DERMATOSES - Gabriel T.G.F
DERMATOSES - Gabriel T.G.F
DERMATOSES - Gabriel T.G.F
PEDIATRIA
ESCABIOSE
A escabiose, popularmente conhecida como sarna, é uma
doença causada pela fêmea de um ácaro chamado Sarcoptes
scabei. As fêmeas adultas fecundadas escavam um sulco na
epiderme e depositam seus ovos, que eclodem em larvas
adultas que se reproduzem, reiniciando o ciclo. A ovopostura
ocorre a cada 2-3 dias, geralmente à noite, sendo as mãos e
punhos as áreas de maior transmissibilidade. O período de
incubação varia de 2-28 dias, dependendo da sensibilidade do
indivíduo.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas incluem prurido intenso, especialmente à noite, e lesão em
túnel com formato linear, sinuoso e de coloração variável, medindo entre 5-15mm, e na
extremidade possui uma pápula ou vesícula (eminência acarina), onde pode ser encontrado
o parasita. As partes quentes do corpo, como a porção inferior do abdome, nádegas, genitais,
axilas, mamas, mãos (espaços interdigitais), cabeça (em crianças e imunodeprimidos) e face
anterior dos punhos e pés são as mais afetadas pela escabiose.
PEDICULOSE
A pediculose, causada pelo piolho Pediculus humanus (capitis
– couro cabeludo, corporis – corpo), é uma infestação comum em
crianças de 3 a 10 anos, transmitida principalmente pela fêmea adulta
fecundada através do contato interpessoal e compartilhamento de
fômites como pentes e escovas. Os piolhos são hematófagos e
possuem garras que se fixam no couro cabeludo, onde encontram
condições ideais para a ovopostura de lêndeas. A incubação da pediculose é de 7 dias a 3
semanas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sintomas incluem pediculose de couro cabeludo com prurido que pode atrapalhar o
sono e até mesmo rendimento escolar, lesões eritematosas em couro cabeludo, presença
de lêndeas na base dos cabelos e piodermites secundárias devido à coçadura.
GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA - TXXII 2
DERMATOSES
PEDIATRIA
TRATAMENTO
O tratamento envolve o uso de escabicidas como deltametrina, permetrina e benzoato
de benzila, além da remoção das lêndeas com pente fino após aplicação de vinagre 1:1 em
água morna. Para eliminar os piolhos de forma eficaz, também é recomendado o uso de
ivermectina em dose única (200mcg/kg), repetida após uma semana.
TÍNEA CORPORAL
A tínea corporal é uma micose superficial que compromete a epiderme da face, tronco e
membros, sendo mais comum em crianças e com distribuição universal sendo mais comum no
sexo masculino.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Caracteriza-se pelo surgimento de lesões pápulo-vesiculosas, com crescimento
centrífugo e descamação central e posteriormente
periférica. Podem ser isoladas ou múltiplas, por vezes
confluentes. Além disso, estas manifestações são
acompanhadas de prurido. Causada por fungos dos
gêneros Tricophyton, Microsporum e Epidermophyton, tem
como reservatório animais (cães e gatos) e humanos. A
transmissão ocorre por contatos com animais e pessoa a
pessoa por contato direto ou indireto por meio de objetos
contaminados, com incubação de 4 a 10 dias, sendo que a
transmissibilidade ocorre enquanto houver lesões habitadas, os fungos vivem longo tempo no
material contaminado. Complicações incluem infecções secundárias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da tínea corporal é feito de forma clínica, epidemiológica e laboratorial.
TRATAMENTO
O tratamento deve ser realizado DEPOIS QUE A ERUPÇÃO CUTÂNEA TIVER
DESAPARECIDO completamente, o que geralmente leva a cerca de 2 semanas. Responde bem
a antimicóticos tópicos, como cetoconazol e miconazol. Nos casos mais resistentes ou
extensos, é indicado o tratamento oral com Griseofulvina (contraindicado em menores de 2
anos) ou Terbinafina (contraindicado em menores de 12 anos). Medidas de controle envolvem
o tratamento dos doentes, a lavagem adequada de roupas pessoais, de banho e de cama
com água quente ou passar a roupa com ferro quente, a limpeza de banheiros coletivos com
fungicidas, e a identificação e tratamento de animais domésticos infectados.
TÍNEA CAPILAR
A tínea capilar é uma micose superficial que afeta o couro cabeludo, manifestando-se
por lesões eritematosas, escamosas e alopecia. Inicia-se com pequena lesão eritematosa,
escamosa e folicular, que evoluem para uma
condição crônica, resultando em tonsura.
Geralmente, acomete principalmente as crianças. A
etiologia é causada por espécies de Tricophyton
tonsurans ou Microsporum, sendo o agente MAIS
COMUM o M. canis, transmitido por cães ou gatos
domésticos (reservatórios das espécies). A
transmissão ocorre de animais contaminados para
seres humanos, ou de pessoa a pessoa por contato
direto ou indireto, como através de máquinas de
cortar cabelo. O período de incubação é de 10 a 14
dias, e a transmissibilidade persiste enquanto houver lesão habitada, pois o fungo vive em
material contaminado por longo período de tempo.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sintomas incluem descamação difusa (similar à caspa), placas cinzentas com
alopecia (placas circulares com descamação acentuada), pontos pretos (áreas com cabelos
quebrados dentro das placas de alopecia) e kerion (costuma apresentar-se de forma emergente
com edema esponjoso e localizado; é causado por resposta inflamatória agressiva ao
microrganismo e pode ser acompanhado por linfadenopatia cervical). Além disso, podem ocorrer
lesões pustulares difusas (abrangem pústulas espalhadas e disseminadas que podem conter
microorganismos escassos).
confluem formando placas com pústulas satélites, mais intensa nas regiões de dobras. O
tratamento consiste em orientações sobre a troca frequente de fraldas, uso de cremes à base
de óxido de zinco, limpeza suave com água morna e algodão, além do uso de corticóide tópico
(hidrocortisona 1%) uma vez ao dia, e antifúngicos/antibacterianos como
cetoconazol/nistatina. É CONTRAINDICADO utilizar maizena ou talco na região das assaduras,
pois tem perigo de ocluir os poros do bebê e piorar a dermatite.
DERMATITE SEBORRÉICA
A dermatite seborreica é uma doença inflamatória crônica, também conhecida como
"seborreia", que não é contagiosa. Ela pode se manifestar nas primeiras semanas de vida, no
couro cabeludo do recém-nascido, como crosta láctea,
CONDIÇÃO INOFENSIVA E TEMPORÁRIA, e reaparecer
na vida adulta, na grande maioria dos casos, sem uma
patologia subjacente. As causas da dermatite seborreica
incluem fatores genéticos e agentes externos como
alergias, fadiga, estresse emocional, frio, excesso de
oleosidade e o fungo Pityrosporum ovale. Suas
características incluem descamação gordurosa sobre manchas ou placas eritematosas. O local
mais comumente afetado é o couro cabeludo, em seguida, a face (especialmente sobrancelhas,
pálpebras, testa e sulcos nasolabiais), o canal auditivo externo, a região retroauricular e outras
áreas como tórax, axilas, virilha, dobras inframamárias e sulcos interglúteos. A dermatite
seborreica generalizada difusa é RARA.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A dermatite seborreica apresenta manifestações clínicas como prurido, queda do cabelo,
oleosidade em pele e couro cabeludo e caspas.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Seu diagnóstico diferencial inclui a psoríase, caracterizada por placas avermelhadas
cobertas por escamas brancas com tom prateado, que também pode afetar a pele e couro
cabeludo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da dermatite seborreica é feito de maneira clínica ou através de exame
micológico, biópsia e teste de contato.
TRATAMENTO
A dermatite seborreica pode ser tratada através de cuidados gerais e específicos. Entre
os cuidados gerais estão as lavagens mais frequentes, a interrupção do uso de sprays,
pomadas e géis para o cabelo, e evitar o uso de chapéus ou bonés. Além disso, é recomendado
o uso de shampoos que contenham ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e anti
fúngicos.
Nos cuidados específicos, podem ser utilizados glicocorticóides tópicos de baixa
potência, antifúngicos tópicos como cetoconazol ou ciclopirox, shampoos anticaspas e
glicocorticóides de alta potência, como betametasona e clobetasol. No entanto, é importante
ressaltar que os glicocorticóides de alta potência só pode ser utilizados em couro cabeludo
com lesões graves, NUNCA NA FACE.
MOLUSCO CONTAGIOSO
O molusco contagioso é uma doença viral causada pelo poxvírus, com período de
incubação de 14 dias a 6 meses. Essa condição provoca lesões na pele que muitas vezes são
confundidas com verrugas. A transmissão ocorre
por contato direto e é mais comum em crianças
e pessoas imunodeficientes, como pacientes
com HIV ou transplantados. A transmissão pode
ocorrer por inoculação, seja por autoinoculação
ou por outra pessoa. Nem sempre as
inoculações resultam no surgimento das
lesões, sugerindo que alguns indivíduos possam ter imunidade ao vírus, mesmo sem infecção
prévia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As lesões provocadas pelo molusco contagioso são pequenas, elevadas, de cor de pele
ou branco, com aspecto translúcido e com umbilicação central (recuo central) Elas podem
ser múltiplas e surgem inicialmente como pequenas elevações na pele (2-5mm de diâmetro)
que crescem rapidamente de tamanho, transformando-se em lesões maiores (10-15mm). Essas
lesões podem aparecer de forma isolada ou agrupada, sendo comuns em áreas como rosto,
tronco, extremidades (como região axilar) e ocasionalmente nos lábios, língua, mucosa oral e
conjuntiva ocular.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico diferencial são verrugas
planas e vulgares com presença de superfície
ceratósica e irregular, líquen nítido e com
líquen plano de forma muito pruriginosa.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, pela visualização de pápulas assintomáticas com UMBILICAÇÃO
CENTRAL, sendo pouco pruriginoso. Em casos raros e duvidoso, pode ser necessário realizar
um exame histopatológico para confirmar o diagnóstico.
TRATAMENTO
O tratamento inclui a resolução espontânea das lesões, além dos MÉTODOS DE
ELEIÇÃO como a curetagem das lesões e crioterapia. Outras opções de tratamento incluem
cauterização química e expressão manual, porém, possuem baixa efetividade.