Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Aula 01 e 02 Conceitos Iniciais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 26

WYF0100 INTERVENÇÃO URBANA REGI

ONAL

Conceitos iniciais –
O urbano contemporâneo e as
condições da produção de
moradia no Brasil
moradia

• Elemento material e simbólico que enraíza a dinâmica da vida


urbana.
Luta social

• fusão de conflitos e reivindicações


• Experiências advindas da exploração do
trabalho e da espoliação urbana
• Interconexões entre as lutas no bairro e na
fábrica (1978-1980)
Pensar a terra urbana como
capital
• Papel da renda fundiária urbana como suporte do
processo de acumulação que se dá na indústria da
construção civil.
• A renda fundiária urbana como fundamento, como
elemento constitutivo da uma atividade produtiva.
• Especulação não é desligada da produção real, é
elemento constitutivo de uma atividade produtiva.
Francisco de Oliveira

• “como o espaço socialmente produzido se põe


a serviço da acumulacão de capital e, em
especial, como esse espaço socialmente
produzido sustenta uma atividade produtiva
tecnicamente atrasada. E de como, não por
acaso, de uma forma contraditória, exatamente
por utilizar esse espaço socialmente produzido,
uma atividade produtiva tecnicamente atrasada
pode ser das mais lucrativas.”
Espoliação urbana

• L. Kovarick
• Somatória de extorsões que opera pela
inexistência ou precariedade dos serviços de
consumo coletivo, pelo acesso dificultado à terra
e à moradia, pela dificuldade de obtenção das
condicões socialmente necessárias para a
reprodução dos trabalhadores.
Contradições urbanas e
experência urbana
• Manuel Castells e E.P. Thompson
• Grupos sociais vivenciam uma experiência de
exclusão e sobre essa vivência produzem um
discurso e uma ação de caráter coletivo.
• Experiência em termos de coletividade
Metrópole do subdesenvolvimento
industrializado

• 1970: estudos macro estruturais (relação entre o


capitalismo e a produção de desigualdade e
segregação)
• 1980: estudos urbanos centrados nos movimentos
sociais (grupos, categorias, estratos sociais reunidos
para reivindicar condicões urbanas de vida)
• 1990: direitos de cidadania (formulação de políticas
públicas)
Cidadania, subcidadania,
exclusão social
• Debate sobre a pobreza urbana: novas categorias
presentes no debate internacional e nacional das
ciências sociais.
• Debate travado nos anos 1970 e 1980: auto-
construção de moradias nas metrópoles nacionais.
• Casa própria: núcleo de sociabilidade baseada em
contatos primários; realizacão de projeto individual
de existência – seguranca real e simbólica da
propriedade.
Habitacão de interesse social

• Pesquisa urbana: realidae empírica e diálogo com


a teoria
• Brasil 1970
• Arquitetura e Sociologia urbana 1970: de fonte
marxista, nos contextos nacional e internacional
• Lutas urbanas: temas da cidadania e da
participação sobem ao primeiro plano; dinâmica
das reivindicações por condições de moradia e
trabalho
Produção, apropriação, consumo
do espaço nas cidades brasileiras.
• O desenvolvimento brasileiro é elitista.
• o espaço reproduz esses processos = reprodução espacial.
• Concentração de renda = concentracão espacial (do centro
verticalizado em direção às periferias horizontalizadas)
• Lógica da segregação (pobres) e da auto segregação
(elites): lógica da oferta de serviços, equipamentos e infra-
estrutura urbanos.
• Política de desenvolvimento intra-urbano: regularizacão
fundiária.
Cidades Brasileiras: democracia sustentável

Criar um caminho de planejamento e gestão


que contrarie o rumo predatório –social e
ambiental- que a cidades brasileiras seguem
atualmente exige alguns pressupostos:
Criar a consciência da cidade real e indicadores de qualidade
de vida.
Criar um espaço de debate democrático com vistas a efetivar
as reformas administrativas.
Formulação de políticas de curtíssimo, médio e longo prazo.
Formação de quadros e agentes para uma ação integrada.
Aperfeiçoamento e democratização da informação.
planejamento para regiões metropolitanas.

A bacia hidrográfica como referência para o planejamento e


gestão.
Estrutura do espaço

• Teoria dos lugares centrais


• Conceito de pólos de desenvolvimento
• Formação de redes de cidades no território
• Estruturação de processos intra-urbanos
• Tamanhos das cidades resultam de
especializacão na prestacão de serviços/base
econômica de serviços (comércio, cultura, lazer,
educação, saúde)
O que faz de um lugar uma
cidade?
• Da luta de classes à luta pelos lugares
• A perspectiva do trabalho sobre as múltiplas
escalas. Da cidade região à rua.
• Do macro espaço da cidade ao micro espaço
do corpo.
• Análise política da urbanização: as relações
sociais de produção, os avanços técnicos.
Produção versus apropriação

• Dizer como, quando, para quem e por quem o


espaço é construído.
• Toda participação significa práxis social.
Analisar o processo de formação e
desenvolvimento do espaço

• Angulacão sócio-política global e estrutural.


• Transformação da terra em mercadoria:
mercado da terra
• Renda da terra: valor que os imóveis assumem no
mercado imobiliário
Fatores chave-determinantes
da estrutura urbana
• Fatores estruturais no processo de planejamento:
permitem atuar sobre uma parcela da realidade
que pode, por sua própria potência, modificar o
contexto urbano.
• Variável-chave: renda da terra, explica a
transferência de renda entre classes e grupos
sociais; percursos por onde se entende a
organização da sociedade no território
Participação que leva necessariamente em
conta a questão espacial

Todo uso do espaço é político.


Mesmo que desempenhado desatentamente.

Pensar como um artesão é execitar uma capacidade de imagina


reconstruir a história dos objetos, dos lugares.

Alcançar um novo entendimento das realidades físicas

Se esforçar para descobrir como funciona o lugar ao seu redor.


Nunca se afastar dos fatos concretos
Território
• O conceito de território vincula espaço e soberania. Na perspectiva geográfica,
política e cultural. Território, bem como seus processos de territorialização, são relaçõse
de poder. Processo de domínio político-econômico e ou de apropriação simbólico-
cultural do espaço pelos grupos humanos

• É o uso do território que faz dele objeto da análise social. É forma impura, um híbrido.
O território são formas, mas o que tem de permanente é ser nosso quadro de vida.
Mesmo nos lugares onde os vetores da mundialização são mais operantes e eficazes, o
território habitado cria novas sinergias.

• Um território funciona em verticalidades (lugares em rede; pontos distantes uns dos


outros ligados por formas sociais e processos sociais; vetores entropicos) e
horizontalidades (domínios contíguos, de).

• Antes das redes e além delas há o espaço banal, o espaço de todos (François Perroux
e Jacques Boudeville).
Território
• “As unidades de medida não caracterizam o real mas uma realidade que se quer
alcançar”.

• Identidades micro-regionais: novos paradigmas de organização territorial


participando

• A participação se torna uma parte organizada (e


potencialmente manipulada) de qualquer
projeto de regeneração, na qual os usuários
devem ter voz, mas cujo processo sufoca os sons
que surgem. O problema é que o termo
participação é aceito acriticamente, e noções
idealizadas que centram em conceitos de
consenso estão implícitas.
participando

• A participação precisa diferenciar entre as demandas dos clientes e os


desejos dos usuários.
• Arquitetos, precisando de clientes com poder e dinheiro, geralmente estão
do lado daqueles no poder e dispostos a abraçar e expressar, em termos de
construção, a ideologia e economia desses clientes, em detrimento dos
desejos dos usuários em potencial.
• Acontece então uma remoção do público em geral do processo da
produção arquitetônica, o qual, por sua vez, leva a uma sensação de
alienação dos usuários de seu ambiente.
• A modernização significou a remoção das pessoas das decisões, à medida
que camadas de burocracia e procedimentos especializados compelem os
especialistas a intervir entre o usuário e a edificação. Esses peritos trazem
consigo seus próprios sistemas de valores que freqüentemente são estranhos
aos dos usuários.
participando

• Uma lacuna assim se abre entre o mundo como construído e o mundo


como preciso e desejado: para vermos os efeitos dessa lacuna, não
precisamos olhar além dos projetos de habitação de massa da primeira
metade de século XX, período durante o qual uma versão padronizada de
viver e noções abstratas de “comunidade” foram impostas estaticamente
por uma burocracia supostamente benevolente, em vez de permitir que
elas crescessem mais espontaneamente, de acordo com os desejos das
pessoas.
• A participação efetivamente se dirige a essa brecha, através do
envolvimento do usuário nas etapas iniciais da produção arquitetônica,
levando a um ambiente que não apenas tem um sentido de propriedade,
mas que também é mais capaz de responder a mudanças. Indo além dos
enfoques técnico e econômico da arquitetura, a participação
inevitavelmente se engaja com o político, um termo freqüentemente
negado pelos arquitetos na avaliação de seu trabalho.
participando

• Na política global contemporânea, onde questões sobre democracia são tão


contestadas, a real participação do processo de mudança está se tornando cada vez
mais rara, ao mesmo tempo em que ela cada vez mais necessária.

• Se esperamos que as pessoas sintam a sensação de pertencerem ao mundo no qual


moram, um envolvimento nos espaços que eles habitam é um bom ponto de começo.

• Isso se reflete numa leitura da arquitetura como a ocupação do espaço por seres
sensatos, politizados, não à arquitetura como processo tecnicamente determinado ou
estética rarefeita.

• A dimensão política é por demais evitada ao se diferenciar entre o funcional e o estético,


tratando o primeiro como um território implicitamente alvo da ergonomia e eficiência, e
vendo o segundo como um tipo de língua privada supostamente acima do debate
político.

• o funcional e o estético não são termos neutros, isolados, mas devem ser inseridos dentro
de um mundo politizado mais complexo. A introdução da política leva a participação
além do expediente e pragmático, forçando-a a se engajar com questões que, a longo
prazo, farão a arquitetura mais responsiva e responsável.
Participar é exercer uma práxis
social
• Governar em conjunto
• Superar a alienação, promover a autonomia.

Você também pode gostar