Teoria Da Prova No Processo Penal 1
Teoria Da Prova No Processo Penal 1
Teoria Da Prova No Processo Penal 1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2
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NOSSA HISTÓRIA
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1 – DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
1.1 - conceito
Segundo lição de Mirabete, a instrução criminal como sendo "o conjunto de atos ou a
fase processual que se destina a recolher os elementos probatórios a fim de aparelhar
o juiz para o julgamento". Num sentido lato de acordo a posição defendida por
Tourinho Filho é possível englobar as alegações das partes na instrução criminal,
pois, este autor divide a fase instrutória em: fase probatória e fase das alegações
finais.
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1.1.1-Da instrução
1.1.2 – Denúncia
É o nome da peça inicial acusatória ou (petição inicial) da ação penal pública oferecida
pelo Ministério Público no convencimento de que há indícios suficientes de
materialidade e autoria, não havendo causa de exclusão da antijuridicidade ou que
extingam a punibilidade.
1.1.3- Queixa-Crime
É a peça inicial (petição inicial) da ação penal privada. Ambas devem conter os
mesmos requisitos (art. 41, CPP), sendo que se diferenciam, formalmente, pelo
subscritor: a denúncia é oferecida pelo Ministério Público e a queixa, pelo ofendido
(querelante) ou por seu representante legal. Observando os prazos descritos nos art.
46 e art. 38, respectivamente sobre denúncia e queixa-crime.
2 - DA PROVA
2.1- Teoria Geral
Conforme Badaró, o processo penal, envolve uma controvérsia fática em que há uma
imputação de fatos penalmente relevantes realizada pelo Ministério Público ou
querelante e a negativa de tais fatos pela defesa. Ponto difícil do processo – proceder
à instrução histórica dos fatos, de acordo com as regras legais que disciplinam a
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investigação, a admissão, a produção e a valoração das provas, razão pela qual o
juiz é comparado ao historiador, pois a tarefa de ambos é uma reconstrução histórica
na qual, com base em dados obtidos no presente, procura-se reconstruir fatos
passados.
De acordo com Paulo Rangel o conceito de prova é por demais diverso no direito
processual em face de sua múltipla utilização, pois prova, segundo dicionário da
língua portuguesa, significa “aquilo que demonstra que uma afirmação ou um fato são
verdadeiros; evidência, comprovação”. No campo jurídico, o conceito de prova
significa o meio instrumental de que se valem os sujeitos processuais (autor, juiz e
réu) de comprovar os fatos da causa, deduzidos pelas partes como fundamento do
exercício dos direitos de ação e de defesa.
A prova judiciária tem por objetivo a reconstrução dos fatos investigados no processo,
buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica, isto é, com a
verdade dos fatos, tal como efetivamente ocorridos no espaço e no tempo.
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2.1.2- Prova
A prova é apontada como o meio pelo qual o juiz chega à verdade, ou seja, é o
elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. Sua
finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador, ou seja, a prova
é apontada como o meio pelo qual o juiz chega à verdade, convencendo-se da
ocorrência dos fatos juridicamente relevantes para o julgamento do processo.
Tudo o que é idôneo a fornecer resultado apreciável para a decisão do juiz, por
exemplo, uma pessoa, um documento ou uma coisa. As fontes de provas são
anteriores ao processo. (Ex.: alguém que viu um acidente é testemunha do acidente,
mas o meio de prova somente ocorrerá se houver um depoimento judicial dessa
testemunha).
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2.1.5- Elemento de prova
O dado bruto que se extrai da fonte da prova, ainda não valorada pelo juiz, e consiste
em todos os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz (Tourinho). Ex.
depoimento de testemunha; resultado de perícia; conteúdo de documento.
Fatos principais ou secundários que reclamem uma apreciação judicial e exijam uma
comprovação (Tourinho).
É o dado bruto que se extrai da fonte da prova, ainda não valorada pelo juiz, e consiste
em todos os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz (Tourinho). Ex.
depoimento de testemunha; resultado de perícia; conteúdo de documento.
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2.1.10- Meio de prova
Fatos principais ou secundários que reclamem uma apreciação judicial e exijam uma
comprovação (Tourinho).
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Direta – quando se refere ao próprio fato probando, sendo provado sem a dedução
de qualquer processo lógico de construção. É aquela que demonstra a existência do
próprio fato narrado nos autos.
Ex. crime de homicídio testemunha que presenciou a morte da vítima por ação do
agente. O depoimento é meio de prova sobre o fato (objeto da Prova) passim como o
laudo pericial de exame de corpo de delito. Provas direta do fato descrito na denúncia.
Indireta – é a prova que não se dirige a um fato probando, mas que necessita de
raciocínio que se desenvolve e se chega a ele. Há uma construção lógica realizada
através da circunstancias que se quer provar.
Ex: provas indiciárias e presunções. Ex. agente que é encontrado com a arma do
crime nas mãos e a vítima caída a seus pés, presume-se que seja ele o autor do
crime.
Quanto ao sujeito: a prova pode ser pessoal ou real. Sujeito da prova é a pessoa ou
a coisa de quem ou de onde promana a prova.
Guilherme de Souza Nucci (2015) aduz que as provas plenas consistem nas provas
que possuem valor probatório suficiente para fundamentar por si só a decisão judicial
sobre o fato que se pretende provar. Já as provas não plenas são as aquelas não são
idôneas nem suficientes para fundamentar por si só a decisão judicial sobre os fatos
que se pretende provar, senão que funcionam conjuntamente com outros mananciais
probatórios, como um elemento a mais a permitir ao juiz inferir uma hipótese sobre
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esses fatos mediante um procedimento de prova indireta ou indutiva. Em razão do
exposto, as provas não plenas somente podem coadjuvar a decisão em qualidade de
indícios.
3 – MEIOS DE PROVA
Falamos acima, no item 2.1.10, os meios de prova são instrumentos utilizados para
produzir a prova e levá-la ao conhecimento do magistrado. Ou seja, é tudo aquilo que
pode ser usado, direta ou indiretamente, para demonstrar o que se alega no processo.
Ambas as espécies de provas supracitadas são aceitas e podem ser usadas, pois o
princípio da verdade real permite o uso de meios probatórios atípicos, desde que
moralmente legítimos e legais (não afrontadores do próprio ordenamento).
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artigo 155 do CPP, em seu parágrafo único, preleciona que: Somente quanto ao
estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Portanto, conclui-se que devemos seguir as limitações do Código Civil, de forma que
a demonstração do estado civil será feita por certidão, como por exemplo, no
casamento será feita por certidão de casamento.
A respeito da menoridade do réu, o Enunciado 74 do STJ determina que ela deve ser
provada por documento hábil.
4- PROVAS ILÍCITAS
As provas proibidas (ou vedadas ou inadmissíveis) são gênero e têm como espécies
as provas ilícitas e ilegítimas.
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O artigo 157, "caput", do CPP indica que: São inadmissíveis, devendo ser
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais. Esse dispositivo não distingue provas
ilícitas de provas ilegítimas, mas tão somente considera como ilícita a prova que viola
a norma constitucional ou infraconstitucional, pouco importando tratar-se de norma
de direito material ou processual, englobando-se os princípios.
Conforme aduz essa teoria, na ponderação de bens jurídicos, o magistrado deve dar
prevalência ao bem jurídico de maior importância. Logo, entre a formalidade na
produção da prova e o "status libertatis do réu", este último deve prevalecer, sendo a
prova ilícita utilizada para inocentá-lo.
Nesse sentido, vale observar que a prova ilícita não pode ser utilizada para
demonstrar a culpa de outrem, pois seus efeitos são limitados à obtenção da
inocência do réu.
Para Nestor Távora (2013) a teoria da proporcionalidade deve ser invocada para
preservar os interesses do acusado, em favor da absolvição (concepção da prova
ilícita utilizada "pro reo").
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"(...) consiste na admissibilidade das provas ilícitas, quando demonstrada a
prevalência do interesse público na persecucáo penal, a tendência atual da
jurisprudência dos Tribunais Superiores é a da sua não adoção. De acordo
com esse entendimento, a não admissão de mecanismos de flexibilização
das garantias constitucionais tem o objetivo de preservar o núcleo irredutível
de direitos individuais inerentes ao devido processo legal, mantendo a
atuação do Poder Público dentro dos limites legais. As medidas excepcionais
de constrição de direitos não podem, assim, ser transformadas em práticas
comuns de investigação." (CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo, 2015,
p.185)
Essa teoria sugere que todas as provas que decorrem de uma prova ilícita também
estarão contaminadas, já que a sua origem é ruim.
A prova ilícita criada é reproduzida na figura de uma árvore, sendo a fonte que tem o
condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, que seriam os frutos. Logo,
a ilicitude da obtenção da prova ilícita transmite-se às provas dela derivada.
"se a contaminação probatória for ampla, faltará verdadeira justa causa para
a deflagração da ação penal, de sorte que a inicial acusatória deve ser
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rejeitada caso os elementos informadores sejam contaminados pela
extensão da prova ilícita, com arrimo no art. 395 em nova redação dada pela
Lei nº 11.719/08."
(...)
No artigo 157 do CPP, pode-se extrair outras quatro teorias, que são decorrentes da
teoria da prova ilícita por derivação e constituem exceções à mesma. São elas:
a teoria da prova absolutamente independente ou limitação da fonte
independente (artigo 157, § 1, 1ª parte do CPP, que estabelece que: "São também
inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo
de causalidade entre umas e outras (...)". Com isso, não havendo nexo de
causalidade (relação de dependência) entre a prova ilícita e as demais provas que
decorreram da ilícita, não haverá contaminação. O processo será aproveitado se
houver outras provas válidas absolutamente independentes da prova ilícita, cabendo
ao juiz deferir os limites de interdependência da prova; a teoria da descoberta
inevitável ou do curso hipotético de investigação ou "inevitable discovery"(art. 157, §
1, parte final e § 2, § 3 do CPP), que aduz que as provas que decorrem de uma prova
ilícita não necessariamente estarão contaminadas e serão aproveitadas se ficar
demonstrado que elas inevitavelmente seriam descobertas de outra maneira, por uma
outra fonte autônoma e por meio válido.
Por exemplo, não se deve reconhecer como ilícita as declarações de testemunha que
foi descoberta mediante interceptação telefônica sem autorização judicial, se esta
pessoa foi indicada por várias outras como testemunha do fato, também, não deve
ser declarada a ilicitude de confissão obtida mediante tortura, quando inevitavelmente
se chegaria ao autor do homicídio em razão de impressões digitais do mesmo no local
do crime.
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Nesse caso existe liame entre a prova ilícita e as demais, mas ele não é decisivo e
cabe ao juiz definir se existia a inevitabilidade da descoberta, ou seja, se a prova
derivada poderia ser descoberta de uma outra forma.
A prova, aparentemente ilícita, deve ser reputada como lícita quando a conduta do
agente na sua captação está amparada pelo direito (excludentes de ilicitude).
Por exemplo, caso o réu tenha que violar o domicílio de outrem, sendo tal conduta
tipificada como crime nos termos do artigo 150 do CP, para produzir prova
fundamental em favor de sua inocência, esta prova será tida como válida, pois o
mesmo agiu em estado de necessidade (artigo 24, CP) ao suprimir bem jurídico alheio
(tutela domiciliar) para salvaguardar outro bem jurídico (liberdade), em face de um
perigo atual (existência de persecução penal), ao qual não deu causa, e cujo sacrifício
não era razoável exigir.
4 - ÔNUS DA PROVA
O termo ônus vem do latim onus ou oneris e quer dizer encargo, fardo, carga ou peso.
Sob o ponto de vista jurídico processual, pode-se dizer que o ônus é o encargo que
as partes têm de provar suas alegações que fizeram em suas postulações. Entretanto,
não se deve confundir ônus com dever, que é a subordinação ao interesse de outrem,
cujo descumprimento acarreta uma pena ou sanção, e, caso o encarregado de
realizar o ato não o faz, apenas sofrerá com sua inércia ou ineficiência.
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Conceito de prova: são os elementos produzidos pelas partes, por terceiros ou pelo
próprio juiz, por meio de procedimento legal e regular, visando a apuração do fato
criminoso e sua autoria para formar a convicção do julgador, que impinge a sanção
punitiva devida pelo Estado.
A prova tem como finalidade a reconstrução dos fatos que guardam vínculo com o
fato criminoso, influindo no convencimento do juiz. Mas, a quem incumbe o ônus de
provar? O art. 156 do Código de Processo Penal (modificado pela Lei n. 11.690/08)
estabelece que: “a prova da alegação incumbirá a quem a fizer”, assim, tem-se que o
ônus da prova incumbe a quem alega.
A redação do art. 156 do CPP, dada pela Lei 11.690/08, em desconformidade com a
Carta Política do país, sofre modernamente interpretação conforme a Constituição.
Vejamos entendimentos: O referido art. (156) assim expõe: “deve ser este:
ressalvadas as presunções, que invertem o ônus da prova, as alegações relativas ao
fato objeto da pretensão punitiva têm de ser provadas pelo acusador e as referentes
a fatos impeditivos ou extintivos devem ser provadas pelo réu”. Na verdade, o ônus
da prova compete àquele a quem o fato aproveita. Essa tem sido a orientação do
Código de Processo Civil (art. 333, I e II). (RANGEL, 2015, p.504 apud TORNAGHI,
1991.v.I, p. 308).
No mesmo sentido,
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“para evitar esse prejuízo, devem as partes procurar provar a tese levantada,
pois, sem embargo daquela faculdade do juiz, o descaso, conforme adverte
Espínola filho, poderá trazer-lhes amargas decepções. Cabe, pois a parte
acusadora provar a existência do fato e demonstrar sua autoria. Também lhe
cabe demonstrar o elemento subjetivo que se traduz por dolo ou culpa. Se o
réu goza da presunção de inocência, é evidente que a prova do crime, quer
a parte objecti, quer a parte subjecti, deve ficar a cargo da acusação. Se, por
acaso, a defesa arguir em seu prol uma causa excludente de antijuridicidade
ou de culpabilidade, é claro que, nessa hipótese, as posições se invertem,
tendo inteira aplicação à máxima actori incumbit probatio et réus in
excipiendo fit actoir... diga-se o mesmo se a defesa alegar a extinção da
punibilidade (RANGEL, 2015, p.504 apud TORNAGHI, 1991.v.I, p. 308).
Mas se o juiz ao se deparar com as provas, e perceber que não são suficientes para
ter a certeza de que o acusado praticou mesmo o fato antijurídico, o correto seria
absolver o acusado.
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4.1 - Elementos de mitigação da pena
"No aspecto objetivo, o ônus da prova funciona como uma regra de julgamento a ser
aplicada pelo juiz quando permanecer em dúvida no momento do julgamento" (LIMA;
Renato Brasileiro de, 2015, p.593).
"Em seu aspecto subjetivo, o ônus da prova deve ser compreendido como o
encargo que recai sobre as partes de buscar as fontes de prova capazes de
comprovar as afirmações por elas feitas ao longo do processo, introduzindo-
as no processo através dos meios de prova legalmente admissíveis. Ao
contrário do ônus da prova objetivo, cujo destinatário é o juiz, o ônus subjetivo
é voltado para as partes, a fim de que se saiba qual delas deve suportar o
risco da prova frustrada. Sob esse aspecto subjetivo, as disposições sobre o
ônus da prova funcionam, portanto, como regras de conduta das partes" (...)
"No âmbito processual penal, o ônus da prova subjetivo é atenuado por força
da regra da comunhão da prova e dos poderes instrutórios do juiz". (LIMA;
Renato Brasileiro de, 2015, p.594).
5 - PAPEL DO MAGISTRADO
O juiz, no processo penal, não possui ônus probatório, pois é inerente às partes a
atribuição de provar.
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Vale observar que a atividade do magistrado na determinação da prova é
complementar, não podendo o mesmo construir todas as provas que são levadas aos
autos, sob pena de incorrer em impedimento (art. 254, CPP) ou suspeição
(art. 252, CPP).
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado
por qualquer das partes:
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A determinação de prova "ex officio pelo juiz" é permitida pelo princípio da busca da
verdade real, que busca revelar o que realmente aconteceu quando da ocorrência do
delito. Mas a constitucionalidade do artigo 156 do Código de Processo Penal é,
segundo Nestor Távora (2014), questionada por parcela da doutrina, que afirma que
o mesmo infringe o sistema acusatório adotado no ordenamento jurídico brasileiro e
é incompatível com o princípio da imparcialidade.
De acordo com o sistema da certeza judicial o juiz é absolutamente livre para decidir,
podendo inclusive se basear em elementos que não estão nos autos e julgar com
base em seus pré-conceitos e crenças pessoais.
O juiz não precisa motivar a sua decisão e a lei não atribui valor às provas.
Segundo o sistema das regras legais, a lei estipula previamente o valor e a aplicação
de cada prova e o magistrado, como se fosse um matemático, aplica as regras,
estando destituído de senso crítico.
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margem de discricionariedade. Não há convicção pessoal do magistrado na valoração
do contexto probatório, mas obediência estrita ao sistema de pesos e valores imposto
pela lei. Desse sistema se origina o absurdo brocardo testis unus, testis nullus, pelo
qual o depoimento de uma só testernunha, por mais detalhado e verossímil que seja,
não tem qualquer valor.
No Brasil vigora como exceção, em casos como o do artigo 158, CPP, onde os crimes
que deixarem vestígios necessitam de realização de exame de corpo de delito para
demonstrar a materialidade da infração, sendo que nem a confissão do réu supre a
falta do exame de corpo de delito, estando o juiz limitado à prova pericial e do
artigo 155, parágrafo único do CPP (o estado de pessoas somente é provado
mediante certidão, não se admitindo a prova testemunhal).
De acordo com o sistema da verdade real, o juiz tem a liberdade para decidir mas
precisa motivar a sua decisão.
É o sistema adotado pelo Brasil, nos termos do artigo 93, IX, CF c/c art. 155, CPP.
Conforme estabelece o artigo 155 do CPP, o juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo buscar como
fundamento elementos estranhos aos autos ("o que não está nos autos não está no
mundo").
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busca e apreensão); as provas não repetíveis (são de fácil perecimento e não podem
ser refeitas na fase processual, como por exemplo, a perícia em infrações que deixam
vestígios); as provas antecipadas (visam evitar o perecimento probatório e tramitam
perante o magistrado, com colaboração das futuras partes, resguardando-se
contraditório e a ampla defesa, eliminado com isso qualquer obstáculo para utilização
dos frutos do incidente na fase processual).
7- PROVA EMPRESTADA
Com base no último requisito pode-se concluir que não há empréstimo de prova de
um inquérito a um processo, em razão do procedimento investigativo preliminar ser
regido pela inquisitoriedade.
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8- PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
Proposição da prova
Admissibilidade da Prova
Trata-se de ato processual do juiz, que, ao examinar as provas propostas pelas partes
e seu objeto, defere ou não a sua produção. O magistrado decidirá se autoriza ou não
a realização das provas requeridas pelas partes e também se admite ou não a
introdução aos autos das provas pré-constituídas.
"É o conjunto de atos processuais que devem trazer a juízo os diferentes elementos
de convicção oferecidos pelas partes." (CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo,
2015, p.180)
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Valoração
Se o julgador valorar mal a sua decisão, ela poderá ser reformada em fase recursal,
em razão de error in judicando.
Toda prova produzida por uma das partes admite a produção de uma contraprova
pela parte contrária.
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Princípio da aquisição ou comunhão
A prova pertence ao processo e não à parte que a produziu, logo ela pode ser utilizada
por qualquer das partes.
Princípio da oralidade
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Princípio da publicidade
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Princípio do livre convencimento motivado
Estabelece que o magistrado tem a liberdade para decidir o caso, desde que o faça
de forma motivada.
Em face desse princípio o indivíduo acusado de alguma infração não pode ser
obrigado a produzir provas contra si.
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BIBLIOGRAFIA
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 6 ed. Rev., atual e ampl. Ed.
Método, 2014.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. 3 ed. Rev., atual e ampl.
Salvador: Ed. JusPODIVM, 2015.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo e execução penal. 11. Ed. Rev.,
atual e ampl. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no processo penal. 4. Ed. Rev., atual e ampl.
Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2015.
TÁVORA, Nestor; ROQUE, Fábio. Código de Processo Penal para concursos. 5. Ed.
Salvador: Ed. JusPODIVM, 2014.
Vade Mecum Saraiva. 19. Ed. Atual. E ampl. São Paulo: Ed. Saraiva, 2015.
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