Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Manejo de Hiv

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

INSTITUTO POLITÉCNICO BOA ESPERANÇA

IPOBEN

NAMPULA

CADEIRA: MANEJO DE HIV

TEMA:

PATOLOGIA DIGESTIVAS NO PACIENTE COM HIV +

Docente:
Dumeril Álves

Nampula, 2024

1
INSTITUTO POLITÉCNICO BOA ESPERANÇA

IPOBEN

NAMPULA

CADEIRA: MANEJO DE HIV

TEMA:

PATOLOGIA DIGESTIVAS NO PACIENTE COM HIV +

Formandos:

Serugue Almeida Manuel

Shania Ribeiro Lucas

Zaida Alberto Venhane

Zainabo Assira Docente:

Dumeril Álves

Nampula, 2024

2
Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
DIARREIA ..................................................................................................................................... 5
TIPOS DE DIARREIA ................................................................................................................... 5
CAUSAS DA DIARREIA .............................................................................................................. 6
1.1.DIARREIA EM DOENTES COM HIV+ ............................................................................. 7
POSSÍVEIS CAUSAS DA DIARREIA NO DOENTE SEROPOSITIVO .................................... 7
DIARREIA CAUSADO POR INFECÇÕES OPORUNISTAS ..................................................... 7
DIARREIA CAUSADOS POR MEDICAMENTOS ..................................................................... 7
DIARREIA CAUSADO PELO HIV + ........................................................................................... 8
Sinais e Sintomas .......................................................................................................................... 10
DIAGNÓSTICO – DIARREIA EM PACIENTE COM HIV + .....................................................11
TRATAMENTO – DIARREIA EM PACIENTE COM HIV +......................................................11
MEDIAS DE TRATAMENTO SINTOMÁTICO DA DIARREIA .............................................. 12
MEDICAMENTOS ...................................................................................................................... 13
2. DOR ABDOMINAL NO DOENTE COM HIV + .............................................................. 14
EPIDEMIOLOGIA ....................................................................................................................... 14
POSSIVEIS CAUSAS DA DOR ABDOMINAL ......................................................................... 14
INFECÇÕES OU DOENÇAS OPORTUNISTAS ........................................................................ 15
SINTOMAS DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV +: ........................................... 15
COMPLICAÇÕES DA TB ABDOMINAL .................................................................................. 15
DIAGNOSTICO DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV + ..................................... 15
TRATAMENTO DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV + ...................................... 15
OUTRAS INFEÇÕES OPORTUNISTAS OU CONDIÇÕES QUE PODEM PROVOCAR A
DOR ABDOMINAL ..................................................................................................................... 15
DOR ABDOMINAL E REAÇÕES ADIVERSAS MEDICAMENTOS ...................................... 16
MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR PANCREATITE ................................................. 16
MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR ACIDOCE LÁCTICA ........................................ 16
MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBLIDADE ........... 16
HEMORAGIA GASTRO INTESTINAL ..................................................................................... 17
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 19

3
INTRODUÇÃO

Os problemas gastros intestinais são comuns tanto na população seropositiva como seronegativa.
O doente com HIV + pode ter qualquer tipo de problema gastro intestinal incluindo a diarreia,
dor abdominal causada por apendicite ou complicações obstétricas, bem como a hemorragia
causada por úlcera.

4
DIARREIA

1. Conceito:

A diarreia é uma condição que se caracteriza pela evacuação de fezes pastosas ou líquidas com
mais frequência do que o habitual. Tecnicamente, considera-se diarreia quando há a evacuação de
mais de 200 g de fezes por dia. No entanto, essa é uma definição técnica e, na prática, as pessoas
reconhecem a diarreia pelo aumento da frequência e pela alteração na consistência das fezes.

Epidemiologia

A diarreia é um problema tão comum que todo mundo ao longo da vida vai ser acometido por ela
diversas vezes. A maioria das pessoas apresenta pelo menos um quadro diarreico por ano, não
sendo incomum, porém, pessoas que apresentam 2 a 5 episódios anuais de diarreia.

A diarreia, na verdade, não é uma doença, mas sim uma manifestação clínica comum de várias
doenças diferentes que afetam o trato gastrointestinal.

Tecnicamente, chamamos de diarreia quando o paciente evacua mais de 200 g de fezes ao longo
do dia. Obviamente, isso é uma definição técnica, ninguém precisa pesar as fezes para saber se
está com diarreia ou não. Uma definição mais palpável é aquela que diz que diarreia é a
evacuação de fezes pastosas ou liquidas efetuada com mais frequência que o habitual.

TIPOS DE DIARREIA

A diarreia pode ser definida como a passagem de fezes moles ou aquosas, geralmente pelo menos
três vezes em um período de 24 horas. A diarreia reflete o aumento do conteúdo de água nas fezes,
seja devido à absorção prejudicada de água ou por secreção ativa de água pelo intestino.

A diarreia pode ser:

➢ Aguda: 14 dias ou menos de duração.

➢ Cronica ou persistente: três a quatros semanas ou mais de 30 dias de duração.

5
A diarreia invasiva, ou disenteria, é definida como diarreia com sangue visível e é comumente
associada a febre e dor abdominal.

CAUSAS DA DIARREIA

A causa mais comum da diarreia pode ser por infeção por vírus, bactérias ou outros parasitas,
causando gastroenterite.

A diarreia também pode ser causada por intoxicação dos alimentos, por alguns medicamentos,
como antibiótico, laxantes que contenham magnésio e quimioterapia.

CAUSAS DE DIARREIA AGUDA

Apresenta sintomas por poucos dias e é causada, geralmente por vírus, bactérias ou algumas parasitas. A
diarreia pode ser causada pelo próprio germe ou por toxinas produzidas pelo mesmo.

CAUSAS DE DIARREIA PERSISTENTE OU CRÔNICA

Toda diarreia com mais de duas semanas de evolução deve levantar suspeitas sobre alguma doença
do trato intestinal que não tenha origem em uma intoxicação alimentar. Diarreias com mais de um
mês de evolução são consideradas diarreias crônicas e devem sempre ser investigadas.

As principias causas de diarreia crônica são as doenças inflamatórias intestinais, , AIDS, infecção
por amebas e outros parasitos, tumores e hipertireoidismo.

QUANDO PROCURAR UM MÉDICO DEVIDO À DIARREIA?

São sinais de gravidade da diarreia:

• Febre alta, normalmente maior que 38,5ºC.

• Diarreia severa que não melhora após 48-72h.

• Desidratação.

• Diarreia com sangue.

6
• Diarreia por mais de duas semanas.

• Diarreia em pacientes idosos e/ou imunossuprimidos.

• Crianças que recusam hidratação ou alimentação durante a diarreia.

1.1.DIARREIA EM DOENTES COM HIV+

POSSÍVEIS CAUSAS DA DIARREIA NO DOENTE SEROPOSITIVO

As possíveis causas da diarreia (com ou sem náuseas ou vómitos ou dor abdominal) no doente seropositivo
são múltiplas e de categorias distintas. As categorias importantes das causas da diarreia são:

▪ Diarreia causada por infeções oportunistas (Cryptosporidium, microspordium, Isospora, etc).


▪ Diarreia causada por reações adversas a medicamentos;
▪ Diarreia causada pelo próprio HIV.

DIARREIA CAUSADO POR INFECÇÕES OPORUNISTAS

São muitas infeções oportunistas do 4º estádio que podem causar a diarreia, neste caso diarreia cronica no
paciente seropositivo.

Há algumas parasitas que podem causar a diarreia no 4º estádio e elas podem ser Cryptosporidium,
microspordium, Isospora.

Estas infeções do 4º estádio não respondem ao tratamento com os antibióticos.

Os parasitas intestinais oportunistas respondem ao TARV ou ao tratamento de longo prazo com os


antibióticos ou com albendazol em alta doce.

DIARREIA CAUSADOS POR MEDICAMENTOS

Temos alguns medicamentos anti-retrovirais frequentemente que causam a diarreia, os mais comuns são:

✓ Abacavir
✓ Didanosina
✓ Lamivudina
✓ Lopinavir
✓ Nelfinavir

7
A diarreia causada por anti-retrovirais pode ser ligeira ou graves, mas por um outro motivo os antibióticos
podem causar diarreia como a CTZ.

Caso seja por causa do antibiótico deve-se suspender o medicamento.

Na resistência da diarreia pode ser por causa da bactéria Clostridium difficile (É uma bactéria anaeróbica
que se multiplica no intestino quando o doente toma antibióticos que matam a flora do trato
gastrointestinal).

Com este caso é necessário suspender que esta em causa o problema e dar metronidazol para tratar
Clostridium difficile. O Cotrimoxazol também pode causar a diarreia.

DIARREIA CAUSADO PELO HIV +

Alguns doentes com HIV + tem diarreia sem causa identificado alem da própria infecção do HIV, havendo
melhoria com o tratamento anti-retroviral.

Diarreia com condição do 3º estádio tem os seguintes critérios:

• Diarreia ou igual a 3 vezes por dia por mais de 1 mês;


• Não há outra causa aparente;
• Não responde aos antibióticos.

DIARREIA COM CONDIÇÃO DO 4º ESTÁDIO (SINDROME DE CAQUEXIA DE SIDA):

• Perda de 10% de peso com emagrecimento visível;


• Diarreia menos ou igual a 3 vezes de dia por mais de 1 mês;
• Não responde aos antibióticos.

Na ausência da diarreia confirmada deve se classificar:

• Diarreia com febre ou com sangue;


• Diarreia sem febre e sem sangue.

DIAREIA COM FEBRE OU COM SANGUE:

Na presença de febre e com sangue, podemos classificar como diarreia aguda ou cronica.

8
✓ Tratar paciente com cotrimoxazol/ciprofloxacina (o dente que esta a tomar o cotrimoxazol diário, de
preferência tratar com ciprofloxacina e na mulher gravida não).
✓ Se o doente não responder a cotrimoxazol ou ciprofloxacina, albendazol, reidratação oral, trate com
metronidazol.

DIARREIA SEM FEBRE E SEM SANGUE

Na ausência de febre e de sangue, e na ausência de outra causa confirmada, e importante classificar como
diarreia cronica ou aguda, a diarreia cronica vai a cinco dias ou mais de duração.

AGUDA

Normalmente deve-se avaliar o paciente e dar conduta:

• Reidratação oral, doce única de albendazol (se não tiver tomado recentemente nos últimos 6 meses);
• Se não houver melhoria em 5 dias administramos dois antibióticos: metronidazol + ciprofloxacina ou
metronidazol + cotrimoxazol.

CRONICA

Avalia-se o paciente e administra-se dois antibióticos: metronidazol + ciprofloxacina (evitar na mulher


gravida) ou cotrimoxazol evitar na pessoa que está a tomar o cotrimoxazol profilático. Em ambos casos, se
o doente não responder ao cotrimoxazol/ciprofloxacina, metronidazol, albendazol e reidratação deve-se:

• Avaliar a reação a diversa se estiver a fazer TARV


• Se a diarreia tiver 1 mês ou mais de duração, o doente ainda não estiver a fazer o TARV, avalia
indicações para fazer o TARV.
• Considere loperamida ou codeína para controlar sintomas
• Encaminhar ou referir.

Causas não infeciosas:


• Linfoma
• Especialmente em paciente HIV com imunidade baixa
• Sarcoma de Kaposi
• Medicamentos
• Especialmente em usuários de Inibidor de protéase ou

9
integrasse sem outros sintomas associados.
• Inchaço,
• Náusea e
• Dor Abdominal
• Devido à toxicidade mitocondrial
• Alimentos
Causas Infeciosas:
• Bactérias
• Vírus
• Protozoários
Como avaliar pacientes com HIV e Diarreia
• Características das Fezes:
• Consistência,
• Cor,
• Volume,
• Frequência,
• Cheiro
• Associação com Outros Sintomas:
• Náusea,
• Vômito,
• Dor Abdominal,
• Febre
• Ingestão de Alimentos Diferentes ou em:
• Situações não habituais
• Exame Físico
• Exames Laboratoriais
• Avaliação do Status Imunológico
Sinais e Sintomas

10
Os sintomas ajudam a avaliar o local do trato gastro intestinal afetado e algumas
características ajudam a identificar as causas

• Queda da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca pode sugerir grande


perda de líquido pelas fezes.
• Lesões de pele e mucosas secas podem refletir desidratação ou perda de nutrientes
que podem estar associados a problemas no Intestino delgado
• Febre pode indicar replicação do vírus HIV ou infeções oportunistas como
citomegalovirus (CMV), Mycobacterium avium complex (MAC).
• Febre, perda de peso e hepatoesplenomegalia (aumento de fígado e baço) pode
sugerir processo infiltrativo sistêmico como histoplasmose, MAC ou linfoma
• Dor e endurecimento abdominal pode indicar abscesso abdominal, colite,
pancreatite ou doença do trato biliar
• Endurecimento perirretal pode indicar gonorreia, clamídia, linfogranuloma
venéreo
• Sangue nas fezes em paciente com imunidade baixa pode indicar doenças na
mucosa como proctitite por herpes simples, proctite por CMV ou neoplasia

Diagnóstico – Diarreia em Paciente com HIV +


• Exames das Fezes
• Exames de Sangue
• Endoscopia Digestiva Alta
• Colonoscopia
• Cultura do Sangue
• Exames de Imagem

Tratamento – Diarreia em Paciente com HIV +


Cortar a diarreia dificilmente é uma boa medida, pois diarreias infecciosas podem complicar se
usadas medicações que param o intestino.

11
O ideal é definir a causa pois sem o tratamento adequado além de sérias consequências à saúde,
pode levar a uma importante redução da qualidade de vida.

TRATAMENTO:

Albendazol 400 mg doce única

Metronidazol 250 mg 2/2/2 X 10 dias

Ciprofloxacina 500 mg uma vez por 10 dias

Cotrimoxazol 480 mg 1/1 X 10 dias

Eritromicina 500 mg 1/1/1/1 X 5 dias

MEDIAS DE TRATAMENTO SINTOMÁTICO DA DIARREIA

Loperamida 2 mg 2/1/1/1 X 5 dias

Codeína 30 mg 1/1/1

MEDIDAS PARA A PRENÇÃO DA DIARREIA

Os princípios da prevenção da diarreia são idênticos nas pessoas seropositivas como nas sero negativas.
Contudo na pessoa com o CD4 abaixo e no estádio avançado da doença, há profilaxia com cotrimoxazol
pois ajuda a prevenir a diarreia causada por parasitas oportunistas e é dado algumas medidas para prevenção
da diarreia:

o Medidas de higiene:
✓ Lavagem das mãos;
✓ Isolamento das fezes dos doentes;
✓ Consumo de água potável;
✓ Proflaxia com cotrimoxazol no doente com critérios

Existem muitas maneiras de lidar com a dor relacionada ao HIV. Os médicos podem
prescrever medicamentos para reduzir os sintomas dolorosos.

12
As pessoas que vivem com o HIV também podem comprar remédios para a dor sem
prescrição médica (OTC), mas devem conversar com seu médico antes de iniciar qualquer
tratamento novo.

Terapias não medicamentosas e remédios caseiros também podem proporcionar alívio para
algumas pessoas.

Medicamentos

Uma das primeiras abordagens que os médicos tomam ao administrar os sintomas


dolorosos é parar ou reduzir a dosagem dos tratamentos de HIV.

Se esta abordagem não funcionar, o médico pode recomendar medicamentos de prescrição


ou medicamentos de alívio da dor.

Algumas dessas opções incluem:

Opioides: Estes são o tipo mais forte de medicação para dor disponível e estão disponíveis
apenas mediante receita médica. Os opioides podem causar efeitos colaterais, como
sonolência, náusea e constipação. É essencial seguir as instruções do médico ao tomar
opióides para evitar complicações e sobredosagem.

Medicamentos não opiáceos: Uma ampla variedade de analgésicos não opiáceos está
disponível tanto em OTC quanto em prescrições. Exemplos comuns incluem
acetaminofeno, aspirina e ibuprofeno. Os analgésicos tópicos, como géis, cremes ou
adesivos, também estão disponíveis.

Terapias não medicamentosas

Algumas pessoas também podem encontrar alívio da dor de:

• Acupuntura
• Massagem
13
• Terapia comportamental cognitiva , ou TCC
• Juntando-se a um grupo de apoio à dor crônica
Remédios caseiros

Algumas formas de lidar com a dor relacionada ao HIV em casa incluem:

• praticando técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios de respiração


consciente
• aplicando compressas quentes e frias
• tomando banhos mornos quando necessário
• recebendo atividade física regular
• identificar e reduzir as causas do estresse
• limitando o consumo de álcool
• parar de fumar

2. DOR ABDOMINAL NO DOENTE COM HIV +

EPIDEMIOLOGIA

As doenças que provocam a dor abdominal no doente seropositivo são as mesmas que no seropositivo,
nomeadamente: apendicite, gastrite, parasitas intestinais, complicações da gravidez, entre outras.

A dor abdominal em pacientes com HIV + pode ser indicativa de várias condições, incluindo
infeções oportunistas que ocorrem no trato gastrointestinal

Alem das complicações comuns, os doentes seropositivos podem ter problemas abdominais causados por
infeções oportunistas, Síndrome de Imuno-Restauração (SIR), ou reações adversas aos medicamentos
usados para tratar o HIV.

POSSIVEIS CAUSAS DA DOR ABDOMINAL:

✓ Infeções ou doenças oportunistas


✓ Reações adversas a medicamentos
✓ Síndrome de imuno de restauração

14
INFECÇÕES OU DOENÇAS OPORTUNISTAS

A TB Abdominal no doente seropositivo pode afetar qualquer órgão e estrutura do abdome, e o sintoma
característico é a dor abdominal.

SINTOMAS DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV +:

✓ Febre;
✓ Perda de apetite;
✓ Perca de peso;
✓ Diarreia;
✓ Suor noturno;
✓ Inchaço Abdominal

COMPLICAÇÕES DA TB ABDOMINAL

A TB abdominal pode apresentar complicações que requerem cirurgia como:

✓ Ascite abundante com sistemas severos;


✓ Aumento de linfonodos abdominais com obstrução ou perfuração intestinal ou hemorragia
digestiva;
✓ Abcesso intestinal ou retroperitoneal;
✓ Peritonite.

DIAGNOSTICO DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV +

O TMG deve suspeitar a TB abdominal perante um doente com os sinais/sintomas referidos anteriormente.
Nesses casos, deve-se consultar o médico ou encaminhar, já que o diagnostico pode requerer técnicas mais
complexas, por exemplo paracentese, ultrassom do abdómen, ou biópsia.

Sempre que se suspeitar a TB abdominal, também deve procurar evidencias da TB pulmonar.

TRATAMENTO DA TB ABDOMINAL NO PACIENTE COM HIV +

O doente HIV + com TB abdominal deve iniciar o tratamento para a TB e adiar o TARV ate que esteja
estabilizado.

OUTRAS INFEÇÕES OPORTUNISTAS OU CONDIÇÕES QUE PODEM PROVOCAR


A DOR ABDOMINAL

15
Alguns dos agentes etiológico das doenças oportunistas que manifestam com a dor abdominal são:

Micobecterium avium/intracelulares: É um micro-organismo oportunista mais comum no grupo das


micobactérias atípicas.

Citomegaviros: é uns vírus oportunistas que provoca pancreatite ou úlceras do estomago, esófago e as
vezes com a hemorragias ou perfuração visceral.

DOR ABDOMINAL E REAÇÕES ADIVERSAS MEDICAMENTOS

Os doentes seropositivos que fazem o TARV podem apresentar quadros de dor abdominal relacionada do
fármaco. As reações adversas que podem apresentar-se com dor abdominal são:

• Hepatite
• Pancreatite
• Acidose láctica
• Reações de hipersensibilidade

Medicamentos que podem provocar hepatite

Nevirapina, efavirenz, isonizida, Rifampicina, cotrimoxazol e sulfadoxina-Pirimetamina

MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR PANCREATITE

• Cotrimoxazol
• Didanocina
• Estavudina
• Pentamidina

MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR ACIDOCE LÁCTICA

• Didanocina
• Estavudina
• Azitromicina

Suspeita-se acidose Láctica no paciente que toma os fármacos descritos acima

MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBLIDADE

16
Abacavir – nas primeiras semanas entre 8-11 dias após iniciar o abacavir os doentes implicados podem
apresentar síndrome de hipersensibilidade.

HEMORAGIA GASTRO INTESTINAL

Os doentes seropositivos também podem ter hemorragias gastro intestinal causada por úlceras pépticas,
cancro do colon ou outras doenças como nos seronegativos. Contudo, nele é possível que estas hemorragias
sejam consequência de complicações relacionadas com HIV + nos doentes seropositivos que apresentam
hemorragias intestinal, depois de tratamento da urgência medica é necessário investigar a existência das
condições que definem as condições ou que indicam o 4º estádio e avaliar as indicações para o TARV.

17
CONCLUSÃO

A patologia digestiva associada ao HIV é um campo em constante evolução, com novas descobertas que
podem levar a melhores abordagens de tratamento e manejo dos sintomas. A colaboração multidisciplinar
entre infectologistas, gastroenterologistas, nutricionistas e profissionais de saúde mental é fundamental para
fornecer cuidados holísticos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com HIV.

18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Atzori C et al. HIV-1 and parasitic infections n Rural Tanzania. Annals of Trpical Medicine and Parasitology
1993;87:585-593.
Walson JL et al. Albendazole Treatment of HIV-1 and Helminth Co-infection: A Randomized, Double-
Blind, Placebo-Controled Trial. AIDS 2008;22:1601-9.
George W. Beatty. Diarrhea in Patients Infected with HIV Presenting to the Emergency Department.
Emergency Medicine Clinics of North America, vol.28, p.299-310, 2010.

Ronald D. Wilcox. HIV in the emergency department. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez,
editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical
publishing division; 2006. p.440-450.

Tamara L. Thomas, Elizabeth Lynch. Infectious diarrhea. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A.
Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill,
medical publishing division; 2006. P.166-175.

Andrew Nevins, Mark Holodniy. HIV associated gastrointestinal infectious. In: Ellen M. Slaven, Susan C.
Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management.
McGraw Hill, medical publishing division; 2006. P.176-186.

Robert’s Munford, Anthony F. Suffredini. Sepsis, severe sepsis and sepsis shock. In: Gerald L. Mandell,
John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of
infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.987-1010.

Theodore S. Steiner, Richard L. Guerrant. Principles and syndromes of enteric infection. In: Gerald L.
Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice
of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1335-1352.

David A. Bobak, Richard L. Guerrant. Nausea, vomiting and noninflammatory diarrhea. In: Gerald L.
Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice
of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1359-1374.

Nathan M. Thielman, Kenneth A. Wilson. Antibiotic associated colitis. In: Gerald L. Mandell, John E.
Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious
diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1375-1388.

19

Você também pode gostar