3 Saúde Coletiva e Políticas Públicas
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3 Saúde Coletiva e Políticas Públicas
Apresentação
A concepção de saúde coletiva se constituiu por meio da crítica sistemática do universalismo
naturalista do saber médico. A defesa dessa área é destacada pela problemática de que a saúde é
mais abrangente e complexa que a leitura realizada pela medicina, envolvendo outros aspectos que
interferem na vida do indivíduo. A multidisciplinaridade é a marca do campo da saúde coletiva, já
que sua problemática demanda diferentes análises e permite a construção de diferentes estratégias
e ações.
Outro aspecto essencial que aborda diretamente a ação da saúde coletiva no Brasil é por meio das
estratégias e ações de educação em saúde, bem como a aplicação de práticas integrativas e
complementares. De forma geral, ambas vão contribuir para incentivar a comunidade a obter um
estilo de vida saudável. Assim, desde a criação até o bom funcionamento da saúde coletiva, houve
vários marcos importantes de lutas e conquistas no Brasil que foram decisivas para o modelo
assistencial que se tem atualmente.
Bons estudos.
Imagine que você faz parte da equipe de uma Unidade Básica de Saúde. Veja mais detalhes sobre o
seu trabalho:
a) Considerando que você precisa conhecer o território antes de realizar qualquer intervenção, qual
o número de equipes de Estratégia de Saúde da Família é ideal para que seja possível elaborar
ações promotoras da saúde na Unidade Básica de Saúde Buriti?
No Infográfico, você vai saber quais são os passos para implantar as práticas integrativas e
complementares nos serviços de atenção primária à saúde, principalmente no âmbito da saúde
coletiva, nas Unidades Básicas de Saúde no SUS no Brasil.
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Conteúdo do livro
A saúde coletiva representa uma grande área de conhecimento multidisciplinar construída na
interface dos conhecimentos produzidos pelas ciências biomédicas e sociais. O principal objetivo da
saúde coletiva é investigar os determinantes da produção social das doenças com o fito de planejar
a organização dos serviços de saúde.
Além disso, a inclusão de estratégias educativas em saúde e as PICS têm sido defendidas
mundialmente como a principal base para os cuidados primários de saúde. Já as políticas públicas
representam um conjunto de disposições, medidas e procedimentos que traduzem a orientação
política do Estado e regulam as atividades governamentais relacionadas às tarefas de interesse
público.
No capítulo Saúde coletiva e políticas públicas, da obra Fisioterapia em Saúde Comunitária, base
teórica desta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a definir saúde coletiva, identificar o papel
da saúde coletiva na formação e na educação em saúde e explorar os marcos contextuais das
políticas de saúde do Brasil.
Boa leitura.
FISIOTERAPIA EM
SAÚDE
COMUNITÁRIA
Saúde coletiva e
políticas públicas
Mateus Dias Antunes
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A saúde coletiva é uma ideia que se desenvolveu na década de 1980, a partir das
críticas ao sistema de saúde brasileiro durante a ditadura do País. Havia pessoas
que criticavam a saúde preventiva no País, bem como pessoas que não se sentiam
inteiramente à vontade com a situação da saúde pública.
Portanto, a saúde coletiva surgiu da necessidade de cuidar da saúde do País
como um todo, de focar na medicina preventiva, de mudar as práticas clínicas e
de reformar todo o sistema de saúde, pois a prevenção e a saúde pública, por si
só, não eram suficientes para enfrentar as necessidades dos brasileiros. Junto
a esse conceito de saúde coletiva, o Brasil viu uma mudança em seu sistema de
saúde. Anteriormente, havia dois sistemas de saúde, um para quem tinha emprego
formal e outro para quem não tinha. Hoje, o Brasil tem o Sistema Único de Saúde
para todos.
Neste capítulo, você verá como se desenvolveu a saúde coletiva. Além disso,
conhecerá a relação entre a saúde coletiva na formação e a educação em saúde.
Por fim, você verá quais são os marcos históricos no Brasil que influenciaram a
criação das políticas públicas.
2 Saúde coletiva e políticas públicas
Malta et al. (2016), essas doenças representam uma grande parte das causas
de morbimortalidade no Brasil e no mundo, além de resultarem em incapa-
cidades, mortes prematuras, redução da qualidade de vida e significativos
impactos econômicos.
O crescimento da carga de doenças e agravos não transmissíveis acomete
principalmente os indivíduos com baixa renda, o que causa reflexos nega-
tivos, como desigualdades ao acesso à saúde e à urbanização, vida inativa
e sedentária e alimentação inadequada e com alto teor calórico, além do
uso do álcool e do tabaco. Em relação às violências, há evidências concretas
que enfatizam as desigualdades associadas aos recortes de gênero, renda,
baixa escolaridade, raça/etnia, crianças, idosos e pessoas com deficiência,
populações estas que devem ser priorizadas em políticas de promoção da
equidade (MALTA; SILVA, 2018).
Malta e Silva (2018) enfatizam que vários indicadores direcionados às
doenças e aos agravos não transmissíveis foram incluídos nos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, como, por exemplo:
metas de diminuição da mortalidade no trânsito e de doenças e agravos
não transmissíveis; metas de diminuição do consumo abusivo do álcool
e do tabaco; acesso a sistemas de transportes sustentáveis e seguros; e
expansão do transporte público. É importante destacar que essas metas
são importantes, pois reforçam a ação intersetorial, que deve ser realizada
no sistema de saúde.
A vigilância de doenças e agravos não transmissíveis constitui um marco
na saúde pública brasileira, inovando no apoio às políticas públicas de pre-
venção e controle. Conforme Malta e Silva (2018), alguns marcos históricos
importantes no compromisso com o tema foram:
Os exemplos apresentados aqui, por mais que pareçam ser algo muito
técnico e apenas no papel, acabam influenciando significativamente a ma-
neira como os sistemas de saúde das cidades são organizados e executados.
Referências
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Sistema Único de Saúde 10 anos: avanços e perspectivas. Journal of Management &
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historico. Acesso em: 1 dez. 2020.
Saúde coletiva e políticas públicas 15
Leituras recomendadas
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HENNINGTON, E. A.; MARTINS, M.; MONTEIRO, S. Saúde: desigualdades, vulnerabilidade e
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MEDINA, M. G. et al. Atenção primária à saúde em tempos de COVID-19: o que fazer?
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MORETTI, A. C. et al. Práticas corporais/atividade física e políticas públicas de pro-
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Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-
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PAIM, J. S. et al. Sistema Único de Saúde: 30 anos de luta! Ciência & Saúde Coletiva, Rio
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-de-programas-de-saude-continuidades-e-mudancas. Acesso em: 1 dez. 2020.
Apesar disso, tanto o tabaco quanto o álcool são legais e amplamente disponíveis, tornando-os
mais fáceis de serem consumidos. Felizmente, há ajuda disponível na atenção primária à saúde. No
entanto, como o profissional pode oferecer esse apoio por meio de estratégias educativas no
tratamento da depedência do fumo e do álcool?
Na Dica do Professor, você vai descobrir como um fisioterapeuta pode atuar por meio das terapias
integrativas e complementares disponíveis no SUS para o tratamento da dependência do fumo e do
álcool.
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Exercícios
1) A expressão saúde coletiva é uma invenção tipicamente brasileira que surgiu em fins da
década de 1970 na perspectiva de constituir um paradigma que permitisse uma nova
articulação entre as diferentes instituições do campo da saúde.
2) Ao procurar um serviço de saúde no SUS, cada usuário terá acesso a uma rede, de acordo
com seu endereço. As ações de promoção e educação em saúde também são pensadas
respeitando essa dinâmica.
Escolha a alternativa que representa o motivo que possibilitou a ampliação das redes de
serviços nos municípios.
A) Epidemiologia tradicional.
C) Planejamento estratégico.
D) Planejamento normativo.
Escolha a alternativa que representa uma ação educativa em saúde que corresponde ao
segmento da gestão.
A) Apoiar os profissionais.
Neste Na Prática, você vai saber como desenvolver um protocolo de programa educativo para as
gestantes e/ou casais grávidos cadastrados na unidade.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Você conhece a acupuntura?
Conheça os benefícios da acupuntura, trata-se de uma prática importante, oferecida por meio da
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.
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