Petição Intercorrente
Petição Intercorrente
Petição Intercorrente
28/08/2023
Número: 0024321-62.2018.4.01.3700
Classe: RECURSO INOMINADO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 2ª Turma Recursal da SJMA
Órgão julgador: 1ª Relatoria da 2ª Turma Recursal da SJMA
Última distribuição : 31/01/2019
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0024321-62.2018.4.01.3700
Assuntos: Indenização por Dano Moral
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
LIVIO MADEIRA CARVALHO (RECORRENTE) MYRELLA MENDES DE SOUSA SILVA (ADVOGADO)
BRUNO ROCIO ROCHA (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (RECORRIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
32741 17/07/2023 20:35 Petição intercorrente Petição intercorrente
6152
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-REGIONAL DA UNIÃO DA 1ª REGIÃO
NÚCLEO GESTOR (PRU1R/COREJEF/NUG)
NÚMERO: 0024321-62.2018.4.01.3700
AGRAVANTE(S): UNIÃO
AGRAVADO(S): LIVIO MADEIRA CARVALHO
P. deferimento.
Brasília.
EGRÉGIA TURMA
RAZÕES DO AGRAVO
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 1
https://pje2g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071720350460700000318216598
Número do documento: 23071720350460700000318216598
Trata-se de agravo interposto contra decisão que inadmitiu incidente de uniformização por
entender que a análise do pedido de uniformização estaria em conformidade com entendimento
consolidado em representativo de controvérsia da TNU, nos termos do art. 84, IV, b, do Regimento Interno
da TRU.
§ 3º Da decisão proferida com fundamento nos incisos II, III, IV e V deste artigo
caberá agravo interno, no prazo de 15 dias, a contar da intimação, o qual, após o
decurso de igual prazo para contrarrazões, será julgado pela turma recursal que
prolatou o acórdão impugnado, exercendo o juízo de admissibilidade dos pedidos de
uniformização mediante decisão irrecorrível.
Isso Porque, a tese fixada pela TNU, tema 212 (Processo n° 0507165-
55.2018.4.05.8400/RN), não transitou em julgado, uma vez que a União interpôs Pedido de Uniformização
de Jusrisprudência ao STJ e Recurso Extraordinário, ambos admitidos:
DESPACHO/DECISÃO
Chamo o feito à ordem.
Na decisão constante do Evento 86 - DESPADEC1, apenas foi analisada a admissibilidade
do Recurso Extraordinário, tendo passado despercebido o Pedido de Uniformização dirigido ao STJ.
Sendo assim, passo à análise do incidente endereçado ao STJ, fazendo-a integrar ao
anterior decisum, nos seguintes:
Trata-se de pedido de uniformização de jurisprudência dirigido ao STJ e
recurso extraordinário, interpostos contra acórdão da TNU, o qual firmou o entendimento de que: "O
MILITAR PROMOVIDO TEM DIREITO AO RECEBIMENTO INTEGRAL DO AUXÍLIO-FARDAMENTO NO
VALOR DE UM SOLDO DO NOVO POSTO OU GRADUAÇÃO, MESMO QUE TENHA RECEBIDO A
MESMA VANTAGEM ANTERIORMENTE DENTRO DO PRAZO DE UM ANO, SENDO ILEGAL A
LIMITAÇÃO IMPOSTA PELO ART. 61 DO DECRETO N. 4.307/2002".
É, no essencial, o relatório.
Os recursos merecem seguimento.
Pedido de uniformização de jurisprudência ao STJ
A fim de demonstrar a divergência jurisprudencial justificadora do pedido de uniformização,
indica-se o paradigma do STJ: Recurso Especial repetitivo nº 1.257.665/CE (Tema 538).
Tenho por preenchidos os pressupostos de admissibilidade, motivo pelo qual, o pedido deve
ser analisado pela Corte Superior de Justiça (art. 31, caput, do RITNU).
Recurso Extraordinário
Sustenta-se, em síntese, violação ao "artigo 5o, inciso II e art. 37, caput ( Princípio da
Legalidade), artigo 2o (Princípio da Separação de Poderes), art. 5o ( Princípio da Isonomia) e art. 84, IV
(Poder Regulamentar)."
Em um primeiro juízo de admissibilidade, verifico que o recurso interposto atende aos
requisitos formais necessários, quais sejam: a) legitimidade e interesse recursal; b) recurso interposto
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Número do documento: 23071720350460700000318216598
contra decisão de mérito exarada pelo colegiado desta TNU; c) demonstração de alegada ofensa a
dispositivo da Constituição Federal/1988; e d) demonstração de alegada existência de repercussão geral
da matéria discutida no feito.
Ante o exposto, com fundamento no art. 7º, X, do RITNU, admito o pedido uniformização
e, com base no art. 32, §2º, do mesmo regimento, admito o Recurso Extraordinário, determinando,
primeiramente, a remessa do feito ao Superior Tribunal de Justiça.
Intimem-se.
“Art.61 - Se o militar for promovido, ou enquadrado nas alíneas "b" ou "c" da Tabela II
do Anexo IV da Medida Provisória no 2.215-10, de 2001, no período de até um ano
após fazer jus ao auxílio fardamento, ser-lhe-á devida a diferença entre o valor
do auxílio referente ao novo posto ou graduação, e o efetivamente recebido.”
(grifo nosso)
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Consoante se observa, a MP 2.215/2001, ao estabelecer o auxílio-fardamento e fixar os
seus valores representativos, remeteu, expressamente, à regulamentação administrativa, as
condições para a sua percepção.
Como se observa, o ponto fulcral analisado nos presentes autos e que contraria
frontalmente a jurisprudência firmada por este C. Superior Tribunal de Justiça é a análise de
legalidade de limitação temporal por ato secundário ou norma infralegal.
E, nesse espectro, para deixar bem definida a adequação deste caso concreto ao tema 538
do Superior Tribunal de Justiça, cumpre transcrever o teor da tese firmada no julgamento do Resp
1257665/CE:
Assim, observa-se que há perfeita adequação entre o tema tratado no acórdão recorrido e o
Tema 538 do Superior Tribunal de Justiça (Resp 1257665/CE), pois trata-se exatamente de questão
relativa à fixação de limitação temporal para o recebimento de indenização prevista em lei.
A tese fixada no tema 538 é clara no sentido que sua ratio decidendi trata da
possibilidade da norma regulamentadora prever limitação temporal, ou seja, sobre o
estabelecimento de condições relativas à limitação temporal em atos normativos secundários.
Para corroborar a aplicação da tese fixada no tema 538 no caso em concreto, apresenta a
União o voto divergente, proferido pelo i. Juiz Federal Ivanir Cesar Ireno Júnior, nos autos do
processo 0507165-55.2018.4.05.8400 que afirma que não se vislumbra distinção que justifique a não
aplicação ao caso em questão da ratio decidendi do tema 538 do STJ, que confirmou a legalidade
de ato normativo secundário editado para impor restrição temporal semelhante e mais severa ao
gozo do direito que está em discussão nestes autos.
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Número do documento: 23071720350460700000318216598
9. Sobre o estabelecimento de condições em atos normativos secundários, em
situações como a presente, registrou o ministro Herman Benjamin, relator do tema
538 do STJ:
7. Ao estabelecer "condições" (que o vernáculo entende, entre outros sentidos,
como antecedente necessário), a Lei permite restrições/limitações que nada
mais são que requisitos que qualificam o servidor para o recebimento da
indenização – e tal regulamentação não é de competência exclusiva do
Presidente da República (Precedentes do STF).
10. E o Decreto 4.307/2002 nada mais fez do que estabelecer, como condição da
percepção integral da parcela, uma limitação temporal para evitar a dupla e
desnecessária percepção do valor total do auxílio em período inferior a um ano
, que preza pela razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, economicidade
do patrimônio público, impessoalidade e eficiência.
11. Digo desnecessária porque os fardamentos adquiridos com o primeiro auxílio -
percebido recentemente - ainda estão novos e não precisando de substituição. A
própria MP, no seu anexo, prevê periodicidade da troca em três anos, com
percepção de auxílio-fardamento (anexo IV, tabela II, item 'j'). E razoável porque a
limitação é curtíssima e garante a percepção do valor referente à diferença
remuneratória entre o novo posto ou graduação e o efetivamente recebido, para
aquisição de divisas e outros detalhes secundários que mudam no fardamento com a
promoção.
12. Nesse contexto, é certo que o decreto regulamentar, emitido por
determinação expressa da MP, não violou ato normativo primário ou
estabeleceu condição de acesso que deveria estar presente na lei.
Simplesmente, adequou a lei e o benefício aos já citados princípios constitucionais
anteriormente invocados.
13. Por fim, redobrando as vênias, não consigo alcançar a distinção feita pelo
relator para não aplicar ao caso a mesma ratio decidendi do tema 538 do STJ,
que confirmou a legalidade de ato normativo secundário editado para impor
restrição temporal semelhante e muito mais severa a gozo do direito do que a
que está em discussão nestes autos. E aqui esclareço que, na essência, é de
restrição temporal que se trata, com reflexos secundários no valor do benefício,
motivo pelo qual a fixação de valor do auxílio-fardamento na MP não tem o condão
de afastar a plena compatibilidade vertical do decreto regulamentador com a MP.
14. Eis o teor do tema 538 do STJ:
A fixação de limitação temporal para o recebimento da indenização prevista no
art. 53, I, da Lei 8112/1990, por meio de normas infralegais, não ofende o
princípio da legalidade.
15. No citado tema, estava em discussão a legalidade de resolução do CJF que
vedou a nova percepção de ajuda de custo para custear mudança de servidor
em periodicidade inferior a 01 ano.
16. A Lei 8.112/91, como a MP 2.215-10/2001, não trouxe limitação temporal para a
percepção da verba. Simplesmente estabeleceu que os valores e as condições para
a sua concessão serão estabelecidos em regulamento (art. 52). Sobre o valor,
inclusive, também trouxe parâmetros a serem observados pela
regulamentação, ou seja, de que seria calculada sobre a remuneração do servidor,
não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses (art. 54).
17. Como se vê, o STJ chancelou a legalidade do ato normativo regulamentador
do CJF, que impôs limitação temporal não prevista em lei para a percepção de uma
segunda ou terceira ajuda de custo. E como já referido, a regra chancelada pelo STJ
era mais restrititva que a presente, uma vez que vedou totalmente a percepção de
nova ajuda de custo, ainda que o fato gerador mudança tenha ocorrido, sem
garantir parcela mínima para cobrir despesas extras decorrentes da nova mudança.
18. Extraio, de importante, do acórdão e do voto do relator:
ADMINISTRATIVO. AJUDA DE CUSTO. CARGO EM COMISSÃO.
DESLOCAMENTO. LEGITIMIDADE DA LIMITAÇÃO TEMPORAL. LEI QUE
AUTORIZA FIXAÇÃO DE "CONDIÇÕES" EM REGULAMENTOS. PRINCÍPIOS DA
MORALIDADE ADMINISTRATIVA, DA RAZOABILIDADE, DA IMPESSOALIDADE,
DA EFICIÊNCIA E DA ECONOMICIDADE DA GESTÃO PÚBLICA. PRECEDENTES
EM OUTROS SISTEMAS. INAPLICABILIDADE DOS PRECEDENTES REFERIDOS
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 5
https://pje2g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071720350460700000318216598
Número do documento: 23071720350460700000318216598
NO APELO. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. RECURSO EXAMINADO PELO
REGIME DO ART. 543-C DO CPC.
[...]
7. Ao estabelecer "condições" (que o vernáculo entende, entre outros sentidos,
como antecedente necessário), a Lei permite restrições/limitações que nada
mais são que requisitos que qualificam o servidor para o recebimento da
indenização – e tal regulamentação não é de competência exclusiva do
Presidente da República (Precedentes do STF).
8. Os princípios não se exaurem em escopos obtusos, inserem-se num
sistema vasocomunicante, permeável por uma interpretação evolutiva, voltada
a proporcionar decisão justa e ponderada, na qual prevalecem valores maiores
e consentâneos com a coesão sistêmica. Nessa linha, a medida limitadora tem
seu espectro inserido nos princípios da moralidade administrativa, da
razoabilidade, da impessoalidade, da eficiência e da economicidade da gestão
pública.
[...]
10. O Conselho Nacional de Justiça – CNJ já tratou do tema, porque relacionado
com pedido de ajuda de custo deduzido por magistrado, no paradigma constante dos
Pedidos de Providência 2007.10000007809 e 2007.10000011825. Afirmou-se:
"Observo ainda que os decretos regulamentadores da ajuda de custo, no plano
federal, limitam a concessão da ajuda de custo a um ano, ou seja, o magistrado não
pode receber em período inferior a um ano mais de uma ajuda de custo. Esta regra
deve ser seguida nas concessões de ajuda de custo, sob pena de conversão dos
magistrados em peregrinos, contrariando inclusive a própria natureza da ajuda de
custo, com o que a ajuda de custo somente é devida em remoções que ocorrerem
em prazo superior a um ano" (grifo acrescentado).
11. A Resolução 382/2008 do STF, por sua vez, dispõe sobre a concessão de ajuda
de custo no âmbito daquele Tribunal e assevera que "não será concedida ajuda de
custo ao Ministro ou ao servidor que: I - tiver recebido indenização dessa espécie no
período correspondente aos doze meses imediatamente anteriores, ressalvada a
hipótese de retorno de ofício, de que trata o § 6º do art. 3º" (grifo acrescentado).
19. Em resumo, não vejo motivo para, no caso dos autos, dar tratamento diverso e
privilegiado ao auxílio-fardamento dos militares, em homenagem aos princípios
constitucionais já invocados, que forem bem observados pelo decreto
regulamentador, que em momento algum amesquinhou ou desvirtuou o a parcela
indenizatória prevista em lei.
Como muito bem destacado, a restrição de que trata o Decreto 4.307/2002 é de natureza
temporal, com consequentes reflexos secundários no valor do benefício, razão pela qual jamais a fixação
do valor, que decorre diretamente da limitação temporal, pode afastar a plena compatibilidade de decreto
regulamentador com a MP 2.215/2001.
Por pertinência, ainda para configuração do cotejo analítico, cumpre trazer agora os
seguintes trechos do voto do Relator do Repetitivo 1.257.665 (Tema 538) , Ministro Herman Benjamin:
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 6
https://pje2g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071720350460700000318216598
Número do documento: 23071720350460700000318216598
À luz da boa hermenêutica, não é imperativo que essa regulamentação seja feita por
meio de norma hierárquica imediatamente inferior (decreto), consoante interpretação
açodada do art. 84, VI, da CF pode sugerir. Conforme decidido no RE 570.680/RS
(Relator Min. Ricardo Lewandowski, Pleno, j. 28.10.2009 – repercussão geral), a
competência regulamentadora não é exclusiva do Presidente da República. É o que
se extrai da ementa quando afirma que "é compatível com a Carta Magna a norma
infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a
faculdade de estabelecer alíquotas do Imposto de Importação. Competência que não
é privativa do Presidente da República".
No voto do relator, foi dito:
A competência excepcional conferida ao poder Executivo da União para alterar as
alíquotas do tributo em questão, dentro das condições e dos limites estabelecidos
nas leis e regulamentos pertinentes, decorre, exatamente, de seu caráter regulatório,
cuja conformação deve amoldar-se, com maior presteza possível, às vicissitudes dos
mercados nacional e internacional.
No mesmo sentido, cfr.: RE 225.655/PB, Relator Min. Ilmar Galvão, j. 21.3.2000).
Daí decorre a razoável afirmação do acórdão recorrido, no sentido de que "é de ser
rejeitada a alegação de violação ao princípio da legalidade, uma vez que a
vedação constante da Resolução CJF nº 461, de 15 de agosto de 2005 (e
Resolução CJF 4/2008), e do Ato do TRF nº 801, de 14 de setembro de 2005,
decorre do princípio da moralidade administrativa, tendo por fim evitar os
pedidos de remoção com o propósito específico de obtenção da vantagem
pecuniária". De fato, a medida limitadora tem seu espectro inserido nos
princípios da moralidade administrativa, da razoabilidade, da impessoalidade,
da eficiência e da economicidade da gestão pública
O fator tempo não pode ser desconsiderado por ocasião da fixação de limites
para a concessão de ajuda de custo, que, diante dos fundamentos atrelados à
ratio do benefício, aos impactos financeiros da presente decisão, à
conveniência e oportunidade da concessão, ao histórico do tratamento da
matéria e, especialmente, ao paradigma dado pelo STF e CNJ, recomenda seja
mantida a limitação temporal.¿
Ir além e questionar os termos em que estabelecido o limite temporal exigiria a
invasão do mérito do ato administrativo e da Resolução em comento, o que é
permitido apenas em hipótese excepcional de flagrante ilegalidade (cfr. AgRg
no Ag 1.298.842/RJ, Segunda Turma, Relator Ministro Castro Meira, DJe
29/6/2010 e AgRg nos EDcl no REsp 902.419/RS, Segunda Turma, Relator
Ministro Humberto Martins, DJe 15/2/2008 ), ausente no caso concreto.
(...)
Pelas razões acima expostas, estabeleço a seguinte tese para o Recurso Repetitivo:
"A fixação de limitação temporal para o recebimento da indenização prevista
no art. 53, I, da Lei 8112/1990, por meio de normas infralegais, não ofende o
princípio da legalidade"
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 7
https://pje2g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071720350460700000318216598
Número do documento: 23071720350460700000318216598
Por fim, cabe destacar os acórdãos confrontados demonstram claramente a disparidade de
entendimento sobre o mesmo tema.
Acórdão:
b) o STJ firmou a tese no sentido diametralmente oposto, qual seja, reconhecendo que a
fixação da limitação temporal para o recebimento da indenização, por meio de normas infralegais, não
ofende o princípio da Legalidade.
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 8
https://pje2g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071720350460700000318216598
Número do documento: 23071720350460700000318216598
o PUJ interposto.
DOS REQUERIMENTOS.
Diante do exposto, a União requer o acolhimento do presente Agravo, para que seja
reformada a decisão recorrida, com a consequente admissão do incidente de uniformização interposto.
Pede deferimento.
Assinado eletronicamente por: SAMUEL LAGES NEVES LOPES - 17/07/2023 20:34:37 Num. 327416152 - Pág. 9
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Número do documento: 23071720350460700000318216598