Ias 1-1
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Ias 1-1
O texto abaixo foi retirado do da versão consolidada das normas disponível no site do Jornal Oficial da União Europeia.
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qualquer responsabilidade pelo respetivo conteúdo. As versões dos atos relevantes que fazem fé, incluindo os respetivos
preâmbulos, são as publicadas no Jornal Oficial da União Europeia e encontram-se disponíveis no EUR-Lex. É possível aceder
diretamente a esses textos oficiais através das ligações incluídas no presente documento
OBJECTIVO
1Esta Norma prescreve a base para a apresentação de demonstrações financeiras com finalidades gerais, de forma a
assegurar a comparabilidade quer com as demonstrações financeiras, de períodos anteriores, da entidade quer com
as demonstrações financeiras de outras entidades. A Norma estabelece requisitos globais para a apresentação de
demonstrações financeiras, diretrizes para a sua estrutura e requisitos mínimos para o respetivo conteúdo.
ÂMBITO
2 Uma entidade deve aplicar esta Norma ao preparar e apresentar demonstrações financeiras com finalidades gerais
de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS).
3 Outras IFRS estabelecem os requisitos de reconhecimento, mensuração e divulgação para transações específicas e
outros acontecimentos.
4 Esta Norma não se aplica à estrutura e ao conteúdo das demonstrações financeiras intercalares condensadas
elaboradas de acordo com a IAS 34 Relato Financeiro Intercalar. Contudo, os parágrafos 15-35 aplicam-se a tais
demonstrações financeiras. Esta Norma aplica-se igualmente a todas as entidades, incluindo as que apresentam
demonstrações financeiras consolidadas de acordo com a IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas e as que
apresentam demonstrações financeiras separadas de acordo com a IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas.
5 Esta Norma usa terminologia que é adequada para entidades com fins lucrativos, incluindo entidades do sector
público. Se as entidades não lucrativas do sector privado ou do sector público aplicarem esta Norma, poderão ter de
emendar as descrições usadas para determinadas linhas de itens nas demonstrações financeiras e para as próprias
demonstrações financeiras.
6 Da mesma forma, as entidades que não tenham capital próprio tal como definida na IAS 32 Instrumentos Financeiros:
Apresentação (por exemplo, alguns fundos mútuos) e as entidades cujo capital por ações não seja capital próprio (por
exemplo, algumas entidades cooperativas) poderão ter de adaptar a apresentação das demonstrações financeiras dos
interesses dos membros ou dos detentores de unidades.
DEFINIÇÕES
7 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
As demonstrações financeiras com finalidades gerais (referidas como «demonstrações financeiras») são as que se
destinam a satisfazer as necessidades de utentes que não estejam em posição de exigir a uma entidade que prepare
relatórios à medida das suas necessidades particulares de informação.
Impraticável — A aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não o pode aplicar depois de ter feito
todos os esforços razoáveis para o conseguir.
As Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) são Normas e Interpretações adotadas pelo International
Accounting Standards Board (IASB). Compreendem:
(a) Normas Internacionais de Relato Financeiro;
(b) Normas Internacionais de Contabilidade; e
(c) Interpretações desenvolvidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) ou pelo
anterior Standing Interpretations Committee (SIC).
Material:
A informação é material se se puder razoavelmente considerar que a sua omissão, distorção ou ocultação poderá
influenciar as decisões que os utentes primários das demonstrações financeiras de caráter geral tomarão com base
nessas mesmas demonstrações financeiras, que fornecem a informação financeira respeitante a uma determinada
entidade que relata.
A materialidade depende da natureza ou magnitude das informações, isoladas ou em combinação. Uma entidade deve
avaliar se as informações, individualmente ou em combinação com outras, são materiais no contexto das suas
demonstrações financeiras consideradas como um todo.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
Considera-se que a informação foi ocultada se for comunicada de uma forma que tenha, para os utentes primários das
demonstrações financeiras, um efeito semelhante à omissão ou à distorção dessas mesmas informações. Seguem-se
exemplos de circunstâncias que podem levar a uma ocultação de informação material:
a) As informações relativas a um item, transação ou outro acontecimento material são divulgadas nas demonstrações
financeiras, mas a linguagem utilizada é vaga ou pouco clara;
b) As informações relativas a um item, transação ou outro acontecimento material estão dispersas pelas demonstrações
financeiras;
c) Itens, transações ou outros acontecimentos de natureza diferente são desadequadamente agregados;
d) Itens, transações ou outros acontecimentos similares são desadequadamente desagregados; e
e) A compreensibilidade das demonstrações financeiras é reduzida quando as informações materiais são ocultadas
por informações imateriais, a tal ponto que um utente primário não consegue determinar quais são as informações
materiais.
Para avaliar se será razoável esperar que a informação influencie as decisões tomadas pelos utentes primários das
demonstrações financeiras de caráter geral de uma determinada entidade que relata, a entidade deverá considerar as
características desses utentes, bem como as circunstâncias próprias da entidade.
Muitos investidores, mutuantes e outros credores, reais ou potenciais, não podem exigir que as entidades que relatam
lhes prestem informações diretamente e estão dependentes das demonstrações financeiras de caráter geral para
grande parte da informação financeira de que necessitam. Por conseguinte, esses utentes primários são os principais
destinatários das demonstrações financeiras de caráter geral. As demonstrações financeiras são preparadas tendo em
vista utentes com um conhecimento razoável das atividades económicas e empresariais e que analisam e avaliam as
informações de forma diligente. Por vezes, mesmo um utente bem informado e diligente poderá ter de procurar a ajuda
de um consultor para compreender as informações respeitantes a fenómenos económicos complexos.
As Notas contêm informação para além da apresentada na demonstração da posição financeira, na(s)
demonstração(ões) dos resultados e de outro rendimento integral, na demonstração do rendimento integral separada
(se apresentada), na demonstração de alterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa. As Notas
proporcionam descrições narrativas ou desagregações de itens apresentados nessas demonstrações e informação
acerca de itens que não se qualificam para o reconhecimento nessas demonstrações.
Outro rendimento integral inclui os itens de receitas e de despesas (incluindo ajustamentos de reclassificação)
que não são reconhecidos nos resultados conforme exigido ou permitido por outras IFRS.
Os componentes de outro rendimento integral incluem:
(a) alterações no excedente de revalorização (ver IAS 16 Ativos Fixos Tangíveis e IAS 38 Ativos Intangíveis);
(b) a remensuração dos planos de benefícios definidos (ver a IAS 19 Benefícios do Empregados);
(c) ganhos e perdas resultantes da transposição das demonstrações financeiras de uma unidade operacional
estrangeira (ver IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio);
(d) os ganhos e perdas de investimentos em instrumentos de capital próprio designados pelo justo valor em outro
rendimento integral de acordo com o parágrafo 5.7.5 da IFRS 9 Instrumentos Financeiros;
(da) ganhos e perdas resultantes de ativos financeiros mensurados pelo justo valor em outro rendimento integral de
acordo com o parágrafo 4.1.2A da IFRS 9;
(e) a parte efetiva dos ganhos e perdas em instrumentos de cobertura numa cobertura de fluxo de caixa e os ganhos
e perdas em instrumentos de cobertura que cobrem investimentos em instrumentos de capital próprio mensurados pelo
justo valor em outro rendimento integral de acordo com o parágrafo 5.7.5 da IFRS 9 (ver capítulo 6 da IFRS 9);
(f) para determinados passivos designados pelo justo valor através dos resultados, a quantia da alteração no justo valor
que seja atribuível a alterações no risco de crédito desse passivo (ver parágrafo 5.7.7 da IFRS 9);
(g) alterações no valor do valor temporal das opções aquando da separação do valor intrínseco e do valor temporal de
um contrato de opção e da designação como instrumento de cobertura apenas da alteração no valor intrínseco (ver
capítulo 6 da IFRS 9);
(h) alterações no valor dos elementos a prazo dos contratos forward na altura da separação entre os elementos a prazo
e à vista de um contrato forward e da designação como instrumento de cobertura apenas da alteração no elemento à
vista, e as alterações no valor do spread de base cambial de um instrumento financeiro aquando da exclusão do mesmo
da designação desse instrumento financeiro como o instrumento de cobertura (ver capítulo 6 da IFRS 9).
Os proprietários são os detentores de instrumentos classificados como capital próprio.
O lucro ou prejuízo é o total do rendimento menos gastos, excluindo os componentes do outro rendimento integral.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
Os ajustamentos de reclassificação são quantias reclassificadas para lucros ou prejuízos do período corrente que
tinham sido reconhecidas em outro rendimento integral nos períodos corrente ou anteriores.
O rendimento integral total é a alteração no capital próprio durante um período resultante de transacções e outros
acontecimentos, que não sejam alterações resultantes de transacções com proprietários na sua qualidade de
proprietários.
O rendimento integral total compreende todos os componentes dos «lucros ou prejuízos» e de «outro rendimento
integral».
8 Apesar de esta Norma usar os termos «outro rendimento integral», «lucros ou prejuízos» e «rendimento integral
total», uma entidade pode usar outros termos para descrever os totais, desde que o significado seja claro. Por exemplo,
uma entidade pode usar o termo «rendimento líquido» para descrever os lucros ou prejuízos.
8A Os seguintes termos são definidos na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação e são utilizados na presente
norma com o significado definido na IAS 32:
(a) instrumento financeiro com uma opção put classificado como um instrumento de capital próprio (descrito nos
parágrafos 16A e 16B da IAS32);
(b) um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar a outra parte uma parte pro rata dos ativos líquidos
da entidade aquando da liquidação e é classificado como um instrumento de capital próprio (descrito nos parágrafos
16C e 16D da IAS32).
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Finalidade das demonstrações financeiras
9 As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro
de uma entidade. O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição
financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de uma entidade que seja útil a uma vasta gama de utentes
na tomada de decisões económicas. As demonstrações financeiras também mostram os lucros ou prejuízos da
condução, por parte da gerência, dos recursos a ela confiados. Para satisfazer este objetivo, as demonstrações
financeiras proporcionam informação de uma entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;
(b) passivos;
(c) capital próprio;
(d) rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas;
(e) contribuições por parte dos proprietários e distribuições aos mesmos na sua qualidade de proprietários; e
(f) fluxos de caixa.
Esta informação, juntamente com outra informação nas notas, ajuda os utentes de demonstrações financeiras a prever
os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a sua tempestividade e certeza.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
10A Uma entidade pode apresentar uma única demonstração dos resultados e de outro rendimento integral, com os
resultados e o outro rendimento integral apresentados em duas secções. Essas secções devem ser apresentadas em
conjunto, primeiro a relativa aos resultados e logo a seguir a relativa ao outro rendimento integral. Uma entidade pode
apresentar a secção relativa aos resultados numa demonstração dos resultados separada. Se for esse o caso, a
demonstração dos resultados separada deve ser imediatamente seguida da demonstração que apresenta o rendimento
integral, que deverá começar pelos resultados.
11 Uma entidade deve apresentar com igual proeminência todas as demonstrações financeiras num conjunto completo
de demonstrações financeiras.
13 Muitas entidades apresentam, fora das demonstrações financeiras, uma análise financeira feita pela gerência que
descreve e explica as características principais do desempenho financeiro e da posição financeira da entidade e as
principais incertezas com que ela se depara. Tal relatório pode incluir uma análise de:
(a) os principais fatores e influências que determinam o desempenho financeiro, incluindo alterações no ambiente em
que a entidade opera, a resposta da entidade a essas alterações e o seu efeito e a política de investimentos da entidade
para manter e melhorar o desempenho financeiro, incluindo a sua política de dividendos;
(b) as fontes de financiamento da entidade e o respetivo rácio pretendido de passivos em relação ao capital próprio; e
(c) os recursos da entidade não reconhecidos na demonstração da posição financeira de acordo com as IFRS.
14 Muitas entidades apresentam também, fora das demonstrações financeiras, relatórios e demonstrações tais como
relatórios ambientais e demonstrações de valor acrescentado, sobretudo nos sectores em que os fatores ambientais
são significativos e quando os empregados são considerados um importante grupo de utentes. Os relatórios e
demonstrações apresentados fora das demonstrações financeiras estão fora do âmbito das IFRS.
Características gerais
Apresentação apropriada e conformidade com as IFRS
15 As demonstrações financeiras devem apresentar apropriadamente a posição financeira, o desempenho financeiro
e os fluxos de caixa de uma entidade. A apresentação apropriada exige a representação fidedigna dos efeitos das
transações, outros acontecimentos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos,
passivos, rendimentos e gastos estabelecidos na Estrutura Conceptual para o Relato Financeiro (Estrutura
Conceptual). Presume-se que a aplicação das IFRS, com divulgação adicional quando necessária, resulta em
demonstrações financeiras que alcançam uma apresentação apropriada.
16 Uma entidade cujas demonstrações financeiras estão em conformidade com as IFRS deve fazer uma declaração
explícita e sem reservas desse cumprimento nas notas. Uma entidade não deve considerar as demonstrações
financeiras como estando em conformidade com as IFRS, a menos que cumpram todos os requisitos das IFRS.
17 Em praticamente todas as circunstâncias, uma entidade consegue fazer uma apresentação apropriada através do
cumprimento com as IFRS aplicáveis. Uma apresentação apropriada também exige que uma entidade:
(a) selecione e aplique políticas contabilísticas de acordo com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros. A IAS 8 estabelece uma hierarquia de orientações que faz fé, que a gerência
considera na ausência de uma IFRS que se aplique especificamente a um item.
(b) apresente informação, incluindo políticas contabilísticas, de uma forma que proporcione informação relevante, fiável,
comparável e compreensível.
(c) proporcione divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos específicos contidos nas IFRS é
insuficiente para permitir que os utentes compreendam o impacto de determinadas transacções, outros acontecimentos
e condições sobre a posição financeira e o desempenho financeiro da entidade.
18 Uma entidade não pode retificar políticas contabilísticas não apropriadas nem pela divulgação das políticas
contabilísticas usadas nem por notas ou material explicativo.
19 Nas circunstâncias extremamente raras em que a gerência conclua que o cumprimento com um requisito de uma
IFRS seria tão enganoso que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações financeiras estabelecido na
Estrutura Conceptual, a entidade deve afastar-se desse requisito da forma disposta no parágrafo 20 se a estrutura
conceptual reguladora relevante exigir, ou não proibir de outra forma, tal afastamento.
20 Quando uma entidade se afastar de um requisito de uma IFRS de acordo com o parágrafo 19, ela deve divulgar:
(a) Que a gerência concluiu que as demonstrações financeiras apresentam de forma apropriada a posição financeira,
o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade;
(b) Que cumpriu as IFRS aplicáveis, exceto que se afastou de um requisito particular a fim de conseguir uma
apresentação apropriada;
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
(c) O título da IFRS da qual a entidade se afastou, a natureza do afastamento, incluindo o tratamento que a IFRS
exigiria, a razão pela qual esse tratamento seria tão enganoso nas circunstâncias que entrasse em conflito com o
objetivo das demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceptual e o tratamento adotado; e
(d) Para cada período apresentado, o efeito financeiro do afastamento em cada item nas demonstrações financeiras
que teria sido relatado no cumprimento do requisito.
21 Quando uma entidade se afastou de um requisito de uma IFRS num período anterior, e esse afastamento afetar as
quantias reconhecidas nas demonstrações financeiras do período corrente, ela deve proceder às divulgações
estabelecidas nos parágrafos 20(c) e (d).
22 O parágrafo 21 aplica-se, por exemplo, quando uma entidade se afastou num período anterior de um requisito de
mensuração de ativos ou passivos contido numa IFRS e esse afastamento afetar a mensuração de alterações nos
ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras do período corrente.
23 Nas circunstâncias extremamente raras em que a gerência conclua que o cumprimento de um requisito de uma
IFRS seria tão enganoso que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações financeiras estabelecido na
Estrutura Conceptual, mas a estrutura conceptual reguladora relevante proibir o afastamento do requisito, a entidade
deve, na máxima medida possível, reduzir os aspetos enganadores detetados do cumprimento divulgando:
a) O título da IFRS em questão, a natureza do requisito e a razão pela qual a gerência concluiu que o cumprimento
desse requisito é tão enganador nas circunstâncias em questão que entra em conflito com o objetivo das
demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceptual; e
b) Para cada período apresentado, os ajustamentos a cada item nas demonstrações financeiras que a gerência tenha
concluído serem necessários para conseguir uma apresentação apropriada.
24 Para a finalidade dos parágrafos 19-23, um item de informação entraria em conflito com o objetivo das
demonstrações financeiras quando não representar fidedignamente as transações, outros acontecimentos e condições
que ou dê a entender que representa ou que se poderia esperar razoavelmente que represente e, consequentemente,
seria provável que influenciasse as decisões económicas feitas por utentes de demonstrações financeiras. Ao avaliar
se o cumprimento de um requisito específico de uma IFRS seria tão enganador que entraria em conflito com o objetivo
das demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceptual, a gerência considera:
a) A razão pela qual o objetivo das demonstrações financeiras não é alcançado nas circunstâncias particulares; e
b) A forma como as circunstâncias da entidade diferem das circunstâncias de outras entidades que cumprem o
requisito. Se outras entidades em circunstâncias semelhantes cumprem o requisito, há um pressuposto refutável de
que o cumprimento do requisito por parte da entidade não seria tão enganador que entrasse em conflito com o objetivo
das demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceptual.
Continuidade
25 Aquando da preparação de demonstrações financeiras, a gerência deve fazer uma avaliação da capacidade de uma
entidade de prosseguir como uma entidade em continuidade. Uma entidade deve preparar demonstrações financeiras
numa base de continuidade, a menos que a gerência pretenda liquidar a entidade ou cessar de negociar, ou não tenha
alternativa realista senão fazê-lo. Quando a gerência estiver consciente, ao fazer a sua avaliação, de incertezas
materiais relacionadas com acontecimentos ou condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da
capacidade da entidade de prosseguir como uma entidade em continuidade, a entidade deve divulgar essas incertezas.
Quando uma entidade não preparar demonstrações financeiras numa base de continuidade, esse facto deve ser
divulgado, juntamente com as bases pelas quais as demonstrações financeiras foram preparadas e a razão por que a
entidade não é considerada como estando em continuidade.
26 Ao avaliar se o pressuposto de entidade em continuidade é apropriado, a gerência toma em consideração toda a
informação disponível sobre o futuro, que é pelo menos de, mas não se limita a, doze meses a partir do fim do período
de relato. O grau de consideração depende dos factos de cada caso. Quando uma entidade tiver uma história de
operações lucrativas e acesso pronto a recursos financeiros, a entidade pode chegar à conclusão, sem uma análise
pormenorizada, de que a base de contabilidade da entidade em continuidade é apropriada. Noutros casos, a gerência
pode necessitar de considerar um vasto leque de fatores relacionados com a rentabilidade corrente e esperada,
esquemas de reembolso de dívidas e potenciais fontes de financiamentos de substituição para que ela própria possa
estar satisfeita de que a base da empresa em continuidade é apropriada.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
Materialidade e agregação
29 Uma entidade deve apresentar separadamente cada classe material de itens semelhantes. Uma entidade deve
apresentar separadamente os itens de uma natureza ou função dissemelhante, a menos que sejam imateriais.
30 As demonstrações financeiras resultam do processamento de grandes números de transacções ou outros
acontecimentos que são agregados em classes de acordo com a sua natureza ou função. A fase final do processo de
agregação e classificação é a apresentação de dados condensados e classificados que formam linhas de itens nas
demonstrações financeiras. Se uma linha de item não for individualmente material, ela é agregada a outros itens, seja
nessas demonstrações seja nas notas. Um item que não seja suficientemente material para justificar a sua
apresentação separada nessas demonstrações pode justificar a sua apresentação separada nas notas.
30A Quando aplica esta e outras IFRS, uma entidade deve decidir, tendo em conta todos os factos e circunstâncias
relevantes, de que forma deve agregar a informação nas demonstrações financeiras, que incluem as notas. Uma
entidade não deve reduzir a compreensibilidade das suas demonstrações financeiras dissimulando a informação
material com informações imateriais ou agregando itens materiais que tenham diferentes naturezas ou funções.
31 Algumas IFRS especificam as informações que devem ser incluídas nas demonstrações financeiras, que incluem
as notas. Uma entidade não tem de efetuar uma divulgação específica exigida por uma IFRS se a informação resultante
dessa divulgação não for material. Isto é válido mesmo se a IFRS contém uma lista de requisitos específicos ou os
descreve como requisitos mínimos. Uma entidade deve também ponderar a oportunidade de efetuar divulgações
adicionais quando o cumprimento dos requisitos específicos da IFRS for insuficiente para permitir aos utilizadores das
demonstrações financeiras compreenderem o impacto de determinadas transações, outros acontecimentos e
condições relativos à posição financeira e ao desempenho financeiro da entidade.
Compensação
32 Uma entidade não deve compensar ativos e passivos ou rendimentos e gastos, a menos que tal seja exigido ou
permitido por uma IFRS.
33 Uma entidade relata separadamente tanto ativos e passivos como rendimentos e gastos. A compensação quer na
demonstração do rendimento integral ou da posição financeira quer na demonstração do rendimento integral separada
(se apresentada), exceto quando a compensação reflita a substância da transação ou outro acontecimento, diminui a
capacidade dos utentes não só de compreender as transacções, outros acontecimentos e condições que tenham
ocorrido, mas também de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A mensuração de ativos líquidos de
ajustamentos de valorização, por exemplo ajustamentos de obsolescência nos inventários e ajustamentos de dívidas
duvidosas nas contas a receber, não é compensação.
34 A IFRS 15 Rédito de Contratos com Clientes exige que as entidades mensurem o rédito proveniente de contratos
com clientes pelo montante de retribuição que a entidade espera receber em troca da transferência dos bens ou
serviços prometidos. Por exemplo, a quantia de rédito reconhecida reflete quaisquer descontos comerciais e descontos
de volume concedidos pela entidade. As entidades empreendem, no decurso das suas atividades ordinárias, outras
transações que não geram rédito mas que são inerentes às principais atividades que geram rédito. As entidades
apresentam os resultados de tais transações, quando esta apresentação reflita a substância da transação ou outro
acontecimento, compensando qualquer rendimento com os gastos relacionados resultantes da mesma transação. Por
exemplo:
(a) uma entidade apresenta os ganhos e perdas na alienação de ativos não correntes, incluindo investimentos e ativos
operacionais, deduzindo do montante de retribuição da alienação a quantia escriturada do ativo e os gastos de venda
relacionados; e
(b) uma entidade pode compensar os dispêndios líquidos relacionados com uma provisão reconhecida de acordo com
a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes e reembolsada segundo um acordo contratual com
terceiros (por exemplo, um acordo de garantia de um fornecedor) com o reembolso relacionado.
35 Adicionalmente, uma entidade apresenta os ganhos e perdas provenientes de um grupo de transacções
semelhantes numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de diferenças cambiais ou ganhos e perdas
provenientes de instrumentos financeiros detidos para negociação. Contudo, uma entidade apresenta esses ganhos e
perdas separadamente, se forem materiais.
Frequência de relato
36 Uma entidade deve apresentar um conjunto completo de demonstrações financeiras (incluindo informação
comparativa) pelo menos anualmente. Quando uma entidade alterar o fim do seu período de relato e apresentar
demonstrações financeiras para um período mais longo ou mais curto do que um ano, uma entidade deve divulgar,
além do período abrangido pelas demonstrações financeiras:
(a) a razão para usar um período mais longo ou mais curto; e
(b) o facto de que as quantias apresentadas nas demonstrações financeiras não são inteiramente comparáveis.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
37 Normalmente, uma entidade prepara consistentemente demonstrações financeiras para o período de um ano.
Porém, por razões práticas, algumas entidades preferem relatar, por exemplo, para um período de 52 semanas. Esta
Norma não impede esta prática.
Informação comparativa
Informação comparativa mínima
38 A menos que as IFRS o permitam ou exijam de outra forma, uma entidade deve divulgar informação
comparativa com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas demonstrações financeiras
do período corrente. Uma entidade deve incluir a informação comparativa para a informação narrativa e
descritiva se tal for relevante para a compreensão das demonstrações financeiras do período corrente.
38A Uma entidade deve apresentar, no mínimo, duas demonstrações de posição financeira, duas
demonstrações de resultados e outro rendimento integral, duas demonstrações separadas de resultados (se
apresentadas), duas demonstrações dos fluxos de caixa e duas demonstrações das alterações do capital
próprio, bem como notas conexas.
38B Em alguns casos, a informação narrativa prestada nas demonstrações financeiras relativas ao(s) período(s)
precedente(s) continua a ser relevante no período corrente. Por exemplo, uma entidade divulga no período corrente os
pormenores de um litígio, cujo desfecho era incerto no final do período de relato precedente e que ainda está por
resolver. Os utentes podem beneficiar da informação de que a incerteza existia no final do período de relato precedente
e da divulgação da informação acerca das medidas adotadas durante o período para resolver essa incerteza.
Informação comparativa adicional
38C Uma entidade pode apresentar informação comparativa para além das demonstrações financeiras comparativas
mínimas exigidas pelas IFRS, desde que essas informações sejam elaboradas de acordo com as IFRS. Essa
informação comparativa pode consistir em uma ou mais das demonstrações referidas no parágrafo 10, mas não
necessitam de incluir um conjunto completo de demonstrações financeiras. Quando for este o caso, a entidade deve
apresentar em nota as informações relativas a estas demonstrações adicionais.
38D Por exemplo, uma entidade pode apresentar uma terceira demonstração dos resultados e outro rendimento
integral (apresentando assim o período corrente, o período precedente e um período comparativo adicional). Contudo,
a entidade não é obrigada a apresentar uma terceira demonstração da posição financeira, uma terceira demonstração
dos fluxos de caixa ou uma terceira demonstração das alterações do capital próprio (ou seja, uma demonstração
financeira adicional comparativa). A entidade é obrigada a apresentar, nas notas às demonstrações financeiras, a
informação comparativa relacionada com essa demonstração adicional de resultados e outro rendimento integral.
Alteração da política contabilística, reexpressão retrospetiva ou reclassificação
40A Uma entidade deve apresentar uma terceira demonstração da posição financeira no início do período
precedente, para além das demonstrações financeiras comparativas mínimas exigidas no parágrafo 38a, se:
(a) aplica uma política contabilística retrospetivamente, faz uma reexpressão retrospetiva de itens nas suas
demonstrações financeiras ou reclassifica itens nas suas demonstrações financeiras; e
(b) a aplicação retrospetiva, a reexpressão retrospetiva ou a reclassificação tem um impacto significativo sobre
a informação contida na demonstração da posição financeira no início do período precedente.
40B Nas circunstâncias descritas no parágrafo 40A, uma entidade deve apresentar três demonstrações da posição
financeira:
(a) no final do período corrente;
(b) no final do período precedente; e
(c) no início do período precedente.
40C Quando uma entidade é obrigada a apresentar uma demonstração adicional da posição financeira em
conformidade com o parágrafo 40A, deve divulgar a informação exigida nos parágrafos 41 - 44 e na IAS 8. No entanto,
não necessita de apresentar as notas conexas da demonstração da posição financeira de abertura no início do período
precedente.
40D A data dessa demonstração da posição financeira de abertura é a do início do período precedente,
independentemente de as demonstrações financeiras de uma entidade apresentarem ou não informação comparativa
de períodos anteriores (tal como permitido no parágrafo 38C).
41 Quando uma entidade altera a apresentação ou a classificação de itens nas suas demonstrações
financeiras, essa entidade deve reclassificar as quantias comparativas, a menos que a reclassificação seja
impraticável. Quando uma entidade reclassifica quantias comparativas, deve divulgar (nomeadamente no
início do período precedente):
(a) a natureza da reclassificação;
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
ESTRUTURA E CONTEÚDO
Introdução
47 Esta Norma exige determinadas divulgações na demonstração da posição financeira ou do rendimento integral, na
demonstração do rendimento integral separada (se apresentada) ou na demonstração de alterações no capital próprio
e exige a divulgação de outras linhas de itens nessas demonstrações ou nas notas. A IAS 7 Demonstração dos Fluxos
de Caixa estabelece requisitos para a apresentação de informação de fluxos de caixa.
48 Esta Norma usa por vezes o termo «divulgação» no sentido lato, abrangendo itens apresentados nas
demonstrações financeiras. Noutras IFRS, também são exigidas divulgações. A menos que seja especificado em
contrário noutra parte desta Norma ou noutra IFRS, essas divulgações podem ser feitas nas demonstrações
financeiras.
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras
57 Esta Norma não prescreve a ordem ou formato em que a entidade apresenta os itens. O parágrafo 54 lista
simplesmente itens que são de natureza ou função suficientemente diferente para justificar a apresentação separada
na demonstração da posição financeira. Além disso:
(a) as linhas de itens são incluídas quando a dimensão, a natureza ou a função de um item ou agregação de itens
semelhantes for de tal forma que a apresentação separada seja relevante para uma compreensão da posição financeira
da entidade; e
(b) as descrições usadas e a ordenação dos itens ou agregação de itens semelhantes podem ser emendadas de acordo
com a natureza da entidade e as suas transacções, para proporcionar informação que seja relevante para uma
compreensão da posição financeira da entidade. Por exemplo, uma instituição financeira pode emendar as descrições
acima referidas para proporcionar informação que seja relevante para as operações de uma instituição financeira.
58 Uma entidade ajuíza se deve apresentar outros itens separadamente com base na avaliação do seguinte:
(a) a natureza e liquidez dos ativos;
(b) a função dos ativos dentro da entidade; e
(c) as quantias, natureza e tempestividade dos passivos.
59 O uso de diferentes bases de mensuração para diferentes classes de ativos sugere que a sua natureza ou função
difere e que, por isso, a entidade deve apresentá-las como linhas de itens separadas. Por exemplo, diferentes classes
de ativos fixos tangíveis podem ser escrituradas pelo custo ou por quantias revalorizadas de acordo com a IAS 16.
Ativos correntes
66 Uma entidade deve classificar um ativo como corrente quando:
(a) espera realizar o ativo, ou pretende vendê-lo ou consumi-lo, no decurso normal do seu ciclo operacional;
(b) detém o ativo essencialmente para finalidades de negociação;
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(c) espera realizar o ativo até doze meses após o período de relato; ou
(d) o ativo é caixa ou um equivalente de caixa (conforme definido na IAS 7), a menos que lhe seja limitada a troca ou
uso para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após o período de relato.
Uma entidade deve classificar todos os restantes ativos como não correntes.
67 Esta Norma usa o termo «não corrente» para incluir ativos tangíveis, intangíveis e financeiros de natureza de longo
prazo. Não proíbe o uso de descrições alternativas tanto quanto o sentido seja claro.
68 O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e a sua realização
em dinheiro ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável,
pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses. Os ativos correntes incluem ativos (tais como inventários e
contas a receber comerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do ciclo operacional normal,
mesmo quando não se espera que sejam realizados num período de até doze meses após o período de relato. Os
ativos correntes incluem igualmente ativos detidos essencialmente para finalidades de negociação (nomeadamente
certos ativos financeiros que preenchem a definição de detidos para negociação da IFRS 9) e a parte corrente de ativos
financeiros não correntes.
Passivos correntes
69 Uma entidade deve classificar um passivo como corrente quando:
a) espera liquidar o passivo no decurso normal do seu ciclo operacional;
b) detém o passivo essencialmente para finalidades de negociação;
c) a liquidação do passivo estiver prevista para um período até doze meses após o período de relato; ou
d) não tiver um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após
o período de relato (ver parágrafo 73). Os termos de um passivo que poderia, por opção da contraparte, resultar
na sua liquidação através da emissão de instrumentos de capital próprio não afetam a sua classificação.
Uma entidade deve classificar todos os restantes passivos como não correntes.
70 Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns acréscimos de custos relativos a
empregados e outros custos operacionais, são parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da
entidade. Uma entidade classifica esses itens operacionais como passivos correntes mesmo que estejam para ser
liquidados mais de doze meses após o período de relato. O mesmo ciclo operacional normal aplica-se à classificação
dos ativos e passivos de uma entidade. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável,
pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses.
71 Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo operacional normal, mas está prevista a sua
liquidação dentro de um período de doze meses após o período de relato ou são essencialmente detidos para
finalidades de negociação. Constituem exemplos certos passivos financeiros que preenchem a definição de detidos
para negociação da IFRS 9, descobertos bancários e a parte corrente de passivos financeiros não correntes, dividendos
a pagar, impostos sobre o rendimento e outras contas a pagar não comerciais. Os passivos financeiros que
proporcionem financiamento numa base a longo prazo (ou seja, que não fazem parte do capital de funcionamento
usado no ciclo operacional normal da entidade) e cuja liquidação não esteja prevista dentro de um período de doze
meses após o período de relato são passivos não correntes, sujeitos aos parágrafos 74 e 75.
72 Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a sua liquidação estiver prevista dentro
de um período de doze meses após o período de relato, mesmo que:
(a) o prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e
(b) um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa base de longo prazo seja celebrado
após o período de relato e antes das demonstrações financeiras serem autorizadas para emissão.
73 Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade de, refinanciar ou substituir sucessivamente uma obrigação durante
pelo menos doze meses após o período de relato segundo uma facilidade de empréstimo existente, ela classifica a
obrigação como não corrente, mesmo que de outra forma fosse devida dentro de um período mais curto. Contudo,
quando refinanciar ou substituir («roll over») a obrigação não depender do critério da entidade (por exemplo, se não
houver um acordo de refinanciamento), a entidade não considera o potencial de refinanciamento da obrigação e
classifica a obrigação como corrente.
74 Quando uma entidade não cumprir uma disposição de um acordo de empréstimo de longo prazo em, ou antes, do
fim do período de relato com o efeito de o passivo se tornar pagável à ordem, ela classifica o passivo como corrente,
mesmo que o mutuante tenha concordado, após o período de relato e antes da autorização de emissão das
demonstrações financeiras, em não exigir pagamento como consequência do incumprimento. Uma entidade classifica
o passivo como corrente porque, no fim do período de relato, ela não tem um direito incondicional de diferir a sua
liquidação durante pelo menos doze meses após essa data.
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75 Contudo, uma entidade classifica o passivo como não corrente se o mutuante tiver concordado, até ao fim do período
de relato, em proporcionar um período de graça a terminar pelo menos doze meses após o período de relato, dentro
do qual a entidade pode retificar o incumprimento e durante o qual o mutuante não pode exigir o reembolso imediato.
76 Com respeito a empréstimos classificados como passivos correntes, se os acontecimentos que se seguem
ocorrerem entre o fim do período de relato e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas para
emissão, esses acontecimentos são divulgados como acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos de acordo
com a IAS 10 Acontecimentos após o Período de Relato:
(a) refinanciamento numa base de longo prazo;
(b) retificação de um incumprimento de um acordo de empréstimo de longo prazo; e
(c) concessão, por parte do mutuante, de um período de graça para retificar um incumprimento de um acordo de
empréstimo de longo prazo que termine pelo menos doze meses após o período de relato.
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92 Uma entidade deve divulgar ajustamentos de reclassificação relacionados com componentes de outro rendimento
integral.
93 Outras IFRS especificam se e quando as quantias anteriormente reconhecidas em outro rendimento integral são
reclassificadas nos resultados. Essas reclassificações são referidas nesta Norma como ajustamentos de
reclassificação. Um ajustamento de reclassificação é incluído com o componente relacionado de outro rendimento
integral no período em que o ajustamento é reclassificado nos resultados. Estas quantias podem ter sido reconhecidas
em outro rendimento integral como ganhos não realizados no período corrente ou em períodos anteriores. Esses
ganhos não realizados têm de ser deduzidos de outro rendimento integral no período em que os ganhos realizados
são reclassificados nos resultados, de modo a evitar incluí-los duas vezes no rendimento integral total.
94 Uma entidade pode apresentar ajustamentos de reclassificação na(s) demonstração(ões) dos resultados e de outro
rendimento integral ou nas notas. Uma entidade que apresente ajustamentos de reclassificação nas notas apresenta
as rubricas de outro rendimento integral após quaisquer ajustamentos de reclassificação relacionados.
95 Os ajustamentos de reclassificação surgem, por exemplo, aquando da alienação de uma unidade operacional
estrangeira (ver IAS 21) e quando alguns fluxos de caixa previstos cobertos afetam os resultados (ver parágrafo 6.5.11,
alínea d, da IFRS 9 em relação às coberturas de fluxo de caixa).
96 Os ajustamentos de reclassificação não surgem em alterações no excedente de reavaliação reconhecido de acordo
com a IAS 16 ou a IAS 38 nem na remensuração de planos de benefício definido reconhecidos de acordo com a IAS
19. Estes componentes são reconhecidos em outro rendimento integral e não são reclassificados nos resultados em
períodos subsequentes. As alterações no excedente de reavaliação podem ser transferidas para resultados retidos em
períodos subsequentes quando o ativo for usado ou quando for desreconhecido (ver IAS 16 e IAS 38). Em
conformidade com a IFRS 9, não surgem ajustamentos de reclassificação se uma cobertura de fluxo de caixa ou a
contabilização do valor temporal de uma opção (ou do elemento a prazo de um contrato forward ou do spread de base
cambial de um instrumento financeiro) conduzir a quantias que são retiradas da reserva de cobertura dos fluxos de
caixa ou de um componente separado do capital próprio, respetivamente, e diretamente incluídas nos custos iniciais
ou noutra quantia escriturada de um ativo ou passivo. Estas quantias são diretamente transferidas para ativos ou
passivos.
Rédito X
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Outros rendimentos X
Alterações nos inventários de produtos acabados e em curso X
Matérias-primas e consumíveis usados X
Gasto com benefícios dos empregados X
Gasto de depreciação e de amortização X
Outros gastos X
Total de gastos (X)
Lucro antes de impostos X
103 A segunda forma de análise é o método da «função do gasto» ou do «custo de vendas», classificando os gastos
de acordo com a sua função como parte do custo de vendas ou, por exemplo, dos custos de distribuição ou de
catividades administrativas. Como mínimo, uma entidade divulga o custo de vendas segundo este método
separadamente dos outros gastos. Este método pode proporcionar informação mais relevante aos utentes do que a
classificação de gastos por natureza, mas a imputação de custos a funções pode exigir imputações arbitrárias e
envolver ponderação considerável. Um exemplo de uma classificação que usa o método da função de gastos é o
seguinte:
Rédito X
Custo de vendas (X)
Lucro bruto X
Outros rendimentos X
Custos de distribuição (X)
Gastos administrativos (X)
Outros gastos (X)
Lucro antes de impostos X
104 Uma entidade que classifique os gastos por função deve divulgar informação adicional sobre a natureza dos
gastos, incluindo gastos de depreciação e de amortização e gastos com os benefícios dos empregados.
105 A escolha entre o método da função do gasto e o método da natureza do gasto depende de fatores históricos e
sectoriais e da natureza da entidade. Ambos os métodos proporcionam uma indicação dos custos que podem variar,
direta ou indiretamente, com o nível de vendas ou de produção da entidade. Dado que cada método de apresentação
tem mérito para diferentes tipos de entidades, esta Norma exige que a gerência selecione a apresentação que seja
fiável e mais relevante. Porém, porque a informação sobre a natureza dos gastos é útil ao prever os futuros fluxos de
caixa, é exigida divulgação adicional quando for usada a classificação com base no método da função do gasto. No
parágrafo 104, «benefícios dos empregados» tem o mesmo significado que na IAS 19.
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Notas
Estrutura
112 As notas devem:
(a) apresentar informação acerca da base de preparação das demonstrações financeiras e das políticas contabilísticas
específicas usadas de acordo com os parágrafos 117-124;
(b) divulgar a informação exigida pelas IFRS que não esteja apresentada noutros pontos das demonstrações
financeiras; e
(c) proporcionar informação que não esteja apresentada noutros pontos das demonstrações financeiras, mas que seja
relevante para uma compreensão de qualquer uma delas.
113 Uma entidade deve apresentar as notas, tanto quanto for praticável, de uma forma sistemática. Para definir
essa forma sistemática, a entidade deve considerar os efeitos sobre a compreensibilidade e a comparabilidade
das suas demonstrações financeiras. Uma entidade, para cada item das demonstrações da posição financeira
e da(s) demonstração(ões) dos resultados e rendimento integral, bem como nas demonstrações das alterações
no capital próprio e dos fluxos de caixa, deve incluir uma referência cruzada a qualquer informação relacionada
nas notas.
114 Exemplos de ordenação ou agrupamento sistemático das notas:
a) dar maior importância aos domínios da sua atividade que a entidade considere mais relevantes para uma
compreensão do seu desempenho financeiro e da sua posição financeira, por exemplo agrupando as informações
sobre certas atividades operacionais;
b) agrupar as informações sobre os itens mensurados do mesmo modo, por exemplo os ativos mensurados pelo justo
valor; ou
c) seguir a ordem das linhas de itens na (s) demonstração(ões) dos resultados e outro rendimento integral e na
demonstração da posição financeira, por exemplo:
i) declaração de cumprimento das IFRS (ver parágrafo 16);
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proprietário e das propriedades detidas para venda no decurso normal da atividade empresarial, quando a classificação
da propriedade é difícil.
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Capital
134 Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das suas demonstrações financeiras avaliar os
objectivos, as políticas e os processos da entidade para gerir o capital.
135 Para cumprir o parágrafo 134, uma entidade deve divulgar o seguinte:
(a) informação qualitativa sobre os seus objetivos, políticas e processos para gerir o capital, incluindo:
(i) uma descrição daquilo que gere como capital;
(ii) quando uma entidade estiver sujeita a requisitos de capital impostos externamente, a natureza desses requisitos e
a forma como eles são incorporados na gestão do capital; e
(iii) a forma como está a cumprir os seus objetivos de gerir o capital;
(b) um resumo dos dados quantitativos daquilo que gere como capital. Algumas entidades encaram alguns passivos
financeiros (por exemplo, determinadas formas de dívida subordinada) como parte integrante do capital. Outras
entidades encaram o capital como excluindo alguns componentes de capital próprio (por exemplo, componentes
resultantes de coberturas de fluxo de caixa);
(c) quaisquer alterações nas alíneas (a) e (b) do período anterior;
(d) se, durante o período, ela cumpriu os requisitos de capital impostos externamente e aos quais está sujeita;
(e) quando a entidade não cumpriu esses requisitos de capital impostos externamente, as consequências desse
incumprimento.
A entidade baseia estas divulgações na informação fornecida internamente ao pessoal chave da gerência.
136 Uma entidade pode gerir o capital de várias formas e estar sujeita a uma série de diferentes requisitos de capital.
Por exemplo, um conglomerado pode incluir entidades que desempenham catividades de seguros e catividades
bancárias e essas entidades podem operar em várias jurisdições. Quando uma divulgação agregada dos requisitos de
capital e sobre a forma como o capital é gerido não proporciona informação útil ou distorce a compreensão de um
utente de demonstrações financeiras relativamente aos recursos de capital de uma entidade, a entidade deve divulgar
informação separada para cada requisito de capital a que ela esteja sujeita.
Instrumentos financeiros com uma opção put classificados como capital próprio
136A Em relação aos instrumentos financeiros com uma opção put classificados como instrumentos de capital próprio,
uma entidade divulga (na medida em que não sejam divulgados noutro local):
(a) um resumo dos dados quantitativos sobre a quantia classificada como capital próprio;
(b) os seus objetivos, políticas e procedimentos para gerir a sua obrigação de recomprar ou remir os instrumentos
quando tal seja lhe imposto pelos detentores do instrumento, incluindo quaisquer alterações em relação ao período
precedente;
(c) a saída de caixa esperada em resultado da remição ou recompra dessa classe de instrumentos financeiros; e
(d) informações sobre a forma como foi determinada a saída de caixa esperada em resultado da remição ou recompra.
Outras divulgações
137 Uma entidade deve divulgar nas notas:
(a) a quantia de dividendos proposta ou declarada antes de as demonstrações financeiras serem autorizadas para
emissão, mas não reconhecida como distribuição aos proprietários durante o período, e a quantia relacionada por ação;
e
(b) a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não reconhecido.
138 Uma entidade deve divulgar o seguinte, se não for divulgado noutro local em informação publicada com as
demonstrações financeiras:
(a) o domicílio e a forma jurídica da entidade, o seu país de registo e o endereço da sede registada (ou o local principal
dos negócios, se diferente da sede registada);
(b) a descrição da natureza das operações da entidade e das suas principais catividades;
(c) o nome da empresa-mãe e da empresa-mãe de topo do grupo, e
(d) se for uma entidade com um período de vida limitado, informação em relação à duração do seu período de vida.
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normas IFRS. As entidades devem aplicar as emendas à IAS 1 retrospetivamente, em conformidade com a IAS 8
Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros. Contudo, se uma entidade determinar que
a aplicação retrospetiva seria impraticável ou implicaria custos ou esforços indevidos, deve aplicar as emendas à IAS
1 por referência aos parágrafos 23-28, 50-53 e 54F da IAS 8.
139T O documento Definição do termo «material» (emendas à IAS 1 e à IAS 8), emitido em outubro de 2018, emendou
o parágrafo 7 da IAS 1 e o parágrafo 5 da IAS 8 e suprimiu o parágrafo 6 da IAS 8. As entidades devem aplicar estas
emendas prospetivamente aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2020. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar estas emendas a um período anterior, deve divulgar esse facto.
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