MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
O Teorema do Valor Intermediário (TVI) é um teorema da Análise Matemática que diz que,
para uma função contínua f(x) em um intervalo [a,b], se k é um número real entre f(a) e f(b),
então existe pelo menos um ponto c em (a,b) tal que f(x)=k.
Em outras palavras, se f(a)<k<f(b),então existe pelo menos um ponto c em (a,b) tal que f(c)=k.
Suponha que f ´e uma função contínua em todo o intervalo fechado [a, b]. Isto significa que,
para todo c ∈ (a, b), temos que limx→c f(x) = f(c). Nas extremidades do intervalo o conceito de
continuidade se expressa através de limites laterais:
lim f ( x )=f ( a)
¿ x−a
Para fixar ideias vamos supor que f(a) < f(b) e considerar um numero y0 tal que
A reta horizontal y = y0 divide o plano cartesiano em dois pedaços disjuntos: um deles, que
chamaremos de R+, contém todos os pontos que ficam acima da reta e o outro, que
chamaremos R−, contém os pontos que ficam abaixo da reta. Como f(a) < y0 < f(b), devemos
ter
O gráfico de f é uma curva contínua ligando estes pontos. Assim, é natural afirmar que esta
curva precisa tocar a recta horizontal em algum ponto (x0, y0). Este ponto pertence ao gráfico,
de modo que f(x0) = y0 (veja a Figura 1 a seguir). Em outras palavras, ”se você está dentro de
uma sala que não tem janelas e tem somente uma porta, a ´única maneira de sair da sala ´e
passando pela porta...”
O argumento geométrico que usamos acima pode ser formalizado matematicamente. A sua
conclusão ´e um importante resultado que enunciamos abaixo.
Antes de apresentar aplicações vamos destacar que a conclusão do teorema pode ser falsa se
a função f não for contínua. Um exemplo simples ´e a função
f(x0) = 1.
Exemplo 1. Vamos usar o TVI para encontrar aproximações para uma raiz da função
Sendo f contínua, o seu gráfico deve ligar esses dois pontos com uma curva suave, sem saltos.
A curva deve então interceptar o eixo Ox em um ponto cuja abscissa ´e uma raiz de f(x).
Vamos colocar as coisas na notação do teorema: a função f ´e contínua no intervalo [2, 6], por
ser um polinómio. Além disso, se considerarmos d = 0, temos que
Segue do Teorema 1 que existe x0 ∈ [2, 6] tal que f(x0) = d = 0. Logo, a função f possui pelo
menos uma raiz no intervalo [2, 6].
Observe que o teorema não nos permite encontrar a raiz. Contudo, como sabemos que no
intervalo [2, 6] existe uma raiz, podemos dizer que x = 4 é uma raiz aproximada. Nesta
aproximação, estamos cometendo um erro de no máximo 2. Isso significa que, partindo da
posição x = 4, se andarmos 2 unidades para a esquerda ou 2 unidades para o direita
certamente encontraremos uma raiz. Para a aproximação, escolhemos o ponto médio do
intervalo [2, 6], que ´e exactamente x = 4.
Se você considera que um erro de tamanho 2 não é aceitável, pode melhorar a aproximação
usando o TVI mais uma vez: calculamos f(4) = 14 e percebemos que x = 4 não é uma raiz.
Se considerarmos o intervalo [4, 6], temos que f(4) e f(6) são positivos. Assim, pode ser que o
gráfico não cruze o eixo Ox quando ligamos os pontos (4, (f4)) e (6, f(6)). Porém, olhando para
o outro extremo do intervalo [2, 6], temos que
e portanto o TVI nos garante que existe uma raiz no intervalo [2, 4]. Procedendo como antes,
podemos considerar x = 3 (que é o ponto médio do intervalo [2, 4]) como raiz aproximada.
O processo acima pode ser continuando de modo a diminuir o erro o tanto que quisermos. A
cada novo passo, o erro se reduz pela metade. Por exemplo, se fizermos mais um passo, temos
que
f(3) = −5 < 0 < 14 = f(4)
e portanto existe raiz no intervalo [3, 4]. A raiz aproximada seria x = 3 + 1/2 e o erro m´máximo
seria igual a 1/2. Na figura abaixo você pode conferir o gráfico da função no intervalo [0, 6].
Finalizamos o exemplo observando que, para o passo inicial do processo acima, é necessário
descobrir valores a e b tais que os sinais de f(a) e f(b) são contrários. Embora isto possa
parecer complicado e arbitrário, você deve concordar que é mais fácil do que tentar encontrar
a raiz directamente, ainda mais no caso em que a expressão da função f é muito complicada.
√3 x = 1 – x
possui pelo menos uma solução. Para tanto, observe inicialmente que as soluções da equação
acima são precisamente as raízes da função f(x) = √3 x − 1 + x. Como
o TVI implica a existência de uma raiz no intervalo [0, 1], ou seja, a equação em questão possui
uma solução neste intervalo. Se quisermos, podemos fazer aproximações desta solução
procedendo como no Exemplo 1.
O teorema do valor médio (TVM), como já foi anunciado, é de grande importância no cálculo
Diferencial e permitará que se relacione o sinal da derivada de uma função com seu
crescimento ou decrescimento em determinado intervalo, bem que se relacione o sinal da
derivada segunda com a concavidade do gráfico da função.
Teorema
f ( b )−f (a)
Isto é, f´(c)=
b−a
A demonstração desse teorema pode ser encontrada em textos específicos de cálculo e não
será apresentada aqui. Entretanto, é conveniente observar uma situação em que se aplica o
TVM. A função considerada é f(x)= x(x+2) (x-3) no intervalo [ −3 , 4 ].
Oservamos que a reta que passa pelos pontos (-3, -18) e (4, 24), extremidades do fráfico de f, é
a reta da equação y=6x.
É importante observar que o TVM não
desses pontos. garante a unicidade do ponto c, mas apenas a existência. No caso da função
apresentada no gráfico, foram dois desses pontos
Uma vez que f´(x)= 3 x 2- 2x- 6, podemos determinar os pontos do gráfico de f em que a reta
tangente tem coeficiente angular 6, isto é, é paralela à reta y=6x.
1+ √ 37 1−√ 37
X= ou x= que são os possíveis valores c mencionado no TVM, pertecentes
3 3
ao intervalo ¿−3 , 4 ¿. Sendo assim, a reta tangente ao gráfico de f que passa pelo ponto (
1+ √ 37 1+ √ 37
,f( ) ) é paralela à reta tangente ao gráfico de f que passa pelo ponto (
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1−√ 37 1−√ 37
,f( )) e ambos têm coeficiente angular igual a 6.
3 3
Exemplos
Uma vez que o denominador é sempre posetivo o sinal de f depende apenas do numerador.
Como o trinomio do numerador também é sempre posetivo, o sinal de f é sempre posetivo
em todo o domínio. Logo a função f é estritamente crescente em cada subintervalo do
domínio. Uma observação importante é a de não podemos simplesmente afirmar que a
função é estritamente crescente
2
x +x r
Gráfico da função:
( )
f x= 2
1−2 x
x
f ( x )= x
e
A principal diferença entre esses dois teoremas é que o Teorema do Valor Médio é utilizado
para estabelecer a existência de um ponto onde a inclinação da recta tangente é igual à
inclinação da recta secante que une os pontos f(a )e f(b), enquanto o Teorema do Valor
Intermediário é usado para estabelecer a existência de um ponto onde f(x) assume um valor
intermediário entre f(a) e f(b).
Uma das diferenças mais importantes entre o Teorema do Valor Médio e o Teorema do Valor
Intermediário é que a aplicação do Teorema do Valor Médio requer que a função seja
diferenciável em um intervalo aberto(a,b), enquanto o TVI pode ser aplicado a qualquer
função contínua em um intervalo[a,b].
Aplicações Práticas
o Teorema do Valor Médio é frequentemente usado em cálculo para provar outros teoremas e
resolver problemas .Ele pode ser usado para provar o Teorema de Rolle, o Teorema da Função
Inversa e o Teorema do Valor Extremo.