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Apostila 4

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PERÍCIA AMBIENTAL

AULA 4

Prof. Klaus Dieter Sautter


CONVERSA INICIAL

O meio ambiente é diverso; há diferentes serviços ambientais. Assim


como é a atividade humana. Por isso devemos estar preparados para vários tipos
de perícia, conforme as atividades do ser humano e as características do meio
ambiente. Agora vamos discutir um pouco sobre os diferentes tipos de perícia
ambiental que podemos fazer.

TEMA 1 – PERÍCIA AMBIENTAL SECURITÁRIA

Você já ouviu falar em seguro ambiental? Pois é, nem de longe é o seguro


mais popular neste mercado gigantesco. E é pouco falado, tanto pelos segurados
quanto pelas próprias seguradoras. Porém, assim como temos visto um número
crescente de acidentes ambientais, aumenta a necessidade de contratar o tal
seguro ambiental. Vamos lembrar que o art. 14 da Lei n. 6938/1981 (Política
Nacional do Meio Ambiente) coloca a responsabilidade civil ambiental como: “é
o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade” (Brasil, 1981). E esse tipo de pensamento já, por si mesmo, justifica a
contratação de tal tipo de seguro.
Entretanto, neste mercado, há uma dificuldade enorme: como avaliar os
danos ambientais, as falhas na adoção de padrões de combate à poluição, a
legislação cada vez mais severa e a dificuldade das empresas em cumpri-la, os
riscos de sinistros tardios, os equipamentos cada vez mais sofisticados para
detectar e medir a poluição e, é claro, o aumento da pressão popular devido à
conscientização por um meio ambiente sadio? Por isso mesmo, a abordagem da
Savaliação de riscos ambientais deve ser a mais perfeita possível. Por isso
temos o relatório de inspeção ambiental, em que devem constar todas as
informações importantes como condições do local, produtos/substâncias
utilizadas e armazenadas e riscos de poluição do ar, do solo e da água.
Aqui no Brasil temos diferentes tipos de coberturas na questão ambiental:

 riscos de vazamento/poluição que ocorram durante o transporte rodoviário


de cargas; o seguro é de responsabilidade civil facultativa de veículos
(RCFV);

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 riscos de derrame de petróleo ou derivados, no caso de navios; o seguro
cobre cascos (embarcações), com coberturas extras de responsabilidade
civil e de poluição;
 riscos advindos da prospecção e produção de petróleo; o seguro é de
riscos do petróleo, tanto onshore quanto offshore;
 riscos da produção de energia nuclear; o seguro refere-se a riscos
nucleares;
 riscos comerciais/industriais (conservação de plantas comerciais e/ou
industriais):
 poluição súbita: seguro de responsabilidade civil – estabelecimentos
comerciais e/ou industriais (RCG);
 poluição súbita/gradual: seguro de responsabilidade civil de poluição
ambiental.

Quando fazemos uma apólice de seguro de responsabilidade civil de


poluição ambiental, ela oferece coberturas específicas para poluição súbita,
poluição gradual, despesas realizadas para contenção (visando assim a
neutralização ou limitação das consequências de um certo acidente e evitando
o sinistro), custos de limpeza, custas judiciais, honorários de advogados (para a
defesa do segurado) e despesas do segurado também na esfera criminal. Ainda
é possível juntarmos a isso coberturas relacionadas a lucros cessantes do
segurado e gerenciamento de crises.
O proponente do seguro deve preencher um questionário padrão, que
servirá como base para a análise preliminar de risco. É feita então uma inspeção
técnica de riscos, uma espécie de auditoria ambiental. O segurado deve ser
transparente e sincero e acatar as recomendações feitas pela seguradora para
o gerenciamento de seus riscos ambientais.
Para a análise de risco e composição de seu custo (prêmio), devem-se
levar em conta vários fatores, como os relacionados a seguir (Almeida, 2011).

 Localização do risco segurável: tipo de atividade, tipos de processos


utilizados, tipos de emissões para a atmosfera, água e solo, tipos de
tratamentos no gerenciamento de resíduos, quantidade de poluentes que
estão estocados, como é a utilização de recursos naturais e programas e
planos de emergências ambientais.

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 Extensão provável: vizinhança, densidade populacional, valores
ambientais já acumulados na vizinhança, condições ambientais da
vizinhança.
 Emissão dos poluentes e os riscos representados pelo segurado.
 Possibilidade de ocorrência de sinistros na vizinhança da empresa.

Juntando esses fatores, faz-se uma pontuação. O risco então será aceito
ou não pela seguradora. Essa pontuação ainda pode ser utilizada como uma
espécie de fator agravante, aumentando o prêmio do seguro.

TEMA 2 – PERÍCIA AMBIENTAL NA ÁREA RURAL

Só para relembrar: a perícia ambiental tem como principal objetivo fazer


uma identificação de um dano ambiental provocado pelo ser humano, assim
como sua extensão e o que foi responsável por isso. Devemos considerar,
portanto, a perícia ambiental em todas as atividades humanas. Normalmente
pensamos em atividades de cunho urbano, como indústrias, comércio ou mesmo
questões residenciais. Mas também pode haver necessidade de perícias quando
há danos ambientais sérios, advindos da atividade rural.
Mas quais são esses impactos e como valorá-los? Vamos ver alguns
deles.

2.1 Erosão

É, provavelmente, o impacto ambiental mais comum no meio rural. Nada


mais é que a perda de solo, tanto de sua camada superficial e fértil quanto de
camadas mais profundas. Com o aumento da erosão, o solo vai perdendo sua
capacidade de produzir.
A perda de produção do solo pela erosão pode ser calculada pelo custo
de reposição (Arantes, 2011).

 Custo de reposição: neste caso, calculamos a perda de nutrientes e o


custo para sua reposição (equação 1):

CREP = RIMO + RFQS + LC + DR + CRF + CD Eq. 1

Onde:
CREP = custo de reposição ou recuperação

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RIMO = recuperação dos índices de matéria orgânica
RFQS = recuperação da fertilidade química do solo
LC = lucros cessantes
DR = depreciação do remanescente
CRF = custos com recobertura florística
CD = custo de desmonte

 RIMO: recuperação dos índices de matéria orgânica

RIMO = custo de formação de leguminosas (R$/ha) x área a recompor (ha) x


período de recomposição Eq. 2

 RFQS: recuperação da fertilidade química do solo

RFQS = Tni – Tnf = teor de nutrientes antes do impacto – teor de nutrientes


depois do impacto Eq. 3

 LC: lucros cessantes – receita que deixou de ser apurada,


comparando-se o período antes do impacto com o período pós-
impacto
 DR: depreciação do remanescente – em caso de impossibilidade de
recuperar-se o dano provocado, calcula-se a depreciação da área.
 CRF: custos com recobertura florística – são os gastos advindos da
recuperação vegetal da área em questão, como insumos, operações,
mudas etc.
 CD: custo de desmonte – quando o caso for arrendamento da
propriedade rural, é o custo, por exemplo, com transporte de
equipamentos, com a intenção de dar continuidade ao uso da
capacidade produtiva desses equipamentos.

2.2 Assoreamento de córregos e rios

Neste caso, devemos calcular os custos com base nos custos de


dragagem, com vistas à retirada dos resíduos do fundo do corpo de água e à
recuperação da área de preservação permanente às margens do corpo de água
(remodelagem, recuperação e recobertura florística).

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2.3 Desmatamento

Se feito sem licenciamento, o desmatamento é considerado como uma


infração ambiental. Quando isso acontece faz-se uma autuação ambiental ou
assina-se um TAC (termo de ajustamento de conduta), condenando o infrator a
um pagamento ambiental e à recomposição da área danificada, remodelação
etc. (chamado PRAD: plano de recuperação de área degradada).

TEMA 3 – INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA

No meio urbano vários problemas ambientais podem ocorrer. Por


exemplo, quando um imóvel qualquer, seja com construções ou não, é suspeito
de contaminação ou qualquer outra restrição que tenha um cunho ambiental,
podemos realizar uma inspeção ambiental imobiliária para confirmar ou não essa
restrição. Devemos considerar duas grandes vertentes de impactos ambientais
urbanos: a área estar contaminada por produtos químicos, por exemplo, ou haver
dano aos recursos naturais, principalmente vegetação, como área de
preservação permanente (APP), área de proteção ambiental (APA) ou mesmo
unidade de conservação (UC), entre outras.
A inspeção ambiental imobiliária deve ser feita, normalmente, por uma
equipe multidisciplinar, por ser de alta complexidade e por seus custos, que
podem ser muito elevados. Esse tipo de perícia ambiental pode ser feito em duas
situações distintas:

1. quando há suspeita de crime ambiental, por exemplo, contaminação do


solo por uma empresa poluidora;
2. quando uma empresa adquire outra com algum tipo de passivo ambiental.

Devemos lembrar que, ao adquirir uma área com algum tipo de passivo
ambiental, a empresa compradora assume todos os ônus que porventura sejam
decorrentes desse passivo, ou seja, ela assume responsabilidade cível e
criminal.
A rigor, temos duas fases básicas da inspeção ambiental imobiliária.

1. Inspeção inicial. Nesta fase faz-se uma verificação visual do atual estado
do imóvel. Ainda podem ser feitas indagações (questionários) aos atuais
e antigos proprietários, funcionários, vizinhos etc. Deve-se levantar, nesta
fase, todas as informações possíveis sobre a área: o tipo de ocupação

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(atividade) atual e anteriores, plantas baixas, notícias na imprensa da
região, eventuais reclamações junto à prefeitura e aos órgãos ambientais,
autuações, multas ambientais anteriores e assim por diante. É preferível
levantar um grande número de informações do que ficarem lacunas no
histórico da área, assim podemos definir se essa área é suspeita ou não
de contaminação. Se ela for considerada não suspeita, paramos por aqui.
Mas se a área for considerada suspeita ou provável de contaminação,
devemos ir para a próxima fase.
2. Inspeção confirmatória. Se a área for declarada como suspeita de
contaminação na primeira fase, então definem-se os trabalhos para a
segunda etapa. Nessa etapa deve-se fazer visitas à área em questão,
coletando-se amostras do material suspeito de contaminação, como solo,
água ou o que for necessário. Deve-se fazer um plano de coleta de
material levando-se em conta o compartimento ambiental contaminado, a
extensão da contaminação, o tipo de contaminante provável,
equipamentos de proteção individual, equipamentos de coleta, como
enviar as amostras para o laboratório etc. Para tal, utilizam-se
informações obtidas na primeira fase. Os resultados obtidos nesta fase
devem ser, então, comparados com a legislação ambiental vigente no
local examinado. Preste atenção à legislação municipal, se houver, e às
legislações estadual e federal.

Com base na inspeção ambiental imobiliária, devemos elaborar o parecer


técnico de inspeção ambiental imobiliária. Nesse parecer devem constar todos
os resultados obtidos, tanto na inspeção inicial quanto na inspeção confirmatória.
Deve constar ainda, se confirmada a contaminação, a necessidade de um plano
de recuperação ambiental e remediação ambiental.

TEMA 4 – VALORAÇÃO AMBIENTAL: CONCEITOS

Não só de determinação de danos ambientais e suas causas vive um


perito ambiental. Ele também pode determinar o valor monetário do meio
ambiente com base nas causas provocadas pelo ser humano. Mas imaginem
como é difícil fazer isso. Como podemos valorar o ar de que precisamos para
respirar? Como podemos dar valor monetário à água pura? Como podemos dizer
quanto vale, em dinheiro, o solo onde cultivamos nossos alimentos? Bem, isso

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é muito difícil. A valoração ambiental ainda é uma ciência muito nova, que vem
da economia ambiental. Para valorar o meio ambiente, devemos, em primeiro
lugar, determinar qual é o valor econômico total do meio ambiente (Figura 1).

Figura 1 – Valor econômico total

Valor econômico
total

Valor de uso Valor de não uso

Valor de
Direto
existência

Indireto Valor de opção

Devemos considerar o valor de uso, tanto o direto quanto o indireto. Para


isso consideramos os benefícios (diretos e indiretos) obtidos com a exploração,
comercial ou não, dos recursos naturais.
Mas também devemos considerar o valor de não uso (valor de existência
e valor de opção). Nesse caso, consideramos os benefícios vindos dos recursos
naturais, mas que não envolvem uso, receita, lucro, direta ou indiretamente. Esse
é o valor intrínseco que os recursos naturais têm, independentemente de
qualquer relação com o ser humano.
Podemos classificar o valor de não uso em valor de existência ou valor de
opção. Quando falamos em valor de existência, valoramos quanto, em dinheiro,
as pessoas que não utilizam esse recurso nem pretendem utilizá-lo no futuro
estariam dispostas a pagar pelo simples fato de esse recurso existir. Isso é
importante porque não envolve consumo ou lucro. Esse tipo de comportamento
acaba por ser motivado somente pelos valores estéticos, morais ou culturais do
ser humano, valores que só o ser humano tem. Quer um exemplo? Manter uma
área de floresta intocada pelo simples fato de ela ser bonita, considerando que
as pessoas não irão frequentá-la nem ganhar receita com isso; só pela vontade
de não destruir e estar disposto a pagar por isso.
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Quando falamos em valor de opção, nos referimos a quanto as pessoas
estão dispostas a pagar para não usar um recurso natural no momento atual,
mas ainda cogitam utilizá-lo em futuro qualquer. É um tipo de reserva para o
futuro, uma caderneta de poupança ambiental. Vamos pegar o exemplo das
florestas novamente. Podemos manter uma floresta intacta pelo simples fato de
que, no futuro, há a possibilidade de descoberta de novos princípios ativos de
medicamentos em plantas dessa floresta. Assim seguimos a ideia do conceito
de desenvolvimento sustentável, segundo o qual devemos utilizar os recursos
naturais de tal maneira que as próximas gerações também tenham os mesmos
recursos para poderem utilizar.

TEMA 5 – VALORAÇÃO AMBIENTAL: MÉTODOS

Bem, já discutimos um pouco sobre a valoração ambiental. É uma técnica


nova, mas já foram desenvolvidos alguns métodos com a intenção de dar valor
monetário ao meio ambiente e aos danos que o ser humano pode causar. Por
ser uma tarefa muito difícil, ainda não são métodos definitivos e há especialistas
que discordam desses métodos. Mas eles estão sendo permanentemente
aperfeiçoados. Apesar disso, ainda é muito difícil definir um valor econômico
para os recursos naturais, principalmente porque esses valores econômicos são
determinados em função do ser humano e não em função do meio ambiente por
si mesmo.
Temos muitas técnicas. Listamos a seguir as mais utilizadas.

1. Preço da propriedade ou avaliação hedonista ou índice de preços


hedônicos. Parte do princípio de que um imóvel perde valor quando é
afetado por poluição provocada pelo ser humano. O que se tenta definir
com este método é o quão diferentes são os preços do imóvel em questão
devido a um fator, um atributo ambiental qualquer. A grande pergunta é:
quanto o ser humano estaria disposto a pagar por uma melhoria ambiental
que aumentasse seu bem-estar? Qual seria o valor social dessa
melhoria? Um exemplo bem legal: quanto você pagaria a mais para morar
em um imóvel próximo a um parque urbano? Quanto custaria essa
comodidade? Ou podemos ir para outro lado: em quanto você diminuiria
o preço de um imóvel se ele estivesse poluído? Quanto você pagaria por
um imóvel residencial ao lado de um lixão? Podemos dizer que esse

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método é utilizado quando queremos avaliar um imóvel urbano em relação
as suas vantagens ambientais sobre outros imóveis.
2. Custo de viagem. Você tem vontade de conhecer um atrativo ambiental?
Por exemplo, você gostaria de conhecer as cataratas do Iguaçu? O
método de custo de viagem é utilizado para valorizar ambientalmente um
local que já existe, um local que as pessoas desejam conhecer. Aí está o
valor ambiental desse local. Para tal, consideramos o quanto uma pessoa
gastaria (despesas) para visitar esse local. Incluem-se aí horas de
trabalho trocadas pela visita e todos os custos da viagem propriamente
ditos (hotel, alimentação, ingressos, transporte etc.).
3. Valor associado ou avaliação contingente. Quando damos um preço a
um produto qualquer, devemos considerar não somente os custos desse
produto, mas nossa vontade de lucro. Mas tem algo que alguns
comerciantes esquecem: o quanto as pessoas estão dispostas a pagar
pelo produto. Isso é muito importante. Então, no valor associado ou
avaliação contingente, perguntamos às pessoas o quanto elas estão
dispostas a pagar para que os recursos naturais sejam preservados,
mesmo que elas não utilizem ou não venham a utilizar esses recursos.
Esse método baliza-se pelo mercado real, o mesmo que utilizamos para
definir o preço de uma mercadoria real. Essa técnica pode ser utilizada
para qualquer caso que envolva recursos naturais, então ela é muito
flexível. Pode ser utilizada, por exemplo, para determinar os valores de
existência.
4. Produção sacrificada. Podemos medir também os efeitos ambientais, de
forma monetária, pelos impactos negativos diretos ou indiretos em termos
de produção que foi sacrificada ou perdida por causa desses impactos.
Essa técnica é utilizada quando temos efeitos ambientais bem
localizados, como o efeito das mudanças climáticas provocadas pelo ser
humano na agricultura, notadamente os eventos climáticos extremos, que
estão ficando cada vez mais frequentes. Também é empregada em danos
causados por uma tempestade em uma cidade: casas destruídas,
sistemas elétricos apagados, carros com árvores caídas em cima e assim
por diante. Mas, veja bem, esse método não leva em conta impactos
econômicos no futuro.

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NA PRÁTICA

O Ministério Público recebeu uma denúncia. Uma área industrial


abandonada está com altos níveis de contaminação por metais pesados. O juiz
solicitou uma inspeção ambiental imobiliária. A primeira coisa que você deve
fazer é levantar o maior número de informações possíveis. Levante o histórico
da área junto à prefeitura e aos órgãos de proteção ambiental. Faça entrevistas
com funcionários, ex-funcionários, vizinhos etc. O que se fabricava ali? Como
era a gestão de resíduos? Que tipos de resíduos e metais pesados temos ali?
Não economize nas perguntas a serem feitas. Levante até possíveis notícias
sobre essa área na imprensa local, regional. E faça uma inspeção visual o mais
detalhada possível no local. Isso te dará grandes pistas sobre o que pode estar
acontecendo. Essa é a inspeção inicial. Se você considerar que realmente há
uma grande chance de a área estar contaminada, faça uma inspeção
confirmatória. Já sabendo dos possíveis contaminantes e locais de
contaminação da área, elabore um programa de coleta de amostras. Determine
os pontos de coleta, o ambiente a ser coletado, como serão coletadas as
amostras, como serão armazenadas e para qual laboratório você as levará. Com
esses dados você elaborará o parecer técnico de inspeção ambiental imobiliária.
Compare esses dados com a legislação vigente. Nesse parecer técnico você
deve colocar tudo o que encontrou e sua conclusão quanto a área estar
contaminada mesmo ou não, assim como se há necessidade de recuperação
desse dano ambiental. Bom trabalho.

FINALIZANDO

Nesta etapa vimos alguns dos tipos principais de perícia ambiental que
podem ser realizadas: securitária, quando trabalhamos com seguros ambientais;
rural, com os danos causados basicamente pela atividade rural; inspeção
ambiental imobiliária, quando trabalhamos principalmente com indústrias no
meio urbano. Mas também tecemos alguns comentários sobre a valoração
ambiental. Como podemos dar valor aos danos que causamos ao meio
ambiente? É uma pergunta ainda difícil de ser respondida com exatidão. Mas já
temos alguns métodos nos dando um bom caminho para chegarmos a essa
resposta.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. R. de. Perícia ambiental, judicial e securitária: impacto, dano e


passivo ambiental. Rio de Janeiro: Thex, 2011.

_______; ALMEIDA, S. M. de. Perícia ambiental: uma visão geral. In: PINTO
NETO, M. C.; ARANTES, C. A.; NADALINI, A. C. V. Perícia ambiental. São
Paulo: Pini, 2011.

ARANTES, C. A. Perícia ambiental na área rural. In: PINTO NETO, M. C.;


ARANTES, C. A.; NADALINI, A. C. V. Perícia ambiental. São Paulo: Pini, 2011.

_______; ARANTES, C. de. Perícia ambiental: aspectos técnicos e legais. 2.


ed. Birigui: Boreal, 2016.

BRASIL. Lei n. 6938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 2 set. 1981.

PINTO NETO, M. C. A norma de inspeção ambiental imobiliária: uma ferramenta


de perícia ambiental. In: PINTO NETO, M. C.; ARANTES, C. A.; NADALINI, A.
C. V. Perícia ambiental. São Paulo: Pini, 2011.

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