APA - MI - 04 Fenomenologia Como Filosofia e Método

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
FENOMENOLÓGICA-EXISTENCIAL
TURMA 01/2022
MÓDULO 01
ATIVIDADE: 04
AULA: 04
CONTEÚDO: Fenomenologia como filosofia e método: Merleau-Ponty
DISCENTE: Débora Lourencio
Sugestão de Leitura: Merleau-Ponty, o corpo como obra de arte (Terezinha Petrúcia da Nóbrega)
disponível no Drive.
Merleau-Ponty propõe uma fenomenologia da percepção, do corpo, diferente de uma

fenomenologia da consciência constitutiva, distinta da tradicional fenomenologia da consciência, baseada
em Husserl. Ele rompe com o dualismo: percepção-pensamento e consciência-mundo. A primeira
experiência, que é imediata, é a percepção, sendo então o fundamento do processo de conhecimento.
É no mundo visível em que o corpo percebe e que traz sentido, ao passo em que se comunica com
outros, apresenta essa percepção. A percepção do mundo é que o corpo comunica antes mesmo das
palavras. A expressão seria o gesto com o qual o corpo se comunica no mundo, sendo a expressão do ser
no mundo. A percepção tem lugar no nível do pré-reflexivo. A intercorporeidade pré-reflexiva.
Durante o cristianismo, o corpo era considerado como sede das sensações, instintos, da
sensualidade, passando a ser estreitamente vinculado à ideia de pecado, a rejeição do corpo foi
intensificada com a ideia de que corpo era apenas um espaço de passagem, trazendo a clara demonstração
de que o corpo não tinha valor. Para Merleau-Ponty a existência do homem passa pelo sentido.
A fenomenologia traz um novo significado para o corpo ao propor a abordagem dos objetos do
conhecimento tais como aparecem ou se mostram a consciência. Merleau-Ponty rejeita que a percepção
seja uma ação intelectual, ele considera que é um modo de acesso ao ser, ou seja, como toda experiência
que nos dá a própria coisa.
A percepção é carregada de um sentido, sem coexistir com ele como algo que vem do exterior
para o interior do sujeito, sendo exposto separadamente. Refere-se antes de um sentido afetivo, que não é
lógico e que não encerra em si, é aberto, “cada parte anuncia mais do que ela contém” (MERLEAU-
PONTY, 2006, P.24). A subjetividade estabelece a realidade ou dispõe o mundo a partir de si
mesma. Sendo assim, o corpo é fundamental para a consciência. A relação do homem com o mundo não é
de um pensador como um objeto de pensamento, nem seria possível conceber o sujeito como uma
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E-mail: afethospsicologia@gmail.com / Fone: (61) 99108-7755 / www.afethos.com
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consciência que interpreta um objeto. O sujeito e objeto se sobrepõem na aquisição de sentido, visto que o
sujeito concede sentido ao objeto, todavia, este se apresenta ao sujeito como é possível de ser percebido.
Não refere-se à uma impressão pontual percebida, mas de uma ação perceptiva do corpo, envolvida em
um meio.
A base da consciência é o corpo ligado com a realidade externa. E é por isso que acontece um
inseparável vínculo existencial entre o sujeito conhecedor e o meio. O corpo revela-se como elemento
vital para a constituição da consciência e o meio de comunicação entre ela e o mundo, ao mesmo tempo
em que a experiência motora se identifica como um modo de acessar o mundo.
Então deve-se pensar e experimentar o uma forma de existir compreendendo o corpo e seus
atributos como elementos cruciais para a constituição do conhecimento humano. Eles são modos de
comunicar ao mundo. Então foi possível compreender que para o autor, a essência da subjetividade
encontra-se conectada entre a essência do corpo e a essência do mundo, visto que a nossa existência como
subjetividade é uma, e, a mesma que nossa existência como corpo juntamente com a existência do mundo,
já que o sujeito é inseparável do corpo e do mundo.
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Merleau-Ponty propõe uma fenomenologia da percepção, do corpo, diferente de uma

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