Apostila Fios Nano Geovanna
Apostila Fios Nano Geovanna
Apostila Fios Nano Geovanna
01 Introdução 1
02 Ética 12
03 Biossegurança 13
04 Anatomia 21
05 Histologia e Fisiologia 24
06 Design de Sobrancelhas 32
4
07 Colorimetria 41
08 Dermopigmentação 52
10 Anestesia 72
11 Cicatrização 75
12 Pós-procedimento 77
13 Reavaliação e Retoque 81
5
14 Ficha de Anamnese 81
15 Considerações Finais 82
6
Introdução
A História da Micropigmentação
Há muitos anos, povos utilizavam da tatuagem para marcar a
pele como um meio de expressão, que podia conter diversos
significados. Apesar de ser uma prática antiga, foi apenas em
1891 que o Inventor Americano Samuel O’Reilly patenteou a
primeira máquina elétrica de tatuagem do mundo. Pouco
tempo antes da invenção da máquina de tatuagem entre os
séculos XVIII e XIX, uma técnica bastante rudimentar era utili-
zada no Japão para pigmentar os corpos, com uma ferra-
menta chamada de Tebori, onde essa técnica consiste em im-
plantar pigmento na pele a partir de um pequeno corte reali-
zado a nível da camada dérmica, que faz com que a tatuagem
seja literalmente esculpida à mão. Nesta época, mulheres asi-
áticas já utilizavam desta técnica para implantar pigmento na
linha dos olhos e sobrancelhas para destacar o olhar, foi o início
do que hoje conhecemos como Micropigmentação Estética.
1
E studos foram avan-
çando na área e mostrando
que diferentemente do res-
tante do corpo, a pele do
rosto necessita de cuidados
especiais e tratamentos
mais delicados, de forma
que passamos a entender
que a pele desta região não
se comporta como o res-
tante do corpo, evidenci-
ando a necessidade de que
o pigmento seja implantado
no limite da camada da
derme mais superficial (ca-
mada basal).
2
afinal ... Curiosidade
Tebori tem origem da palavra
“Te”, que significa “mão” e
O que diferencia cada uma des- “Hori” ou “Horu”, que significa
sas técnicas? “a esculpir, esculpem ou ins-
A resposta é simples! A diferença está crever”.
no modo de aplicação ou no equipa- O tebori, originalmente, é
mento utilizado para implantar o pig- constituído de agulhas de aço
mento, ou ainda, no tipo de agulha com diâmetro maior do que
utilizada. os que são utilizados no Oci-
Veremos mais detalhes e informa- dente, e são posicionados em
ções sobre as diferenças de cada uma fileira ou amontoados, ou até
das técnicas durante o decorrer do mesmo em uma única agulha,
curso e como/quando utilizar cada e essas agulhas ficam anexa-
uma dessas técnicas. das a uma longa haste de
bambu.
Os pigmentos utilizados pelos
artistas japoneses também
Como se tornar
costumam ser de origem na-
tural, vindo de plantas. Po-
3
Muitas pessoas procuram se formar como micropigmentadores (as),
principalmente micropigmentação em sobrancelhas, mas não sabem
por onde começar. Alguns, não tem ideia da imensa responsabilidade
que é alterar o desenho de uma sobrancelha, e o que isso influencia na
vida de uma pessoa. Procuram cursos as vezes sem muito conteúdo,
ou, fazem o curso, e não se importam com a qualidade do produto e
serviço, só pensam no dinheiro. Nossa profissão ainda não é regula-
mentada, mas está em processo de regulamentação em Brasília. Mas
se fizer certo, com amor, com certeza terá seu reconhecimento e terá
seu espaço garantido.
Mas...
Por onde começar?
1°
Faça Curso de Design de Sobrancelhas e Aplicação de Henna.
Aprenda sobre Visagismo, Fisionomia e simetria facial.
2°
Faça um Curso Profissional de Design de Sobrancelhas e Apli-
cação de Henna. Aprenda tudo sobre Visagismo, Fisionomia
e simetria facial.
3°
Compre bons equipamentos, boas tintas e bons pigmentos
para não ter problema quanto à qualidade de seu serviço.
4°
Especialize-se sempre! Como a área da beleza está em cons-
tante evolução, é de suma importância que o (a) profissional
sempre esteja se atualizando, aprenda ou desenvolva outras
técnicas, sendo algo fundamental no processo de evolução
profissional. Buscar cursos como: Curso de Colorimetria, Mi-
croblading, Fios Nano (Nanoblading), Despigmentação de
Sobrancelhas, Técnica Paramédica (aréola mamária, cober-
tura de cicatrizes e doenças de pele), Micropigmentação la-
bial e capilar.
4
5° Não pense só no dinheiro. Invista em conhecimento, tenha
paixão no que faz e o mais importante: treine sempre!
7°
Pesquise muito bem onde vai fazer seu curso, isso é muito
importante, conheça a procedência do professor, as técnicas
que utiliza, e principalmente como é o trabalho dessa pessoa,
além de procurar saber se ele (a) estará disposto (a) a dar
suporte após o curso para sanar as dúvidas que o iniciante
terá em sua nova caminhada.
Administração
E montagem da sala
Você pode tanto abrir seu próprio
negócio, quanto começar em
casa, ou até mesmo alugar uma
sala dentro de um centro estético
(sublocação). Muitas pessoas fa-
zem parcerias com as estéticas, e
trabalham com percentual 70%
para você, no qual você entra
com todo material e equipa-
mento; e 30% para o proprietário
(a) do local, que vai dispor do es-
paço e clientes. Esta é uma ótima
opção para quem quer começar
a crescer na área, já que os clien-
tes do lugar passarão a te conhe-
cer e se interessar no seu serviço.
5
Se optar por ter uma empresa, po-
derá se enquadrar como Microem-
preendedor individual (MEI).
Antes, é muito importante você en-
trar em contato com SEBRAE de
sua região, fazer um bom plano de
negócios e definir seu público alvo e
região de localização. Quando tirar
o seu CNPJ, coloque sua “Ativi-
dade Estética” e em seguida “Ta-
tuador” como segunda função.
Pelo portal você deverá imprimir
todos os meses o DAS, e pagar
mensalmente. Com ele, você terá
todos os direitos do INSS. Impor-
tante ressaltar, que junto sairá o al-
vará provisório, e que vigorará du-
rante 3 meses. Após esse prazo,
você deverá entrar em contato
com um contador que irá fazer seu
registro na Administração Regional
com pagamento da taxa do bom-
beiro, e após a aprovação da vigi-
lância sanitária, você terá seu al-
vará permanente, com renovação
anual.
Investimentos:
Materiais e custos
Cursos Primeiro, você terá que investir em cursos, nos quais os
iniciais custam ao todo em torno de R$ 2.000,00 a
R$4.000,00.
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Equipamentos Dependendo do equipamento que irá utilizar,
dermógrafo ou tebori, há variações nos preços:
Dermógrafos Tebori
• Amiea: R$ 13.700,00 • Tebori: Varia,
• Cheyenne: R$ 1.550,00 dependendo do tipo
• Goochie: R$ 3.900,00 escolhido. R$ 60,00 a
• Bioutoch Mosaic: R$ 1.600,00 R$150,00;
• Mag Pen: R$ 2.300,00
• GR 6000: R$ 900,00 • Lâminas: Entre R$5,60 a
• GR plus: 590,00 R$20,00.
• Dermocamp Sharp Black:
R$5.000,00
Descartáveis
Algodão, cotonete, filme plástico, papel toalha, lençol descartável,
álcool 70, touca descartável, máscara descartável, avental, luvas,
plásticos para autoclave, água destilada, pacotes para guardar os
produtos) = R$ 400,00 – R$700
Tintas e pigmentos
Varia dependendo do tipo e marca de tintas. Algo entre R$70,00 a
R$ 350,00 cada;
anestésicos
Entre R$ 60,00 a R$ 250,00
7
Mobília
Varia bastante, mas para o necessário os valores giram em torno
de R$ 3.200,00 (maca, mocho, bancada, mesa lateral, luminária,
porta tolha, porta sabonete).
Materiais
Para design e micro
Kit básico de Design de Sobrancelhas
Qnt. Item
3 Pinças
1’ Tesoura
1 Sombra de sobrancelhas
1 Linha de marcação
2 Lápis Dermatográfico Mitsubish
1 Pincel Chanfrado
2 Hennas Glance (castanho claro e castanho escuro)
2 Dapen de Vidro
1 Caneta gel branca
1 Paquímetro
1 Pacote de escovinhas para cílios/sobrancelhas
1 Pacote de palitos descartáveis
1 Navalha e lâminas
1 Espelho de mão
1 Estilete
1 Mixer
1 Removedor de henna glance
1 Rolo de Algodão
1 Esfoliante sem esferas
8
Kit básico de micropigmentação
Qnt. Item
3 Peles artificiais para treino
1’ Bandeja autoclavável
1 Tebori/Dermógrafo
20 Lâminas/Agulhas
2 Pigmentos RBKollors (Universal e Jamblack)
1 Anestésico pele fechada (eye anesthetic)
1 Anestésico pele aberta (manipulado)
1 Descarpack
1 Base de silicone
1 Molde de sobrancelhas para treino
1 Caixa de cotonetes ou aplicador de batom
1 Shampoo Jhonson’s
1 Pump espumador
Marketing e
Mídias sociais
Quando começamos do zero em uma área nova, automaticamente
nos vem à mente algumas perguntas: “Como vou atrair clientes se
não tenho experiência?”, “serei boa o suficiente? / Terei um diferen-
cial?”, entre outras questões.
O começo é sempre muito difícil,
isso é fato, muitas vezes passamos
por muitas dificuldades ao longo
da carreira, mas na micropigmen-
tação não é difícil de vender este
serviço, basta saber vende-lo.
Mesmo porque as mulheres, prin-
cipalmente, são apaixonadas por
sobrancelhas, e com o passar do
tempo as pessoas têm notado
como sobrancelhas são importan-
tíssimas na simetria e harmonia
do rosto.
9
Para se destacar, procure sempre fazer seu melhor design, depois,
treine muito em pele sintética ou E.V.A., até ter fios mais definidos.
A foto do resultado com certeza tem um peso muito grande na di-
vulgação, por isso é importante treinar a habilidade de fotografia
para captar os melhores ângulos do resultado.
Além disso, não se esqueça de fazer propaganda no Facebook, Ins-
tagram e WhatsApp.
Se tiver interesse de fazer uma publicação promocional, pode ser
uma boa opção, onde as dez primeiras pessoas que vierem fazer
Nanoblading como modelo pagam apenas “o valor de material”
com custo de R$ 100,00 a R$200,00 até ter mais fotos para divul-
gação dos seus resultados. Este método pode trazer-lhe clientes, já
que ao realizar modelos, você estará montando seu portfólio e as
pessoas começarão a te notar. Mas prepare-se, por falta de expe-
riência, também virão alguns problemas.
Mas calma!
10
Neste Curso contém toda a minha experiência para que você não
repita os mesmos erros que cometi por falta de conhecimento. Den-
tro de alguns meses, com muita prática e com a ajudinha dessa
apostila você conseguirá sair dessas situações muito bem!
Pensou que depois de aprender a fazer micro não iria mais ter que
praticar? Pensou erradíssimo!
É importante que todo profissional da micropigmentação treine no
mínimo 3 horas semanais em pele artificial. Isso ajuda na evolução
da própria técnica e a descobrir sua própria identidade no traço.
Assim como desenhistas e tatuadores, o micropigmentador tam-
bém tem a sua própria identidade, que é o que define o maior dife-
rencial do artista, e ela é desenvolvida com o treino!
11
ÉTICA
O que é ética profissional?
A ética é um conjunto de normas de comporta-
mento aceitável mediante as quais uma pessoa
realiza o seu trabalho com profissionalismo, tanto
em benefício da sua reputação como da dos seus
clientes. Sem ética não é possível ser um verda-
deiro profissional, e como bom profissional deverá
seguir as seguintes normas:
Tratar todos os clientes com a mesma simpatia, cortesia e dedicação;
Proporcionar a todos os clientes um serviço de máxima qualidade;
Manter o sigilo de informação relativamente aos seus clientes;
Respeitar-se e respeitar os outros;
Proporcionar aos clientes todas as informações quando solicitadas,
desde que relacionadas com a qualidade e procedimentos ao nível do
trabalho;
Respeitar e cooperar com outros profissionais, afim de promover o bem-
estar do cliente;
Ser correto e honesto na publicidade ou em outro tipo de divulgação dos
seus serviços;
Não discriminar os colegas ou outros profissionais que trabalhem na
mesma área;
Organizar-se a fim de manter o seu bem-estar físico, mental, emocional
e social, acreditando que é um bom profissional;
Participar em associações profissionais ou em outras organizações de
natureza profissional, tais como, seminários, congressos, palestras,
workshops, afim de se manter atualizado em termos profissionais;
Conhecer e cumprir as leis laborais e todas as outras relacionadas com
a nossa profissão.
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É importante o profissional da beleza sega alguns padrões
referentes à conduta com o cliente. A postura do profissi-
onal e a higiene são importantes para adquirir sua confi-
ança. Tais como:
Biossegurança
Para poder trabalhar na área da forma correta e permanecer den-
tro dos padrões da vigilância sanitária, além também se proteger e
proteger o cliente de doenças transmissíveis, você deverá saber:
13
Medidas de Segurança
Para realizar um procedimento de micropigmentação, o profissional deve
conhecer as medidas de biossegurança para garantir a tranquilidade e
saúde de sua cliente.
14
~
AtenCAO!
Seguindo todos esses passos, você terá garantias de que tudo ocorrerá
bem, longe de qualquer problema com a sua saúde e/ou a do seu cliente.
15
Higiene e esterilização
Do material
Devemos sempre manter a sala limpa e com os esterilizados. Importante
saber:
Isolar com filme plástico todo material que não seja descartável;
Descartar todas as peças plásticas;
Usar porta toalhas e saboneteira, sendo toalhas com folhas brancas e
sabonete antisséptico;
Semanalmente, lavar toda a sala com água sanitária ou desinfetante
profissional;
Usar lixeira de preferência de inox com pedal;
Usar saco de lixo preto para descartes normais, e saco de lixo branco
com símbolo infectante para resíduos químicos e Descarpack para os
perfurocortantes;
Para esterilização do local, usar álcool 70%;
A cada procedimento, troque todo o filme plástico, e utilize sempre lâ-
minas descartáveis;
Colocar filme plástico envolto do equipamento chamado tebori.
Ter uma pia espaço de atendimento.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Depois de passado o prazo do alvará, seu contador deverá dar entrada
na prefeitura sobre um novo pedido do mesmo. Neste momento, você
deve estar preparado para a visita da Vigilância Sanitária ao seu esta-
belecimento.
Conforme informações anteriores, você já deverá possuir todos os EPI’s
e materiais necessários para a higienização do local. Mas, além desse
procedimento você ainda precisará saber:
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Solicita um encadernamento das suas fichas de anamnese, e a cada mês
o envio delas para inspeção;
Relatório de acidentes e alergias;
Autorização para menores de 16 anos;
Dermógrafos e pigmentos registrados na ANVISA;
Curso para a técnica de micropuntura;
Suporte para Descarpack;
Cópias das vacinas de todos que trabalham no estabelecimento;
O micropigmentador deverá tomar vacina para hepatite A, B, C, para
tétano e vacina contra gripe.
Solicita data de abertura do pigmento, sempre ficar atento à data de
validade do mesmo. Colocar a data impressa.
Para cada região, a Vigilância atua de uma forma.
Acidentes e
Alergias
Se caso nos furarmos, como proceder?
17
Em caso de alergias, você deverá pedir à cliente que coloque uma
bolsa com água gelada em cima do local.
Peça que envie uma foto ou venha até o seu estabelecimento para
verificar o caso;
Não prescreva nenhuma pomada ou medicamento;
Peça para procurar um dermatologista;
Após isso, atualize seu relatório de acidentes e alergias.
Anamnese
O profissional não poderá fazer o proce-
dimento sem antes fazer a anamnese
para conhecer o histórico de seu cliente.
A anamnese é uma ficha que contém da-
dos sobre o cliente, tanto na área da sa-
úde como na área da beleza, sendo esta,
uma ficha de imensa importância, por isso
a necessidade do seu preenchimento, já
que é com ela que saberemos qual a me-
lhor técnica a indicar, quais materiais uti-
lizar e se terá que tomar cuidados especi-
ais durante e até mesmo depois de finali-
zado.
Os clientes que responderem positiva-
mente às questões (responder que “sim”
para alguma das situações da ficha), me-
recem cuidados especiais, ou, não podem
submeter-se ao procedimento sem auto-
rização médica por escrito.
18
TPM (Tensão pré-menstrual) – Sente mais sensibilidade, mas pode fazer;
Menstruada) – Sente mais sensibilidade, mas pode fazer;
Asma – Pedir para levantar a mão, quando houver crise;
Depressão;
Gripe ou resfriado – Verificar o caso;
Herpes – Pedir para tomar aciclovir, de 4 em 4h;
Hipertensão – Somente controlada com medicamento;
Epiléticas;
Produtos implantados no local ex.: Botox;
Blefaroplastia (cirurgia de pálpebra) – Com alta médica após seis meses;
Aspirina nos últimos 10 dias – Pode sangrar um pouco mais;
Alcoolizadas – anestésicos não pegam;
HIV + – Cuidado redobrado na assepsia e com acidentes;
Problemas graves de pele ex.: psoríase;
Câncer – Com autorização médica, ou após 5 anos;
Diabetes – Controlada;
Hepatite – Cuidado com a higienização;
Rugas profundas ou sulcos na região. Fica borrado;
Pessoas que se recusam a assinar a anamnese. (Não pode fazer);
Mulheres grávidas ou amamentando. (Não pode fazer);
Hemofílicos ou portadores do gene na família. Autorização médica – não
coagula;
19
Pessoas que usam marca-passo (só podem fazer no tebori);
Anemia – fica mais claro;
Cardiopatias – com autorização médica;
Reumatismo infeccioso – com autorização médica;
Lúpus – não pode fazer.
Mais à frente no curso você verá quais materiais são utilizados nos pro-
cedimentos da técnica de Fios Nano por Geovanna Montanini.
Os produtos utilizados são hipoalergênicos e totalmente seguros, desde
que utilizados da forma correta e dentro dos prazos de validade.
Uma possibilidade de alergia é a complicação causada pela mistura
errada de produtos e a alergia por conta da reação dos dióxidos de
metais com a pele (em pigmentos inorgânicos).
20
Anatomia
P oucos são os micropigmentadores que sabem a tamanha impor-
tância que a Anatomia e Fisiologia têm para os resultados.
21
Nosso rosto diz muito sobre nós, é ele que
passa a nossa imagem, descrevendo
Curiosidade
muito sobre nossa personalidade, humo- As sobrancelhas de descen-
res e individualidades. dência oriental são as que pe-
Portanto, o (a) profissional precisa fazer dem maior atenção no mo-
com que as sobrancelhas sigam o for- mento de criação do design
mato que evidencie tais traços, de acordo perfeito, fato que leva muitas
com cada personalidade. descendentes de japoneses,
chineses e coreanos a ter difi-
É importante não somente conhecer as
culdade para encontrar aten-
estruturas, mas também como funcio-
dimento de beleza adequado
nam e colaboram para a mímica facial.
por aqui no Brasil.
Um bom exemplo é quando um (a) das
Os pelos da sobrancelha ori-
clientes chega com a demanda de querer
ental crescem em direções
igualar a altura das sobrancelhas,
muito variadas, muitas vezes
quando uma está bem abaixo da outra.
sendo até arrepiados. Além
Muitas vezes você, micropigmentador disso, são mais compridos e,
(a), irá solicitar que o (a) cliente realize a ao contrário do que muitos
contração das sobrancelhas (subir as so- pensam, levando em conta a
brancelhas/expressão de susto) e irá no- espessura do cabelo oriental,
tar que a contração de um dos lados não são fios mais finos que o de
é tão efetiva quanto a do outro lado. Isso outras etnias.
acontece porque estamos muito habitu-
Quanto ao formato, essas so-
ados a utilizar com mais frequência uma
brancelhas costumam ser
das sobrancelhas do que a outra, e por
mais curtas e finas, e sua to-
isso, seu músculo tenderá a ter o tônus
nalidade tende a ser mais
diferente para cada lado.
clara do que as demais.
Esse é um dos principais motivos de so-
Como as orientais não costu-
brancelhas assimétricas, e infelizmente
mam ter o côncavo definido, é
na área da micropigmentação temos li-
indicado cuidado redobrado
mitações, justamente para obter resulta-
na hora de elaborar o design
dos mais naturais. Não é adequado ele-
para retirada de pelos, já que
var uma sobrancelha apenas com micro-
qualquer erro pode deixar
pigmentação, arqueando a cauda em
uma falha extremamente evi-
uma parte onde não se encontrem fios.
dente.
22
Podemos elevar apenas alguns milí-
metros, mas não passar da estru-
tura correta para aquela sobrance-
lha.
Os supercílios (sobrancelhas) são um
dos componentes que fazem parte do
rosto, tendo como função realçar e
E qual a melhor forma de fa- moldar, tornando a face mais harmô-
zer uma sobrancelha orien- nica. E nessa busca constante, as mu-
tal? lheres procuram a micropigmenta-
ção para solucionar áreas inestéticas,
Não adianta fazer o desenho
sendo uma técnica que se baseia na
dos fios de uma forma que
pigmentação da região subepidér-
não combine com o sentido
mica (derme papilar).
natural do crescimento dos
fios. Portanto se os fios estão Mas o que fazer então? Realize a mi-
crescendo todos para baixo, cropigmentação de acordo com a es-
eu preciso respeitar isso para trutura do (a) cliente de forma que fi-
que fique o mais natural pos- que com um resultado natural, e em
sível. seguida, o (a) encaminhe à um pro-
fissional especialista em aplicação de
Algumas orientais tem o
Botox/Fios de PDO. Estes sim são ha-
rosto mais quadradinho com
bilitados a realizarem modificações
o osso do maxilar um pouco
na estrutura com finalidade de har-
mais quadrado, outras orien-
monizar o rosto.
tais já tem o rosto mais fino,
mais oval. Tem orientais que No momento da prática você notará
tem o olho mais amendoado. as diferenças anatômicas de cada
Algumas tem mais pele na pessoa atendida, notará proeminên-
pálpebra, outras não. cias ou afundamentos, que serão re-
levantes ao elaborar a estratégia do
Realize o desenho do design
design de correção para o formato fi-
analisando todos os ângulos
nal. Com a prática, passará a saber
do rosto, inclusive o de perfil,
quais orientações prescrever a cada
e após isso, realize um pro-
caso e como proceder em cada pro-
jeto de fios feitos no lápis
jeto de design no momento do aten-
para simular onde os fios
dimento.
nano ficariam, para visuali-
zar melhor o resultado.
23
Histologia e fisiologia
A pele (ou cútis) é um órgão integrante do sistema tegumentar e o
maior órgão do corpo humano, sendo um revestimento externo do
corpo. Tem como principal função revestir e proteger as partes inter-
nas do meio externo. Além disso, a pele tem outras funções como:
reserva de nutrientes, regulação da temperatura, e contém termina-
ções nervosas sensitivas.
A pele é o maior órgão do corpo humano e o mais pesado. Geral-
mente a pele tem uma espessura de 2 a 4 mm nas palmas das mãos
e na planta dos pés, enquanto é de 4 mm no couro cabeludo em um
adulto. O peso da pele também pode variar de 200g em um bebê a
4 kg no adulto.
24
A pele tem como objetivo defesa e pro-
teção, além de ser responsável pela
termorregulação e pela percepção.
Não é uma barreira impenetrável,
mas é muito útil em nos proteger
contra microrganismos e doen-
ças.
A pele é praticamente igual em
todos os grupos étnicos humanos,
tendo apenas algumas pequenas
variações, como, por exemplo,
nos indivíduos de pele escura,
onde os melanócitos produzem
mais melanina do que em indiví-
duos de pele clara, porém ainda
assim o número de melanócitos é pra-
ticamente o mesmo, o que muda é a produ-
ção de melanina.
A pele também apresenta duas camadas principais, a epiderme e a
derme. Logo abaixo da derme encontramos a tela subcutânea, tam-
bém conhecida como hipoderme, que já é uma camada que faz parte
de tecido conjuntivo. Entre as células do epitélio, há também vários
órgãos anexos, como glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pi-
losos, etc.
Epiderme
Esta é a camada mais superficial da pele, sendo esta constituída pelo
epitélio (tecido de revestimento da pele). É uma camada com dife-
rente profundidade, pois irá depender da região do corpo. Pés e
mãos têm uma camada mais grossa, que chamamos de pele glabra
por não possuírem pelos, e variam de 0,04mm até 1,6mm de espes-
sura.
25
O tecido epitelial é formado por células justapostas, ou seja, que es-
tão intimamente unidas umas às outras através de junções interce-
lulares ou proteínas integrais de membrana.
A principal função do tecido epitelial é revestir a superfície externa
do corpo, as cavidades corporais internas e os órgãos. As células su-
perficiais desse tecido são achatadas como se fossem escamas (daí
vem o nome de células escamosas) e possuem queratina (uma pro-
teína que auxilia na proteção, regulação térmica, proteção mecânica
e etc.).
A epiderme não possui vasos nem nervos, e por isso, se realizar um
procedimento muito superficial, não irá sair sangue, porém, também
não terá uma excelente fixação, visto que esta cama renova com
mais frequência (de 28 a 40 dias).
26
A epiderme possui células próprias, como os queratinócitos, melanócitos,
células de Langherans e células de Merkel.
CAMADA BASAL
Também chamado de estrato germinativo, é a camada mais pro-
funda da epiderme, formada por células cúbicas que se dividem
continuamente, e dão origem a todas as outras camadas. Ocorre
divisão celular, responsável pela renovação da epiderme. É nessa
camada que é depositada o pigmento da técnica de Fios Nano.
CAMADA espinhosa
Podem ser células cúbicas ou achatadas, e estão localizadas acima
da camada basal.
CAMADA granulosa
Células achatadas, que tem a presença de grânulos de queratina
no citoplasma.
CAMADA lúcida
São células achatadas, que libertam enzimas que as digerem. A
maior parte não tem núcleo, e estão presentes na pele glabra (sem
pelos);
CAMADA córnea
Essa camada é constituída por células mortas (sem núcleo) e acha-
tadas. Ocorre nesta camada um desprendimento constante dos
queratinócitos, e assim uma renovação constante da epiderme.
27
Toda a superfície cutânea conta com terminações nervosas capa-
zes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos.
A quantidade de terminações nervosas na derme varia conforme a
região do corpo, por isso, algumas áreas são mais sensíveis do que
outras.
Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especiali-
zados na recepção de estímulos específicos. Na epiderme não exis-
tem vasos sanguíneos! Ou seja, os nutrientes e oxigênio chegam à
epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Nas
regiões da pele providas de pelo, há terminações nervosas especí-
ficas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou recep-
tores de Ruffini. Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada,
são receptores térmicos de calor.
As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso,
captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo.
Na pele desprovida de pelo e na que está coberta por ele, encon-
tram-se ainda cinco tipos de receptores comuns que você verá na
próxima página.
Terminais do
Corpúsculo Folículo piloso
de Paccini
28
Corpúsculos de Paccini
Captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados
por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta
por várias camadas que correspondem a diversas células de sus-
tentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de
pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos
centros nervosos correspondentes.
Discos de merkel
São responsáveis pela sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra
aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais
destas ramificações nervosas. Se fixam às células epidérmicas por
um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de
pressão e tração sobre a epiderme desencadeiam o estímulo.
Corpúsculos de Meissner
São da sensibilidade tátil, estão nas saliências da pele sem pelos
(como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados
por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrela-
çam com células acessórias.
29
Derme Curiosidade
É um tecido conjuntivo que tem como ob-
Para uma fixação perfeita do
jetivo sustentar a epiderme. Situa-se
pigmento, deve-se implantar a
abaixo da epiderme e acima da hipo-
tinta entre a camada da epi-
derme, tendo espessura em média de
derme e a derme, mais especi-
2mm (variando conforme a região do
ficamente pouco abaixo da ca-
corpo e a idade do indivíduo). Sua função
mada basal, que separa as
é garantir a elasticidade e resistência da
duas.
pele, também sendo responsável pela
nutrição e oxigenação da epiderme. Na Para atingir o objetivo da im-
derme encontramos as fibras colágenas plantação correta, é preciso
e elastinas, as terminações nervosas (ci- um tamanho mínimo de agu-
tadas anteriormente), as glândulas sebá- lha, ou seja, 0,5 mm dentro da
ceas e sudoríparas, os vasos sanguíneos pele. Isso porque segundo es-
e os vasos linfáticos, além da própria ma- tudos comprovados, esse é o
triz extracelular (conteúdo amorfo que tamanho mínimo a atingir a
envolve as células e demais componentes junção dermo-epidérmica e
deste tecido). As células relacionadas dessa forma conseguir sinali-
com a produção dos componentes da zar o fibroblasto (principais
matriz extracelular (como íons, proteínas células da derme) a produzir o
estruturais, glicosaminoglicanos, etc.) colágeno após a liberação dos
são os fibroblastos, principal célula deste fatores de crescimento fi-
tecido. Citando em números, as fibras de broblástico, o que auxilia no
colágeno podem chegar a corresponder encapsulamento correto do
até 70% do peso seco da derme. A derme pigmento.
da pele é ainda dividida em camada pa- Dessa forma, durante a reali-
pilar (constituída por tecido conjuntivo zação da técnica, há um sutil
frouxo) e camada reticular (constituída surgimento de gotículas de
por tecido conjuntivo denso não mode- sangue, que não pode ser exa-
lado). gerado, indicando que foi im-
Já a camada Subcutânea (Hipoderme), é plantado com sucesso.
uma região constituída por tecido adi- É de extrema importância sa-
poso, que tem como função a proteção ber identificar quando o san-
térmica, o reservatório energético, a fixa- gramento é normal ou anor-
ção dos órgãos e a absorção de choque. mal. Assista as aulas práticas.
30
Camada papilar
A camada papilar é a camada mais superior da derme, sendo for-
mada por tecido conjuntivo frouxo. Essa camada recebe esse nome
por apresentar regiões parecidas com dedos ou papilas na sua su-
perfície, onde estes fazem a comunicação com a epiderme.
Na camada papilar encontramos os capilares, fibras elásticas, fi-
bras reticulares e o colágeno e é nesta camada que trabalharemos
os Fios Nano.
Camada reticular
A camada reticular é a camada mais profunda da derme, formada
por tecido conjuntivo denso não modelado. Nela encontramos os
capilares sanguíneos, fibras elásticas e de colágeno, fibroblastos,
vasos linfáticos e terminações nervosas. É entre esta camada e a
Papilar que implantamos o pigmento na dermopigmentação com
Dermógrafo.
~
AtenCAO!
A derme pode ser até 40 vezes mais espessa que a epiderme, por-
tanto, cuidado!
31
Design de sobrancelhas
O visagismo surgiu no final dos
anos 30, onde foi criado em 1936 pelo
cabelereiro e maquilador francês
Fernand Aubry, com o intuito de va-
Curiosidade
lorizar a beldade individual e fazer Há alguns anos atrás o tra-
com que as pessoas não tenham o balho realizado em sobran-
mesmo padrão de beleza. A justifica- celhas tinha uma única fina-
tiva para tal técnica criada seria lidade: de retirar os pelos
para destacar pontos fortes e ame- excessivos e as vezes preen-
nizar pontos fracos, o que deve ser cher com maquiagem, onde
considerado algo essencial no pro- nos cursos de design ainda
cesso de embelezamento de cada era comum imagens com o
pessoa. desenho adequado para
cada tipo de rosto. Hoje sa-
O termo deriva da palavra francesa
bemos que este tipo de ’téc-
“visage”, que significa rosto, e é a
nica’ (para saber qual é o
arte de criar uma imagem pessoal
formato adequado) está ul-
autêntica de acordo com as caracte-
trapassada.
rísticas físicas. É a arte de embelezar
e transformar o rosto a partir de mo- Rotular formatos de sobran-
dificações como cor do cabelo, uso celhas através do formato
de cosméticos e maquiagem. do rosto é um erro gravís-
simo, já que estaríamos al-
Na estética, o visagismo ajuda o pro-
terando a estrutura natural
fissional a saber qual visual é mais
da cliente e padronizando, o
adequado para cada pessoa, ressal-
que ’tiraria’ a identidade
tando a essência que o cliente deseja
da mesma.
transmitir.
Toda sobrancelha é única e
O desenho da sobrancelha é elabo-
devemos respeitar seu for-
rado de acordo com o rosto e identi-
mato natural, evidenciando
dade da cliente, sendo este estudo
os melhores pontos e traba-
algo fundamental para um bom re-
lhando a harmonia.
sultado.
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Cada rosto deve ser estudado individualmente, de forma única,
afim de obter a harmonia e estética nas expressões do rosto. Com
este curso você aprenderá que um excelente profissional apenas
realça e nunca altera a estrutura da cliente, apenas melhoramos o
que cada uma tem.
O que é
O design?
Quem já retirou um pelo errado sabe a diferença
que faz no rosto. Há muitos lugares que divulgam
design de sobrancelhas quando na verdade rea-
lizam apenas a “limpeza”, por pura desinforma-
ção e desconhecimento do que realmente se
trata o design.
Desta forma, o designer de sobrancelhas tem
a função de realizar o projeto do formato, de-
senhando o molde a partir do estudo e das
medidas, trazendo harmonia ao rosto.
Esta técnica inovadora de se fazer sobran-
celhas transformou o mundo da estética
ao mostrar a diferença que um bom de-
sign faz, pois as- sim irá realçar o que há
de mais belo, além de passar um ar de
simetria ao rosto.
Para o design é utilizado um paquí-
metro, que irá mostrar com precisão
as medidas da face, fazendo com
que as duas sobrancelhas fiquem as
mais harmônicas possível.
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É importante ressaltar que a simetria perfeita é impossível de ser
alcançada, visto que cada lado de sobrancelhas é diferente. O que
buscamos é harmonizar ao máximo, fazendo com que elas se pa-
reçam as mais simétricas possíveis.
Harmonização
Passo a passo
Como fazer o design
A forma mais utilizada para deixar a sobrancelha bem alinhada e
harmônica é a linha, já que a marcação fica a mais reta possível,
facilitando na hora de desenhar o formato e depois seguir para a
retirada de pelos. Existem muitas formas de realizar esta marca-
ção, mas neste curso, vocês aprenderão a realizar o design mais
livre, sem se prender a regras, gerando autonomia e praticidade
para um trabalho eficiente.
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Depois, com a linha já pintada pelo lápis, marque o meio do rosto. Em
seguida, passe pela lateral do nariz, em cima aba do nariz (alguns
designers também fazem pela lateral da aba do nariz), e suba para a
testa, marcando o início da sobrancelha (linhas marcadas em ama-
relo na modelo). Se atente nesta parte para não deixar a sobrancelha
muito próxima nem muito afastada.
Após isto, com a linha, vá da lateral do nariz até a lateral da pupila,
marcando o ponto alto da sobrancelha. Por fim, faça esse mesmo pro-
cedimento, da lateral do nariz passando pelo cantinho do olho e indo
até a ponta da sobrancelha, demarque o ponto final da cauda.
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Junte os pontos desenhando o formato da sobrancelha com caneta
gel branca ou lápis dermatográfico Mitsubishi® preto.
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Pinças
Ponta agulha
Pinça de precisão, serve para tirar
fios ainda em nascimento, em luga-
res onde queira tirar apenas um fio
ou tirar fios difíceis que as demais
pinças não conseguiriam.
Ponta chanfrada
Serve para retirar a parte inferior da
sobrancelha. É também a preferida
dos designers, já que consegue tirar
vários fios com agilidade e eficiência.
Ponta reta
Utilize pontas quadradas para fazer
a parte superior da sobrancelha. Se
não se adaptar à pinça reta, pode
utilizar a chanfrada.
Dica!
Na hora de escolher a sua pinça,
peça para testá-la antes de com-
prar, retirando alguns pelinhos no
dorso da mão. A pinça amolada cor-
retamente irá tirar esses pequenos
pelos sem dificuldades.
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Como utilizar
O paquímetro
Passo 1
Limpe a pele com adstringente e Esfoliante químico para retirar a
oleosidade da pele. Então, utilize o paquímetro e um lápis de ma-
quiagem para fazer as marcações. Passe o lápis no paquímetro,
para que as marcações possam ser feitas somente com o encostar
do equipamento na pele. Ache o terceiro olho (parte central do
rosto). Desse ponto, meça 1,5 cm para cada lado, dessa forma é
possível marca o ponto inicial das sobrancelhas;
Passo 2
Posicione o paquímetro no início da sobrancelha e meça 5 cm. Re-
pita o mesmo procedimento do outro lado. Se o rosto for quadrado
(veremos formatos de rostos mais adiante), aumente essas medi-
das em 0,5 cm;
Passo 3
No ponto central, coloque o paquímetro e marque onde começa a
curvatura. Para marcar a espessura das sobrancelhas, atente-se
para o fato: se os olhos estiverem abertos a medida será de 2 cm;
fechados de 2,5 cm;
Passo 4
Utilize o pente para colocar os fios para fora das marcações.
Utilize a pinça para retirar o excesso de fios.
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Passo 5
Passe um lápis branco para definir melhor a forma e apare os pelos
mais longos com a tesoura.
Passo 6
Utilize um lápis universal ou paleta de sombras para sobrancelhas
(que vale para todos os tons de pele e pelos) para definir o formato
das sobrancelhas, penteando os fios no sentido do pelo ou para
cima, dando volume. Para iluminar o olhar, passe lápis branco em-
baixo e esfume, fazer desaparecer ou esvair.
Erros
Comuns
Comumente profissionais acabam afinando as sobrancelhas por aci-
dente. Para consertar uma sobrancelha que foi depilada sem critério
demanda-se muito tempo e paciência, por isso, deve-se tomar o má-
ximo de cautela para evitar causar falhas na estrutura. Para recupe-
rar e fazer uma reconstrução da estrutura, é preciso trabalhar nela
de quinze em quinze dias até acertá-la. Isso pode levar em torno de
seis meses.
Arquear demais
Se você já nasceu com sobrancelhas arqueadas, ótimo. Caso contrário,
não insista: o resultado vai ficar artificial.
Afinar muito
Esta é a atitude típica de quem se maquia muito. Se as suas são gros-
sas, remova apenas os pelos fora da linha.
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Encurtar as pontas
Tirar alguns fios a mais no início ou no fim das sobrancelhas. Retire
apenas o que está a mais.
Afinar de repente
Para um resultado natural, a redução na espessura tem de ser gradual.
Aplicação
De henna
(Para Henna Glance®) Você deverá pegar
um Dapen ou batoque, colocar 1/2 medida
da pá (que vem no kit) de henna no tom
escolhido e 6 a 10 gotas de fixador (tam-
bém é possível colocar 6 gotas de soro fisi-
ológico para tornar a aplicabilidade melhor
e mais diluída).
Passe com um palito ou pincel chanfrado,
limpe as bordas com o auxílio de um palito
contendo algodão umedecido na ponta, e
faça o formato correto. Deixar agir de 2 a 5
minutos no início da sobrancelha (para o
efeito degradê) e 10 a 20 minutos na
cauda. Retire com algodão umedecido e
em seguida espalhe uma gota do próprio
fixador da henna em cima da sobrancelha.
Isso fará com que o efeito esverdeado que
ela deixa suma por completo. Não precisa
deixar agir muito, limpe e já estará pronto.
Verifique se há mais algum acabamento a
realizar e finalize o atendimento.
40
Colorimetria
P ara que a técnica de micropigmentação seja bem aplicada é muito
importante o conhecimento da cor e sua utilização a cada tipo de pele,
vamos conhecer a teoria das cores e suas aplicações nos variados
tons de peles.
O que é a
Colorimetria?
A cor é um dos elementos mais importantes da imagem. É essencial
saber como a cor funciona e como usá-la para conseguir seus diversos
efeitos. É preciso lembrar que a pele já é pigmentada pela melanina,
então é necessário saber como as cores do pigmento reagem com a
cor da pele, e como isto será transmitido.
Luz
A luz branca é composta por ondas que vibram em diversas frequên-
cias. Cada frequência corresponde a uma das cores do arco-íris, que
é obtido através de um cálculo de divisão entre a velocidade da luz
pelo comprimento dela. O olho humano consegue apenas visualizar
um pequeno espectro de cor que vai do violeta, passando pelo verde
até o vermelho. A ausência de luz é o preto, portanto não vemos cor e
sim a sensação de cor registrada pelo nosso cérebro. Outro fato legal
é que o olho é mais sensível amarelos e verdes.
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Cor
Sensação produzida no nosso cérebro pela luz, que chega aos nossos
olhos.
Percepção de Cor
Quando uma luz incide sobre um objeto, o ilu-
mina resultando em sua visualização, so-
mente as ondas que correspondem a cor
do objeto são refletidas. As outras são ab-
sorvidas numa reação química. Segundo
a teoria tricromática o olho humano
capta as ondas de luz vermelha, la-
ranja, amarela, verde, azul e violeta
em três categorias de fibrilas nervosas
na retina do olho.
A 1ª fibrila capta a luz vermelha, a 2ª
fibrila capta a luz verde e a 3ª fibrila
capta a luz violeta. A luz refletida esti-
mula as fibrilas de maneira que temos a
sensação de cor do objeto.
42 Cores frias
.
CLASSIFICAÇÃO DOS PIGMENTOS na
ESTRELA CROMÁTICA DE OSWALD
Os pigmentos são classificados em
Acromáticos: branco, preto e cinza - não contém cor.
Cromáticos: contém cor e são classificados em três categorias:
Cores quentes 43
Cores primárias
Amarelo + vermelho = laranja
Cores secundárias
Vermelho + azul = roxo
Cores secundárias
Azul + amarelo = verde
Marrons
Para a micropigmentação, os pigmentos marrons são os mais utili-
zados, uma vez que todo tom de pele é marrom. Há uma variedade
de marrons que vai dos tons quentes ou frios aos claros e escuros.
O bege é uma variação de marrom que é obtido pela mistura de
amarelo, roxo e branco, considerado um pigmento frio.
Contrastes de temperatura
As cores nos passam sensações de frio e quente, por isso a classifi-
camos assim:
Cores quentes: amarelo, vermelho e laranja
Cores frias: azul, verde e roxo
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Concluímos que uma imagem será quente ou fria de
acordo com a cor primária ou secundária predominante.
Tipos cromáticos
Para a micropigmentação, a temperatura das cores é fundamental,
pois o tom de pele também é classificado de acordo com a tempe-
ratura das cores dos pelos, dos cabelos e dos olhos.
A pele tem uma tonalidade de base, que é azulada (fria) ou dourada
(quente), e uma intensidade que vai do claro ao escuro.
As cores frias são azuladas e harmonizam (ou neutralizam) com o
vermelho. As cores quentes são douradas e harmonizam (ou com-
plementam) com o laranja.
Melanina
A colorimetria é um dos temas que mais preocupa os micropigmen-
tadores. É muito importante sabermos diferenciar suas bases.
O que é melanina?
Os seres humanos apresentam diversas tonalidades de pele e de pe-
los. O que difere essa tonalidade chama-se Melanina. Ela é a pig-
mentação natural da pele que define nossa tonalidade branca,
parda e negra. Quando distinguirmos a melanina, podemos definir
como quente ou fria de acordo com o sub-tom de pele.
45
O que é fototipo?
Fototipo é a caracterização da pele quanto sua
coloração e reação à exposição solar. Cada
pessoa possui seu fototipo definido genetica-
mente, onde os melanócitos são mais ativos ou
não, e que podem produzir um tipo predomi-
nante de melanina. De acordo com as diretrizes
atuais, e a escala de Fitzpatrick, existem 6 fo-
totipos de pele, veja ao lado.
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Nunca bronzeia e sempre se queima, muito
sensível à radiação solar
47
47
Sub-tom de pele
Se a pele tiver maior quantidade de melanina, a predominância é
para cor de pele escura. Neste caso, o sub-tom será azulado. Se a
pele tiver menor quantidade de melanina, a predominância é para
cor de pele branca, e o sub-tom será avermelhado. Para evitar as
chamadas Cores Fantasias (verde, azul, laranja, vermelho e cinza),
usamos a melanina para auxiliar a definir a cor do procedimento, e
com isso neutralizamos essas cores fantasias, sempre puxando para
a cor marrom.
Podemos diferenciar também através da cor da aréola mamária,
pois quase nunca pegam sol, e permanecem com o mesmo pig-
mento desde a infância. Através da melanina, dividimos as escalas
de pele em quente para os mais claros, e frios para peles mais escu-
ras. Dessa forma fica mais fácil a diferenciação de fototipos, e para
a micropigmentação, ajuda na neutralização e correções de sobran-
celhas saturadas.
De 01 a 03: Considerando aréola rosa
De 04 a 06: Considerando aréola bege ou marrom
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Características
Físicas
Melanina quente
Fototipo 1 Loiro muito claro, com pele avermelhada, ruivas
Fototipo 2 Loiro claro ou castanho-claro
Fototipo 3 Loiro escuro ou castanho médio
Melanina fria
Fototipo 4 Castanho médio, para pessoas de cor Jambo (depen-
dendo do caso a pele asiática entra nesta classificação)
Fototipo 5 Castanho escuro, ideal para Mulatas ou pessoas com
pelos muito escuros e grossos
Fototipo 6 Castanho escuríssimo ou preto, ideal para Negras
Neutralização
De cores
A neutralização de cores pode variar de acordo com a marca de pig-
mento. Sempre verificar antes o manual/folheto com as indicações do
fabricante.
Para a maioria dos casos com RBKollors: Cada 05 gotas de pigmento
+ 1 do neutralizante (laranja). A ordem é sempre reversa, se a pele é
quente o neutralizante/modificador tem que ser mais frio (pigmentos
frios), se a pele é fria, o modificador tem que ser quente (pigmentos
quentes) e por consequência, neutralizar mais.
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50
Mistura de pigmentos
Segundo a teoria das cores, quando misturamos as
cores primárias, novas cores são obtidas. Porém, con-
vém lembrar que o resultado da mistura, irá depender
da qualidade do pigmento, do material químico utili-
zado (pureza da cor) e do processo de aplicação.
Quando um desses fatores interfere na mistura, o re-
sultado da cor é comprometido.
Neutralização de cor
Em sua grande maioria, os pigmentos RBKollors não necessitam de
neutralização, sendo necessário em poucos casos, como nos casos
de melaninas frias, já que para aplicar um pigmento frio o correto é
aquecê-lo antes com 1 a 2 gotas do pigmento Hot da linha, depen-
dendo de cada caso.
51
51
Dermopigmentação
Para sobrancelhas, existem sete técnicas de micropigmentação de
sobrancelhas, que são: esfumada (efeito de pó de maquiagem),
compacta (pintada), fios com dermógrafo, fios com efeito degradê
(híbrida), fios com tebori (Microblading e Nanoblading), tridimensi-
onal (esfumada) e iluminadores de sobrancelhas.
Tipos de técnicas
Micropigmentação shadow
Técnica que visa preencher toda a sobrancelha de forma sutil (sem
preenchimento total/compactação), realizada com dermógrafo, po-
derá fazer efeito ombré ou com pontilhismo associado, dando efeito
“spray” ou “pó de maquiagem” ao resultado.
Microblading/nanoblading
Produz fios mais delicados e realísticos, mais finos e suaves. É feita com
tebori de forma manual, que dá mais controle na direção dos fios, per-
mitindo que os fios fiquem muito parecidos com o fio real da pessoa.
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Fios nano
O Tebori (que em japonês significa: tatuar com as mãos) é um ins-
trumento indutor manual usado para marcar a pele por meio de uma
pequena “caneta” onde se insere uma pequena lâmina feita de micro
agulhas que definirá seu tamanho e formato, o que influenciará o re-
sultado na pele. Usa-se pigmento na borda da lâmina em mínima
quantidade para implantar o pigmento.
Essa técnica é do século XIX, originada do Japão. Hoje, depois de tra-
zido e adaptado para micropigmentação, muitos profissionais da be-
leza têm praticado o Microblading, afim de preencher, modelar ou
reconstruir completamente as sobrancelhas.
Tipos de lâminas
No mercado existem vários tipos de lâminas, podendo ser classifica-
das de acordo com sua mobilidade, quantidade de agulhas, espes-
sura e formato:
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Como classificar as lâminas?
As lâminas têm numerações diferen-
tes, que são definidas de acordo com
Exemplo:
o número de agulhas que constitui; AGULHA FLEX 18U 18MM
Seu formato também poderá variar É uma lâmina com mobili-
em lâmina reta, chanfrada, U ou tridi- dade, constituída de 18 agu-
mensional (para esfumado); lhas, com formato em ’U’,
A milimetragem também poderá va- considerada muito fina por
riar, de forma que existirão agulhas sua milimetragem.
mais grossas ou mais finas a compor
as lâminas.
Implantação do fio
Com movimentos manuais, aproximamos a lâmina na pele com
pressão suficiente para fazer um micro corte. Essa pressão deve ser
mínima, já que a camada da epiderme é muito fina, como a de um
papel. Para a aplicação, o tebori e a lâmina deverão ficar a 90° em
relação à pele. Após a borda da lâmina ser levemente umedecida em
pigmento, vá puxando suavemente, em movimento unidirecional,
até formar um fio.
Em caso de lâmina chanfrada, lâmina deverá estar com todas as
agulhas passando na pele. Em caso de lâmina U, as agulhas do meio
precisarão estar dentro da pele.
55
Aprendendo os
Direcionamentos
Quem é micropigmentador sabe o quanto é importante saber dire-
cionar os fios. Um fio errado pode alterar todo, mesmo que todo o
restante do trabalho fique impecável. Para isso, neste módulo,
aprenderemos sobre direcionamento de fios e como aplicar cada
um na prática.
É imprescindível saber como iniciar e finalizar cada fio e qual a po-
sição de cada um em cada área de uma sobrancelha. A seguir você
aprenderá os variados tipos de fios e seus direcionamentos.
Tipos de início
Cada sobrancelha, individualmente, inicia de formas diferentes.
Um bom exemplo para podermos elucidar melhor esta questão são
as sobrancelhas asiáticas, que normalmente iniciam seus pelos
mais direcionados para cima, ligeiramente arrepiados. Não é co-
mum encontrar, por exemplo, sobrancelhas asiáticas com pelos
grossos e curvados, e por esse motivo não é adequado encaixar
tramas arredondadas nesses casos. Para isso, costumamos ade-
quar tramas com fios mais retos e menos ordenados, como a se-
gunda e terceira trama demonstradas abaixo.
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Repare nas tramas ao lado como cada caso inicia de forma única,
com fios em direcionamentos diferentes. Sabemos que no Brasil po-
demos encontrar sobrancelhas de todos os tipos, ou seja, não é so-
mente a pele de cada pessoa que devemos analisar, mas também
o tipo de fio, a direção dele, espessura, organização, dentre outras
variantes. Dessa forma, é importante conhecer variadas estruturas
para conseguir identificar a melhor forma de trabalhar naquele
caso, e por isso, os cinco inícios apresentados anteriormente serão
o nosso foco de aprendizado, sendo estas as estruturas mais co-
muns de encontrarmos na pele de brasileiros (as).
Bom treino!!!
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Os primeiros fios são uns dos mais importantes em uma trama, pois
serão eles que ficarão mais evidentes e que definem o quão natural
aquele procedimento ficará. Após treinar os primeiros fios, vamos
agora prosseguir para o treino dos demais fios que compõem o iní-
cio:
TRAMA
CLÁSSICA ESQUELETO
ESTRUTURA PREENCHER
ESTRUTURA PREENCHER
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Logo após os fios de estrutura, damos seguimento aos fios de pre-
enchimento, que nada mais são do que fios que preenchem espa-
ços para dar melhor acabamento ao resultado, realizando fios cur-
tos e ainda mais finos que os anteriores, unicamente com a finali-
dade de aperfeiçoar detalhes do resultado.
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Transição
A transição da trama é o momento em que os fios param de ser dire-
cionados para cima e começam a inclinar lateralmente ou para baixo,
e é nesta etapa que a maioria dos profissionais de micropigmentação
encontram uma grande dificuldade, já que ela deve ser feita de forma
suave e com caimento para imitar com perfeição o movimento que os
fios fazem.
Uma dica importante neste momento é treinar a transição estando la-
teralmente ao papel, assim como devemos estar com a cliente, ou seja,
ao realizar a transição, não estaremos de cabeça para baixo com a
cliente, e sim, lateralmente. A seguir teremos dois modelos de transição
de pelos mais comumente utilizadas no GMA.
TRANSIÇÃO
CLÁSSICA ESQUELETO
ESTRUTURA PREENCHER
ESTRUTURA PREENCHER
TRANSIÇÃO
CURTA ESQUELETO
ESTRUTURA PREENCHER
ESTRUTURA PREENCHER
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Trama de fios
A seguir, você verá exemplos de esqueleto e fios de estrutura para
compor a trama correta de uma pigmentação
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Mas o que seria essa linha rosa
dentro do projeto? Esta linha se
chama linha guia!
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Após a realização do esqueleto, deixamos o pigmento agir por
cerca de 5 minutos e então limpamos com algodão umedecido,
para dar seguimento aos fios estruturais.
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Finalizado o trabalho, deverá vê-lo desta forma
Bom treino!!!
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Hora de treinar tudo o que aprendeu! Vamos avançar para o próximo
passo e aplicar no design abaixo as 3 fases aprendidas nas páginas an-
teriores.
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71
Anestesia
Não é de hoje que há uma grande discussão na área da micropig-
mentação sobre o uso ou não uso de anestésicos tópicos.
Isso se dá muitas vezes pelo desconhecimento do produto, já que
dependendo da forma que é utilizado, seu efeito pode fazer com
que a pele endureça, o pigmento venha a expandir ou até mesmo
não fixar. Dessa forma, é de extrema importância que se conheça
o produto que é utilizado nos procedimentos, não somente replicar
uma técnica.
Os anestésicos podem ser gran-
des aliados, desde que sejam
utilizados da forma correta e
Muito cuidado!
que sejam respeitadas as doses
O uso dos anestésicos tópicos
recomendadas.
aumentou significativamente nos
A anestesia, do grego antigo an últimos anos, não só em procedi-
- "ausência" e aisthēsis - "sen- mentos médicos e estéticos, mas
sação") significa a condição de também de forma indiscrimi-
ter a sensibilidade (incluindo a nada pela população. Isso causa
dor) bloqueada ou temporaria- preocupação quanto aos possí-
mente removida de forma re- veis riscos da utilização inde-
versível. vida. Todos os profissionais que
utilizam devem estar cientes dos
Também conhecidos como
riscos que possam advir do uso
Anestésicos em pomada, a
inapropriado: aplicação em pele
anestesia tópica é utilizada
lesada ou inflamada, em muco-
para realizar a anestesia de
sas, em pacientes de risco, etc.
uma determinada região sem
Deve-se ter cautela também com
que sua aplicação se dê de
preparações manipuladas para
forma invasiva (por meio de
que não seja ultrapassada a dose
agulhas, por exemplo), o que
máxima, considerando que a ab-
evita efeitos sistêmicos no orga-
sorção pode não ser similar à dos
nismo e reduz efeitos colaterais,
produtos industrializados.
trazendo mais segurança aos
procedimentos.
72
Ao bloquear a condução do impulso nervoso, seu mecanismo de
ação está diretamente ligado ao bloqueio dos canais de sódio
(Na+), impedindo a despolarização neuronal, mantendo a célula
em estado de repouso. A gradação de bloqueio nervoso é afetada
pelo diâmetro do nervo. Quanto maior o diâmetro da fibra ner-
vosa, maiores as concentrações de fármaco para atingir um blo-
queio eficiente, o mesmo vale para o contrário.
Prilocaína
É um anestésico local do grupo amida. Age bloqueando o impulso
nervoso, diminuindo a permeabilidade da membrana neuronal aos
íons sódio, o que estabiliza a membrana do neurônio e inibe a des-
polarização da mesma, impedindo a propagação do impulso ner-
voso. Dessa forma, a prilocaína causa anestesia temporária ou
perda de sensação da área onde é aplicado, podendo, porém, per-
manecer a sensibilidade ao tato e à pressão.
Benzocaína
A benzocaína é o p-aminobenzoato de etila, um éster etílico do
ácido p-aminobenzoico. Também age bloqueando o impulso ner-
voso, diminuindo a permeabilidade da membrana neuronal aos
íons sódio, porém, de forma muito mais rápida, principalmente em
áreas de mucosas.
Lidocaína
Também do grupo amida e com mesmo mecanismo de ação que
as anteriores, porém, menos tóxica e com melhor tempo de ação e
absorção.
73
A amida e o éster são os tipos de anestésicos mais utilizados de uso
tópico, sendo a amida menos tóxica, mais eficaz e com menor po-
tencial alergênico do que os ésteres.
Por ser um dos anestésicos tópicos mais seguros e menos tóxicos,
a Lidocaína se tornou desde 1943 o anestésico mais popular até a
atualidade.
Em alguns casos, a lidocaína pode ser combinada com a epinefrina
(adrenalina), que faz seu efeito se tornar prolongado, agindo como
vasoconstritor dos vasos capilares (vasos mais finos), o que tam-
bém diminui os riscos do anestésico ter ação sistêmica. A vaso-
constrição faz com que a pele se torne um pouco mais pálida por
redução do fluxo sanguíneo, diminuindo as chances de sangra-
mento durante o procedimento, porém se em grande quantidade
ou maior tempo de ação do produto na pele, pode levar ao enrije-
cimento do tecido.
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Cicatrização
Nosso sistema imune é responsável
pela defesa do nosso organismo contra
infecções. Sempre que um “corpo es-
tranho” entra no nosso organismo é
gerado junto a resposta imune, que faz
o recrutamento de células responsá-
veis em reconhecer e fagocitar esses
“corpos estranhos”. Nesta resposta
imune, uma das principais células a
entrar em ação é o macrófago, que
tem a função de fagocitar englobando
e destruindo o invasor.
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Entretanto, as moléculas de pigmentos da tinta são muito grandes
para serem destruídas pelos macrófagos, mais difíceis de serem fa-
gocitadas.
Quando uma molécula é muito grande para o sistema imunológico
combater, ele muda sua estratégia e busca meios de encapsular o
invasor.
Porém, mesmo sendo grandes e difíceis de serem fagocitadas, mui-
tas vezes o organismo consegue recusar o pigmento e expulsar, por
ser um procedimento mais superficial e delicado que o de uma ta-
tuagem, por exemplo. Para isso, é importante que se formulem es-
tratégias de fixação do pigmento, visando minimizar ao máximo a
ação do sistema imune sobre o local do procedimento.
A primeira estratégia está no modo de aplicação do anestésico, op-
tando antes por aplicar um anestésico de pele fechada antes da
realização de qualquer procedimento na pele. A segunda estratégia
é a de realizar a esfoliação de forma química (e não com esferas)
na região a ser pigmentada, o que evita realizar aumento de fluxo
sanguíneo pelo esfregaço do esfoliante.
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Este processo de recomposição do tecido lesionado pode levar de
28 a 40 dias dependendo de organismo para organismo, levando
em consideração os fatores de idade, condições da pele, hábitos
diários, dentre outras variáveis.
~
AtenCAO!
Pós procedimento
Alguns cuidados são fundamentais para uma boa fixação do pro-
cedimento. Cerca de 70% do sucesso do resultado dependem dos
cuidados que o (a) cliente terá em casa.
Ao contrário do que muitos profissionais indicam, é expressamente
proibido o uso de gelo após o procedimento. O gelo irá causar efeito
rebote, indesejado no momento de cicatrização.
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Cuidados antes do procedimento
Evitar o uso de Roacutan por 60 (sessenta) dias antes da realização
do procedimento, bem como 30 (trinta) dias após o procedimento;
Devem ser sessados 7 (sete) dias antes qualquer tratamento esté-
tico e o uso de cremes com substâncias ácidas e oleosas na região
a ser pigmentada (ex.: ácidos, peelings, laser e Botox);
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Fases de
Cicatrização
É de extrema importância que o (a) profissional informe bem sobre o
processo de cicatrização ao (à) sua cliente, pois isso será fundamental
para o resultado final da micropigmentação, principalmente para a
fixação da técnica e sucesso do procedimento.
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naturais. Caso o pigmento não tenha pegado como deve, será neces-
sária uma nova aplicação, retocando somente o necessário.
Pomadas
Cicatrizantes
No mercado já existem pomadas próprias para micropigmentação.
Algumas pessoas indicam produtos naturais como manteiga de ca-
cau, ou óleo de girassol como Dersani. Não há problemas em utilizar
esse tipo de produto, mas é mais adequado que você, profissional,
mantenha um padrão, ou adicione a pomada já no custo da micro-
pigmentação, ou ainda, peça a cliente que compre pomadas a base
de Vitamina A e D, Pantenol e Vitamina E, como Bepantriz e Cicaplast
(indicadas pela GMA). Não é indicado usar o Nebacetim ou Bepantol
Derma. Ambos, clareiam muito o pigmento, e devido a isso causam
muitos retoques.
Outro detalhe importante é verificar se as pomadas contêm Antibió-
tico, como a Neomicina, por exemplo, que deve ser proibido.
Temos também que ficar atentos quanto às reações alérgicas. Muitas
pessoas possuem alergias às composições de pomadas, e isso causa
bolhas, pus, inchaço na região. Quando ocorrer, deve-se pedir ao (a)
cliente que coloque um saco com gelo no local (para diminuir o
edema) e pedir para procurar um dermatologista.
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Reavaliação e retoque
Após 30 dias de cicatrização, e não havendo nenhum problema, o (a)
cliente pode realizar o retoque da sobrancelha.
É opcional de cada profissional cobrar junto com o serviço, ou após
em seu retorno. É comum no retoque “descer o tom”, de forma a dar
uma leve escurecida no pigmento para que tenha uma melhor fixa-
ção, realizando a pigmentação exatamente no mesmo local da ante-
rior. Alguns casos, dependendo da pele, se for muito oleosa, deverá
repor novamente por completo.
Não deverá fazer antes dos 30 dias, com risco de machucar a pele e
deixar cicatrizes, como mencionado em tópicos anteriores, mas tam-
bém é orientado que não exceda 45 dias para realização do retoque,
podendo ser cobrado após esse período o valor integral do procedi-
mento. Isso é devido ao fato de que no primeiro bimestre de cicatri-
zação é mais propenso que a pele receba melhor o pigmento reim-
plantado, já que recentemente foi produzida uma alta quantidade de
fibras naquela região, que auxiliam no retoque de forma a aprisionar
melhor o pigmento e seu encapsulamento. Passados os 45 dias, o
corpo reabsorve grande parte dessas fibras produzidas, e por isso,
deve ser considerado um novo procedimento.
Ficha de anamnese
A Vigilância Sanitária solicita um modelo de anamnese completo, de
forma que esta ficha contenha todas as informações necessárias a
cada cliente.
Menores de 16 anos somente podem fazer o procedimento caso o
responsável assine por sua responsabilidade e, se possível, acom-
panhe na realização do procedimento.
Solicite o seu modelo de ficha atualizado no momento da aula.
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TREINO DE RAMIFICAÇÕES
Vamos começar treinando os primeiros fios do início em cada trama:
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Considerações finais
Estamos chegando ao final da apostila, e espero que tenha aprovei-
tado todas as informações passadas.
Esta apostila foi formulada com base em muitas pesquisas funda-
mentadas, muitos estudos em artigos científicos e anos de experiên-
cia, portanto, aproveite ao máximo o conteúdo oferecido aqui de
forma inteiramente transparente.
Sugestões, dicas e elogios podem ser enviados por Email, Direct (Ins-
tagram) ou WhatsApp.
Isso mostra o quanto você está empenhado (a) e munido (a) de in-
formações importantíssimas para se tornar um (a) profissional de
destaque e seguir sua profissão com excelência, aprendendo cada
dia mais e gerando excelentes resultados!
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