Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12
CARTAS ÀS SETE IGREJAS DO APOCALÍPSE
'Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas' Ap 3:22 . As sete igrejas do apocalipse referem-se a igrejas literais descritas no apocalipse, capítulos 2 e 3. Essas igrejas cristãs estavam localizadas na Ásia Menor durante a época do Império Romano. Embora as igrejas reais deixassem de prosperar nos séculos de controle muçulmano, depois dos romanos, há vestígios arqueológicos de todos os sete locais existentes na atual Turquia.
Significado Último das Sete Igrejas
São igrejas literais do primeiro século dC. No
entanto, elas também têm um significado espiritual para as igrejas e crentes de hoje. O objetivo principal de João ao escrever as cartas para as sete igrejas, era entregar um "boletim", um "diagnóstico" de Cristo para as igrejas da época. Um segundo propósito dos escritos inspirados de João era descrever sete tipos de igrejas (e crentes) que surgiria uma e outra vez ao longo da história. As breves cartas às igrejas do apocalipse, estão como lembretes comoventes para os seguidores de Cristo.
Abramos a Bíblia em Apocalipse, capítulo 1
versos 9 a 13.
João escreve cartas às 7 igrejas da Ásia Menor.
Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia e Laodicéia. Ler agora capítulo 3, versos 14 a 22.
No ano de 54 da Era Cristã, Nero assumiu o
governo de Roma como imperador aos 17 anos de idade. E desde que esse jovem imperador assumiu o governo de Roma, a preocupação agora é que surge um período muito difícil na vida da igreja. Ele era um camarada louco, megalomaníaco, violento e devasso. Mandou matar a sua própria mãe e outros membros da sua família.
10 anos depois que Nero estava governando
Roma exatamente no ano 64, precisamente no dia 17 de julho daquele ano, esse homem, dizem os historiadores, incendiou a capital do Império.
Queria reconstruir uma Roma mais bela, subiu
pro alto da Torre de Mecenas, vestido de ator, tangendo a sua lira, assistindo de lá o espetáculo das chamas destruindo a cidade. Foram 7 noites, 6 dias de incêndio, 17 de julho a 24 de julho de 64. Quando o incêndio acabou, a cidade estava devastada.
Dos 14 bairros de Roma, 10 deles foram
devastados. Os 4 bairros restantes, densamente povoados por Judeus e cristãos, dão a Nero um álibe para botar a culpa do incêndio nos cristãos. E começa ali um abrupto, sangrento e cruel perseguição. Os historiadores afirmam que faltou madeira na época para fazer cruz, pois grande era a quantidade de crentes que foram crucificados.
Os crentes eram cobertos de piche, amarrarados
nos postes, queimados vivos para iluminar as ruas e as praças de Roma. Um verdadeiro massacre.
Dois anos depois, no ano 66 explodia a rebelião
dos Judeus em Israel, mormente em Cesaréia Marítima, porque uma sinagoga judaica foi profanada e os zelotes que nunca foram favoráveis ao governo de Roma em Israel se rebelaram. Naquela época, Roma manda para lá o general Tito para tentar resolver aquele motim, aquela rebelião.
Dois anos depois, no ano 68, Nero está com sua
situação insustentável junto ao Senado Romano, o Senado o depõe, ele entra em crise e tira a sua própria vida, se matando.
Dois anos depois, no ano 70. A rebelião em Israel
é incontrolável. O general Tito cerca Jerusalém, invade Jerusalém, destrói Jerusalém, queima o templo de Jerusalém, passa ao fio da espada milhares de Judeus e cristãos e promove o que nós chamamos de a maior dispersão dos Judeus de todos os tempos, desde o ano 70, até 14 de maio de 1948 quando Israel retoma o seu território.
Nesse mesmo ano 70, o imperador Vespasiano
inaugura em Roma o Coliseu e numa festa de 100 dias de inauguração, mais de 10 mil cristãos foram mortos com requintes de crueldades. Eles eram enrolados em pele de animais, jogados nas arenas, pros cães morderem, pros touros pisarem, pros leões esfomeados devorarem, verdadeiro banho de sangue. No ano de número 86 da Era Cristã, assume um novo governo de Roma, Domiciano, chamado de o segundo Nero. Ele perseguiu a igreja fortemente. Foi o primeiro imperador a rogar para sí o título de Senhor e Deus, e foi este imperador que deportou o apóstolo João, então, pastor em Éfeso, para a ilha do Mar Egeu, a ilha de Patmos, e vale ressaltar que a essas alturas ele era o único representante do colégio apóstolico ainda vivo. Todos os demais apóstos estavam mortos, pelo violento Martírio.
Certamente, o propósito de Domiciano era calar
a voz do último apóstolo do Senhor Jesus Cristo, fechando-lhe todas as portas na terra, isolando-o nessa ilha vulcânica. Mas, quando todas as portas se fecharam para a João na Terra, Deus abriu uma porta no céu, e lhe disse, sobe para aqui, e eu te mostrarei aquí, não as coisas que talvez aconteçam, não as coisas que podem acontecer, eu te mostrarei as coisas que vão acontecer.
Até nas horas mais sombrias, amargas, adversas,
Deus está no trono, as rédeas da igreja estão nas suas poderosas mãos, pois Deus nunca perdeu o controle.
Aquele dia era um dia de domingo, era o dia do
Senhor, quando João escuta atrás dele uma voz como de trombeta, dizendo que deveria escrever carta às 7 igrejas, a saber: Éfeso, Ismirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
Diz que, quando João se voltou para ver quem
falava com ele, ele não viu quem falava com ele. Ele viu os 7 candieiros de ouro. Ele viu as 7 igrejas, e no meio das igrejas, um semelhante, ao filho do homem.
O mundo só pode ver Jesus na igreja, e através
da igreja. Mas o Cristo que João vê não é mais o Cristo angustiado e mortal chorando, suando sangue, prostrado sobre aquele Getsêmane. O Cristo que João vê não é mais o Cristo humilhado, cuspido, e maltratado pelo Sinédrio judaico. O Cristo que João vê não é o Cristo humilhado, vilipendiado, do pretório romano. O Cristo que João vê não é o Cristo que caminha, carregando a cruz pesada, debaixo dos insultos, e vaias da multidão, insandecida, tresloucada, sangue-sedenta. O Cristo que João vê não é o Cristo pregado naquela cruz. O Cristo que João vê é o Cristo da glória, é o Cristo vencedor, é o Cristo onipotente.
Diz o texto que seus cabelos não estavam mais
cheios de sangue, mas eram brancos como a neve, como a lã. Seus olhos não estavam mais empapussados de sangue, mas eram como chamas de fogo. Suas mãos não estavam mais esmagadas pelos cravos, mas sustentavam a igreja. Seus pés eram como o bronze polido. Sua voz não estava mais embargada pela sede, era como voz de muitas águas, e os seu rosto não estava mais desfigurado, mas brilhava como sol no seu fulgor. Quando João vê o Cristo da glória, ele cai aos seus pés como morto. E o Cristo da glória coloca a mão direita sobre ele, e diz: Não temais, João, eu sou primeiro e o último. Eis que eu estive morto, mas estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.
Nós não adoramos o Cristo que esteve vivo e está
morto, nós adoramos o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos dos séculos.
No verso de número 13, vemos que Jesus está no
meio das igrejas, no meio. Podemos dizer com toda a convicção de fé que Jesus está no nosso meio, todos os dias. E é porque ele está no nosso meio, agora, que nós estamos aqui. Porque se assim não fosse, não teria sentido estarmos aqui. E ele está no nosso meio. Não apenas de forma estática.
Podemos dizer também que Jesus está andando
entre nós, no dia de hoje, para sondar a igreja, para corrigir a igreja, para exortar a igreja, para encorajar a igreja, para fazer promessas a igreja. Este é um estribilho que se repete em todas as 7 cartas, em todas elas, sem excessão, dizendo: eu conheço, eu conheço.
Para cinco dessas igrejas, Jesus, vai usar a
mesma expressão, para as igrejas de Éfeso, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia, dizendo: eu conheço as suas obras.
Aquilo que seu pai não sabe, eu sei. Aquilo que
sua mãe não sabe, eu sei. Aquilo que seu marido não sabe, eu sei. Aquilo que sua mulher não sabe, eu sei. Aquilo que seu pastor não sabe, eu sei. Ninguém pode esconder nada daquele cujos olhos são como chama de fogo. Ele conhece nossa vida. Mas para a igreja de Smirna, a mais pobre igreja da Ásia, Jesus usa outra expressão e diz assim: eu conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rica.
Isso nos conforta, porque há momentos que
estamos muito aflitos, angustiados. E Jesus nos diz: eu conheço o que você está passando. Eu conheço a sua dor. Eu conheço seus dramas. Eu conheço as suas lágrimas. Eu sei daquelas noites mal-dormidas, aquelas madrugadas insones, aquelas horas de pavor e horror da sua alma, eu sei o que você está passando. A sua dor está presente diante de mim.
E Jesus me choca com seu diagnóstico, porque
você e eu temos uma idéia do que seja uma igreja rica? O que é uma igreja rica para nós? Uma igreja que tem muitos membros? Uma igreja que tem um templo suntuoso? Uma igreja que tem um orçamento robusto? Uma igreja que tem muita gente influente na sociedade? O que é uma igreja rica? Para a mais pobre igreja da Ásia, Smirna, Jesus quer dizer assim, eu conheço a tua pobreza, mas tu és rica. Pobre na Terra, rica no céu, pobre financeiramente, rica espiritualmente.
De que vale rica diante dos homens, pobre
diante de Deus, tal como era o diagnóstico de outra igreja, a igreja de Laodicéia? Aquela igreja tinha melhor autoestima da Ásia. Aquela igreja se olhava no espelho e dava nota máxima para si mesma. Aquela igreja batia palmas para ela mesmo. Aquela igreja dizia, eu sou rica, abastada, porém não sendo nada diante de Deus.
E Jesus Cristo lhe diz: tu é infeliz, miserável,
pobre, cego e nu. O que é importante não é ser rico diante dos homens, é ser rico diante de Deus.
Agora Jesus olha a igreja de Pérgamo e faz uma
outra, avaliação no diagnóstico e diz: eu conheço o lugar onde tu habitas, onde está o trono de satanás. Não sabemos, exatamente por que Jesus Cristo disse isso sobre a igreja de Pérgamo.
Sabemos que Pérgamo era a segunda maior
cidade da Ásia menor, só perdia para capital que era Éfeso. Mas duas coisas nos levam a crer que Jesus estava dizendo o seguinte: Primeiro, quando se disputava na Ásia menor, qual a cidade construiria o primeiro templo de adoração ao imperador romano, creio ser Domiciano, Pérgamo ganhou a concorrência de Éfeso, e Pérgamo construiu o primeiro templo de adoração ao imperador, como uma divindade. Podemos dizer o seguinte: qualquer lugar onde um homem é colocado no pedestal, qualquer lugar onde um homem é venerado, qualquer lugar onde um homem é aplaudido como uma divindade, aí está o trono de satanás, porque o humanismo idrolátrico é satânico. Deus não divide a sua glória com ninguém. Na igreja de Deus não tem espaço para a projeção humana.
Segundo lugar, outra possibilidade, é porque
Pérgamo hospedava o templo de Esculápio, o deus da cura, e o símbolo deste deus da cura, que era adorado na Ásia menor, era uma serpente. E é por isso que até hoje quando você vai ao seu médico, ou a um farmacêutico, você vai ver bordado no jaleco Branco, deste profissional uma serpente.
Isso vem de Pérgamo, isso vem de Esculápio, isso
vem do deus da cura, que adoravam. Talvez o que Jesus esteja nos dizendo é que qualquer adoração neste mundo caído, forjado pela mente humana, aí está o trono de satanás, porque embora pareça que seja nada, sabemos: são de madeira, prata, bronze ouro, ele tem boca, mas não fala, ele tem pés, mas não anda, ele tem mãos, mas não apalpa,ele tem garganta, mas não sai som algum da sua voz.
Paulo diz que o que está por detrás dos ídolos
são os demônios. O que está inspirando a idolatria, é o próprio satanás. Mas curiosamente onde satanás tem um trono, aí Deus planta uma igreja, para que o nome de Cristo seja adorado e seja servido.
Jesus está andando meio das suas igrejas, e ele
está andando nosso meio agora. E na medida que ele anda no meio das igrejas, ele vai fazendo uma avaliação, um diagnóstico.
fazendo elogios a umas, censuras a outras. Há
duas igrejas, que Jesus não faz nenhuma censura, só elogios. Quais igrejas? Ismírna e Filadélfia. Ismírna era mais pobre, Filadélfia era mais fraca. Jesus diz: eu conheço as suas obras, sei que tens pouca força, mas eu coloquei diante de ti uma porta aberta, e a porta que eu abro, ninguém fecha, e a porta que eu fecho, ninguém abre.
Para quatro igrejas, Jesus faz elogios e faz
censuras. Para a igreja de Éfeso, ele a elogia. Ele a elogia pelo zelo com a palavra, com a verdade, e a sã doutrina (ortodoxia).
Os falsos mestres queriam invadir a igreja, e o
apóstolo Paulo havia alertado a igreja sobre isso, e os falsos mestres queriam entrar, os falsos apóstos queriam entrar, e a igreja de Èfeso se manteve firme, resistindo, seu zelo pela verdade, isso nos ensina uma gloriosa mensagem hoje, porque há muitas igrejas hoje, que não apenas se tornaram populares, que arrebanharam muitos membros, porém mudam a mensagem, substituem o evangelho por um substituto barato do evangelho, pregando outro evangelho, pregando uma mensagem mais palatável, mais ao gosto do freguês, é preciso dizer com todas as letras, que o nosso papel não é sermos populares, mas sermos fiéis, nós não temos o direito de mudar a mensagem para agradar as pessoas, nós não fomos chamados para sermos artistas, mas para sermos servos fiéis de Jesus.
E Jesus elogia aquela igreja, pela sua fidelidade.
Nenhuma igreja que transija com a verdade de Deus, da sua Palavra, pode agradar o Deus da palavra. Mas Jesus se dirige esta mesma igreja, de Éfeso, e diz: e assim eu tenho uma coisa porém contra ti, é que abandonastes o teu primeiro amor.
E aqui nós vemos um grande risco, porque às
vezes na defesa da verdade, você já pode perder a piedade, conserva a sua ortodoxia, mas perde o seu fervor, conserva a doutrina, mas perde o seu entusiasmo, se mostra ortodoxa de cabeça, mas é herége na conduta. Tem fogo na mente, luz na mente, mas não tem fogo no coração. Isso é dramático.
Talvez nas nossas chamadas igrejas históricas,
graças a Deus, dificilmente se vê heresias, muito raramente você vai ver heresia pregada, mas também falta o fervor. Ponham fogo no seu sermão, na sua pregação, ou então ponham seu sermão no fogo, se faltar o fervor, dizia John Wesley.
Jesus Cristo elogia a igreja de Tiatira, Ele declara
conhecer suas obras, seu amor, sua fé, o seu serviço e sua perseverança. Na verdade as últimas obras da igreja de Tiatira eram mais numerosas que as primeiras. Os estudiosos acreditam que nessa época a igreja de Tiatira já tinha quase quatro décadas de existência.
Ele também repreende a igreja de Tiatira por sua
negligência em combater certas práticas e costumes pagãos que estavam sendo introduzidos na comunidade cristã enquanto a importância da disciplina aos membros faltosos era negligenciada. O principal problema da igreja de Tiatira tinha um nome bem definido: Jezabel. Não é possível afirmar com exatidão se Jezabel era o nome real da mulher que pertencia àquela comunidade ou era o seu pseudônimo; já que o nome Jezabel na Bíblia é sinônimo de sedução à idolatria e à imoralidade. Seja como for, tal como a personagem do Antigo Testamento que foi mulher do rei Acabe, a mulher de Tiatira denominada Jezabel também se ocupava de influenciar e seduzir as pessoas à idolatria e à imoralidade. E a verdade é que em Tiatira Jezabel encontrava um ambiente muito propício para propagar o seu engano.
Inclusive, a cidade abrigava muitas corporações
comerciais. Cada uma dessas corporações tinha sua deidade patronal. Isso quer dizer que em Tiatira a vida econômica estava intimamente ligada ao paganismo. Destacava-se na cidade a produção e comercialização de tecidos tingidos, cerâmicas e trabalhos com metais.
Éfeso, tinha doutrina, mas não tinha amor.
Tiatira, tinha amor, mas não tinha doutrina. Nós poderíamos ser a igreja mais acolhedora da cidade. Nós poderíamos ser a igreja onde o culto fosse a coisa mais gostosa de participar da cidade. Nós poderíamos ter uma congregação plena de comunhão, de koinonia, mas se nos falta a sã doutrina, essa igreja também não agrada Jesus. Nós não podemos separar o que Deus uniu, teologia e ética, doutrina e vida, fé e conduta, teologia e piedade. .