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Resumos

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Iconografia - ciência das imagens produzidas pela pintura, pela escultura e pelas outras

artes plásticas, e dos atributos que as identificam.


É a ciência do significado das figuras alegóricas e dos símbolos.
Património – Bem, ou conjunto de bens, de natureza material ou imaterial, de
reconhecido interesse (cultural, histórico, ambiental, etc) para determinada região, país,
etc.
Pode ser material, tanto imóvel como móvel, ou então imaterial sendo um cripto-
património. Ambos possuem uma identidade, uma cultura.
Antes da escrita
O que é um “símbolo”?
É um elemento representativo que está no lugar de algo, que tanto pode ser um objeto
como um conceito ou ideia, determinada qualidade ou quantidade.
Os vestígios fósseis dos primeiros hominídeos foram descobertos durante o séc. XIX.
Desta descoberta, soube-se que as duas primeiras espécies de hominídeos foram os
géneros Australopithecus (Lucy) e Paranthropus, que tinham um ancestral comum,
porque ambos possuíam polegar oponível e locomoção bípede.
Nascem duas hipóteses de evolução da espécie humana, segundo a Paleoantropologia:
Hipótese da “Origem Única” – hipótese mais aceite pelos especialistas, propõe que o
Homo Sapiens surgiu a partir de um grupo isolado em África, emigrou para outros
continentes e subsistiu todas as outras espécies até então existentes.
Hipótese “Multirregional” – esta sugere que houve cruzamentos entre várias
populações de Homo por África, Ásia e Europa, originando o Homo Sapiens
simultaneamente em várias partes do globo.
O Australopithecus deu origem ao Homo Habilis. Posteriormente, o Homo Habilis
desencadeou o Homo Naledi (apenas descoberto em 2013) e o Homo Erectus. Por
último, o Homo Erectus transformou-se em Homo Neanderthalensis (Paleolítico Médio)
e em Homo Sapiens (Paleolítico Superior).
Estas evoluções podem ser confirmadas na transformação da capacidade craniana que
foi gradualmente aumentando, acompanhando, assim, o desenvolvimento do Homem
até ao que somos hoje.
O corte transversal do cérebro humano é composto por 3 partes (cérebro trino):
“Complexo Reptiliano” – processa os nossos instintos primários;
“Sistema Límbico” – processa as emoções;
“Neocórtex” – processa o pensamento intelectual e racional.
No lobo pré-frontal situa-se a área cerebral responsável pela articulação da linguagem
(“Área de Broca”). Este logo é o “orquestrador” do cérebro humano.
A pré-história divide-se em Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) e Neolítico (Idade da
Pedra Polida).
Paleolítico
Paleolítico Inferior – de 2,5/2 milhões até 120/100 mil a.C. - Australopithecus,
Paranthropus, Homo Habilis, Homo Erectus.
Consciência + Linguagem = Pensamento Simbólico
Primeiras produções líticas (rochas e minerais, que foram os primeiros materiais usados
pelo homem de diversas formas, e para várias finalidades, como elaboração de seus
instrumentos de caça, confeção de símbolos religiosos como estátuas, ícones, etc.) são
atribuídas ao Homo Erectus, assim como a descoberta e utilização do fogo.
Paleolítico Médio – de 300/200 mil até 40/30 mil a.C. - Homo Neanderthalensis,
corresponde à cultura musteriense.
Ao Homo Neanderthalensis são atribuídos, pelos vestígios fósseis encontrados: - O
ritual funerário; - O canibalismo ritual; - O culto ao urso das cavernas (Deus).
O que já pressupõe um pensamento plenamente consciente, e um sentimento do
religioso, assim como também a existência de uma “proto-linguagem” (pela presença
nas ossadas do osso hióide).
Paleolítico Superior – de 40/30 mil até 10/8 mil a.C. - Homo Sapiens
I. Hominização dos cinco continentes (África, Europa, Ásia, América e Oceânia).
II. Desenvolvimento da agricultura e primeiros indícios de comunidades sedentárias.
III. Existência de provas evidentes de culto religioso (de índole agrária) e de cultos
funerários.
IV. A linguagem encontra-se completamente desenvolvida, assim como o pensamento
abstrato.
V. Surgimento da arte rupestre (pintura rupestre e esculturas líticas).
As vénus
Surgem no Paleolítico Superior. São estatuetas em osso, marfim ou pedra. Relacionam-
se com os cultos agrários (da Terra-Mãe e astros, particularmente do Sol) e da
fecundidade.
A mais antiga, denominada “Vénus de Tan-Tan” foi encontrada em 1999, em Marrocos.
A sua datação remonta entre 500 mil e 300 mil a.C. Tem 6 cm.
As gravuras
Imagens gravadas em rocha. É o mais antigo registo de atividade humana de gravação
existente no mundo, o conjunto das gravuras rupestres do Vale do Côa é extenso e
abrange não só área do município de Foz Côa como também de Figueira de Castelo
Rodrigo, Mêda e Pinhel.
Estão, na sua grande maioria, voltadas a nascente e a gravação é, na totalidade, em
xisto. São datáveis de entre 20 mil a 10 mil anos.
As gravuras representam, essencialmente, figuras animalistas, embora se conheça uma
representação humana e outra abstrata.
Os animais mais representados são os cavalos e os bovídeos (auroques). Exclusivos em
certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e cervídeos. Os animais
aparecem isolados ou em associação, constituindo autênticos painéis. As técnicas
incluem a picotagem e o brasão. Comprovam uma longa presença do Homo Sapiens na
zona.
A gravura e a pintura rupestre
A gruta do Escoural (Montemor-o-Novo): Na Gruta do Escoural conflui a gravura e as
pinturas rupestres. A sua ocupação remonta ainda ao Paleolítico Médio, tendo sido
ocupada também no período posterior, no qual terá sido decorada com pinturas e
gravuras, e durante o qual se terá tornado também em necrópole.
A pintura rupestre
A gruta de Pech Merle (França):
Descoberta em 1922, esta caverna compreende dois conjuntos pictóricos:
• No lado leste são visíveis pontos vermelhos, figuras de cavalos, um felino e três
figuras que lembram cervos;
• Do lado oeste, uma composição na qual estão agrupados um cavalo, vários
bisões e mamutes, com numerosos traços digitais no teto e em negativo
associadas a pontos; nesta área está também incluída outra cena que compreende
dois cavalos opostos, decorados com mãos em negativo e pontos, estando
representado um peixe sobre o cavalo da esquerda.
É datada de há 23 mil anos, com algumas pinturas que se prolongaram até ao
Magdaleniano.
A gruta de Gargas (França):
Descoberta em finais do século XIX, esta gruta é particularmente conhecida pelos seus
conjuntos de mãos em negativo. As mãos pertencem a indivíduos de ambos os sexos e
de todas as faixas etárias. É datada de há 29 mil anos.
O seu cunho simbólico demarca-se pelo facto de grande parte destas representações não
apresentarem a totalidade das falanges – o que, segundo os antropólogos, poderá ser
atribuído ao facto de os negativos terem sido “soprados” com os dedos fletidos.
Houve uma preparação prévia do suporte (parede) antes da pintura; as cores
predominantes são o ocre, o negro (obtido através do óxido de manganês e de carvão) e
o branco (pelo recurso ao mineral talco).
Neolítico
Período também conhecido como Idade da Pedra Polida. A chamada “Revolução
Neolítica” corresponde à “Revolução Agrária”.
• A agricultura efetiva-se, assim como a domesticação de animais;
• Inicia-se o processo de sedentarização, regra geral perto de cursos de água
(Jericó), mas em casos excecionais também em planaltos (Çatal Hüyük);
• Começa a estabelecer-se a diferenciação social (mais autoridade dos guerreiros,
curandeiros e sacerdotes sobre a restante população);
• Os grandes progressos técnicos englobam a cerâmica, a tecelagem, a cestaria, a
moagem, a tração animal e a descoberta da roda;
• Surgem as primeiras trocas comerciais e uma economia de produção;
• Foi o último período da Pré-História e marcou a transição para a Idade dos
Metais, na qual surge a escrita.
O caso de Jericó
Situada na Palestina, nas margens do rio Jordão. O primeiro assentamento data de 9 mil
a.C. num lugar designado Tell es-Sultan, sendo que desde aí tem sido área
continuamente habitada (é considerada como a cidade mais antiga do mundo). Este
assentamento consistia numa estrutura circular murada, com uma torre ao centro.
Dentro do mesmo espaço murado existiam residências igualmente circulares em tijolo
de barro, de uma só divisão.
Um segundo assentamento, datado de há 7 mil anos, apresenta outra morfologia: tijolo
assente em fundações de pedra, com várias divisões em torno de um pátio central.
O caso de Çatal Hüyük
Situada na Turquia, no planalto da Anatólia. O primeiro assentamento data de cerca de
6700 a.C., e ao contrário de Jericó não era amuralhada. Todo o conjunto arqueológico
revela uma estrutura habitacional sui generis: não existiam ruas entre as habitações, a
circulação de pessoas fazia-se sobre os terraços, sendo que a entrada para a habitação se
fazia pelo teto, descendo uma escada de madeira. A habitação era dividida em várias
divisões, específicas para cada atividade. Algumas divisões possuem murais decorativos
e existem provas concretas de culto a divindades femininas e zoomórficas (touro).
Vestígios rituais em Çatal Hüyük:
I. As escavações arqueológicas em Çatal Hüyük revelam-nos aspetos interessantes
do que consta serem os primeiros vestígios rituais de culto religioso, assim como
um provável “culto dos mortos”.
II. Nas habitações, para além de murais pintados, foram encontradas cabeças de
touro esculpidas, assim como também edifícios destinados à função de sepulcros
e de santuários.
III. Os indícios revelam que dominavam por completo vários tipos de cultura
(cereais e leguminosas), assim como já teriam domesticado a ovelha e o boi.
IV. Não se denotam diferenças estruturais entre as habitações, pelo que se depreende
que ainda não existiria estratificação social.
V. Algumas casas possuíam murais pintados, assim como também figuras
femininas em posição de parto. A par destas imagens, surge-nos também a
figura da “DeusaMãe”, por muitos posteriormente associada ao culto greco
romano da deusa “Cíbele” (Mãe dos deuses). Simboliza a fertilidade da
Natureza.
VI. O sepultamento dos mortos: eram sepultados dentro do complexo habitacional e
foram encontradas ossadas em vários locais das habitações, inclusive em tumbas
debaixo do que se supõe serem as camas. Em alguns casos as cabeças foram
retiradas dos corpos, engessadas e pintadas de ocre vermelho, o que poderá
apontar para a sua utilização ritual.
VII. O caso de Çatal Hüyük revela que esta era uma civilização que já possuía uma
religião complexa e carregada de simbolismos.
A Idade Antiga
O que é a “escrita”?
A escrita abriu um espaço de comunicação desconhecido pelas sociedades orais, no qual
se tornava possível tomar conhecimento das mensagens produzidas por pessoas que se
encontravam a milhares de quilómetros, ou mortas há séculos; ou então que se
expressavam apesar das grandes diferenças culturais ou sociais.
A Idade Antiga é o período que vai desde o aparecimento da escrita até à queda do
Império Romano do Ocidente.
A escrita propriamente dita (signos com significado linguístico) deriva de uma proto
escrita de características pictográficas desenvolvida ainda no final do período Neolítico,
assente na capacidade de associação visual e de memorização (mnemómica). O
processo está intimamente ligado ao desenvolvimento económico e social derivado de
uma economia de produção.
A Idade Antiga tem em si inscritas outras “Três Idades”: a Idade do Cobre (Suméria), a
Idade do Bronze (Grécia) e a Idade do Ferro (Roma) – a Idade dos Metais.
O símbolo, enquanto veículo de transmissão de uma ideia ou conceito, foi a origem do
surgimento de um conjunto de signos reconhecíveis (código visual), aos quais foram
gradativamente associados sons (código linguístico).
A relação entre a escrita e a agricultura é íntima:
A primeira surge no seguimento da necessidade do registo de transações agrícolas,
estabelecidas entre localidades onde se efetuavam trocas comerciais: a necessidade de
controlo administrativo, de registos de contabilidade e de localização dos vários pontos
comerciais ditaram a que fosse desenvolvido um código comunicacional que unisse e
tornasse compreensível toda uma estrutura económica.
Sabe-se que este não foi um fenómeno global: os primeiros registos atribuem-se às
civilizações da Mesopotâmia (escrita cuneiforme, escrita da Suméria) e, do mesmo
modo, à civilização egípcia (escrita hieroglífica), ambas derivadas de códigos
pictográficos.
A escrita é, portanto, o prolongamento da memória, do saber e do poder. Assim,
pressupõe a repetição, que é o fundamento da religião (rito).
Suméria
A civilização suméria surgiu na atual área geográfica do Iraque.
A escrita suméria designa-se de escrita cuneiforme.
Os Anunnaki são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilónicas. Os Sumérios
creditavam todo o seu conhecimento nos Anunnaki.
A adoração de vários deuses teve, na civilização suméria, a sua primeira abordagem sob
a forma de Mitologia: deuses maiores e menores que governavam o mundo e criaram o
homem.
A Mitologia assenta em narrativas sagradas, que explicam o papel dos deuses na origem
do mundo.
A Mitologia suméria influenciou consideravelmente as outras civilizações que lhe
seguiram, e para a sua influência foi determinante a escrita.
A Suméria era dividida em cidades-estado, governadas por reis cujo poder, segundo
acreditavam, era concedido diretamente pelos deuses (poder secular e temporal), sendo
que podia transitar de umas cidades-estado para outras.
Algumas Dinastias:
• Dinastia de Ur
• Dinastia de Uruk
• Dinastia de Kish
• Gilgamesh foi o 5º rei da primeira dinastia de Uruk e a ele lhe foram atribuídas
qualidades de semideus. A Epopeia relata os seus feitos sob esta condição.
A arte é, na sua grande maioria, de vertente cultural:
Estátuas, relevos e pinturas que representam deuses e reis, inscritos mormente em cenas
de carácter cerimonial.
Um dos casos paradigmáticos é o chamado “Estandarte de Ur”: numa caixa de forma
trapezoidal, figuras incrustadas em três frisos sobre fundo de lápis lazúli representam
cenas de “paz” e de “guerra”. O rei é representado numa escala maior que as outras
figuras; em pé, empregados servem o rei e os nobres, e na faixa de baixo um grupo de
homens leva os espólios de guerra – um touro, uma cabra, peixes e outros produtos de
pilhagem – para o banquete. As conchas usadas para retratar as pessoas têm enfeites
delicados em preto, ao passo que lascas de lápis-lazúli servem como pano de fundo.
Pedaços de calcário vermelho foram adicionados para fins decorativos.
Conjunto escultórico do Tempo de Tell Asmar
Este conjunto teria uma finalidade concreta: a perseverança da importante prática
religiosa, já que os sumérios necessitavam da presença das divindades. É um conjunto
composto por doze figuras, em alabastro (calcite), sendo duas delas femininas. Os olhos
abertos com incrustações, a postura rígida e colocação das mãos e a representação do
kaukana são características próprias da escultura suméria. A escultura sumérica engloba
a escultura de vulto e os baixos-relevos.
Arquitetura suméria
O Zigurate de Ur é um dos exemplos mais paradigmáticos da arquitetura suméria.
Construído durante a 3ª Dinastia de Ur e datado do séc. XXI a.C, o edifício fazia parte
de um complexo de templos que constituíam o centro administrativo da cidade. Era um
santuário ao deus lunar Nanna, padroeiro de Ur.
Locais e Culturas Arqueologias
Egipto
• Faiumiana ou cultura de Fayum
• Cultura Merimdense
Período pré-dinástico egípcio
Compreende-se entre o período final do Neolítico (5500 a.C) e o início da primeira
dinastia, com o faraó Narmer (3100 a.C.). Englobou várias culturas, que coabitavam nas
margens férteis do rio Nilo.
• Praticavam agricultura
• Domesticaram animais e praticavam a caça
• Dedicaram-se à produção farta de peças líticas e cerâmica
Duas culturas foram predominantes no Baixo Egipto e Alto Egipto (entre 4000 e 3100
a.C)
• Cultura Maadiana (Baixo Egipto)
• Cultura de Naqada (Alto Egipto)
Entre ambas se estabeleceram fortes relações comerciais e culturais nos seus estados
regionais (nomos), assim como daqui para outras zonas do Oriente próximo.
A cultura de Naqda apresenta-se socialmente mais desenvolvida que a Maadiana, e
desta surgiu Narmer (ou Menés), que unificou o Alto e o Baixo Egipto, dando origem à
dinastia faraónica com o Império Tinita.
A cultura de Naqada, que se afirmou predominante, passou por 3 estados de evolução:
• Naqada I – arcaico
• Naqada II – período intermédio
• Naqada III – período mais avançado, conhecido como período proto dinástico. A
sua evolução está ligada ao progresso dos processos agrícolas e da arte.
As civilizações pré-clássicas
O que é um “mito”?
Relato das proezas de deuses ou de heróis, suscetível de fornecer uma explicação do
real, nomeadamente no que diz respeito a certos fenómenos naturais ou a algumas
facetas do comportamento humano.
A Mitologia afirmou-se como o cerne da vivência social: O pode (secular e temporal)
centrou-se na figura do rei ou faraó, cujo poder de governar era concedido pelos deuses
(teocracia).
Quase toda a arte produzida incidia sobre uma conceção mitológica da existência.
Babilónia
O reino da Babilónia estabeleceu-se entre sumérios e semitas, após a desagregação do
Império sumério-acadiano.
O período da influência da civilização babilónica divide-se em dois momentos:
Império Paleobabilónico – maior personagem foi Hamurabi
Império Neobabilónico – maior personagem foi o rei Nabucodonosor
Entre ambos se deu a invasão assíria. Foi Hamurabi que, após várias disputas entre as
várias cidades-estado da Mesopotâmia, unificou o império, com sede na cidade da
Babilónia, que passou a ser a “cidade santa” enquanto capital.
Isto ditou o fim político da civilização suméria, mas os babilónicos adotaram o seu
sistema educacional, escrita, literatura, religião e a arte da anterior civilização.
É a Hamurabi que é atribuído um conjunto de leis conhecidas por “Código de
Hamurabi”.
I. Rege-se sob o princípio do tailão, o que impede que as pessoas que as
pessoas façam justiça por elas mesmas e de forma desproporcionada.
II. O tratamento de crimes e delitos era levado a cabo pelo princípio “olho por
olho, dente por dente”, legislado pelo próprio rei (tal crime, tal pena).
Arte Babilónica
A arte babilónica continuou tal como na Suméria, a ser predominantemente cultural. A
mitologia suméria foi adaptada aos “interesses” do povo babilónico, com alteração de
nome de deuses (por exemplo, a deusa suméria Nammu foi substituída pela deusa
Ishtar/Inanna, que assumiu em si não apenas a fecundidade como também o amor, o
prazer e a vitória das batalhas). A principal divindade babilónica era Marduk, rei dos
deuses.
Após a morte de Hamurabi, o império babilónico esteve sob o domínio dos hitias (da
Ásia Menor), dos Elamitas, dos Assírios, dos Caldeus e, novamente dos Assírios, isto
durante cerca de mil anos.
Após a ocupação assíria, houve um ressurgimento do império babilónico, um período
que ficou conhecido como neo-babilónico e do qual foi personagem maior o rei
Nabucodonosor II. Este rei ordenou a construção de vários edifícios, sendo o mais
paradigmático o zigurate de Etemenanki (também referido como inspiração à inspiração
bíblica da Babel e, por isso, também é chamado de Torre de Babel). São-lhes atribuídos
a Porta de Ishtar e os desaparecidos Jardins Suspensos da Babilónia.
O império neo-babilónico caiu com a invação persa, comandada por Ciro, o Grande, em
539 a.C
Império Persa
O império neo-babilónico entrou em decadência e em 539 a.C. a Babilónia é
conquistada e inscrita no Império Persa, sob o jugo de Ciro II. O Império Persa estendeu
as áreas conquistadas não apenas no Médio Oriente, mas também na Turquia, Grécia e
Egipto.
Administrativamente era dividido por províncias.
Caiu sob as conquistas de Alexandre, o Grande, no ano de 331 a.C., cujo império
perdurou até à data da sua morte, em 323 a.C. Depois o império desagregou-se, e foi
repartido pelos diádocos.
Em termos religiosos, os persas eram defensores do princípio da verdade e adoradores
do Sol, da Lua, de Tishtrya, de Vayu, de Anahita e Mitra. Tiveram um profeta de nome
Zaratustra, que deu início à religião conhecida como zoroastrismo.
Não adoravam imagens religiosas (eram iconoclastas), defendiam o livre arbítrio entre o
Bem e o Mal. O seu testemunho artístico refletiu-se:
• Arquitetura (palácios, templos)
• Escultura e artes decorativas (cerâmica), com temáticas de índole guerreira
Deixaram traços nas principais religiões mundiais como o judaísmo, cristianismo e
islamismo através das seguintes crenças:
• Imortalidade da alma
• Vinda de um messias
• Ressurreição dos mortos
• Juízo fina
Hebreus
Antiga cultura semítica do Levante, no Médio Oriente. Embora a sua cultura tenha sido
ofuscada por outras maiores ao seu tempo, é do seu legado a composição de alguns
livros que compõem a Bíblia.
São figuras principais da religião hebraica Abraão, Moisés, David e Salomão. Os
hebreus foram das primeiras culturas a expressar uma religião monoteísta.
Egípcios
Pré-dinástico
• Comunidades agrícolas instalam-se nas margens do Rio Nilo
• Obras de irrigação sob o controle de chefes locais.
Antigo Império
• Unificação do país
• Grandes obras de irrigação
• Desenvolvimento da agricultura
• Construção de grandes pirâmides
• Estado egípcio era pacifista porque estava isolado dos outros povos
• Sofreu várias invasões no Norte do Egipto por causa da fraqueza
Novo Império
• Com o faraó Amósi I, os egípcios uniram-se e expulsaram os HICSOS
• Outros povos, como os Hebreus, que se estabeleceram no Egipto, acabaram por
se tornar escravos
• Aqui começa o processo de expansionismo dos egípcios, que dominaram a
Palestina, a Etiópia, a Síria e a Fenícia.
Pós-novo império
• Perda de territórios conquistados
• Estrangeiros invadem o Egipto
Greco-Romano
• Influência grega com a conquista de Alexandre, o Grande
• Egipto torna-se parte do território romano no tempo da rainha Cleópatra
A antiguidade clássica: Grécia
O que é uma “teofania”?
Nascimento do Cristo, na patrologia grega. É um encontro pessoal com uma divindade,
no qual a manifestação de uma divindade ocorre de uma observável. Especificamente,
“refere-se à manifestação temporal e espacial de Deus de alguma forma tangível”.
Civilização minoica (minoicos)
Desenvolvem-se 3 períodos:
Minoano Antigo
Presença de um povo denominado “egeu”. Neste período, estabeleceram-se fortes
ligações com os povos da Anatólia ao nível da expansão comercial, o que originou um
maior desenvolvimento local. A agricultura é grandemente desenvolvida pela
introdução do uso da tração animal. O mais importante testemunho deste período são os
tolos (câmaras funerárias).
Minoano Médio
Grande desenvolvimento económico e social, pela construção de palácios e pelo
desenvolvimento de teocracias (cada rei era chefe político e religioso). Foi neste período
que se deu na erupção do vulcão Thera, em Santorini.
Minoano Recente
Corresponde ao declínio da civilização minoica. Embora grande parte das estruturas
fossem sendo reconstruídas, outra catástrofe natural levou a uma fragilização social, a
qual desencadeou a ocupação micénica e a destruição com a invasão dos dórios.
A mitologia deste período é profundamente alegórica e complexa. A sua origem está
intimamente ligada à Titanomaquia.
O culto do touro estava profundamente enraizado na civilização e daqui nasceu o mito
do Minotauro (Minos, rei de Creta, pede proteção ao deus Poseidon que, em troca, lhe
exige o sacrifico de um touro pelo deus oferecido do mar. Minos substitui o touro em
causa por outro, o que causa a ira do deus: como castigo, Poseidon fez com que o touro
se tornasse selvagem e que Pasífae, esposa de Minos, se apaixonasse por ele. Desta
união nasceu o Minotauro).
Teogonia: Nascimento dos Deuses. Mais antigo tratado grego de mitologia (baseada na
cultura religiosa minoica) que chegou aos nossos dias.
A produção artística revela grande inovação a nível da arquitetura, sendo exemplo
maior os palácios, a pintura em cerâmica e os afrescos. A Civilização Minoica deixou-
nos vários testemunhos de afrescos de elevada qualidade e sentido estético, conservados
pelas cinzas da erupção do Thera.
Taurocatapsia
Género de arte figurativa interpretada como uma representação de um ritual relacionado
com a adoração do touro. Este ritual consiste de um salto acrobático sobre um touro:
quando o saltador segura os chifres do touro, o touro violentamente empurrará o seu
pescoço para cima, dando ao saltador o impulso necessário para executar saltos mortais
e acrobacias. Na Civilização Minoica, mais do que um motivo puramente iconográfico,
foi um ritual religioso de iniciação e/ou desporto ritual.
Civilização micénica (micénicos)
Expande-se por volta de 1450 a.C. O seu povo designava-se “aqueu” e, quando chega a
Creta, absorve a civilização minoica, ditando o fim da mesma enquanto civilização. Era
uma civilização assente numa aristocracia de guerreiras.
A arte grega como a conhecemos é o resultado da fusão de ambas as culturas (minoica +
micénica).
Pintura Micénica
• Caracteristicas arcaicas (frontalidade; esquematismo; olhos muito grandes)
• Cores planas
• Figuras perfiladas em preto
• Requintado sendo de harmonia cromática
• Verdadeiro dinamismo
• Elegância nas representações
• Temas: cenas de palácio; animais.
Invasões dóricas (dóricos)
Cerca do ano 1150 a.C., os dóricos começaram a invadir o Peloponeso, Creta e outros
locais do Mediterrâneo, ditando o fim da civilização micénica. A invasão dórica veio
mergulhar a região numa “idade das trevas”, da qual não existem registos escritos. Tal
começou a conhecer o fim com a ascensão das primeiras cidades-estado gregas, no séc.
IX a.C.
Povo grego
Os gregos começaram a adotar um modelo de vida urbano, constituindo-se as polis
(cidade-estado), dominadas por:
I. Primeiro, uma aristocracia latifundiária;
II. Depois, por uma elite de políticos e comerciantes, dentro de uma moldura social mais
ou menos democrática, na qual só tinham voz ativa os detentores do atributo de
cidadania, permanecendo estrangeiros e escravos à margem dos processos decisórios.
As cidades-estado gregas dividiam-se em 3 partes:
1. Acrópole
• zona mais alta da cidade-estado;
• possuía templos, estátuas, edifícios públicos e religiosos mais importantes;
• normalmente rodeada por muralhas;
• construídas em colinas;
• tinha também os palácios dos governantes.
2. Zona Urbana
3. Zona Rural
Período clássico (esparta e atenas)
Caracterizou-se unidade ideológica e formal, encontrando os seus alicerces numa
filosofia antropocêntrica de sentido racionalista:
Por um lado, a dimensão humana e o interesse pela representação naturalista do homem
e, por outro, a tendência para o idealismo, traduzido na proposição de cânones ou regras
fixas que definiam sistemas de proporções e de relações formais para as produções
artísticas. Aqui surge também o conceito de paideia (ensino do cidadão perfeito).
Durante este período, a arte enquanto ideal e o Belo enquanto reflexo das virtudes
morais, originou a que a mesma tivesse uma forte componente social.
Devia contribuir para a construção e transformação da sociedade e consagração de
ideologias específicas (princípio da Kalokagathia = ética + virtude).
Período helenístico (macedónia)
Representou a última manifestação cultural grega e caracterizou-se por uma
aproximação a uma dimensão mais individual, revelando todo o espectro da existência
humana, desde o cómico ao obsceno, do heroico ao trágico, e do oficial e cívico ao
prosaico e doméstico:´
Uma arte antropocêntrica, mas de índole mais sentimentalista, menos idealizada.
Neste período (vai desde a tomada da Grécia por Alexandre, o Grande até à invasão
romana), a arte torna-se mais eclética, dramática, sofisticada, cosmopolita. A função
pública passa para um lugar secundário e emergem os interesses individuais no primeiro
plano.
O ideal antigo, que procurava mostrar ao homem o semideus que ele deveria ser, deu
lugar ao prosaico, ao simplesmente humano, ao feio e ao decadente;
Os olhos da sociedade voltaram-se para o mundo concreto, com os seus prazeres e as
suas imperfeições.
Planta de Templo Grego
Estrutura Planimétrica do Templo
• Pronaos: antecede a naos
• Cella ou Naos: onde estava a estatua da divindade
• Opistódomos: sucede a naos, câmara do tesouro
• Peristilo: corredor coberto e circundante, aberto lateralmente por colunas
Características
• Simetria axial ou do eixo
• Fachadas simétricas
• Estilos ou ordens: dóricas e jónica
Teatro grego
• Bancada – destinada aos espectadores
• Orquestra – zona circular destinada ao coro
• Palco – local de ação ou camarim dos atores
• Párodos – entrada lateral junto à orquestra
Escultura de retrato grego e egípcio
• Ta como a escultura de retrato egípcia, o kouros é estritamente frontal
• Compartilham a rigidez da pose e punhos cerrados
• Ao contrário dos egípcios, o nu é uma característica nos gregos
A antiguidade clássica: Roma
O que é uma “oligarquia”?
Governo em que o poder é exercido por um grupo restrito de pessoas, geralmente do
mesmo partido, família, classe… [governo de poucos]. Há predominância de um
pequeno número de pessoas no poder com interesses idênticos (económicos, partidários,
sociais).
Etruscos
Conjunto de povos que habitaram a Península Itálica. Aponta-se que este povo ter-se-á
instalado na península, entre 1200 e 700 a.C. por essa área conter todas as condições
para a fixação de povos, nomeadamente, terras férteis.
A Etrúria era composta por cerca de 12 cidades-estado, civilizacionalmente
desenvolvidas e ligadas entre si apenas por laços estritamente religiosos – eram
independentes a nível político e militar.
Assente, inicialmente, num regime absolutista, o rei detinha o poder político, religioso e
militar, sistema que, posteriormente, foi substituído por uma oligarquia constituída por
um senado forte e estável, com a participação de uma assembleia popular em
representação do povo.
O seu testemunho artístico foi fortemente influenciado pela crença no Além.
• A sua religião recebeu bastantes influências creto-micénicas (minoicas e
micénicas), assim como também apresenta analogias com a religião assíria
(crença em demónios).
• Grande parte do panteão dos seus deuses foi adotado mais tarde pelos romanos.
• Praticavam a adivinhação (arúspice).
• A eles também são associados os versos fesceninos (Fescénia).
Pintura etrusca
• 800-650 a.C. – cunho oriental, devido às trocas culturais entre as civilizações do
Mediterrâneo, especialmente com a civilização grega.
• 650-500 a.C. – influência da pintura etrusca. A produção de pintura reduz-se
gradualmente, devido às turbulências internas.
• 300-100 a.C. – fase tardia durante a qual se dá a absorção romana.
O seu testemunho também ficou patente na arte funerária. O material mais usado era a
terracota policromada.
Numa fase inicial, os restos mortais eram colocados em urnas de barro, com elementos
decorativos que representavam o falecido (tampa em forma de cabeça, bustos,
esculturas e relevos);
Numa fase posterior, surgem as estátuas jacentes (figuras reclinadas sobre o sarcófago).
Roma
Nos seus quase 12 séculos de existência, a civilização romana passou de uma monarquia
a uma república oligárquica, afirmando a sua grandeza com a formação de um império
cada vez mais autocrático (autocracia é um governo baseado nas convicções de uma só
pessoa). O seu legado para a sociedade moderna revelou-se dos mais abrangentes,
envolvendo política, direito, cultura e engenharia.
Absorveram o legado cultural e religioso etrusco (Tríade Capitolina: Juno, Minerva e
Júpiter – Uni, Minerva e Tínia) e grego.
A religiosidade na Roma Antiga expressava-se através do politeísmo, que foi construído
com base nas crenças etruscas e gregas. A religião tradicional romana teve uma forte
influência etrusca, que reverenciava os antepassados, especialmente na figura do pater
familias, o responsável pelo culto aos deuses Lares (os deuses das casas), e acreditava
na possibilidade de prever o futuro, com práticas de adivinhação e interpretação dos
fenômenos naturais. Além disso, apropriaram-se também das tradições gregas,
incorporando seus vários deuses. Dos egípcios passaram a cultuar os deuses Ísis e
Osíris. Há vestígios materiais da presença de templos dedicados a eles no território
romano.
Em Roma, o culto aos principais deuses era comum. Eram eles que garantiam a paz
divina. Nos cultos havia sacrifícios onde parte dos alimentos era oferecida aos deuses.
Os principais deuses formavam a tríade capitolina, composta por Júpiter, o deus dos
deuses e da justiça, Marte, o deus da guerra, e Quirino, o deus da união do povo
romano. Quando estiveram sob o domínio etrusco uma nova tríade formou-se,
mantendo Júpiter e substituindo os outros dois por Juno, simbolizando a força guerreira
e a fecundidade e Minerva, protetora das artes e dos artesãos.
O fim da Idade Antiga
A queda do Império a Ocidente com a tomada de Roma pelos bárbaros em 476 d.C. é,
segundo os historiadores, a data em que finda a Idade Antiga.
Durante o séc. III assistiu-se a um declínio gradual da parte ocidental do Império
Romano, marcado por aquela que ficou conhecida como “crise do III século”: entre os
anos de 235 e 284 o Império Romano teve imperadores fracos, um senado enfraquecido
e uma cada vez maior influência militar na decisão imperial. Entrementes, surgiu
também a epidemia que ficou conhecida como “Peste de Cipriano” (provavelmente
varíola).
Queda do Império Romano do Ocidente
Entre 293 e 313 d.C. o império esteve sob a égide dos tetracas (Tetrarquia), sistema
governativo introduzido pelo imperador Diocleciano, o que permitiu uma estabilização
momentânea do império.
Constantino, o Grande (306-337d.C.), reunificou novamente o império, mas a separação
estava iminente: cerca de 395 d.C. e após a morte de Teodósio I, o último imperador de
um império unificado, este desagregou-se entre Ocidente e Oriente.
Embora Constantino tenha professado a religião católica e concedido aos cristãos pleno
direito de manifestação da sua crença (pelo Édito de Milão, em 313 d.C.), foi Teodósio
que a proclamou religião oficial do Império (pelo Édito de Tessalónica, em 380 d.C.).
Causas
• Lutas internas
• Divisões sociais
• Pressão bárbara
• Crescimento do Cristianismo
Com a completa fragilização do império a Ocidente, o último imperador, Rómulo
Augusto, foi deposto pelo bárbaro Odoacro (dos Hérulos), que invadiu Roma em 476
d.C. e a governou até 493 d.C., Depois Roma foi tomada pelos ostrogodos, que aí
permaneceram até 552 d.C..
A arte produzida durante estes primeiros tempos do Cristianismo até cerca do séc. VI
tem por designação Arte Paleocristã.
Inicialmente realizada por pessoas comuns (dada a perseguição) foi particularmente
abundante nas paredes e tetos das catacumbas e sepulcros.
Nesta fase inicial, as pinturas representavam somente a cruz (sacrifício de Jesus), a
palma (martírio), a âncora (salvação) e o peixe (que em grego são as iniciais do nome de
Jesus) - os símbolos dos cristãos.
Posteriormente, começaram a surgir cenas do Antigo e Novo Testamento, sendo que,
em destaque, os artistas retratavam Jesus Cristo.
A arquitetura paleocristã desenvolveu-se em três estruturas essenciais:
• Basílicas
• Mausoléus
• Baptistérios
As primeiras igrejas seguem dois modelos principais:
Planta basilical, em cruz latina, com três ou cinco naves separadas por arcadas e/ou
colunatas e cobertas por tetos de armação de madeira.
Planta centrada, de influência helenística e oriental, com formas circulares, octogonais
ou em cruz grega, e coberturas em cúpula e meias cúpulas.
Em ambos os modelos sobressai a preocupação em destacar as linhas cruciformes (em
forma de cruz).
Características da pintura paleocristã
Tem origem nas catacumbas
• Pinturas eram mais pobres e simples – falta de rigor anatómico e menor
naturalismo
• Pouca variação cromática, com uso predominante do vermelho e do verde e
muito raramente do azul
Utilizada na decoração dos interiores das igrejas
• Frescos de cores suaves
• Temas: Episódios do Novo Testamento e elementos decorativos vegetalistas
Composições planas e lineares, sem qualquer noção de perspetiva
• As figuras eram simplificadas, com gestos formais e simbólicos
• A expressão dos rostos era dada através dos olhos grandes e olhar penetrante
As catacumbas romanas são compostas de passagens subterrâneas, em cujas paredes
estão escavados os túmulos. Estes loculi, geralmente dispostos uns sobre os outros e
podem abrigar um ou mais corpos. Outros tipos de enterro, tipicamente nas catacumbas
romanas, são os arcossólios, um nicho formado por um arco sobre uma base plana de
mármore. Os cubículos, câmaras que abrigam loculi de uma única família), e criptas e
capelas decoradas com afrescos, são comuns nas catacumbas. Quando o espaço
acabava, outros túmulos eram cavados no piso dos corredores, conhecidos como
formas.
A Arte Bizantina teve origem na cidade de Bizâncio (Constatinopla), que se tornou, nos
primeiros séculos da era cristã, no centro de uma nova cultura à medida que Roma
sucumbia.
Teve grandes influências do universo artístico do Oriente, assim como das correntes do
pensamento helenístico.
Sintetizou as fontes estético-artísticas persas, egípcias, judaicas e cristãs.
Arquitetura bizantina
• Utilização do arco, da abóbada e da cúpula, do plano centrado, de forma
quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais
• Mistura de elementos construtivos da arte romana com o clima místico das
construções orientais
• Exteriormente possuíam volumes irregulares que conferiam aos edifícios uma
maior originalidade
• Interiormente eram decoradas com mosaicos, pinturas a fresco, azulejos e
colunas de inspiração grega e romana.
A igreja tem um plano octogonal. Combina elementos de arquitetura romana (cúpula,
forma dos vãos das portas) com elementos bizantinos (abside poligonal, capitéis, tijolos
estreitos). Contudo, a basílica é mais famosa pela sua riqueza de mosaicos bizantinos,
os maiores e mais bem preservados fora de Constantinopla. A Basílica é de extrema
importância para a arte bizantina, visto que é a única grande igreja do período do
imperador Justiniano que sobreviveu virtualmente intacta até hoje.
Algumas civilizações pré-colombianas
Olmecas – 2000 a.C.
Astecas – 1300 a.C.
Maias – 1200 a.C.
A civilização maia, muito provavelmente, foi a mais antiga das civilizações pré
colombianas, embora jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos Astecas e
Incas.
Os maias ocuparam a região das florestas tropicas das atuais Guatemala.
A organização social dos maias
A sociedade maia contava em cada cidade-estado com uma autoridade máxima, de
caráter hereditário, dita halach-uinic.
O halac-uinic designava os chefes de cada aldeia que desempenhavam funções civis,
militares e religiosas.
A suprema autoridade militar era eleita a cada três anos.
A nobreza maia incluía todos esses dignitários, além dos sacerdotes, guerreiros e
comerciantes.
O desenvolvimento da escrita
Desenvolveram um sistema de escrita hieroglífica, um calendário e uma astronomia
altamente sofisticados.
Sabiam fazer papel a partir da casca de fícus e com ele produziam livros.
A religião dos maias
Os maias viveram em um universo mágico, governado por uma multidão de deuses. Os
mais importantes eram: o Sol, a Lua e Itzamná, o dragão celeste venerado pelos
sacerdotes e pelos nobres. No entanto, o povo preferia os deuses mais próximos da sua
vida cotidiana.
As pirâmides Maias
Os maias foram os maiores construtores de pirâmides do mundo antigo.
Os egípcios construíram menos de 100, os maias construíram milhares. Cada cidade e
aldeia tinha a sua própria pirâmide.
As pirâmides eram usadas para cerimônias religiosas e para o estudo dos astros.
A Alta Idade Média
O que é um ícone?
No campo da arte pictórica religiosa identifica uma representação sacra pintada sobre
um painel de madeira. No Ocidente, ícone pode também ser qualquer imagem (seja
estátua ou pintura) de representação religiosa, e não pode ser confundida com o ídolo
(que é adorado).
A iconoclastia foi um movimento político-religioso contra a veneração de ícones e
imagens religiosas no Império Bizantino que começou no início do século VIII e
perdurou até ao século IX.
Os iconoclastas acreditavam que as imagens seriam ídolos, e o culto dessas imagens
seria, por consequência, idolatria.
Em oposição, surgiu um movimento iconófilo (iconofilia) que se estendeu por todo o
ocidente.
Em 730, o imperador Leão III proibiu a veneração de ícones. O resultado foi a
destruição de milhares de ícones pelos iconoclastas, bem como mosaicos, afrescos,
estátuas de santos, pinturas, ornamentos nos altares de igrejas, livros com gravuras e
inumeráveis obras de arte. O iconoclasma foi oficialmente reconhecido pelo Concílio de
Hieria de 754, apoiado pelo imperador Constantino V e os iconófilos severamente
combatidos, especialmente os monges.
Causas da iconoclastia:
1. Através da iconoclastia os imperadores bizantinos desejaram destruir um dos
principais obstáculos para a aproximação cristã com os judeus e muçulmanos,
que repudiavam os ícones, facilitando assim a subordinação dos povos do
império que professavam essas religiões.
2. Até o século VIII, a influência da Igreja no império cresceu substancialmente,
havendo um aumento significativo da quantidade de propriedades da mesma e
dos mosteiros. Por esta razão, os imperadores iconoclastas desejaram desviar
recursos humanos e dinheiro da Igreja para o Estado. Uma vez que a influência
económica dos mosteiros provinha principalmente da confecção de imagens, foi
proibida a sua fabricação e veneração, assim como também muitas propriedades
e mosteiros foram confiscados.
Teodora foi uma imperatriz-consorte bizantina, esposa do imperador Teófilo, e regente
do seu filho Miguel III, a partir da morte de Teófilo, de 842 até 855. A ela se ficou a
dever o que ficou conhecido como "Triunfo da Ortodoxia" - a restauração da veneração
de imagens e o fim do iconoclasma.
No território que hoje corresponde mais ou menos à França e à Alemanha
desenvolveram-se duas dinastias que degeneraram dos francos: os merovíngios e os
carolíngios.
Tetramorfos: desde o séc. VI que se associam estas figuras aos evangelistas.
São Mateus: homem (Cristo enquanto homem).
São Marcos: leão (força de Cristo).
São Lucas: touro (sentimento de Cristo).
São João: águia (pensamento de Cristo).
Império Carolíngio
Unificação dos territórios da França, Alemanha ocidental e da Itália.
Renascimento Carolíngio
• Unificação da liturgia e do sistema monetário
• Reforma educativa
• Revitalização do monarquismo beneditino
• Nomeação de familiares e amigos para posições-chave no mundo eclesiástico
• Formalização do sistema feudal
Pioneiro nas campanhas militares contra pagão, lutou contra os mouros. Grande
interesse na arte romana.
Arquitetura carolíngia
• Inspirada na tradição romana e nas influências bizantinas, a arte carolíngia foi
humana, realista, figurativa e monumental
• As construções possuíam exteriores maciços, pesados e severos e interiores
ricamente decorados com pinturas murais, mosaicos e baixos-relevos
• Algumas igrejas apresentavam uma construção acoplada que abria em tribuna
para o interior e exteriormente, funcionava como um pórtico, ladeado por duas
torres.
Arte e islamismo
A arte islamista foi surgindo a medida que se realização conquistas territoriais,
apoderando-se de elementos culturais de cada um dos povos.
Alguns atores definem a arte muçulmana como uma síntese de elementos bizantinos,
cristianismos, etc.
O maios importante da arte muçulmana assentava na arquitetura e na decoração e
ignoravam a pintura e a escultura, pois era recomendado não apresentaram imagens nem
de homens nem de animais.
Arquitetura
Usam uma ampla variedade de arcos como o arco de ferradura. Predominam as
abobadas em cruzaria com um espaço livre no centro.
Usa a geometria a base de estrelas e polígonos, a epigráfica com inscrições caligráficas
e temas de plantas.
A baixa idade média
Mundo romano
• Alfebatizado, com escolas e bibliotecas em todas as cidades
• Forte dinamismo devido aos filósofos, academias e professoras
• Cultura circulava entre o Ocidente e o Oriente
No século V-VIII existiram invasões bárbaras, não havia poder central então as escolas
e bibliotecas fecharam e existia analfabetismo e cultura popular baseada na tradição
oral. Isto levou a uma depressão cultural.
Clero
Os letrados na Idade Média pertenciam ao clero devido às suas funções: ler a Biblia, os
escritos dos doutores da Igreja, onde a doutrina e a liturgia eram definidos.
O renascimento carolíngio
Aparecimento de novos centros culturais em abadias e mosteiros. Existência de escolas
monásticas e de scriptoria em todos os mosteiros e na maior parte das igrejas.
Ensino do trivium (lógica, gramática e retórica) e do quadrivium (aritmética, música,
geometria e a astronomia).
Os monges transformaram-se nos intermediários entre o pensamento clássico e o
pensamento cristão, mantendo viva uma tradição que chegou ao Renascimento.
Scritpria
Monges especializados:
Escreviam os documentos e registos do mosteiro e copiavam os livros religiosos e os
grandes clássicos
Existiu assim um desenvolvimento de caligrafias e alfabetos diferenciados.
Cruzadas
Ao todo, contabilizam-se nove cruzadas.
As mais importantes foram:
- A Cruzada Popular ou dos Mendigos, em 1095.
- A Primeira Cruzada ou dos Nobres, entre 1096 e 1099 (a primeira cruzada
oficial, instigada pelo papa Urbano II).
- A Terceira Cruzada ou dos Reis, entre 1189 e 1192, em que se enfrentaram
Ricardo Coração de Leão e Saladino.
Durante o Concílio de Placência de 1095, ao receber um apelo de ajuda do imperador
bizantino Aleixo I para a luta contra os turcos, o papa Urbano II viu uma hipótese para
acabar com o Grande Cisma do Oriente e reunir a Igreja cristã sob o mesmo domínio
papal, pelo que exortou a audiência a tirar o controlo de Jerusalém das mãos dos turcos,
prometendo que quem morresse na Terra Santa ou a caminho dela, ganharia o seu lugar
no Paraíso - isto é, a indulgência plena.
Europeus de todas as camadas sociais coseram uma cruz vermelha nas roupas, o que
lhes deu o seu nome de cruzados.
Depois de vários anos em que fora vítima de secas, fome e pestes, parte do povo da
cruzada teria visto a expedição como uma fuga a este sofrimento.
O milenarismo, a ideia da iminência do fim do mundo popularizada no final do século
X e início do século XI, estava generalizada e era urgente a redenção para salvação da
alma.
Ordens religiosas presentes nas Cruzadas:
- Templários
- Hospitalários
- Teutónicos
O Românico
Nome do estilo aristico vigente na Europa.
Estilo muitas vezes desprezado, escondido por reformas ou mesmo destruído.
Associado a igrejas católicas e construídas após a expansão do Cristianismo pela
Europa.
Primeiro estilo após a queda do Império Romano a apresentar características comuns em
diferentes regiões.
Antes a arte tinha-se fragmentado em vários estilos, sendo este o primeiro a trazer uma
unidade nesse panorama.
Arquitetura
Estrutura semelhante às construções dos antigos romanos, sofreu Influências da
Antiguidade pagã, do Oriente e dos povos Bárbaros.
Características
• Abóbadas em substituição do telhado das basílicas
• Pilares maciços que sustentam e paredes espessas
• Aberturas raras e estreitas usadas como janelas
• Arcos de volta perfeita, inteira ou romano
• Tamanho das igrejas, que são grandes e sólidas – pelo facto de não serem fruto
do gosto refinado da nobreza nem de ideias desenvolvidas nos centros urbanos,
mas sim de um estilo clerical
• As igrejas são ricamente decoradas no seu exterior
Igrejas de peregrinação
• Construções características deste período
• Localizados nos caminhos que levava os peregrinos aos locais sagrados
• Serviam de apoio e pouso para os peregrinos e tinham no seu interior muitas
relíquias
Ordem de Cluny como grande influência da arquitetura monástica:
• Mais tendência para a ostentação
• Pequenas igrejas de mosteiros do Norte de Portugal
• Uso de uma única nave com acentuado carácter defensivo
Ordem de Cister
• Edifícios filiados na casa mãe que enviava um abade e doze monges para cada
fundação
• Adaptação à liturgia romana mais simples, mas ao mesmo tempo, mais encenada
• Esculturas concentradas nas portas, símbolo das portas do céu, e nas janelas, por
onde entra a luz divina, muitas vezes embelezadas por frescos nos seus panos
O vigoroso ressurgimento da vida urbana, desde os começos do século XI, prosseguia a
um ritmo acelerado e a importância das cidades não se fez sentir apenas no campo
económico ou político, mas também noutras esferas: os bispos e o clero urbano ganham
influência; as escolas catedrais e as universidades ocuparam o lugar dos mosteiros como
centros do saber, enquanto os esforços artísticos da época culminavam nas grandes
catedrais.
O surgimento do estilo gótico
A burguesia estava empenhada em demonstrar o seu poder financeiro, rivalizando com
as elites das cidades vizinhas. Esta vontade coincidiu com o surgimento de um novo
estilo artístico, o gótico.
Uma combinação engenhosa de elementos arquitetónicos permitiu então elevar as
construções góticas a alturas até então desconhecidas. As torres dos palácios comunais
e, sobretudo, das igrejas podiam assim ser vistas de muito longe, anunciando a
importância do burgo e das suas gentes.
A arte gótica teve na catedral a sua melhor expressão.
O que imediatamente distingue as catedrais góticas é a sua elevação e verticalidade.
O exterior é imponente e profusamente decorado. O interior é amplo, elevado e
luminoso, de formas arquitetónicas graciosas e leves, quase sem peso, se as
compararmos com a solidez maciça dos interiores românicos.
Grandes janelas, adornadas de magníficos vitrais, dão ao interior uma luminosidade
coada, que simultaneamente deslumbra e convida à meditação.
Os elementos construtivos
Arco quebrado – Vem substituir o arco de volta perfeita, semicircular, utilizada na arte
românica.
Arcobotantes – Vão reforçar no exterior os pontos de pressão. O arcobotante compõe-se
de duas partes: uma massa sólida, espécie de contraforte e um ou mais arcos que,
partindo o estribo, vêm apoiar as paredes da nave central.
A escultura gótica
Naturalismo idealizado – Apresentam rostos serenos e vestes detalhadas, revelando uma
qualidade no tratamento desses elementos que o Ocidente não conhecia desde o declínio
da arte romana.
Existência de gárgulas – Esculturas de diabos, monstros ou animais que adornam o
exterior de catedral.
A pintura gótica – os vitrais
No domínio da pintura e artes afins sobressai o vitral, constituído por vidros coloridos
unidos por pedaços de chumbo.
A luz era considerada uma manifestação divina, razão pela qual as representações
projetadas no interior dos edifícios através dos vitrais produziam uma forte impressão
mística, uma vez que a luz entrava coada pelos vidros coloridos.
As tonalidades utilizadas nos vitrais eram essencialmente o vermelho e o azul.
A pintura dos retábulos marcou a última etapa do gótico, A escola flamenga destacou-se
neste tipo de pintura, pela expressividade do seu modo de pintar a óleo, pela minucia da
representação e pela expressão mística das figuras.
O renascimento
A Peste Negra foi uma pandemia que atingiu a Europa, a China, o Oriente Médio e
outras regiões do Mundo, matando um terço da população da Europa e proporções
provavelmente semelhantes nas outras regiões.
As cidades e os campos ficaram despovoados, famílias inteiras extinguiram-se, casas e
propriedades rurais ficaram vazias e abandonadas, sem herdeiros legais; a produção
agrícola e industrial reduziu-se enormemente.
Os Flagelantes desfilavam em procissões nas cidades, durante 33 dias, durante os quais
se flagelavam com cordas ou cintos de extremidades cortantes.
Durante a peste negra, tais práticas contribuíram para exacerbar a população e
pressioná-la a perseguir os judeus que eram acusados de ser a causa das epidemias ao
ter envenenado os poços.
Estas representações foram produzidas sob o impacto da Peste Negra, que avivou nas
pessoas a noção do quão frágeis e efémeras eram as suas vidas e quão vãs eram as
glórias da vida terrena.
O tema consiste na representação personificada da Morte, conduzindo uma fileira de
indivíduos de todos os estratos sociais a dançar em direcção aos próprios túmulos.
Tipicamente nela estão representadas as figuras de um Imperador, um Rei, um Papa, um
monge, um jovem e uma bela mulher, todos sob a forma esqueletal.
O Trecento
Também chamado de Pré-Renascimento por alguns historiadores da arte, o Trecento é a
fase inicial do Renascimento Italiano. Tem este nome, pois desenvolveu-se,
principalmente, durante os anos do século XIV.
Principais características do Trecento:
- Rompimento com os modelos estéticos, artísticos e culturais do período medieval.
- Influência do estilo gótico italiano.
- Prevalência de temas religiosos cristãos, ainda influenciados pela religião católica.
- Uso constante nas pinturas de fundo decorativo (principalmente de afrescos de igrejas
e capelas) da cor azul e das folhas de ouro para representar o caráter de Deus.
Antropocentrismo – O Homem passou a estar no centro do Universo e das preocupações
humanas. Tudo é feito para o bem-estar do Homem.
Individualismo – O Homem tem capacidade para escolher e decidir por si próprio, para
pensar por si próprio e passa a valorizar-se.
Classicismo e humanismo – Gosto pela cultura clássica.
Naturalismo – Interesse pelo estudo da Natureza física e humana em todos os seus
aspetos.
Espírito crítico – O Homem passa a pensar por si próprio, a questionar a sociedade e o
mundo que o rodeia, em vez de o aceitar como um dado adquirido. Até o saber
tradicional passa a ser questionado.
Experiencialismo e curiosidade científica – Necessidade de comprovar pela observação
e pela experiência qualquer facto antes de o aceitar como válido.
A imprensa tornou-se um importantíssimo meio de difusão de novas ideias, progressos e
formas de pensamento.
Características da pintura do Quattrocento
• Nova conceção do espaço
• Representação do espaço com as deformações próprias do olhar e da perspetiva
• Introdução da pintura a óleo, tempo de secagem mais lento
• Divulgação do uso do papel
Temas religioso, mitologia clássica, retratos.
Características
Realismo/naturalismo – grande semelhança com o real, perfeito conhecimento do corpo
humano
Dinamismo – sensação de movimento
Expressividade – captação de sentimentos/emoções
O Manuelino
Embora seja visto arquitetonicamente como uma variante do Gótico, apresenta
originalidades, em particular nos motivos decorativos.
• Elementos relacionados com as atividades marítimas, como, amarras, boias de
rede.
• Elementos de carácter vegetalista e naturalista.
• Símbolos reais e nacionais como a esfera armilar.
O Barroco
A Idade Moderna – Período marcado por 4 situações-chave:
Contra-reforma e Inquisição
Guerra dos Trinta Anos
Absolutismo
Desenvolvimento das práticas capitalistas/Mercantilismo
3 elementos-chave:
• A Corte – exemplo máximo Luís XIV.
• A Igreja– marcada pela luta entre a Reforma e a Contra-Reforma e pela
megaprodução de imaginaria religiosa.
• A Academia– proliferação dos saberes, com mecenato régio. Revolução
científica racionalista
Causas da crise da igreja no século XVI
1. A veracidade de alguns dos ensinamentos da Igreja é posta em causa
2. A corrupção e a imoralidade dos membros do alto clero eran frequentes.
A ruptura com a igreja: a reforma protestante
Indignado com a atitude da Igreja, Lutero denunciou públicamente a venda das
indulgencias através de uma proclamação, as 95 Teses Contra as Indulgências.
As igrejas protestantes
Luteranismo – criado por Lutero, os seus principios podem resumir-se:
• A Biblia é a única fonte de fé e deve ser interpretada libremente por todos
• Recusa da autoridade do Papa
A arquitectura barroca
• Reflexo do Concílio de Trento: dignitas, decorum, veritas.
• Verificou-se um enorme número de igrejas construídas/reconstruídas, não
apenas na Europa como também nas colónias – a mensagem deveria ser
universal.
• A fim de afirmar o seu poder, papas, reis e princípes também investiram na
arquitectura civil, na qual trabalharam os mais conceituados artistas daquele
tempo.
• Foi tanto um gosto como um estilo, que juntou influências da Antiguidade e do
Renascimento com uma nova linguagem decorativa: mais fantasista, mais
imaginativa, mais cénica.
• A arquitectura conjuga-se neste contexto com a pintura, a escultura, a
jardinagem e os jogos de água, criando efeitos ilusórios.
• A linguagem classisista liberta-se da espacialidade, dando lugar a uma
linguagem mais fluída, em que a curva toma lugar principal.
Características arquitectónicas:
- Planta centralizada, de cruz grega.
- Grande diversidade de formas (curvas, elípticas e ovais).
- Paredes ondulantes, côncavas e convexas. Como cobertura temos a cúpula e as
abóbadas sustentadas por contrafortes decorados.
- Decoração interior profusa, com pintura a fresco, mármores policromos, talha
dourada, pintura e escultura.
Pintura
Principais características
• Efeito claro/escuro, sendo certas zonas do quadro especialmente iluminadas
• Linhas curvas e diagonais, que sugerem movimento
• Dramatismo e teatralidade
A escultura barroca
É provável que tenha sido a arte mais aplicada e mais difundida do Barroco. No âmbito
do conceito de obra de arte total (aliada à arquitetura, à talha e à pintura) isto explica-se
devido às suas capacidades plásticas e expressivas, e por se adaptar tanto a interiores
como a exteriores.
Há um rigor na execução, herdado dos escultores renascentistas e maneiristas. Primam
pelo realismo e pelo naturalismo formal e pela criação de composições livres e abertas.
Características principais
- Acentuação dos gestos, das expressões faciais e corporais, visando um
maior dramatismo.
- Preferência por representações de cenas ou posições em movimento, de instável
equilíbrio, e para formas serpentinadas de sentido ascendente.
- Utilização de panejamentos volumosos e agitados, contraste de texturas e de
jogos de luz-sombra.
- Composições livres masorganizadas segundo esquemas complexos, “congelando
a ação”, como numa fotografia.
- Sentido cénico é sugerido pela teatralidade nos movimentos e nos gestos.
O barroco em Portugal
Não começou no início do séc. XVII, como nos restantes países europeus. A situação
política – regime filipino -, mais a grave situação económica e crise de identidade social
originaram a que tal sucedesse apenas a partir reinado de D. Pedro II, no último quartel
do século XVII.
Caracteriza-se por uma “mistura” original, não podendo ser assim comparada ao
barroco da restante Europa. Tem formas e composições próprias, marcadas por uma
exemplar devoção e sentido religioso da existência.
Essencialmente, identifica-se por quatro elementos decorativos, a saber:
• Talha dourada
• Pintura
• Escultura
• Azulejo
Talha Dourada
Trabalho escultórico em madeira, coberto a ouro, normalmente aplicado em altares,
retábulos, paredes e tectos, e que no Barroco adquire todo o esplendor.
Em Portugal apresenta-se em dois estilos, a saber:
Estilo Nacional – inspirado formalmente nas arquitecturas românica e gótica, é
decorado com motivos de inspiração “manuelina”: folhas de acanto, parras, putti e aves.
Estilo Joanino – adquire um efeito mais magnânimo, de inspiração “estrangeira”: para
além de manter os elementos do anterior estilo, junta-lhe grinaldas, maior esplendor
escultórico e formas arquitectónicas (cobrindo, por vezes, grande parte do edificio).

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