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ARTIGO
RESUMO:
Objetivamos com este trabalho investigar possíveis associações entre concepções de diversi- Palavras-chave:
dade biológica e singularidades de licenciandos e profissionais de Biologia brasileiros através Biocentrismo;
da aplicação de um questionário composto por itens Likert. Esse instrumento foi aplicado Alteridades
de modo remoto e obteve 112 respostas. Foi identificado alto índice de concordância com interespecíficas;
percepções biocêntricas de diversidade biológica; em contrapartida, percebeu-se rejeição Formação de professores.
de elementos antropocêntricos. Notamos ainda carência nas discussões relacionadas à in-
tegração da espécie humana como parte da natureza e da biodiversidade. Os responden-
tes se mostraram, também, empáticos com as situações vividas por grupos étnico/raciais,
LGBTQIA+, pessoas com deficiência e pessoas socioeconomicamente vulneráveis. A partir
da correlação entre as temáticas propostas, percebemos que sujeitos mais sensíveis com a
diversidade de classes e a desigualdade socioeconômica tenderam a ser mais biocêntricos,
sugerindo a possibilidade de relação entre a diversidade sociocultural e biológica para o
reconhecimento, a valorização e o respeito às alteridades interespecíficas.
RESUMEN:
El objetivo de este trabajo es investigar posibles asociaciones entre concepciones de diversi- Palabras clave:
dad biológica y singularidades de estudiantes de grado y profesionales en biología brasileños, Biocentrismo;
a través de la aplicación de un cuestionario compuesto por ítems tipo Likert. Este instrumen- Alteridades
to se aplicó de forma remota y obtuvo 112 respuestas. Se identificó un alto nivel de acuerdo interespecíficas;
con las percepciones biocéntricas de la diversidad biológica; por otro lado, se observó el re- Formación de profesores.
chazo a los elementos antropocéntricos. También notamos una falta de discusiones relacio-
nadas con la integración de la especie humana como parte de la naturaleza y la biodiversidad.
Los encuestados también se mostraron empáticos con las situaciones que viven los grupos
étnicos/raciales, LGBTQIA+, personas con discapacidad y personas socioeconómicamente
vulnerables. A partir de la correlación entre los temas propuestos, percibimos que los sujetos
más sensibles a la diversidad de clase y la desigualdad socioeconómica tendieron a ser más
biocéntricos, sugiriendo la posibilidad de una relación entre la diversidad sociocultural y
biológica para el reconocimiento, valoración y respeto de las alteridades interespecíficas.
1 Universidade Federal de Sergipe, Programa de Pós-Graduação em Educação, São Cristóvão, SE, Brasil.
2 Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Departamento de Biologia e Zoologia, Cuiabá, MT, Brasil.
ABSTRACT:
This work aims to investigate possible associations between conceptions of biological di- Keywords:
versity and singularities of Brazilian biology undergraduates and professionals through the Biocentrism; Interspecific
administration of a questionnaire composed of Likert items. This instrument was applied alterations; Teacher
remotely and obtained 112 responses. A high level of agreement with biocentric perceptions training.
of biological diversity was identified; on the other hand, there was a rejection of anthropocen-
tric elements. We also noticed a lack of discussions related to the integration of the human
species as part of nature and biodiversity. Respondents were also empathetic to the situations
experienced by ethnic/racial groups, LGBTQIA+, people with disabilities and socioecono-
mically vulnerable people. From the correlation between the proposed themes, we noticed
that subjects more sensitive to class diversity and socioeconomic inequality tended to be more
biocentric, suggesting the possibility of a relationship between sociocultural and biological
diversity for the recognition, appreciation and respect for the interspecific alterities.
INTRODUÇÃO
A partir da necessidade de ações de enfrentamento à atual crise ambiental, enfatizamos a importância
do papel educativo na formação de sujeitos críticos e atuantes, capazes de se posicionarem e construírem
soluções para problemas ambientais e que levem em conta o bem-estar de todas as espécies e do planeta.
Para isso, apoiamo-nos na temática da biodiversidade, que pode trazer à tona discussões pautadas não só na
perspectiva biológica e ecológica, mas também incluir abordagens que integrem aspectos sociais, culturais,
econômicos, políticos, entre outros.
Nesse sentido, a partir de Ingold (1995), que defende o respeito às diversidades existentes entre as
espécies de seres vivos do planeta, e de Pagan (2009, 2018, 2020), que defende uma teoria da relação entre
biodiversidade e singularidades, objetivamos com este trabalho investigar possíveis associações entre concep-
ções de diversidade biológica e singularidades de licenciandos e profissionais de Biologia brasileiros.
Entende-se a formação de professores de Biologia como um espaço privilegiado, pois a diversidade bio-
lógica é uma das temáticas centrais desse currículo específico, e as disciplinas didáticas, por exemplo, podem
permitir a abordagem de questões ligadas às características socioculturais de alunos e alunas, bem como de
suas vivências e experiências. Apesar disso, o que encontramos geralmente na academia é uma discussão res-
trita a disciplinas que tendem a separar o ativismo ambiental do ativismo social, desconsiderando, inclusive,
as experiências pessoais e comunitárias que os estudantes têm com a natureza (Kawasaki & Oliveira, 2003).
Propomos, então, um ativismo para as diversidades, com uma integração entre as discussões de diver-
sidade biológica e diversidade sociocultural. A intenção é perceber se, na formação de professores de Biolo-
gia, que, naturalmente, visa à construção de significações sobre a natureza e os seres vivos, há a possibilidade
de refletir nossa própria humanidade, individualmente e coletivamente, como forma de incentivar discussões
que desconstruam processos antropocêntricos e desintegradores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta seção, abordaremos desde o perfil dos participantes até a análise dos dados coletados, observan-
do-se sua relação com as categorias estabelecidas no estudo.
Foram obtidas 112 respostas com a aplicação do questionário. Desse total, a maioria, 53,5%, é de
participantes da região Sudeste, especificamente dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em seguida, representantes da região Nordeste (Sergipe, Ceará, Bahia e Maranhão), configurando 38,4%; do
Norte (Amazonas) e do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e Mato Grosso), com 3,6% cada uma. E, por fim,
a região Sul (Rio Grande do Sul), com representação de 0,9% dos participantes.
Essa distribuição de participantes foi facilitada devido ao questionário ter sido aplicado de modo remo-
to, além de contar com a contribuição de professores colaboradores de universidades públicas dessas regiões
que ajudaram na divulgação do projeto. Dessa forma, conseguimos obter a representação de diversos estados
brasileiros, que apresentam realidades de relação com a natureza própria de seus aspectos socioculturais.
Com relação à moradia, 94,6% dos participantes da pesquisa disseram ser moradores da zona urbana,
enquanto 5,4% são da zona rural. Segundo o Censo do IBGE (2010), 84% dos brasileiros vivem na zona ur-
bana, e 14%, em áreas rurais. Essa urbanização é favorecida, entre outros fatores, pela industrialização e pela
mecanização do campo, que dispensam mão de obra (Silva, 2018). Para nós, esse dado é muito importante,
visto que posicionamentos mais respeitosos com a natureza e, consequentemente, com os seres vivos podem
ser favorecidos pelas relações de proximidade com o ambiente natural.
Quanto à idade, 72,6% dos participantes têm entre 18 (dezoito) e 29 (vinte e nove anos); 24,1%, entre
30 (trinta) e 50 (cinquenta) anos; e 3,6% com idade de 51 (cinquenta e um) anos ou mais. Uma das relevân-
cias do fato de grande parte dos respondentes serem jovens pode configurar-se pelo fato de que esse público
está entre os ativistas ambientais em ascensão (Thirty..., 2019), e, dessa forma, podem estar mais engajados
em ações ambientais menos agressivas, inclusive com inovação na busca de soluções para a atual crise ambien-
tal, sobretudo da diversidade biológica.
Com relação ao gênero, 59,9% dos sujeitos se identificaram do gênero feminino, e 36,7%, como mas-
culino. 3,4% afirmaram ser do gênero fluid ou genderfluid, que, traduzido para o português, significa “gêne-
ro fluido” e faz menção à fluidez do gênero, que pode modificar-se ao longo da vida; assim, pode haver uma
manifestação que paira entre o feminino e o masculino, binarismo e agênero (Redação..., 2017). A presença
de uma maioria de concepções femininas neste estudo pode representar as relações que elas estabelecem com
a natureza, sobretudo porque, nos últimos anos, tem se enfatizado a importância delas na conservação am-
biental, no consumo sustentável e no combate ao desperdício (Jacobi, Empinotti, & Toledo, 2015).
Quanto à formação, 74,1% dos questionados são alunos de licenciatura: 92,1% de Ciências Biológicas
e 7,9% de Pedagogia. Optamos por analisar, de maneira conjunta, as respostas dos alunos e alunas de Peda-
gogia pelo fato de estudarem para uma formação que os licencia para ensinar na Educação Infantil, situações
em que se pode apresentar temáticas ambientais de maneira lúdica, bem como pela possibilidade de atuação
na gestão escolar, na coordenação e em outras atividades no âmbito da educação.
Das quatro seções de diversidade biológica propostas, a saber: antropocêntrica, biocêntrica, integra-
dora e desintegradora, a penúltima não atingiu o índice mínimo de confiabilidade (Alfa de Cronbach > 0,6),
portanto não pôde ser analisada como categoria.
A partir da observação das médias globais das três categorias validadas de biodiversidade, percebemos
a seguinte sequência: 4,02 para a antropocêntrica, 3,34 para a desintegradora e 1,59 para a biocêntrica. Essas
médias nos dizem que os respondentes tiveram a tendência geral em discordar das afirmativas antropocên-
tricas e, pelo contrário, concordar com os itens biocêntricos. Além disso, os respondentes tenderam a não se
posicionar diante das afirmativas da seção desintegradora.
A categoria antropocêntrica apresentou Alfa de Cronbach igual a 0,628 (Quadro 1). Os itens B4, B10,
B13 e B18 obtiveram mais que 80% de discordância com as afirmativas desta seção.
Quadro 1. Distribuição de frequências sobre biodiversidade em termos
percentuais: categoria antropocêntrica
Não
Concordo Discordo
Item Concordo concordo, Discordo
totalmente totalmente
nem discordo
O problema ambiental é
menos importante do que
B4 1,0 2,8 10,8 35,6 49,8
os problemas sociais, como
a fome e a miséria.
O ser humano deve
B10 controlar a natureza porque 1,8 4,5 16,1 21,4 56,2
é o mais inteligente.
Nenhuma comunidade
B13 consegue viver em 1,8 3,6 9,8 43,7 41,1
harmonia com a natureza.
Não existe nenhum
B17 problema em o homem 2,7 17,0 20,5 28,6 31,2
explorar a natureza.
Alfa de Cronbach: 0,628; Teste de Tukey: < 0,001; Média global: 4,02.
Fonte: As autoras.
Não
Concordo Discordo
Item Concordo concordo, Discordo
totalmente totalmente
nem discordo
Pode existir uma relação
B7 equilibrada entre todos os 34,8 50,9 8,0 6,3 --
seres vivos do planeta.
Melhor investir em controle
B8 biológico do que em 59,8 30,4 8,9 0,9 --
agrotóxicos.
O ser humano não está
B9 acima dos outros seres 67,0 19,5 6,3 2,7 4,5
vivos.
Um problema ambiental
afeta diretamente o modo
B12 62,5 28,5 4,5 3,6 0,9
de vida de todos os seres
vivos.
Todos os seres vivos têm
B16 iguais diretos de viver no 67,0 25,8 2,7 1,8 2,7
planeta.
Fonte: As autoras.
Para 86,5% dos respondentes, a espécie humana não é tida como superior às demais (B9). Compreen-
der que nossa espécie, assim como as outras, é parte de um todo natural é crucial para repensarmos nossas
atitudes ambientais. O entendimento de como problemas ambientais afetam a coletividade é ilustrado, ain-
da, pelas concordâncias (89%) em B12.
A percepção do direito à vida e à sobrevivência de todos os seres vivos (B16) foi considerada por 92,8%
dos sujeitos. Conforme colocam Wolkmer e Paulitsch (2011, p. 230-231), “Se o futuro é fruto das ações
praticadas no presente, hoje ele se mostra preocupante, daí o desafio para a política, a economia, o direito
e outras áreas, de, através de um diálogo de saberes, buscarem alternativas que promovam a Vida em nosso
planeta.” O imperativo ético, de reconhecimento do valor intrínseco dos seres vivos, enfatiza a necessidade de
mudança na mentalidade e nas ações nos relacionamentos com a natureza para considerações que vão além
da espécie humana, como forma de avaliar criticamente decisões que possam solucionar a crise ambiental
(Junges, 2001; Levai, 2011; Wolkmer, & Paulitsch, 2011).
A partir de B7, notamos indícios da aprovação (85,7%) de que há a possibilidade de relações mais equilibra-
das entre as espécies e a natureza. Nesse ponto, o grande desafio é descobrir como torná-las praticáveis e acessíveis
a todos e todas, como forma de propiciar qualidade de vida dos seres e diminuir os impactos ao meio ambiente.
A afirmativa B8, que trata de agrotóxicos e controle biológico, mostrou concordância de 90,2%. Essa
temática tem sido debatida atualmente, sobretudo no Brasil, que, segundo Carneiro (2015), é líder mundial
na utilização de agrotóxicos.
Categoria Desintegradora
O Alfa de Cronbach para a categoria desintegradora foi de 0,657. Foi a seção cujas marcações centrais
atingiram maior índice (cerca de 25%), tendência de não posicionamento perante essas questões, o que é
confirmado pela média global (3,34).
Não
Concordo Discordo
Concordo concordo, Discordo
totalmente totalmente
Item nem discordo
Porcentagem válida (%)
Porcentagem Porcentagem Porcentagem Porcentagem
válida (%) válida (%) válida (%) válida (%)
As manifestações artísticas,
os conhecimentos
B6 tradicionais e as crenças 4,5 17,0 23,1 27,7 27,7
não fazem parte da
natureza.
Somente a ciência
B20 consegue ensinar sobre 6,3 8,0 16,9 43,8 25,0
biodiversidade.
Quaisquer comunidades,
mesmo as tradicionais,
B24 1,8 11,6 33,9 38,4 14,3
prejudicam a
biodiversidade.
Alfa de Cronbach: 0,657; Teste de Tukey: < 0,001; Média global: 3,34.
Fonte: As autoras.
Desconsiderando-se o elemento neutro (não concordo, nem discordo), as frases B15 – “O ser hu-
mano deve se afastar da natureza”, B2 – “O ser humano só consegue conservar e preservar a natureza man-
tendo-a intocada” e B24 – “Quaisquer comunidades, mesmo as tradicionais, prejudicam a biodiversidade”
obtiveram, respectivamente, 81,3%, 58% e 52,7% de discordância. Porém, a assertiva B14, que traz uma inter-
pretação semelhante – “Se o ser humano não existisse, a natureza estaria em equilíbrio”, obteve concordância
de 41%, o que nos mostra ideias controversas ou pouco amadurecidas dos respondentes sobre a influência
da presença da espécie humana na natureza, se positiva ou negativa. Esse debate não é recente e é apontado
por autores como Almeida e Franzolin (2021), que encontraram, em uma busca de artigos, a prevalência de
visões fragmentadas da natureza em que as pessoas não conseguem se perceber como parte da biodiversidade.
Nas afirmativas B20 (68,8% de discordância) e B6 (55,4% de discordância), que apresentam as pos-
sibilidades de tratar sobre biodiversidade, percebeu-se que respondentes entendem que outras abordagens,
que não somente a científica, podem ensinar sobre as perspectivas de diversidade biológica, nas quais são
incluídos aspectos políticos, sociais, éticos, econômicos e culturais. Essas propostas mais abrangentes são
consideradas bioculturais por enfatizarem as relações individuais e coletivas entre a diversidade cultural e
a diversidade biológica (Toledo, & Barrera-Bassols, 2015). Nossa conclusão aponta para um debate ainda
incipiente entre cultura e biodiversidade.
Das quatro seções inicialmente propostas para a investigação da empatia, dentre as singularidades de
grupos minoritários brasileiros: inclusão/exclusão, múltiplas jornadas da mulher, diversidade de crenças e so-
cioeconômica, apenas a socioeconômica e a inclusão/exclusão atingiram o índice mínimo do Alfa de Cronbach.
Observou-se que as categorias validadas de singularidades socioeconômica e inclusão/exclusão obtive-
ram médias globais baixas, 1,46 e 1,53, respectivamente. Isso pode significar que, no geral, os respondentes
entendem a importância da empatia com os grupos representados nas afirmativas.
Categoria Socioeconômica
Não
Concordo Discordo
Item Concordo concordo, Discordo
totalmente totalmente
nem discordo
Pessoas com menor renda
têm mais dificuldades de
S8 69,6 25,0 4,5 -- 0,9
permanência nas escolas e
universidades. (+)
Pessoas que são de classes
privilegiadas têm mais
S9 75,9 19,6 2,7 1,8 --
vantagens no atual modelo
acadêmico. (+)
As bolsas estudantis
S11 tornam as pessoas mal- -- 2,7 5,4 19,6 72,3
acostumadas. (-)
Pessoas que trabalham
enquanto fazem a
S16 graduação têm mais 46,5 39,3 9,8 3,5 0,9
chances de abandonar os
estudos. (+)
Pessoas de menor renda
devem ter apoio financeiro e
S22 58,9 33,9 3,6 2,7 0,9
psicológico das instituições
de ensino superior. (+)
Alfa de Cronbach: 0,633; Teste de Tukey: < 0,001; Média global: 1,46.
Fonte: As autoras.
Nota-se um alto índice de empatia com a questão socioeconômica como influente significativo nos
processos formativos (média = 1,46). As afirmativas apresentam como a distribuição de renda pode impactar
no acesso e na permanência nas escolas e universidades, o que é enfatizado pela alta concordância nos itens S8
(94,6%) e S9 (95,5%). Em conjunto com a afirmativa S16, na qual 85,8% dos respondentes concordam sobre
a dificuldade em manter-se estudando e trabalhando ao mesmo tempo, pois ambas as atividades necessitam
de altas demandas de tempo e raciocínio, ressalta-se que o acúmulo de demandas pode causar impactos ne-
gativos nas atividades de uma ou de outra tarefa. Talvez por isso, 92,8% dos participantes concordaram com
a necessidade de apoio financeiro e psicológico para pessoas com menor renda (S22) e discordaram (91,9%)
da assertiva S11, geralmente divulgada por argumentos políticos meritocráticos de que bolsas estudantis
tornam as pessoas mal-acostumadas.
Ao apresentarem resultados de estudos que examinaram as conexões entre as desigualdades de acesso e
permanência no Ensino Superior, a assistência estudantil e a inserção profissional de egressos de duas univer-
Categoria Inclusão/exclusão
Com Alfa de Cronbach = 0,688, a categoria inclusão/exclusão conta com 12 afirmativas, nas quais
estão elencadas questões sobre raça/etnia, pessoas com deficiência e LGBTQI+, alcançando, de modo geral,
uma média de 1,53 (Quadro 5).
Quadro 5. Distribuição de Frequências sobre singularidades em termos
percentuais: categoria inclusão/exclusão
Não
Concordo concordo, Discordo
Item Concordo Discordo
totalmente nem totalmente
discordo
Não deve ser obrigação do Estado garantir
a permanência dos povos tradicionais
S1 1,8 0,9 4,5 24,1 68,7
(indígenas, quilombolas etc.) nas
universidades. (-)
Alfa de Cronbach: 0,681; Teste de Tukey: < 0,001; Média global: 1,53.
Fonte: As autoras.
Biocêntrica
Socioeconômica 0,222*
Inclusão/Exclusão 0,307*
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando as possibilidades de entender as concepções de biodiversidade de licenciandos e pro-
fissionais de Biologia através de categorias antropocêntricas, biocêntricas, integradoras e desintegradoras,
percebemos que o debate relacionado ao antropocentrismo e ao biocentrismo parece estar presente no dia a
dia, pessoal e acadêmico, dos participantes da pesquisa. Com base nos resultados desta pesquisa, percebemos
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Contato:
Universidade Federal de Sergipe
Programa de Pós-Graduação em Educação
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