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Resumos Filosofia

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Filosofia – 11º ano -Matilde rijo

A definição tradicional de conhececimento

Conhecimento é a relação entre alguém que conhece (o sujeito)


e algo que é conhecido (o objeto, pensado ou percecionado) com
o qual o sujeito se relaciona, direta ou indiretamente.

Existem 3 tipos diferentes de conhecimento.


O conhecimento proposicional ( ou saber-que) é o
conhecimento de que algum objecto específico possui certas
propiedades. Sabemos que o objeto é verdadeiro pois sabemos
verdades/factos sobre o mesmo. Pode-se dizer que é um
conhecimento direto onde se apresenta uma proposição a
respeito de algo, como quando se propõe que uma pedra que
alguém tem nas mãos é pontuda ou redonda. Apenas o
conhecimento proposicional pode ser transmitido de um sujeito
para outro.

O conhecimento por aptidão (ou saber-como) é o conhecimento


que tem o saber relacionado com aptidões ou habilidades
pessoais, físicas ou práticas. Quando dizemos que sabemos, por
exemplo, desenhar ou andar de bicicleta. Em todos estes casos o
objeto que o sujeito conhece é uma aptidão/habilidade.
O conhecimento por contacto é o conhecimento que obtemos
por experiência direta ao contactarmos com pessoas, lugares ou
coisas. Temos conhecimento por contacto quando conhecemos
diretamente uma pessoa ou um lugar. Tal como o conhecimento
por aptidão, o conhecimento por contacto nem sempre valida as
nossas crenças.

Normalmente define-se o conhecimento proporsicional como


sendo uma crença verdadeira justificada.
Crença é um estado mental em que se assume que algo é
verdadeiro ou provável. É uma condição necessária ao
conhecimento. Esta desempenha um papel central na
epistemologia. Exemplo: «A crença dos investigadores é que a
menina está viva e se encontra algures no país.»
A Verdade é uma condição necessária para o conhecimento.
Uma crença é verdadeira é preciso que seja um facto. Todo o
conhecimento é crença verdadeira. Apesar de uma crença se
construir como condição necessária para o conhecimento não é
uma condição suficiente.
Uma Justificação é geralmente constituída por uma premissa que
aumenta a probabilidade de a crença ser verdadeira. O conceito
de justificação não é descritivo (não diz como as coisas são),
mas é normativa (diz como as coisas devem ser, no que devemos
acreditar).
A teoria CVJ precisa de 3 componentes para que alguém possa
dizer que sabe:
- Crença
- Verdade
- Justificação
Argumento da regressão infinita: O principal argumento
apresentado apresentado a favor do ceticismo é o que se dunda
na ideia de que para existir conhecimento, são necessárias
crenças justificadas.

De acordo com o ceticismo quando pretendemos justificar uma


crença por intermédio de outras crenças estão disponíveis apenas
três alternativas:
 Ou regredimos infinitamente na cadeias de justificação;
 Ou paramos arbitrariamente numa crença em círculo;
 Ou racionamos em círculo, incorrendo numa petição de
princípio.
Exemplo:
Joaquim ou é feio (p), ou é sujo (q), ou é avarento (r).
Se é feio (p), então não é atraente (s).
Se é sujo (q), então não é atraente (s).
Se é avarento (r), então não é atraente (s).
Logo não é atraente (s).
Alguns autores encaram o ceticismo como posição
autorrefutante (suícida), ou seja que demonstra a sua própia
falsidade. A contradição cética pode ser eliminada se
suspendermos o juízo relativamente a tudo.
Segundo Bertrand Russel é impossível suspender ao mesmo
tempo todas as nossas crenças.
O ceticismo extremo é uma posição insustentável do ponto de
vista recional devido ás suas implicações práticas.
O ceticismo deve ser entendido como uma atitude preventiva
contra a pretensão de que se sabe tudo levando-nos a averiguar.

A teoria racionalista é a teoria epistemológica que identifica


como fonte do conhecimento o pensamento ou a razão. Esta
despreza o papel dos sentidos e defende que um conhecimento
para poder merecer de facto esse nome deve sastisfazer dois
critérios:
 Necessitade lógica;
 Universilidade.
O ideal de conhecimento racionalista pressupõe a natureza
dedutiva do saber a partir de primeiros princípios ou crenças
fundacionais, não são suportadas por quaisquer outras crenças e
que são infalíveis (não podem estar erradas) e indubitáveis (não
podem ser postas em dúvida).
O fundacionalismo é uma teoria epistemológica que defende a
ideia de que o conhecimento deve ser concebido como uma
estrutura que se ergue a partir de fundamentos certos e seguros e
que não precisam de ser justificadas por outras crenças. O
fundacionalismo refuta o argumento cético da regressão infinita.
Para os fundacionalistas existem dois tipos de crenças:
 Crenças básicas/fundacionais – que não precisam ser
justificadas;
 Crenças não-básicas – que são inferidas a partir de outras
crenças, com base nas quais se justificam.

Na época de Descartes instalou-se o ceticismo relativamente à


possibilidade de se alcançar qualquer espécie de conhecimento
sólido e duradouro. Descartes recorre então à dúvida cética
como forma de provar a impossibilidade do ceticismo.
A dúvida metódica é o ato de duvidar de tudo e averiguar o que
resiste a esse processo. Esta dúvida cartesiana não se identifica
inteiramente com a dúvida cética original, pelo contrário,
Descartes usa-a como um método para alcançar o conhecimento
(verdade) e provar a insustentabilidade do ceticismo. Esta
dúvida trata-se de considerar falso (temporariamente) tudo
aquilo que suscite a menor dúvida até encontrar um princípio
absolutamente explícitos. Esta dúvida pode ser dividida em três
níveis diferentes.

Primeiro nível-Os sentidos enganam-se


Muitas das crenças que habitualmente aceitamos como
verdadeiras foram recebidas através dos sentidos. Descartes
constanta que por vezes os nossos sentidos podem-nos enganar,
sendo perfeitamente possível que os objectos empíricos não
correspondam exatamente ao que deles percebemos pelos
sentidos. Exemplo:
“Parece-nos muitas vezes que nos chamam, mas apenas ouvimos
o vento”.
Segundo nível-Vigília e sono não se podem distinguir
Mesmo sabendo que os nossos sentidos não são fiáveis, há
todavia muitas crenças com origem na experiência sensorial das
quais seria loucura duvidar. Não é possível distinguir o sono da
vigília. A hipótese de estarmos a sonhar não pode ser rejeitada.
Logo, a conclusão a que chegamos é que os sentidos e a
experiência não são fontes de verdades indubitáveis.
Terceiro nível-A possibilidade de um génio maligno
Descartes refere que fomos criados por um ser superior e com
poderes ilimitados que nunca nos mentiria, mas que existe um
génio maligno/ diabrete enganador que, este sim, nos mentiria e
tentaria nos enganar. Para Descartes o génio maligno/ diabrete
enganador é uma entidade que se diverte introduzindo-nos na
crença de estarmos a ter experièncias que não temos e
confundindo o nosso raciocínio em áreas onde não haveria
motivos para nos confundir.
Descartes atribui ao conhecimento a priori um papel
fundamental, ao contrário de certos filósofos que valorizam mais
o conhecimento a posteriori.
A distinção entre a priori e a posteriori refere-se a dois modos
distintos de conhecer.
O conhecimento a priori independentemente da experiência ou
observação é absolutamente certo (necessário). Já o
conhecimento a posteriori diz respeito às coisas que apenas
podemos saber em função da experiência sensorial ou da
observação. Ao contrário do conhecimento a priori o
conhecimento a posteriori não é absolutamente certo (é
contingente).

O método cartesiano faz surgir uma primeira certeza


invuknerável à dúvida, a existência de um sujeito que duvida. A
dúvida atua sobre todos os objectos do conhecimento, mas não
pode atuar sobre a existência daquele que assim duvida. Chama-
se então cogito à substância pensante descorberta por intuição
recional a partir do exercício da dúvida.
Duvidar é pensar e para pensar é preciso existir (penso logo
existo). A existência de um eu que pensa é assim uma certeza
inabalável.

Clareza e distinção
O critério de verdade, de certeza racional na epistemologia
cartesiana. Qualidades das quais não se pode duvidar, por muito
que se tente e queira.
A descoberta da existência do sujeito que pensa acontece não
por inferência a partir de outras crenças ou conhecimentos mas
por conhecimento direto e imediato, sem qualquer raciocínio e
sem qualquer dúvida.

Dualismo cartesiano
Esta perspectiva cartesiana é conhecida como dualismo de
substâncias . O nosso corpo e a nossa mente são duas
substâncias radicalmente distintas.

Ao examinar a sua mente, Descartes encontra três tipos distintos


de ideias:
 Ideias natas – parecem fazer parte da sua própia natureza,
como as ideias de pensamento ou de verdade;
 Ideias adventícas – aparentam proceder de objectos
situados fora da sua mente e ter sido adquiridos através dos
sentidos, como as ideias de calor e sol;
 Ideas factícias – encaram como invenções forjadas pela
imaginação, como as ideias de sereias.

Provas da existência de Deus


Descartes vai procurar comprovar a existência de um Deus
omnipotente, omnisciente e inteiramente bom.
Porque os seus argumentos céticos lançaram a desconfiança
sobre os sentidos e a experiência, as provas que se seguem são
baseadas na razão (a priori). Ambas têm como ponto de partida
uma mesma premissa: ter em si uma ideia de perfeição.
O argumento da marca impressa apoia-se na ideia de
causalidade. Aquele que duvida não conhece. Contudo, encontra
em si a ideia de perfeição.
Descartes acredita que só pode estar num ser cuja natureza e
realidade objectivas sejam tão perfeitas quanto a própia ideia de
perfeição. Só Deus tem tanta realidade como a própia ideia de
Deus. Assim sendo, Deus é ou existe e imprimiu na mente do
filósofo a ideia de perfeição como uma marca inata da ação do
artista na sua obra.
O argumeto ontológico, uma prova a favor de Deus, junta-se ao
argumento de marca.
Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível
imaginar. A existência é um dos aspectos desta perfeição. Um
ser perfeito não seria perfeito caso não existisse, se Deus é
perfeito, Deus é ou existe.

Deus como garante epistemológico


Com Deus como garante epistemológico, Descartes pode agora
inferir por dedução outras verdades e reconstruir um edifício ou
sistema de crenças verdadeiras e justificadas. Avançando
metódica e cautelosamente de uma ideia clara e distinta para
outra.
Deus é a segunda certeza descoberta por Descartes.

A dúvida cartesiana é impraticável e incurável


De acordo com David Hume, a dúvida cartesiana é universal e
estende-se, por isso, a todas as nossas crenças e princípios, mas
põe também sob suspeita as faculdades mentais e as operações
do intelecto. A dúvida metódica de Descartes é, para David
Hume, impraticável e incurável.

Descartes incorre numa petição de princípio


Os argumentos cartesianos a favor à existência de Deus não são
bem-sucedidos. Alguns dos seus mais diretos adversários
acusam-no de ter incorrido na falácia conhecida como petição de
princípio. Esta objeção é conhecida como círculo cartesiano.

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