Bomba Nuclear Trabalho Digitado
Bomba Nuclear Trabalho Digitado
Bomba Nuclear Trabalho Digitado
Tema:
BOMBA
NUCLEAR
Existem diversas substâncias químicas que podem sofrer transformações muito rápidas: ao serem
aquecidas, ao sofrerem um choque, ou misturadas com outras, estas substâncias "explodem"; o que
esta explosão significa é que a substância sofre uma reação química incontrolável que só acaba quando
os ingredientes disponíveis são totalmente consumidos.
A pólvora, a dinamite, a tri nitroglicerina são exemplos de tais substâncias; numa espoleta, a explosão é
iniciada pela pancada do gatilho sobre ela; já num foguete de São João, é o calor que inicia a explosão.
A grande maioria das reações químicas (ou a combustão) se processa lentamente e, apesar de consumir
as substâncias existentes, não são explosivas; A energia libertada na explosão pode ser muito grande;
por exemplo, um quilo de tri nitroglicerina, ao explodir, pode destruir completamente uma casa de dois
andares. Uma tonelada de trinitrotolueno (TNT), pode destruir um quarteirão. Estes explosivos têm sido
usados extensivamente nas guerras desde o início do século XX.
Logo depois, os cientistas desenvolveram um outro tipo de explosivo: a bomba atômica. O nome é
devido ao fato de que, numa bomba atômica, não ocorre uma reação química, mas uma reação nuclear.
Como as forças nucleares são cerca de 1 milhão de vezes mais fortes que as forças químicas, as energias
libertadas podem ser muito maiores, isto é, com a explosão de 1 kg de material nuclear pode-se obter
uma explosão equivalente a 1.000.000 kg de TNT. O material nuclear com o qual se podem fazer
bombas atômicas é o urânio; este é o elemento mais pesado que se encontra na natureza; todos os
elementos mais pesados que ele são chamados transurânicos e são instáveis, não existindo na natureza,
só podendo ser produzidos artificialmente. Mesmo o urânio não é muito estável; de vez em quando,
espontaneamente, emite partículas alfa - isto é, o urânio é radioativo - o que indica que ele pode ser
levado a explodir.
Da mesma forma que um rearranjo dos átomos pode libertar energia, como na queima de um
combustível (madeira, gás ou petróleo, que são compostos químicos), um rearranjo no núcleo dos
átomos pode também libertar energia, mas em quantidades maiores do que nas reações químicas.
O problema é fazer o urânio queimar, ou seja, fazer com que todos os átomos presentes numa massa de
1 kg se desintegrem.
Isto é fácil de fazer com um pedaço de madeira: uma vez que comece a queimar sob a ação de um
fósforo, por exemplo, a reação química se propaga e só cessa quando todo o combustível acaba.
Com o urânio isto é muito mais difícil de fazer. E possível fazer um átomo se desintegrar "incendiando-
o", como um fósforo faz com a madeira. Um bom agente para isto são feixes de partículas, que os
cientistas aprenderam a fabricar a partir de 1930. Feixes de nêutrons são excelentes desintegradores de
átomos de urânio, através da reação nuclear representada na figura 1.
n+235U92→91Kr36+142Ba56+3n+energia
Contudo a probabilidade de que um nêutron acerte um núcleo de urânio é muito pequena porque eles
são muito pequenos.
É de se notar, contudo, queda desintegração do urânio na reação acima, resultam três nêutrons. Surgiu
daí uma ideia revolucionária, que é a seguinte: se o 1° nêutron produz 3 outros e se cada um deles
produz outros 3, teremos uma reação em cadeia em que o número de desintegrações nucleares segue a
sequência: 1, 3, 9, 27, 81, 243, 729, 2187, etc.
Leo Szilard teve, na década de 1930, a ideia de tentar realizar na prática uma reação em cadeia, e isto de
fato foi conseguido por Enrico Fermi pela primeira vez, em 1942.
O resultado imediato da confirmação da ideia de que era possível fazer uma reação nuclear em cadeia
com o urânio levou à construção das primeiras bombas. Pela sua própria natureza de bomba, toda a
reação em cadeia ocorre rapidamente um tempo menor do que um milésimo de segundo, da mesma
forma que num explosivo comum. Um tanque de gasolina também pode explodir, mas em geral ela é
usada de forma controlada, "queimando-se" a gasolina aos poucos dentro do motor.
O mesmo pode ocorrer com o urânio, numa reação em cadeia; ou ele "explode", rapidamente, ou então
lentamente. A quantidade total de energia produzida é a mesma, mas ela se manifesta de formas
diferentes. Não é o urânio que se encontra na natureza que pode explodir da maneira descrita acima; o
urânio como se encontra na natureza é formado por uma mistura de dois tipos de átomos: o urânio 235
na proporção de 0,7% e o urânio 238 na proporção de 99,3%. O primeiro deles é bastante raro. Em 1 kg
de urânio só existem 7 g de urânio 235.
É o urânio 235 que pode explodir facilmente, mas é difícil obtê-lo de forma pura. Para isto é necessário
"enriquecer" o urânio natural, ou seja aumentar a proporção de átomos de urânio 235 na mistura. Este
enriquecimento precisa elevar a proporção de átomos de urânio 235 a 80% ("enriquecimento a 80%").
Reatores nucleares, para a produção de eletricidade em geral, usam urânio enriquecido a apenas 3%.
Isto pode ser conseguido através de processos muito caros e complicados. Só alguns poucos países
dominam a tecnologia necessária para isso. É possível, porém, obter um outro explosivo nuclear que é o
plutônio. Ele é formado por uma transformação do urânio 238 - que é inerte do ponto de vista explosivo
- em plutônio 239. Esta transformação ocorre num reator nuclear: colocando uma camisa de urânio
natural em torno de um reator nuclear, ele aos poucos vai absorvendo nêutrons e se transformando em
plutônio. Desta forma é possível obter vários quilos de plutônio por ano, usando um reator de pequeno
porte. Por esta razão, bombas atômicas construídas com plutônio são denominadas "bombas atômicas
dos pobres". (Texto escrito por: Dr. José Goldenberg)
Além disso, as reações de fissão e fusão nuclear são altamente energéticas, por mexerem
justamente com o núcleo dos átomos. Por isso, podem estar presentes em processos de
obtenção e conversão de energia, como nas usinas de energia elétrica.
Dessa forma, podemos entender as diferenças entre fissão e fusão! A fissão é a quebra de um
núcleo atômico originando núcleos diferentes de menor número atômico (Z). Já a fusão é o
processo contrário: dois núcleos distintos se fundem, formando um único núcleo de maior
número atômico (Z).
Fissão nuclear
Como já vimos, a fissão nuclear é a quebra de um único núcleo atômico em outros. Isso
acontece pelo bombardeamento de nêutrons em um núcleo físsil, ou seja, um núcleo que
possui tamanho e propriedades adequadas para passar por esse tipo de reação.
Dessa forma, esses núcleos físseis podem se quebrar, originando 2 outros núcleos atômicos,
alguns nêutrons, e uma quantidade colossal de energia!
No entanto, as reações de
fissão têm uma peculiaridade muito grande: a massa não é conservada entre produtos e
reagentes, contrariando todos os princípios da química que lida com a eletrosfera.
Apesar disso, o número de partículas subatômicas é igual antes e depois da reação: 235 do
urânio + 1 nêutron = 92 do Criptônio + 141 do Bário + 3 nêutrons. Então por que a massa é
diferente?
É possível explicar essa diferença de massa pela famosa equação de Einstein, E = mc², que
relaciona massa e energia. Como há perda de massa dos reagentes para os produtos, essa
massa só pode, então, ter sido liberada na forma de energia!
Por isso, libera-se quantidades colossais de energia nas fissões nucleares - o que pode ser
ótimo! As fissões são muito úteis nos processos de geração de energia, pois quando os
nêutrons originados da primeira fissão encontram os núcleos seguintes de Urânio,
permitem que a fusão continue até que o urânio acabe.
Fusão nuclear
(Aprova total)
1934 Enrico Fermi bombardeia núcleos atômicos com nêutrons, mas não
tem consciência da real implicação de seus experimentos
número de mortes até dez/1945 entre 90 mil e 166 mil entre 60 mil e 80 mil pessoas
pessoas
As principais causas das mortes imediatas ou em curto espaço de tempo após a explosão das
bombas em Hiroshima e Nagasaki foram:
1. Ondas de calor: de 20% a 30% das mortes de seres humanos num raio de 1,2 km do
hipocentro são atribuídas a queimaduras fatais;
2. Ondas de choque: as pessoas que estavam na rua ou mesmo dentro de casa foram lançadas
vários metros no ar, ferindo-as terrivelmente ou mesmo matando-as;
3. Radiação ionizante: raios gama e nêutrons emitidos durante a explosão além da radiação
emitida por átomos de césio-137 e de iodo-131, por exemplo, que contaminaram pessoas
interna e externamente. A chuva negra que começou a cair 20 min após explosão da bomba
em Hiroshima e durou até 12h45 contaminou uma área ovalada de 11 km por 19 km.
Hiroshima antes do bombardeio, à
esquerda, e após o bombardeio, à direita.
Há também um subprojeto epidemiológico com indivíduos que eram fetos na época em que
ocorreu a explosão da bomba.
Os dados coletados mostraram que a dose letal que mata 50% das pessoas expostas em um
intervalo de 60 dias foi de 2,5 grays, quando não houve assistência médica, e 5 grays, com
cuidados médicos. Lembramos que gray (Gy) é unidade de dose absorvida D que é definida
como energia E da radiação depositada por unidade de massa m ou seja D = E/m. Para fins de
ilustração, informamos que segundo Unscear 2008 a taxa de dose absorvida média anual
devida à radiação proveniente de fontes naturais é de 2,4 mGy.
O aumento na incidência de leucemia foi notado a partir de dois anos e atingiu o máximo de
seis a oito anos após o bombardeio, principalmente em crianças, e depende fortemente da
idade da exposição.
Outra informação obtida do projeto AHS é sobre aumento na incidência de tumores benignos
de tireoide, de paratireoide, das glândulas salivares, uterinos e gástricos nas pessoas expostas
à radiação da bomba atômica, com aumento de dose. As principais causas de morte são
doenças cardiocirculatórias com incidência de aterosclerose também confirmada em
mulheres que fizeram radioterapia de mama, seguido de doenças no sistema digestivo, no
fígado e no sistema respiratório.
[...] Todavia, a narrativa ortodoxa não busca apenas justificar os artefatos atômicos
por sua utilidade prática na guerra, ela faz parte do esforço do governo estadunidense
em se aproximar do Estado japonês no pós-guerra. Transformando a ilha nipônica em
um ponto estratégico na geopolítica da eventual Guerra Fria [PASTRELLO, 2020]. Deste
modo, obtêm-se que as bombas atômicas foram utilizadas para alavancar uma
vantagem política no pós-guerra, evitando a partilha japonesa com os soviéticos.
(Douglas Pastrello, Doutor em História Política)