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História

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Resumo de História

Parte A: A Revolução de 1820

Principais diferenças entre o cartismo e o setembrismo:


● cartismo: Isabel Maria que escreve a D Pedro, o seu irmão, que suspende a Constituição de
1822 e faz publicar a Carta Constitucional de 1826.
Esta Carta dava mais poder ao rei e ao clero e é diferente da Constituição nos seguintes aspetos:
- Existência de um sistema bicamaral (2 câmaras): A câmara dos Pares, que era feita por
nomeação régia, e a câmara dos Deputados, uma câmara eleita através do sufrágio censitário,
em que só votavam os cidadãos com mais de 100 mil reis de rendimento;
- Existência do novo poder, o poder moderador que dava ao rei várias vantagens, como o
poder de demitir o governo, dissolver as Câmaras, aplicar o poder executivo através dos seus
ministros e usar o veto definitivo para proibir a publicação de algumas leis. era um poder
definitivo;
Mas D. Pedro abdicou os seus direitos à Coroa Portuguesa na filha D. Maria da Glória, que deveria
casar com o seu tio D. miguel que jurava a Carta e tornava-se rei de portugal, em 1828.
Após a guerra civil, D.Pedro assumiu regência liberal e o cartismo triunfou em Portugal
Características- apoiante do livre-arbítrio ao nível extremo;
● setembrismo: devido ao grande descontentamento pela grande desigualdade social entre a
Alta Burguesia, pequena burguesia e os desfavorecidos, houve a Revolução de Setembro
devido à atuação do governo cartista. Também havia uma variedade de pensamento político
entre os liberais que, ou apoiavam a Constituição de 1822 ou a Carta de 1826.
A Guarda Nacional rodeou a Rainha no palácio da Ajuda e fizeram-lhe a petição de voltar ao vintismo
com as mudanças necessárias. Esta situação levou a Rainha a demitir o governo para evitar uma nova
guerra entre os liberais, tendo nomeado um novo governo chefiado pelo visconde Sá de Bandeira e
Passos Manuel, o setembrismo.
Medidas:
- Os setembristas, apoiados pela pequena e média burguesia, voltaram a ser protecionistas, por
isso, criaram uma pauta alfandegária pela qual todos os produtos estrangeiros que fizessem
concorrência aos portugueses eram obrigados ao pagamento de uma taxa;
- Reforma do ensino, feita por Passos Manuel: criou os liceus, escolas politécnicas, de
belas-artes em Lisboa e no Porto, e reformou a universidade, criando departamentos
médico-cirúrgicos;
- Investimento estrangeiro a África para compensar a perda do Brasil;
O resultado destas medidas não foi o esperado, revelando o fracasso da política económica setentista.

O cabralismo:
O descontentamento económico levou a alta burguesia e a nobreza a atacar o governo setembrista e
através de um golpe palaciano, Costa Cabral, ministro da justiça dos setembristas, torna-se o 1º
ministro e iniciando-se o cabralismo.
Principais medidas:
- Restauração da Carta Constitucional;
- Abolição da Constituição de 1838;
- Publicação do Código Administrativo de 1842;
- Criação do Banco de Portugal;
- Criação da Companhia de obras públicas de Portugal, em 1844, à qual foram adjudicadas
várias obras, tal como a construção de estradas e de pontes;
- Criação do Tribunal de contas;
- Criação da Companhia de Tabacos, sabão, pólvoras;
- Criação da Companhia da Confiança Nacional e das Estradas do Minho;
Costa Cabral ainda contraiu empréstimos ao estrangeiro e aumentou a dívida pública. Sempre que
tinha de pagar juros, lançava impostos que afetam toda a população. A situação da miséria provocou
tumultos e revolta.
A publicação da Lei da Saúde que proibia os enterramentos nas Igrejas e colocava os cemitérios fora
das localidades foi o rastilho para a revolta da Maria da Fonte, abrindo caminho a um processo que
leva o país a uma quase guerra civil, a Patuleia, uma guerra entre os monárquicos e os liberais. Para
acabar com esta situação, foi necessário a intervenção estrangeira (Áustria, Inglaterra e Espanha).
Na impossibilidade de um acordo político, houve a Convenção de Gramido, em 1847, que estipulava
que ninguém seria castigado e que a Rainha nomeava um novo governo sem os cabrais. A acalmia
política chegou por fim em 1851 com a Regeneração.

Parte B: O Liberalismo

Com as Revoluções Liberais existentes houve a implantação do Liberalismo.


Características:
- Liberdade;
- Igualdade;
- Segurança;
- Propriedade;

Direitos Naturais

- Cidadão que intervêm na governação;


- Eleitores, que escolhem os representantes das assembleias;
- Detentores de cargos que elaboraram as leis e administravam o país;
- Existência do sufrágio censitário;

Liberalismo moderado, garante os interesses dos burgueses

O liberalismo político, para evitar o despotismo, aplicou uma série de fórmulas que limitam o poder,
fundamentando-se em diplomas constitucionais, para que a divisão de poderes e a soberania nacional
fossem características aplicadas.
Eram as Constituições que legitimaram o poder político: As Constituições propriamente ditas votadas
pelos representantes da nação, e as Cartas Constitucionais, outorgadas pelos soberanos.
Para que houvesse a separação de poderes, era feita a distribuição dos diversos poderes pelos
diferentes órgãos de soberania.
O Liberalismo tinha um sistema representativo, a quem cabia as funções legislativas e a supervisão do
poder executivo. O liberalismo moderado era apoiante do bicameralismo, havia uma câmara baixa e
uma câmara alta.
Além disso, ele apoiava um Estado Laico, separando a esfera política da religiosa.
Já o liberalismo económico reagiu contra qualquer forma de tirania. Este teve origem no
fisiocratismo, defendido por Quesnay, que se baseava na ideia de que a Terra era a única fonte de
riqueza e que a agricultura deveria modernizar-se de forma a dar lucro que fosse investido nos outros
setores de atividade. Deveria existir liberdade de comércio baseado na frase “laissez faire, laissez
passer” (deixai fazer, deixai passar).
Foi Adam Smith que criou o Liberalismo económico, que se baseava nas ideias de:
- Defesa da livre iniciativa e da livre concorrência;
- Defesa da propriedade privada;
- Defesa da não intervenção do Estado na economia;

O Estado deveria assegurar as condições para o desenvolvimento económico:
- Aprovação de medidas que favorecessem a livre circulação de mercadorias (livre
cambismo);
- Promoção de políticas não-dirigistas;
- Garantia das regras de mercado (lei da oferta e da procura);

Parte C: O Romantismo

O Romantismo marcou a literatura, as artes e a música na primeira metade do século XIX.


Os Românticos centraram as atenções no indivíduo arrebatado pelo sentimento e pela paixão, pela
solidão e pela melancolia. Este tornou-se a expressão da ideologia liberal, pois a liberdade foi um dos
temas mais caros do Romantismo.
O romantismo na arquitetura não se mostrou tão inovadores como na pintura, pois o modelo clássico
continuava a ser a principal fonte de inspiração.
Principal escultura do romantismo: o grupo escultórico “ A Dança”, de J.B. carpeaux, devido ao
movimento e intensa emoção.

Parte D: A Revolução Industrial

As três fases existentes da revolução industrial são o capitalismo concorrencial, em seguida do


capitalismo monopolista e por fim o capitalismo monopolista de Estado.
No século XIX, entrou-se para a segunda fase, em que houve notáveis progressos tecnológicos que
transformaram as formas de produção. A indústria tornou-se o motor da economia.
Inicia-se então uma ligação entre a ciência e a técnica: universidades, institutos e empresas
desencadeiam grandes progressos como nunca antes vistos. Um novo conjunto de inovações, tais
como novas fontes de energia, novos setores produtivos, novos meios de transportes e de
comunicação, marcaram a Segunda Revolução Industrial.

- Foi a siderurgia que se transformou na indústria de ponta desta nova Revolução, mas a
indústria química foi sim um dos setores mais característicos da Revolução, tal como a
siderurgia.

- Houve o desenvolvimento de 2 novas fontes de energia: o petróleo e a eletricidade. O petróleo


foi considerado um “ouro negro”, em que os seus derivados se tornaram os combustivéis do
futuro. Já a eletricidade substituiu o gás na iluminação e os carros elétricos, bem como o
metropolitano que pôs um fim nos transportes animais. Foi uma das conquistas mais
marcantes na era industrial: sem ela não teria sido possível a invenção do telégrafo, do
telefone, do gravador de som, de rádio e do cinema.
- Os transportes também foram elementos essenciais à industrialização. Para que a economia
não estagnasse, era necessário movimentar de forma rápida e barata, então criou-se o
comboio, os navios a vapor e o automóvel. O comboio foi identificado como um progresso
devido ao elevado impacto económico nas vias-férreas.

A concentração industrial e bancária:


A grande fábrica tornou-se o emblema do capitalismo industrial. As fábricas tornaram-se em grandes
empresas, envolvendo enormes capitais. Assim, já que uma empresa tinha capitais suficientes para
investir na inovação e produzir preços competitivos.
A grande empresa dominava todas as fases de produção.
A concentração de empresas foi favorecida pelo progresso tecnológico, conseguindo também resistir
às crises que abalavam a economia.
As pequenas empresas foram à falência ou deixaram-se absorver pelas firmas mais poderosas.

Os bancos desempenharam um papel importante no crescimento económico no século XIX- tiveram


um grande crescimento, diminuindo as instituições e permitindo a eficaz centralização das poupanças
dispersas para o investimento lucrativo. Estes também participaram no desenvolvimento industrial,
injetando capitais próprios nas empresas de transportes e de siderurgia.

Racionalização do trabalho
Com o aumento da concorrência, os empresários teriam de produzir com qualidade e a baixo preço.
Sendo assim necessário rentabilizar os recursos materiais e humanos, nascendo assim o:
- Taylorismo: apoiava a divisão máxima do trabalho, a cada operário cabia apenas uma das
tarefas, e o trabalhador seguinte continuava-a, num tempo mínimo- cadeia de produção.
Resultante apenas na produção de objetos iguais e estandardizados, adaptando-se ao comércio de
massas. Eram uma máquina humana;
- Fordismo: Ford elevou os salários como forma de compensar a dureza do trabalho, devido às
denúncias da desumanização do taylorismo, transformando o operário num mero autómato.

Parte E: A Geografia da industrialização

A dinâmica industrial propagou-se rapidamente. O Japão e os EUA foram uns dos países mais
industrializados.
- EUA: Em 1830, os Estados Unidos entram na era industrial.
Tal como na Inglaterra, a indústria têxtil impulsionou as primeiras fábricas, crescendo rapidamente,
devido à abundância de algodão e lã.
No entanto, o que fez crescer a economia foi o setor siderúrgico. Na mesma época, desenvolveram-se
setores energéticos mais modernos, como a eletricidade e o petróleo. Pouco tempo depois, foi o tempo
da indústria automóvel, que também se expandiu.
No fim do século XIX, os EUA tornaram-se a primeira potência industrial do mundo: lideraram a
produção mundial de carvão, petróleo, ferro, aço, cobre, chumbo, zinco e alumínio, enquanto a sua
produção têxtil detinha o segundo lugar mundial. Esta posição dos Estados Unidos deu-se devido ao
declínio da Europa na 1ª Guerra Mundial.
- Japão: O Japão foi o único país que se emancipou, pondo um fim aos séculos de isolamento e
finalmente se abrindo ao mundo.
O Japão ficou conhecido numa era de progresso, a Meiji: um programa de desenvolvimento
económico, mantendo a cultura japonesa. As reformas Meiji transformaram, em 1868, o Japão de um
país agrícola e atrasado, para uma nação industrial com uma grande competitividade.
O Japão industrializou-se com a ajuda do Estado, que:
- Promoveu a entrada de capitais e técnicos estrangeiros;
- Financiou a criação de novas indústrias;
- Intenso crescimento demográfico e forte orgulho nacional devido à siderurgia, construção
naval e do têxtil de seda;

Parte F: As debilidades do livre-cambismo- as crises cíclicas

Ao longo do século XIX, o livre-cambismo (trocas internacionais, vendia-se o máximo possivél para
ter o maior lucro possível) foi-se instalando nas várias economias nacionais e à medida que a
industrialização avançava e a revolução dos transportes se aproximava, tornava-se necessário fazer
mais investimentos e associações entre os investidores.
Por vezes, surgiram crises violentas que prejudicaram várias classes sociais. Essas crises eram
cíclicas, devido à superprodução. As mais importantes foram a de 1845 e a de 1866.
Estas crises derivam de orçamentos mal feitos que levam as empresas de construção ferroviária e
naval a irem à falência do fim da obra. Assim, gera-se:
● despedimentos e desemprego;
● diminuição da procura;
● acumulação dos stocks;
Inicia-se assim a superprodução, pois produzia-se mais do que o necessário. Estas crises dividem-se
em 3 fases: a 1ª a fase de ascensão, a 2ª é o cume de desenvolvimento e o início da crise, e, por
último, a fase da depressão.

- A crise de 1845: Vários orçamentos mal feitos para a linha de Manchester provocaram
falências em empresas e de Joint Banks, desenvolvendo todos os mecanismos que levaram à
acumulação e à superprodução;
- A crise de 1866: Contexto semelhante, mas atingiu a Bolsa de Londres, as suas ações e o
valor das cotações em Bolsa, falindo alguns bancos regionais e muitas empresas estrangeiras
cotadas com a Bolsa de Londres. A crise estendeu-se para outros países, no caso de Portugal,
devido à impossibilidade de contrair novos impostos, ocorrendo uma crise em 1891 que gera
a bancarrota em 1892, Estas crises vão se repetindo e acentuando a superprodução até à crise
de 1929;
- A crise de 1891: Deu-se devido aos projeto fontista e regenerador, em que os lucros eram
sempre menores do que o esperado, levando ao défice da balança comercial. A realização de
empréstimos aumentou e a dependência dos capitais estrangeiros também, logo levou à
falência do Banco Londrino e levou à bancarrota, devido à impossibilidade de fazer novos
empréstimos.

Parte G: A Regeneração

Em meados do século XIX inicia-se em Portugal um período de estabilidade política, consolidação do


regime Liberal e de crescimentos económicos, com o objetivo de haver uma pacificação social e uma
paz com ordem- Regeneração;
Houve a revisão da Carta Constitucional, pelo Ato Adicional de 1852, em que se criaram condições
favoráveis no regulamento do funcionamento das instituições políticas. A alternância política que
houve foi o rotativismo partidário (alternância no poder dos partidos políticos de acordo com os
resultados eleitorais), aplicando a tranquilidade política e social, tal como os princípios liberais,
harmonizando os interesses da alta burguesia.
Para melhorar as infraestruturas portuguesas, houve o programa da regeneração, o programa de Fontes
Pereira de Melo, criando o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, tomando a
designação de Fontismo.
Objetivos do fontismo- alargar o mercado interno e as comunicações com o exterior, promovendo a
circulação de pessoas, bens e capitais para impulsionar a economia nacional.
Programa:
- Construção de estradas, que aumentaram drasticamente;
- Revolução ferroviária, fazendo várias novas ligações, unindo o país pela rede ferroviária;
- Obras portuárias, facilitando o comércio com as colónias e com os mercados internacionais;
- Reestruturação dos correios, o uso do selo adesivo;
- Inauguração da rede de telegrafia;

Promoveram a revolução dos transportes

A política económica da Regeneração ficou assente no livre-cambismo, facilitando o desenvolvimento


económico. Fontes foi responsável pelos impostos excessivos sob as matérias-primas importadas.
Com a aprovação do sistema métrico decimal, uniformizou-se o sistema de pesos e medidas.
Estas novas inovações permitiram a criação de um mercado nacional, sendo assim um fator para a
dinamização agrícola e industrial:

A expansão da agricultura:
- Abolição dos baldios e pastos comuns, bem como os arroteamentos, que permitiram um
alargamento da área cultivada e um aproveitamento mais intensivo dos solos;
- Introdução de novas culturas (batata e arroz);
- Difusão da utilização de adubos químicos e máquinas agrícolas;
- A instituição do ensino agrário para a formação de técnicos nos setores agrícolas, industriais e
comerciais;

Modernização agrícola;
Difusão das associações agrícolas;
Promoção da organização de exposições e concursos;

Os progressos na industrialização:
- Criação do ensino industrial: No Porto e Lisboa para atrair operários com conhecimentos,
fazendo deles profissionais habilitados.
Houve a diversificação dos ramos industriais e o aperfeiçoamento tecnológico

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