,00 13,28
13,15
10,75
4 III 4,30 10,73
10,70
13,75
4 IV 3,80 13,73
13,70
15,25
4V 4,20 14,80
14,35
15,10
5 III 4,75 14,25
13,40
15,10
5 IV 4,95 14,85
14,60
14,55
5V 5,20 14,73
14,90
14,90
6 III 4,90 14,45
14,00
14,85
6 IV 4,50 14,03
13,20
14,10
6V 4,40 14,18
14,25

35
ANEXO B – RESULTADOS OBTIDOS NAS NOVAS FORMULAÇÕES ORIGINADAS

Dando início ao processo de avaliação de resultados das novas formulações, construiu-se a


Tabela B1, na qual estão apresentados todos os valores relativos ao ensaio de resistência à
flexão dos provetes.

Tabela B1 - Valores de resistência à flexão realizados nos provetes destinados ao ensaio de absorção de
água por capilaridade.
Resistência à flexão (MPa) Resistência à flexão (MPa)
Formulação Formulação
(≥ 2,5 MPa) (≥ 2,5 MPa)
7I 2,44 10 I 4,30
7 II 2,50 10 II 3,15
8I 3,65 11 I 5,51
8 II 3,85 11 II 5,16
9I 3,90 12 I 4,35
9 II 3,95 12 II 4,02

Nas Tabelas B2 e B3, estão representados os desvios padrão de cada um dos ensaios.

Tabela B2 - Valores do desvio padrão alusivos aos ensaios de resistência à flexão e à compressão, para
as formulações 5 a 12.

Desvio padrão Desvio padrão


Formulação
Flexão (MPa) Compressão (MPa)
5 0,18 0,58
6 0,18 0,57
7 0,26 0,05
8 0,27 0,69
9 0,29 0,69
10 0,27 0,29
11 0,46 0,58
12 0,24 0,70

Tabela B3 - Valores do desvio padrão alusivos ao ensaio de absorção de água por capilaridade, para as
formulações 5 a 12.
Desvio padrão Desvio padrão
Formulação
Após 30 min (g) Após 240 min (g)
5 0,09 0,30
6 0,19 0,34
7 0,20 0,54
8 0,52 1,06
9 0,23 0,51
10 0,08 0,25
11 0,19 0,22
12 0,31 0,42

36
Os valores de absorção de água estão ilustrados da Tabela B4.

Tabela B4 - Valores alusivos ao ensaio de absorção de água por capilaridade.

Massa inicial Massa dos provetes (g)


Formulação dos provetes
(g) Após 30 min massa (≤ 5 g) Após 240 min massa (≤ 10 g)
7I 149,53 158,82 9,29 169,27 19,74
7 IA 177,12 185,92 8,80 195,35 18,23
7 II 149,24 158,36 9,12 168,21 18,97
7 IIA 177,04 186,33 9,29 195,91 18,87
8I 179,20 185,60 6,40 192,71 13,51
8 IA 208,33 214,52 6,19 220,06 11,73
8 II 167,71 173,16 5,45 179,22 11,51
8 IIA 212,46 217,59 5,13 223,03 10,57
9I 224,15 228,00 3,85 231,40 7,25
9 IA 176,04 180,06 4,02 183,86 7,82
9 II 219,12 222,53 3,41 225,58 6,46
9 IIA 177,55 181,15 3,60 184,37 6,82
10 I 210,36 215,13 4,77 219,50 9,14
10 IA 179,60 184,51 4,91 189,19 9,59
10 II 202,03 206,87 4,84 211,17 9,14
10 IIA 184,09 189,08 4,99 193,76 9,67
11 I 200,46 204,34 3,88 206,60 6,14
11 IA 215,85 219,34 3,49 221,66 5,81
11 II 212,43 215,93 3,50 218,04 5,61
11 IIA 204,26 208,11 3,85 210,38 6,12
12 I 192,91 197,27 4,36 199,56 6,65
12 IA 205,49 210,13 4,64 213,08 7,59
12 II 194,50 198,28 3,78 201,02 6,52
12 IIA 211,60 215,98 4,38 218,73 7,13

37
Com os valores obtidos nos ensaios da segunda fase de análise, elaborou-se a Tabela B5.

Tabela B5 - Registo dos valores obtidos nos ensaios de flexão e compressão, respetivamente.

Resistência à flexão (MPa) Resistência à Compressão média (MPa)


Formulação
(≥ 2,5 MPa) compressão (MPa) (≥ 15 MPa)

7,15
7 III 2,55 7,20
7,25
7,25
7 IV 2,90 7,28
7,30
7,30
7V 2,10 7,25
7,20
12,40
8 III 4,10 12,45
12,50
11,25
8 IV 3,45 11,63
12,00
11,70
8V 3,35 12,58
13,45
15,00
9 III 4,55 14,43
13,85
14,85
9 IV 4,20 14,15
13,45
14,55
9V 4,60 13,88
13,20
13,00
10 III 3,90 12,85
12,70
13,65
10 IV 3,50 13,38
13,10
13,30
10 V 3,85 13,25
13,20
16,90
11 III 4,85 16,98
17,05
16,40
11 IV 5,05 16,83
17,25
16,00
11 V 4,05 15,83
15,65
14,05
12 III 4,25 14,83
15,60
14,80
12 IV 4,45 15,35
15,90
15,50
12 V 4,75 15,80
16,10

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