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Verbo

Flexões do Verbo
Verbo: do latim (verbum), originalmente significa “palavra”. É uma classe
de palavras variável que, semanticamente, exprime um processo localizado
no tempo: uma ação, um estado, um fenômeno da natureza ou uma mu-
dança de estado. Ele indica pessoa, número, tempo e modo dessas ações,
estados e fenômenos. Sintaticamente, o verbo exerce a função de núcleo
do predicado das sentenças.

Em relação à estrutura das formas verbais, há três tipos de morfemas que


participam dela: radical, vogal temática e desinências.

Radical: elemento mórfico que serve de base do significado. Para se obter


o radical do verbo, basta eliminar as terminações -ar, -er, -ir (constituídas
pela vogal temática + a desinência de infinitivo –r):

Exemplo:
• amar – -ar = radical am-
• aprender – er = radical aprend-
• proibir – ir = radical proib-

Vogal temática: são as vogais a, e, i que se juntam ao radical para possibi-


litar sua união às desinências. O conjunto formado pela união do radical +
vogal temática chama-se tema. As vogais temáticas indicam a conjugação
a que os verbos pertencem:

Exemplo:
• cantar = primeira conjugação;
• vender = segunda conjugação;
• partir = terceira conjugação.
Desinências: elementos mórficos que se juntam ao tema, indicando as
flexões de modo e tempo (desinências modo-temporais) e de número e
pessoa (desinências número-pessoais):

Exemplos:

cant-

radical

vogal temática

va

desinên.modo-temporal

mos

desinên. número-pessoal

estud-

radical

vogal temática

ría

desinên.modo-temporal

mos

desinên. número-pessoal

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Ao associarmos o conceito de sílaba tônica à estrutura das formas verbais,
percebemos que, quando a sílaba tônica ou a sua vogal se encontra no
radical a forma verbal será chamada rizotônica:

• Exemplo: am-am; / part-em

Quando a sílaba tônica ou sua vogal se encontra na terminação verbal, será


chamada arrizotônica:

• Exemplo: am-amos; / part-is.

Estudar a classe de palavras verbo torna-se importante na medida em que


contribui para um desempenho linguístico mais satisfatório, ou seja, facilita
o processo de escrita e produção textual. O conhecimento e domínio dos
paradigmas de conjugação verbal são indispensáveis na prática de elabo-
ração e entendimento textual.

Tempos e Modos Verbais


Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso
pelo verbo. Os três tempos naturais são:
• Presente;
• Pretérito (ou Passado);
• Futuro.

O Presente designa um fato ocorrido no momento em que se fala; o Pre-


térito, antes do momento em que se fala; e o Futuro, após o momento em
que se fala.
Exemplos:
• Leio uma revista instrutiva. (Presente);
• Li uma revista instrutiva. (Pretérito);
• Lerei uma revista instrutiva. (Futuro).

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Modos do Verbo
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar, é a indica-
ção da atitude do falante em relação ao fato expresso pelo verbo. São três
os Modos Verbais:

Indicativo

Exprime um fato certo, positivo. Indica certeza:

Exemplo:

• Vou hoje;

• Sairás cedo.

Imperativo

Exprime ordem, proibição, conselho, pedido, súplica, permissão:

Exemplos:

• Volte logo;

• Não fiquem aqui;

• Sede prudentes.

Subjuntivo

Enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético, indica incerte-


za, dúvida:

Exemplos:

• É possível que chova.;

• Se você trabalhasse...

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Tempos do Modo Indicativo
PRESENTE estudo;

PRETÉRITO Imperfeito: estudava;

Perfeito: estudei;

Mais-que-perfeito: estudara.

FUTURO do Presente: estudarei;

do Pretérito: estudaria

Presente

O presente do indicativo emprega-se:

Dados os tempos do modo indicativo, veremos, em seguida, o emprego


deles e sua correlação.

1. Para enunciar um fato atual:

Exemplos:

• Cai a chuva.;

• O céu está limpo.

2. Para indicar ações e estados permanentes:

Exemplos:

• A terra gira em torno do próprio eixo.;

• Deus é Pai!

3. Para expressar uma ação habitual do sujeito.

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Exemplos:

• Sou tímido;

• Como muito pouco.

4. Para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado


(presente histórico):

Exemplo:

"A Avenida é o mar dos foliões. Serpentinas cortam o ar..., rolam


das escadas, pendem das árvores e dos fios..." (M. Rebelo)

5. Para marcar um fato futuro, mas próximo; nesse caso, para im-
pedir qualquer ambiguidade, faz-se acompanhar, geralmente,
de um adjunto adverbial:

Exemplo: "Outro dia eu volto, talvez depois de amanhã...”


(A. Bessa Luís)

Pretérito Imperfeito

A própria denominação desse tempo - Pretérito Imperfeito - ensina-nos o


seu valor fundamental: o de designar um fato passado, mas não concluído
(imperfeito = não perfeito, inacabado).

Podemos empregá-lo assim:

Quando, pelo pensamento, transportamo-nos a uma época passada e des-


crevemos o que então era presente:

• Exemplo: O calor ia aumentando e o vento despenteava


meu cabelo.

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Pretérito Mais-Que-Perfeito

1. Indica uma ação que ocorreu antes de outra já passada:

Exemplo: A conversa ficara tão tediosa, que o homem


se desinteressou.

2. Na linguagem literária emprega-se, às vezes, o mais-que-per-


feito em lugar:

a) do futuro do pretérito (simples ou composto):

Exemplos:

• Um pouco mais de sol - e fora (= teria sido) brasa,

• Um pouco mais de azul - e fora (= teria sido) além,

• Para atingir ...

(Sá Carneiro)

Futuro do Presente

1. O futuro do presente emprega-se para indicar fatos certos ou


prováveis, posteriores ao momento em que se fala:

Exemplo: As aulas começarão depois de amanhã.;

2. Como forma polida de presente.:

Exemplo:

• Não, não posso ser acusado.

• Dirá o senhor: mas o que aconteceu?

• E eu lhe direi. sei lá! (= digo)

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3. Como expressão de súplica, desejo ou ordem; nesse caso, o
tom de voz pode atenuar ou reforçar o caráter imperativo.

Exemplos:

• Honrarás pai e mãe!;

• "Lerás porém algum dia;

• Meus versos, d 'alma arrancados, ... " (G. Dias).

Tempos do Modo Subjuntivo


PRESENTE – (que ) eu estude

PRETÉRITO – Imperfeito: (se) eu estudasse.

FUTURO – Simples: (quando) eu estudar;

– Composto: tiver (ou houver) estudado.

Futuro do Pretérito

1. O futuro do pretérito emprega-se para designar ações poste-


riores à época em que se fala.

Exemplo: Depois de casado, ele se transformaria em um ho-


mem de bem.

2. Como forma polida de presente, em geral denotadora de desejo.

Exemplo: Desejaríamos cumprimentar os noivos.

3. Em certas frases interrogativas e exclamativas, para denotar


surpresa ou indignação:

Exemplo: O nosso amor morreu... Quem o diria?

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Quando nos servimos do modo indicativo, consideramos o fato expresso pelo
verbo como real, certo, seja no presente, seja no passado, seja no futuro.

Ao empregarmos o modo subjuntivo, encaramos a existência ou não existên-


cia do fato como uma coisa incerta, duvidosa, eventual ou, mesmo, irreal.

Observemos estas frases:

• Afirmo que ela estuda. (modo indicativo);

• Duvido que ela estude. (modo subjuntivo);

• Afirmei que ela estudava. (modo indicativo);

• Duvidei que ela estudasse. (modo subjuntivo);

Presente do Subjuntivo

Pode indicar um fato:

1. PRESENTE

• Exemplo: Não quer dizer que se conheçam os homens


quando se duvida deles.

2. FUTURO

• Exemplo: "No dia em que não faça mais uma criança


sorrir, vou vender abacaxi na feira." (A. Bessa Luís)

Imperfeito do Subjuntivo

Pode ter o valor de:

1. PASSADO

Exemplo: Todos os domingos, chovesse ou fizesse sol, esta-


va eu lá.

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2. FUTURO

Exemplo: Aos sábados, treinava o discurso destinado ao filho


que chegasse primeiro.

3. PRESENTE

Exemplo:

• Tivesses coração, terias tudo.;

• Como imaginar alguém que não precisasse de nada?


(= precise).

Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo

Pode indicar:

1. Uma ação anterior a outra passada.

Exemplo: Esperei-a um pouco, até que tivesse terminado


seu jantar.

2. Uma ação irreal no passado:

Exemplo: Se a sorte os houvesse coroado com os seus favo-


res, não lhes faltariam amigos.

Futuro do Subjuntivo Simples

Este tempo verbal marca a eventualidade no futuro e se emprega em ora-


ções subordinadas.

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Exemplos:

• Se quiser, irei vê-lo.;

• Farei conforme mandares.;

• Quando puder, venha ver-me.

1. Uma Ação Anterior a Outra Passada

Exemplo: Esperei-a um pouco, até que tivesse terminado


seu jantar.

2. Uma Ação Irreal no Passado

Exemplo: Se a sorte os houvesse coroado com os seus favo-


res, não lhes faltariam amigos.

Futuro do Subjuntivo Composto

Indica um fato futuro como terminado em relação a outro fato futuro (den-
tro do sentido geral do modo subjuntivo):

Exemplos: D. Flor, não leia este livro; ou, se o houver lido até aqui, aban-
done o resto.

Formas Nominais do Verbos

Além dos três modos verbais, existem as formas nominais do verbo (infi-
nitivo, gerúndio, particípio), cujas terminações não se flexionam em pessoa
e número, tempo e modo (somente o infinitivo pessoal apresenta indica-
ções de pessoa e número).

• Infinito: plantar, vender, ferir;

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• Gerúndio: plantando, vendendo, ferindo;

• Particípio: plantado, vendido, ferido.

Chamam-se formas nominais porque, podem desempenhar as funções


próprias dos nomes substantivos e adjetivos: o andar, água fervendo, tem-
po perdido.

O Infinitivo pode ser Pessoal ou Impessoal.

1. Pessoal, possui indicações de pessoa e número, ou seja,


quando tem sujeito.

Exemplo: Para sermos vencedores é preciso lutar. (sujeito


desinencial nós).

O infinitivo pessoal ora se apresenta flexionado, ora não


flexionado.

• 1. Flexionado: andares, andarmos, andardes, andarem;

• 2. Não flexionado: andar eu, andar ele.

2. Impessoal, quando não tem sujeito.

Exemplo: Ser ou não ser, eis a questão.

Voz Verbal

Indica como o sujeito atua em determinadas ações expressas pelo verbo.

Quanto à voz, os verbos se classificam em:

1. Ativos: O sujeito pratica a ação verbal, ele é agente:

Exemplo: Para sermos vencedores é preciso lutar. (sujeito


oculto nós).

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2. Passivos: O sujeito sofre ou recebe a ação verbal, ele é paciente:

Exemplo: O empregado foi chamado pelo patrão.

3. Reflexivos: O sujeito pratica e sofre a ação verbal ao mesmo


tempo, ele é agente e paciente:

Exemplo: A criança feriu-se na gangorra.

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Classificação do Verbo
Quanto à classificação, os verbos dividem-se em:

1. Anômalos, como o verbo pôr (sem vogal temática no infiniti-


vo), ser e ir (que apresentam radicais diferentes). São verbos
que possuem profundas modificações em seus radicais.
Exemplos: ir, ser.

2. Defectivos: os que não possuem a conjugação completa,


não sendo usados em certos modos, tempos ou pessoas.
Exemplo: abolir, reaver, precaver etc.

3. Abundantes: são os que apresentam duas ou mais formas


equivalentes.
Exemplos: aceitar, aceitado, aceito.

4. Pronominais: são aqueles conjugados juntamente com pro-


nomes pessoais do caso oblíquo, os quais são parte integran-
te deles.
Exemplos: arrepende-se, queixar-se, esquecer-se, lembrar-
-se etc.

5. Regulares: são aqueles que não apresentam qualquer altera-


ção no radical ou nas terminações ao serem conjugados.
Exemplos: cantar, vender, partir.

6. Irregulares: são os que, ao serem conjugados, apresentam


laterações no radical e nas terminações.
Exemplos: dar, estar, sentir.

Conjugação dos Verbos Regulares e Irregulares:


https://bit.ly/2YPNEgK

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Verbos Abundantes
Verbos Abundantes são os que apresentam duas ou mais formas em cer-
tos tempos, modos ou pessoas: comprazi-me e comprouve-me; apiedo-
-me e apiado-me; elegido e eleito.

Essas variantes verbais são mais comuns no particípio, havendo numerosos


verbos, geralmente transitivos, que, ao lado do particípio regular em ado
ou ido, possuem outro, irregular, às vezes, proveniente do particípio latino.

As formas regulares usam-se, via de regra, com os auxiliares ter e haver


(voz ativa), e as irregulares com os auxiliares ser e estar (voz passiva).

Exemplos:

• Os cães não seriam soltos pelo caçador.;

• O pescador teria salvado o náufrago.;

• O náufrago (estaria ou seria) salvo.

Essa regra, no entanto, não é seguida rigorosamente, havendo numerosas


formas irregulares que se usam tanto na voz ativa como na passiva, e algu-
mas formas regulares também são empregadas na voz passiva.

Exemplos:

• As velas eram acesas ou acendidas.;

• Tinham elegido ou eleito os candidatos.;

• Os candidatos são ou estão eleitos.

As formas irregulares, sem dúvida por serem mais breves, gozam de franca
preferência na língua atual e algumas tanto se impuseram, que acabaram
por suplantar as concorrentes. É o caso de ganho e pago, que vêm tornan-
do obsoletos os particípios ganhado e pagado. Assim também se explicam

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as formas pasmo e empregue, por pasmado e empregado, indevidamente
condenadas por alguns autores, mas de largo uso na língua falada e escrita.

• Absolver: absolvido, absolto

• Aceitar: aceitado, aceito

• Acender: acendido, aceso

• Anexar: anexado, anexo

• Assentar: assentado, assente

• Benzer: benzido, bento

• Confundir: contundido, contuso

• Despertar: despertado, desperto

• Dispersar: dispersado, disperso

• Entregar: entregado, entregue

• Eleger: elegido, eleito

• Erigir: erigido, ereto

• Expelir: expelido, expulso

• Expulsar: expulsado, expulso

• Expressar: expressado, expresso

• Exprimir: exprimido, expresso

• Extinguir: extinguido, extinto

• Frigir: frigido, frito

• Ganhar: ganhado, ganho

• Incorrer: incorrido, incurso

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• Imprimir: imprimido, impresso

• Incluir: incluído, incluso

• Inserir: inderido, inserto

• Isentar: isentado, isento

• Limpar: limpado, limpo

• Matar: matado, morto

• Morrer: morrido, morto

• Nascer: nascido, nato

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Conjugação do Verbo
Conjugação Verbal se refere ao conjunto das diferentes formas que o ver-
bo pode assumir ao ser flexionado. Os verbos da língua portuguesa se
dividem em três grupos de flexões, as chamadas conjugações, que são
formadas de acordo com as vogais temáticas a, e, i e que aparecem antes
da desinência r, indicativa de infinitivo, formando as terminações ar, er, ir.

Assim, temos:

• 1ª conjugação: verbos terminados em –ar (vogal temática a):

Exemplos: amar; cantar; estudar.

• 2ª conjugação: verbos terminados em –er (vogal temática e):

Exemplos: beber; comer; vender.

• 3ª conjugação: verbos terminados em –ir (vogal temática i):

Exemplos: sorrir; dividir; partir.

Emprego de Tempos e Modos Verbais


Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso
pelo verbo. Os três tempos naturais são:

• Presente;

• Pretérito (ou Passado);

• Futuro.

O Presente designa um fato ocorrido no momento em que se fala; o Pre-


térito, antes, do momento em que se fala; e o Futuro, após o momento em
que se fala.

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• Leio uma revista instrutiva. (Presente);

• Li uma revista instrutiva. (Pretérito);

• Lerei uma revista instrutiva. (Futuro).

Conjugação dos Verbos Pronomiais


Verbo Lembrar-se

• Indicativo Presente: lembro-me, lembras-te, lembra-se, lem-


bramo-nos, lembrai-vos, lembram-se;

• Pretérito Imperfeito: lembrava-me, lembravas-te, lembrava-


-se, lembrávamo-nos, lembráveis-vos, lembravam-se;

• Pretérito Perfeito Simples: lembrei-me, lembraste-te, lem-


brou-se etc.;

• Pretérito Perfeito Composto: tenho-me lembrado, tens-te


lembrado, tem-se lembrado, temo-nos lembrado, tendes-vos
lembrado, têm-se lembrado;

• Pretérito Mais-Que-Perfeito Simples: lembrara-me, lembra-


ras-te, lembrara-se, lembráramo-nos, lembráreis-vos, lembra-
ram-se;

• Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto: tinha-me lembrado,


tinhas-te lembrado, tinha-se lembrado, tínhamo-nos lembra-
do, tínheis-vos lembrado, tinham-se lembrado;

• Futuro do Presente Simples: lembrar-me-ei, lembrar-te-ás,


lembrar-se-á, lembrar-nos-emos, lembrar-vos-eis, lembrar-
-se-ão;

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• Futuro do Presente Composto: ter-me-ei lembrado, ter-te-ás
lembrado, ter-se-á lembrado, ter-nos-emos lembrado, ter-vos-
-eis lembrado, ter-se-ão lembrado;
• Futuro do Pretérito Simples: lembrar-me-ia, lembrar-te-ias,
lembrar-se-ia, lembrar-nos-íamos, lembrar-vos-íeis, lembrar-
-se-iam;
• Futuro do Pretérito Composto: ter-me-ia lembrado, ter-te-ias
lembrado, ter-se-ia lembrado, ter-nos-íamos lembrado, ter-
-vos-íeis lembrado, ter-se-iam lembrado;
• Subjuntivo Presente: lembre-me, lembres-te, lembre-se, lem-
bremo-nos, lembreis-vos, lembrem-se;
• Pretérito Imperfeito: lembrasse-me, lembrasses-te, lembras-
se-se, lembrássemo-nos, lembrásseis-vos, lembrassem-se;
• Pretérito Perfeito: nesse tempo não se usam pronomes
oblíquos pospostos, mas antepostos ao verbo: que me te-
nha lembrado, que te tenhas lembrado, que se tenha lem-
brado etc..
• Pretérito Mais-Que-Perfeito: tivesse-me lembrado, tivesses-
-te lembrado, tivesse-se lembrado, tivéssemo-nos lembrado,
tivésseis-vos lembrado, tivessem-se lembrado;
• Futuro Simples: neste tempo, os pronomes oblíquos são an-
tepostos ao verbo: se me lembrar, se te lembrares, se se lem-
brar etc.;
• Futuro Composto: neste tempo os pronomes oblíquos são
antepostos ao verbo: se me tiver lembrado, se te tiveres lem-
brado, se se tiver lembrado etc.;
• Imperativo Afirmativo: lembra-te, lembra-se, lembremo-nos,
lembrai-vos, lembrem-se;

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• Imperativo Negativo: não te lembres, não se lembre, não
nos lembremos etc.;
• Infinitivo Presente Impessoal: ter-me lembrado;
• Infinitivo Presente Pessoal: lembrar-me, lembrares-te, lem-
brar-se, lembrarmo-nos, lembrardes-vos, lembrarem se;
• Infinitivo Pretérito Pessoal: ter-me lembrado, teres te lem-
brado, ter-se lembrado, termo-nos lembrado, terdes-vos lem-
brado, terem-se lembrado;
• Infinitivo Pretérito Impessoal: ter-se lembrado;
• Gerúndio Presente: lembrando-se;
• Gerúndio Pretérito: tendo-se lembrado;
• Particípio: não admite a forma pronominal.

Aspectos
O aspecto verbal tem a ver com o tempo gasto na duração do processo
verbal (início, meio e/ou fim). Conseguimos perceber o aspecto verbal
pela semântica do verbo e pelo contexto, normalmente. Poderia falar
muito sobre este tópico, mas vou me ater apenas ao que é praxe, ao
que interessa nesse momento, a saber: formas simples e compostas dos
verbos (locução verbal). Então, venha comigo!

1. Aspecto pontual ou momentâneo: não é apresentada a du-


ração, pois o fato é instantâneo; o fato ocorre no momento da
declaração.
Exemplo:
• Eu estou vendo TV agora, depois a gente se fala;
• O cachorro pegou o osso no ar.

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2. Aspecto inceptivo, incoativo: o processo verbal indica que
algo está sendo apresentado em seu início.
Exemplos:
• Meu filho começou a andar... passou a falar... daqui a
pouco só vai fazer arte.;
• Amanhece em Copacabana um sol lindo, vivo.
3. Aspecto cursivo, durativo: o processo verbal já teve um
início e continuou ou continua, sem conclusão, num movi-
mento progressivo.
Exemplos:
• Eu estava falando ao telefone, e me interromperam.;
• Temos exercitado muito a Língua Portuguesa.
Observação: O pretérito imperfeito (incompleto) do in-
dicativo se encaixa normalmente nesse aspecto, pois o
processo não tem limites claros e seu prolongamento
é impreciso.
4. Aspecto cessativo, conclusivo: o processo verbal é apresen-
tado em sua totalidade, com começo, meio e fim; apresenta a
conclusão de um fato.
Exemplos:
• Conseguimos ler o texto todo.;
• Malhei durante duas horas ontem.
Observação: O pretérito perfeito (completo) do indicati-
vo se encaixa normalmente nesse aspecto, pois o proces-
so está concluso, finalizado.

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5. Aspecto iterativo, frequentativo, reiterativo: o processo
verbal indica uma ideia de repetição, de hábito, de costume,
de frequência.
Exemplos:
• Ele me beija três vezes ao me ver.;
• Você tem falado muito sobre passar na prova.
6. Aspecto permansivo (permanência): o processo verbal já se
concluiu, mas os efeitos permanecem.
Exemplos:
• Só aprendi português no Ensino Médio.;
• Só fiquei sabendo Matemática mesmo na faculdade,
porque antes...
7. Aspecto genérico, universal, atemporal: esse processo de
duração verbal trabalha com verdades absolutas ou tomadas
como tal, científica, religiosa ou culturalmente.
Exemplos:
• Todo número par será divisível por dois.;
• Mulher é bicho difícil de entender.;
• Deus existe!;
• Quem cala consente.
8. Aspecto iminencial: esse processo indica que algo está pres-
tes a ocorrer.
Exemplos:
• Ele está para viajar.;
• Nós vamos cair!

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Verbos Auxiliares
Verbos Auxiliares são os que se juntam a uma forma nominal (infinitivo,
gerúndio, particípio) de outro verbo para constituir os tempos compostos
e as locuções verbais: ter, haver, ser, estar.

Exemplos:

• Tenho estudado muito esta semana.;

• Somos castigados pelos nossos erros.;

• O mecânico estava consertando o carro.

Emprego do Gerúndio, Infinitivo e Particípio


São formas nominais do verbo que não indicam nem o tempo nem o
modo verbal.

• Gerúndio: é empregado para indicar uma ação em curso,


contínua, ou seja, um processo verbal não finalizado ou ações
simultâneas.

Exemplos:

• Estou estudando muito para conseguir passar no concur-


so. (ação em curso)

• Enquanto Maria estuda, ela ouve músicas pelo celular.


(ações acontecendo simultaneamente)

• Infinitivo: pode ser pessoal, quando se refere às pessoas


do discurso ou impessoal, quando não se refere às pessoas
do discurso.

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Exemplos:

• Navegar é preciso! (infinitivo impessoal)

• Se conversares com tua amiga, diga-lhe que mandei lem-


branças. (infinitivo pessoal)

• Particípio: é empregado para indicar a finalização, conclusão


da ação verbal. Se utilizado como adjetivo, pode se flexionar
em gênero e número:

Exemplos:

• Ele tem cantado belíssimas cantigas de roda.

• Terminada a partida, os jogadores saíram rapidamente


do campo.

Tempos Compostos
1. Os tempos compostos da voz ativa são formados pelos
verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do
verbo principal.

Exemplos:

• Tenho falado;

• Haviam saído.

2. Os tempos compostos da voz passiva se formam com o con-


curso simultâneo dos auxiliares ter (ou haver) e ser, segui-
dos do particípio do verbo principal:

Exemplos:

• Tenho sido maltratado;

• Tinham (ou haviam) sido vistos no cinema.

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Outro tipo de conjugação composta – também chamada conjugação peri-
frástica – são as locuções verbais, constituídas de verbo auxiliar mais ge-
rúndio ou infinitivo:

Exemplos:

• Tenho de ir hoje;

• Hei de ir amanhã;

• Estava lendo o jornal.

Quanto à conjugação, dividem-se os verbos em:

1. Regulares: os que seguem um paradigma ou modelo comum


de conjugação.

Exemplo: Cantar, bater, partir etc.

2. Irregulares: os que sofrem alterações no radical e nas termi-


nações afastando-se do paradigma.

Exemplo: Dar, ouvir etc.

Entre os irregulares, destacam-se os anômalos, como o verbo pôr (sem vo-


gal temática no infinitivo), ser e ir (que apresentam radicais diferentes). São
verbos que possuem profundas modificações em seus radicais.

3. Defectivos: os que não possuem a conjugação completa,


não sendo usados em certos modos, tempos ou pessoas.

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Vozes do Verbo
Voz Ativa
Nela o sujeito é o agente, ou seja, pratica a ação.

• Marta fez todo o trabalho em apenas um dia.

• João necessitava de uma babá urgentemente.

Estrutura da Voz Ativa: Sujeito Agente + Verbo + Complemento Verbal.

Voz Passiva
Nela o sujeito sofre a ação e por isso é chamado de sujeito paciente.

• Todo o trabalho foi feito em apenas um dia.

• A criança foi levada pela mãe.

A voz passiva divide-se em:

Voz Passiva Sintética


• Fazem-se unhas;

• Cumpria-se a profecia;

• Falavam-se bobagens.

• Finalizaram-se as provas.

Estrutura da Voz Passiva Sintética: Verbo + se (pronome


apassivador) + sujeito (+ agente da passiva)

Voz Passiva Analítica


• A profecia foi cumprida;

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• A janela foi molhada pela chuva;

• A cama foi feita pelo meu filho;

• A criança foi encontrada.

Estrutura da Voz Passiva Analítica: Sujeito paciente + verbo ser


(aux.) + verbo particípio + preposição + Agente da passiva.

Voz Reflexiva
Nela o sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo, seja sozinho ou reci-
procamente com outro indivíduo.

• As crianças deram-se as mãos;

• As manequins maquiavam-se uma de cada vez;

• Olhei-me no espelho e vi como estava cansado;

• Os dois falaram-se rapidamente.

Estrutura da Voz Reflexiva: Sujeito + Verbo + se (+ complemento verbal).

Na voz reflexiva, o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente: faz uma


ação cujos efeitos ele mesmo sofre.

• Exemplo: O caçador feriu-se; / A menina penteou-se.

O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos me, te, se, nos,
vos, se. Esses pronomes são reflexivos quando se lhes podem acrescentar: a
mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos etc., respectivamente.

• Exemplo: Consideras-te (pronome reflexivo) aprovado?


(a ti mesmo)

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Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua
ou correspondida. Os verbos desta voz, por alguns chamados recíprocos,
usam-se geralmente, no plural, e podem ser reforçados pelas expressões
um ao outro, reciprocamente, mutuamente.

• Exemplos: Amam-se como irmãos; / Os pretendentes insulta-


ram-se. (Pronome reflexivo recíproco)

Verbos Regulares
Quanto à conjugação, os verbos dividem-se em:

1. Regulares: Os que seguem um paradigma ou modelo co-


mum de conjugação.

Exemplo: cantar, bater, partir etc.

2. Irregulares: Os que sofrem alterações no radical e nas termi-


nações, afastando-se do paradigma.

Exemplo: dar, ouvir, etc.

Entre os irregulares, destacam-se os anômalos, como o verbo


pôr (sem vogal temática no infinitivo), ser e ir (que apresen-
tam radicais diferentes). São verbos que possuem profundas
modificações em seus radicais.

3. Defectivos: os que não possuem a conjugação completa,


não sendo usados em certos modos, tempos ou pessoas.

Exemplo: abolir, reaver, precaver, etc.

Conjugação dos Verbos Irregulares: https://bit.ly/2MbJzCg

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Verbos Irregulares
Ainda quanto à classificação, vista no Módulo 1, os verbos dividem-se, tam-
bém, em:

1. Regulares: Os que seguem um paradigma ou modelo co-


mum de conjugação.

Exemplo: cantar, bater, partir etc.

2. Irregulares: Os que sofrem alterações no radical e nas termi-


nações, afastando-se do paradigma.

Exemplo: dar, ouvir, etc.

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