Sebenta Bioqumica Geral ESESJC 2009 2010
Sebenta Bioqumica Geral ESESJC 2009 2010
Sebenta Bioqumica Geral ESESJC 2009 2010
GERAL
2009/2010
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BIOQUÍMICA GERAL
ÂMBITO / OBJECTIVOS
A Bioquímica é o estudo das reacções químicas que ocorrem nos organismos vivos,
nomeadamente as reacções de degradação das substâncias alimentares, que lhes fornecem a
energia necessária sendo estas reacções de transformação ou de biossíntese conducentes à
formação de compostos necessários à célula. Nos últimos anos, a Bioquímica conheceu um
progresso extraordinário tal que as principais descobertas tiveram repercussões que
ultrapassaram largamente a esfera de interesse dos especialistas. A Formação básica em
Bioquímica, perspectivada no sentido do estudo dos fenómenos moleculares subjacentes à
estrutura e função dos sistemas biológicos, com especial incidência nos processos
biomoleculares. Actualmente, na maior parte dos domínios da biologia, existe a preocupação em
compreender os mecanismos da vida a nível molecular.
Sendo esta cadeira do 1º ano, não se poderia pretender ministrar uma formação
específica, pois esta estaria criticamente limitada pele ausência de conhecimentos básicos
essenciais estruturadores de qualquer perspectiva aplicada. Neste sentido, e de uma forma
genérica poder-se-á considerar que o presente curso de Bioquímica consiste numa cadeira
semestral de Bioquímica Geral.
MODELO DE FORMAÇÃO
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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1- INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA
1.1 - Contexto geral
1.1.1 - Os objectivos da Bioquímica
1.1.2 - A Bioquímica como uma ciência intrinsecamente interdisciplinar
3 - QUÍMICA ORGÂNICA
- Principais funções químicas: nomenclatura e fórmulas de estrutura
6– ENZIMOLOGIA
6.1 - Introdução
- Origem histórica do conceito de "enzima"
- Enzima como biocatalisador
- Características químicas dos enzimas
- Características cinéticas das reacções enzimáticas
7 - BIOENERGÉTICA
7.1 - Noções gerais
- Moléculas de elevado potencial químico
- Transferências energéticas em sistemas bioquímicos
- Carga energética e potencial redox celular
- Papel do metabolismo intermediário
7.2 - Fosforilacão oxidativa
- Reacções redox e conceito de "Potencial de oxi-redução"
- Cadeia respiratória: dadores e receptores primários de electrões, fluxo electrónico,
gradiente de protões e força protomotriz
- Controlo respiratório
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8 - METABOLISMO PROTEICO
8.1 - Informação genética e informação proteica
8.1.1 - Processamento da informação
- Transcrição
- Modificações pós-transcricional
- Tradução e síntese proteica
- Modificações pós-síntese
8.2 - Metabolismo dos aminoácidos
8.3.1 - Síntese de aminoácidos e essencialidades nutricionais
8.3.2 - Catabolismo dos aminoácidos
- Transaminação
- Desaminação oxidativa
- Descarboxilação
- Vias de ligação com o metabolismo intermediário
8.3.3 - Ciclo da ureia
9 - METABOLISMO GLUCÍDICO
9.1 - Gluconeogénese
- Definição e importância
- Obstáculos a uma gluconeogénese directa
- Custo energético
9.2 - Os glúcidos no organismo
- A glucose no fígado
- A glucose na célula muscular
- Os orgãos glucodependentes
10 - METABOLISMO LIPÍDICO
10.1 - Anabolismo e catabolismo dos triglicéridos
10.2 - Os lípidos no organismo
- Lípidos nas células
- Lípidos no plasma
- Lípidos no tecido adiposo
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BIOQUÍMICA EM ENFERMAGEM
A ligação entre Bioquímica e a enfermagem é estreita, ocorre quando certas doenças são
causadas por falta das biomoléculas seguintes:
LÍPIDOS – asterosclerose
PROTEÍNAS – anemia
A Bioquímica pode ser definida como a base química da vida, a célula é a unidade estrutural dos
sistemas vivos, também pode ser descrita como uma ciência preocupada com os constituintes
químicos das células vivas e com as reacções e processos que lá ocorrem. O maior objectivo da
Bioquímica é a compreensão total a nível molecular de todos os processos químicos associados
à vida na célula. A Bioquímica acompanha e utiliza outras áreas como a biologia celular,
biologia molecular e genética molecular.
- Genética;
- Fisiologia;
- Imunologia;
- Farmácia (farmacologia);
- Zoologia;
- Botânica.
As duas grandes preocupações dos profissionais que trabalham no campo da medicina são:
Existe uma relação estrita entre a Enfermagem e a Bioquímica, por exemplo, o conhecimento da
estrutura das proteínas foi necessário para a diferenciação entre a hemoglobina saudável de uma
doente.
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• 5. Desordens genéticas: Congénitas, moleculares.
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A CÉLULA
1. Formam os poros da membrana (existe espaço entre as substâncias que foram as proteínas).
2. Algumas das proteínas das membranas celulares são enzimas que catalisam diversas
actividades que decorrem numa íntima associação com a membrana (transporte de substâncias e
formação do “mensageiro química, adenosina monofosfato cíclico, que regula várias reacções
celulares.
2H2O2 2H2O + O2
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MITROCÔNDRIAS - Catalisam a síntese de ATP (fosforilação oxidativa) durante a respiração
celular (Ciclo de Krebbs).
NÚCLEO
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ISOMERIA
ASSIMETRIA MOLECULAR
(a) Quando um átomo de carbono tem 4 substituintes diferentes (A, B,X, Y), eles podem ser
rearranjados em duas maneiras que representam imagens de espelho de si próprios
(enantiómeros). Este carbono assimétrico é chamado átomo quiral ou centro quiral.
(b) Quando um carbono tem somente três grupos diferentes, somente uma configuração é
possível e a molécula é simétrica, ou aquiral.
Isómeros constitucionais são isómeros que diferem devido à diferente ligação dos seus átomos.
Por exemplo:
Esteroisómeros não são isómeros constitucionais. Os seus átomos estão ligados da mesma
forma, mas diferem na sua disposição:
Estes compostos são isómeros porque não podem ser facilmente convertidos um no outro, por
causa da grande barreira energética da rotação em torno da ligação dupla. Os esteroisómeros
podem ser subdivididos em duas categorias: enantiómeros e diasteroisómeros.
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Os enantiómeros são isómeros cujas moléculas são reflexões não sobreponíveis uma na outra:
Se todos os átomos tetraédricos numa molécula têm dois substituintes iguais a molécula será
aquiral (ex: o 2-propanol)
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Isomeria Plana de Posição
Os Isómeros pertencem à mesma função e têm o mesmo tipo de cadeia, mas apresentam
diferença na posição de um grupo funcional, de uma ramificação ou insaturação.
Isomeria de Compensação
Os isómeros pertencem à mesma função e apresentam o mesmo tipo de cadeia, mas existe a
diferença na posição de um heteroátomo.
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ENZIMAS
- Não dialisáveis;
BIOENERGÉTICA
∆ET = 0
∆H = HB - HA
∆G = - RTlnKeq
Reacção da glicólise
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T = 25ºC pH = 7 R = 8,31 Keq =17
Entropia (S)
Qualquer universo termodinâmico, qualquer sistema mais as suas vizinhanças, tende para um
estado de entropia máxima.
∆G = ∆H - T∆S
Um acontecimento é reversível de ∆G = 0.
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GENÉTICA
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PROTEÍNAS
O termo proteína tem origem num vocábulo grego que significa da primeira importância ou que
ocupa o primeiro lugar. As proteínas são constituintes extremamente importantes das células
vivas, tanto do ponto de vista quantitativo (representam em geral mais de metade do peso seco
das células), como no ponto de vista qualitativo, além das proteínas ditas estruturais, encontram-
se proteínas cujo papel biológico é capital, particularmente os enzimas, catalisadores biológicos
indispensáveis ao processamento das reacções nas células de todos os organismos vivos.Todas
as proteínas contêm os quatro elementos: C, O, H e N; muitas contêm ainda enxofre e algumas,
fósforo. O teor de azoto das proteínas é na ordem dos 16% (em massa). As proteínas são
moléculas grandes, macromoléculas, formadas pela condensação de um número elevado de
unidades (cerca de 50 a vários milhares) grandes camadas de aminoácidos:
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AMINOÁCIDOS
Comportam uma função ácida e uma função amina primária. No mundo vivo, distinguem-se
duas categorias.A primeira compreende vinte α-aminoácidos constitutivos de todas as proteínas;
as funções amina e carboxilo encontram-se ligadas ao mesmo átomo de carbono designado por
α. A segunda abrange todos os outros aminoácidos, os que se encontram em estado livre e que
desempenham muitas vezes funções metabólicas importantes e os que se encontram nalguns
pequenos péptidos (menos de vinte aminoácidos) produzidos exclusivamente por
microorganismos ou por plantas.
Estrutura química, nome e abreviatura dos diferentes aminoácidos com grupos R apolares.
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Estrutura química, nome e abreviatura dos diferentes aminoácidos com grupos R polares sem carga.
Estrutura química, nome e abreviatura dos diferentes aminoácidos com grupos R com carga.
Propriedades Gerais
Os grupos amino e carboxilos tendem a ionizar-se. Assim, como o pK1 (pK para o grupo
carboxilo) roda o valor 2,2 e o pK2 (pK para o grupo amino) ronda o valor 9,4, isto vai implicar
que no pH fisiológico o grupo amino esteja protonado e o grupo carboxilo esteja na sua forma
ionizada COO-. Conclui-se assim que um aminoácido pode comportar-se tanto como ácido
como base.
Moléculas como estas, que possuem grupos com cargas de sinal oposto são chamadas
de zwitteriões ou iões dipolares.
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Os aminoácidos, tal como outros compostos iónicos, são mais solúveis em solventes
polares do que em solventes apolares. Estas propriedades iónicas dos aminoácidos vão
influenciar as propriedades químicas e físicas de um aminoácido livre e dos aminoácidos em
complexos proteicos.
Ligações peptídicas
Os aminoácidos podem ser polimerizados para formar cadeias; este processo pode ser
representado como uma reacção de condensação (em que há a eliminação de uma molécula de
água). A resultante ligação CO-NH é a chamada ligação peptídica.
Polímeros compostos por dois, três, poucos ou vários aminoácidos são chamados dipeptídeos,
tripeptídeos, oligopeptídeos e polipeptídeos, respectivamente. Depois de estarem incluídos num
peptídeo, os aminoácidos individuais são designados por resíduos aminoácidos.
Polipeptídeos são polímeros lineares, em que cada resíduo aminoácido participa em
duas ligações peptídicas; os resíduos das duas pontas do polipeptídeo apenas participam numa
ligação peptídica. O resíduo que tem o grupo amino livre (por convenção, a ponta esquerda do
aminoácido) é chamado N-terminal, assim como o resíduo com um grupo carboxilo livre (à
direita) é designado por C-terminal.Proteínas vão ser moléculas que contêm uma ou mais
cadeias polipeptídicas.
Propriedades ácido-base
Os α-aminoácidos possuem dois ou três grupos ácido-base. Nos valores baixos de pH, ambos os
grupos estão totalmente protonados, predominando assim a forma catiónica. Ao longo de uma
titulação com uma base forte, estes vão perder dois ou três protões, formando uma curva
característica de um ácido diprótico ou triprótico. Os valores de pH dos vários grupos podem ser
calculados pela equação de Henderson-Hasselbalch:
pH = pK + log [A-]/[HA]
O pH a que a molécula adquirir carga electrónica neutra é conhecido com ponto isoeléctrico
(pI):
pI = ½ (pKi + pKj)
Os valores de pK1 dos aminoácidos são muito menores do que o valor de pK de um simples
ácido carboxílico. A grande diferença é causada pela influência electrostática do grupo
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carregado de amónia. O grupo NH3+ estabiliza mais electrostaticamente o grupo COO- do que o
grupo COOH. Igualmente o grupo NH3+ possui um pK mais baixo do que uma amina normal,
devido à tendência electrónica negativa do grupo carboxilo. Assim, ambas as características
electrónicas e electrostáticas influenciam o pK do grupo NH3+.
Estereoquímica
Todos os aminoácidos que derivam de proteínas (resíduos) têm uma configuração
estereoquímica L. Uma molécula com n centros quirais possui 2n diferentes possíveis
estereoisómeros. Todos os aminoácidos L nas proteínas são S aminoácidos excepto a cisteína.
Estrutura primária
As proteínas são o centro da acção dos processos biológicos. Quase todos os processos do
metabolismo celular são catalisados por proteínas; as proteínas também regulam as condições
extra e intracelulares, assim como são parte essencial da estrutura celular; enfim, uma lista de
todas as funções proteicas teria milhares e milhares de alíneas.
Um dos passos para decifrar a função de uma proteína é compreender a sua estrutura: tal
como as outras biomoléculas, as proteínas são polímeros de pequenas unidades, só que não
possuem uma estrutura regular, em parte devido aos 20 aminoácidos seus constituintes não
possuírem todas as mesmas propriedades físicas e químicas.
Diversidade polipeptídica
Como os outros polímeros, as proteínas podem descrever-se em termos de níveis de
organização, neste caso em estrutura primária, secundária, terciária e quaternária.
A estrutura primária é a sequência de aminoácidos da sua cadeia ou cadeias
polipeptídicas, onde cada resíduo está ligado ao outro por uma ligação peptídica.
Com os 20 diferentes aminoácidos é possível obter um número astronómico de
diferentes proteínas: para uma proteína de n resíduos, há 20n possibilidades de os sequenciar.
Em geral, uma proteína contém pelo menos 40 resíduos, levando a que polipeptídeos
mais pequenos que isso sejam apenas chamados de peptídeos; embora haja maiores, a maior
parte dos polipeptídeos contêm entre 100 e 1000 resíduos.
As proteínas vão depender mais da sua sequência de resíduos do que dos seus resíduos
constituintes; podem também formar complexos com iões metálicos, como o Zn2+ e o Ca2+;
podem ligar-se por ligações covalentes ou não covalentes a outras pequenas moléculas
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orgânicas e podem ser modificadas pela ligação covalente de grupos como fosfatos e hidratos de
carbono.
Estrutura tridimensional
Como vimos, a estrutura primária de uma proteína é a sua sequência linear de aminoácidos.
No entanto, no estudo da estrutura de proteínas, mais três níveis de complexidade estrutural são
invocados:
Estrutura secundária: é o arranjo espacial dos átomos de um polipeptídeo, sem ter em conta
conformações ou cadeias laterais;
Estrutura terciária: refere-se à estrutura tridimensional de um polipeptídeo completo;
Estrutura quaternária: como a maior parte das proteínas são compostas por duas ou mais
cadeias polipeptídicas, então a sua estrutura quaternária será o arranjo espacial das várias
cadeias.
Estrutura secundária
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Estruturas secundárias regulares
A hélice α
A hélice α é a única hélice polipeptídica que possui uma ligação de hidrogénio favorável.
A hélice α roda na direcção na qual os dedos da mão direita dobram. As ligações de
hidrogénio vão dar-se entro o oxigénio do grupo C=O e o hidrogénio do grupo N-H entre os
resíduos n e (n+4).
Folha β
Neste caso, a ligação de hidrogénio vai ocorrer entre polipéptideos vizinhos, formando duas
variantes:
- A folha β antiparalela: em que as duas cadeias polipeptídicas se encontram em
direcções/posições opostas;
- A folha β paralela (menos estável, talvez devido à distorção das ligações por ponte de
hidrogénio): em que as duas cadeiaspolipeptídicas estão em posição/direcção igual, ou seja,
“paralelas”.Também possui rotação dada segundo a regra da mão direita.
Proteínas fibrosas
Historicamente, as proteínas são classificadas como sendo fibrosas ou globulares.
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A α-queratina é rica em resíduos de cisteína, logo, forma ligações de dissulfureto. Estas
ligações podem ser partidas (por meio de um “mercaptan”) e o “rolo” ser assim “esticado”,
assumido uma conformação do género da -queratina.
Voltas e loops
Segmentos de estruturas secundárias regulares, como hélices α ou folhas são tipicamente
unidos por cadeias polipeptídicas que abruptamente mudam de direcção. Estas “voltas
repentinas” quase sempre ocorrem na superfície da proteína. Podem ser de dois tipos, ambos
estabilizados por uma ponte de hidrogénio. Quase todas as proteínas com mais de 60 resíduos
têm uma ou mais loops; estes loops são entidades globulares compactos, pois as suas cadeias
laterais tendem a ser preservadas nas suas cavidades internas.
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Estrutura terciária
A estrutura terciária das proteínas descreve o envolvimento das suas estruturas secundárias e
especifica a posição de cada átomo na proteína.
Estrutura proteica
A estrutura proteica pode ser determinada por cristalografia de raios X. Nem todas as proteínas
formam cristais, mas as que formam podem adquirir várias formas, formas essas que possuem
40% a 60% de água no seu volume total.
Na cristalografia de raios X, uma resolução de poucos Å não é suficiente para revelar a
posição de átomos individuais, mas chega para observar a cadeia polipeptídica principal, logo,
as cadeias laterais são deduzidas, obtendo-se assim o conhecimento da estrutura primária. Para
determinar a estrutura de proteínas que não cristalizam, usam-se técnicas de ressonância
magnética nuclear (NMR).
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- Os resíduos polares sem carga estão normalmente à superfície da proteína, mas
também aparecem no seu interior, pois são eles que normalmente fazem as pontes de
hidrogénio com os outros grupos.
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domínios vizinhos estão apenas ligados por um ou dois segmentos polipeptídicos. Assim,
muitos domínios são unidades estruturalmente independentes, que têm características de
pequenas proteínas globulares.
Família proteica
Os milhares de estruturas proteicas conhecidas, revêm ainda um maior número de domínios
existentes. Estes podem se agrupados em famílias, tendo em conta o caminho seguido pelas suas
cadeias polipeptídicas, sem ter em conta a sua sequência de aminoácidos. Comparando as
estruturas dos vários domínios, chega-se à conclusão da existência de apenas algumas centenas
de domínios. Surpreendentemente, poucas dúzias delas perfazem praticamente metade das
estruturas proteicas conhecidas. Este facto leva a pensar que as estruturas proteicas estão, de
algum modo, ligadas evolucionariamente.
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diedral, em que um eixo intersecta dois eixos de rotação: D2, Dn (n- 2n subunidades). Para além
destes dois tipos de simetria rotacional, há ainda a considerar a ocorrência de simetrias
rotacionais tetraédricas, octaédrica e icosaédricas.
O efeito hidrofóbico
O efeito hidrofóbico, que faz com que substâncias apolares minimizem o seu contacto com a
água, é o efeito mais determinante de uma estrutura proteica.
A agregação de cadeias laterais apolares no interior da proteína é favorecida pelo
aumento da entropia das moléculas de água que em caso contrário se organizariam
ordenadamente à volta dos grupos hidrofóbicos.
Interacções electrostáticas
No interior das proteínas, as forças de Van der Waals, embora fracas, são uma importante
influência estabilizadora, pois actuam apenas a pequenas distâncias e desaparecem quando a
proteína é “desenrolada”. Por incrível que pareça, as pontes de hidrogénio contribuem de uma
forma minoritária para a estabilidade da molécula, porque também à formação de pontes de
hidrogénio entre a proteína e a água.
A associação de dois grupos iónicos de cargas opostas é chamada de par iónico ou ponte
salina. Este caso ocorre na maior parte dos resíduos carregados e contribui também para a
estabilização de uma proteína, embora de forma minoritária, pois a energia livre de um ião não
compensa a perda de entropia e de energia livre aquando da formação de um par iónico.
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PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
Hemoglobina e Mioglobina
As proteínas desempenham papéis importantes no nosso organismo, tais como o transporte de
oxigénio pelas células sanguíneas e a fixação do mesmo nas células musculares.
A mioglobina e a hemoglobina pertencem a um grupo de proteínas muito especial, os
heteroprótidos. Estes são formados por um polipeptídeo ligado a um componente não proteico –
grupo prostético. Os cromoprótidos recebem este nome porque são pigmentos, ou seja,
moléculas coradas devido ao grupo não proteico. Deste subgrupo fazem parte por exemplo a
porfirina a mioglobina e a hemoglobina.
A mioglobina é uma proteína globular constituída por 153 aminoácidos, que contém um
grupo prostético – heme – no centro. Ela é o principal pigmento carregador de oxigénio dos
tecidos musculares, contudo não realizar o transporte de oxigénio pela corrente sanguínea, como
a hemoglobina o faz. É portanto uma proteína globular que surge largamente no tecido muscular
como transportador de oxigénio. É composta por uma única cadeira polipeptídica e um grupo
heme que se liga irreversivelmente a uma molécula de oxigénio. É apenas liberada em casos de
concentrações de oxigénio relativamente baixas, por exemplo aquando um exercício físico com
grande esforço ou seja quando a necessidade de oxigénio no músculo é superior ao fornecido
pelo sangue.
A mioglobina é assim uma reserva de emergência de oxigénio. É também uma das
proteínas responsáveis pela cor das carnes. O seu papel é muito eficazes aquando os mergulhos
prolongados dos grandes mamíferos tais como as baleias, cachalotes e focas, libertando grandes
quantidades de O2.
A hemoglobina é o transportador de oxigénio nas hemácias, sendo constituída por
quatro cadeiras polipeptídicas, duas α e duas . As quatro mantêm-se juntas por ligações não
covalentes. Cada uma contém um grupo heme e um só centro de ligação ao oxigénio. Segundo
Caria, “ o grupo Heme, responsável pelo nome da proteína, pode ligar-se ao Fe(II) designado-se
então ferrohemoglobina, ou ao Fe (III) designando-se ferrihemoglobina. Apenas a
ferrohemoglobina possui afinidade para o oxigénio”. A hemoglobina A, a principal dos adultos,
é constituída por duas cadeias alfa (α) e duas beta ( ). Uma outra hemoglobina nos adultos
(cerca de 2% da hemoglobina total) é a hemoglobina A2, na qual as cadeias são constituídas
por cadeias delta (δ). Sendo assim, a composição da hemoglobina A é α2 2 e da hemoblobina A2
é α2δ2.
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As propriedades alostéricas da hemoglobina surgem de interações entre as suas subunidades.
Tendo quatro gupos heme, tem a possibilidade de ligar-se a quatro moléculas de oxigénio. A
libertação da primeira moléculas de oxigénio não é fácil, mas uma vez libertada, facilita a
libertação das restantes três moléculas. A unidade funcional da hemoglobina é um tetrâmero que
consiste em dois tipos de cadeias polipeptídicas.
Coagulação do sangue
A coagulação é um mecanismo que permite o nosso organismo evitar perdas excessivas de
sangue e a consequente invasão de organismos pela abertura dos vasos sanguíneos e tem como
vantagem económica o facto de aumentar a concentração dos factores de coagulação em caso de
necessidade uma vez que estes se mantêm em concentrações baixas, para permitir a fluidez do
sangue. A fibrina então é sintetizada com mais velocidade. Relativamente à vantagem de
regulação, a cascata de coagulação actua como um sistema de homeostasia, impedindo o
estabelecimento de patologias graves como as tromboses. A fluidez com que o sangue circula
dentro dos vasos sanguíneos no organismo depende das propriedades físicas do endotélio
vascular (camada celular que reveste o interior dos vasos), da velocidade do fluxo sanguíneo, do
número de células sanguíneas e da presença de anticoagulantes naturais, como a heparina, por
exemplo. Fora do interior dos vasos sanguíneos, o sangue perde rapidamente a sua fluidez,
tornando-se inicialmente viscoso e adquirindo gradualmente uma consistência gelatinosa. De
maneira simplificada, admite-se que o mecanismo e coagulação do sangue consiste numa
extensa reacção em cadeia, na qual participam diversas substâncias sanguíneas e celulares que
agem uma sobre as outras, levando à formação de uma proteína especial, a fibrina, responsável
final pelo processo de coagulação.
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Alterações patológicas de coagulação
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ENZIMAS E CATÁLISE ENZIMÁTICA
Os enzimas são proteínas que agem como catalisadores biológicos. Esses catalisadores actuam
através da reacção com o substrato, de tal modo que se forma uma entidade complexa,
constituída pelo enzima ligado ao substrato. Esta entidade “complexo enzima-substrato” é
pouco estável e altera-se rapidamente, dando origem ao produto (ou produtos) da reacção,
libertando-se o enzima intacto.A ligação entre o enzima e o substrato ocorre numa região da
proteína designada centro activo. O complexo enzima-substrato reduz por instantes a energia
de activação da reacção, tornando mais fácil a sua ocorrência.
Os enzimas são catalisadores altamente específicos, ou seja, para cada substrato devem existir
poucas, ou apenas um enzima. Considera-se que a especificidade dos enzimas se deve à
configuração dos aminoácidos que constituem o centro activo. Graças a esta configuração, este
centro tem a capacidade de se ligar a determinada estrutura e não a outra, por vezes até muito
semelhante.A nomenclatura é feita a partir do nome do substrato sobre o qual o enzima actua,
seguido da terminação ase. Por exemplo: lactase, que catalisa a hidrólise da lactose; maltase,
que catalisa a hidrólise da maltose.
“Na ausência dos enzimas, as reacções bioquímicas seriam demasiado lentas para suportar
a vida.”
A lactose é o açúcar encontrado no leite, sendo constituído por uma molécula de glucose ligada
a uma molécula de galactose. A lactose é produzida pela glândula mamária e ocorre apenas no
leite.A deficiente produção de dissacaridases acarreta problemas digestivos importantes, dos
quais se pode salientar o caso da deficiência em lactase. Nas crianças esta deficiência não
permite a correcta digestão de um alimento fundamental, o leite, conduzindo a sintomas tais
como espasmos e diarreia. Nos adultos, este problema também acontece, limitando as
quantidades de leite que os indivíduos podem ingerir. Como alternativa a não ingerir alimentos
com lactose, o que pode conduzir a problemas de nutrição, existem medicamentos que contém
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lactase. Desta forma os indivíduos com esta deficiência passam a ser capazes de digerir
alimentos que contenham lactose.
Os enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios e divindem-se em seis
classes:
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3. Hidrolases: Catalisam reacções de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidases.
4. Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amónia
e gás carbónico. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos.
5. Isomerases: Catalisam reacções de interconversão entre isómeros ópticos ou geométricos. As
Epimerases são exemplos.
6. Ligases: Catalisam reacções de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas já
existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases.
Enzimas na medicina
Os enzimas podem ser utilizados nas Análises Clínicas de duas formas principais: Como
reagentes altamente específicos e sensíveis em reacções colorimétricas quantitativas. Como
indicadoros de lesão celular e tecidual. O extravasamento de enzimas do meio intra para o meio
extracelular leva a um aumento da actividade destes no sangue. Esta actividade pode ser medida
e fornece importante informação diagnóstica e de evolução de um quadro clínico. A distribuição
órgão-específica de alguns destes enzimas permite a localização da lesão com bastante precisão.
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Propriedades Gerais
A catálise enzimática difere de uma catálise química tradicional em vários aspectos importantes:
Grande aumento da velocidade de uma reacção (de 105 a 1017 vezes superior à velocidade da
mesma reacção não-catalisada);
Condições mais suaves de reacção, ou seja, as condições em que reacções catalisadas por
enzimas são médias: temperaturas abaixo dos 100ºC, pressão atmosférica e pH próximo do
fisiológico;
Especificidade muitíssimo elevada, que tem a ver com a natureza do substrato e dos produtos
finais da reacção; o enzima “reconhece” seu substrato e catalisa a sua reacção de tal forma que
raramente são formados produtos laterais (indesejados) da reacção;
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Especificidade do substrato
As forças não-covalentes pelas quais substratos e outras moléculas se ligam aos enzimas,
envolvem forças de Van der Waals, electrostáticas, pontes dehidrogénio e interacções
hidrofóbicas. Em geral, o local de ligação do substrato consiste num “buraco” na superfície da
enzima que tem complementaridade com a forma geométrica do substrato; este modelo tem
como base o modelo da “chave -fechadura” proposto por Emil Fisher em 1894 e já abandonado,
visto que a ligação enzima-substrato não se resume apenas à complementaridade geométrica
entre ambos. Como veremos mais adiante, esta complementaridade geométrica é uma condição
necessária mas não suficiente para uma catálise eficiente.
Cofactores e Coenzimas
Os grupos funcionais das proteínas podem facilmente participar em reacções ácido/base,
formando certos tipos de ligações covalentes e tomam parte nas interacções carga/carga. São
assim piores para catalisar reacções redox mas, apesar disso, os enzimas catalisam estas
reacções, graças à associação nestas de pequenas moléculas, cofactores, que agem como “dente
químico” do enzima.
Os cofactores são geralmente iões metálicos, Cu2+, Fe3+ ou Zn2+. A natureza essencial
destes compostos explica porque os organismos necessitam deles nas suas dietas (de outra
forma não os conseguiriam produzir e as catálises enzimáticas dentro dos próprios organismos
não seriam eficazes). Explica-se da mesma forma da mesma maneira a toxicidade do Hg2+ e do
Cd2+ que são do mesmo grupo da Tabela Periódica, substituindo o Zn2+ e o Cu2+ como
cofactores, inactivando os enzimas.
Os cofactores também podem ser moléculas orgânicas, sendo nesse caso denominados
como coenzimas e funcionam essencialmente como cosubstratos. Um exemplo de uma
molécula deste tipo é o NAD2+ (nicotinamida). Outros cofactores chamados gruposprostéticos
estão geralmente associados ao enzima por ligações covalentes. Um complexo enzima-cofactor
cataliticamente activo é chamado holoenzima;
Quando se remove o cofactor da holoenzima, resulta uma proteína cataliticamente
inactiva, denominada apoenzima.
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Coenzimas têm que ser regenerados
Os coenzimas são alterados quimicamente pela reacção enzimática em que participam. Assim,
para completar o ciclo catalítico, o coenzima tem de voltar ao seu estado inicial. Nos grupos
prostéticos a regeneração ocorre numa fase separada da sequência da reacção enzimática.
Mecanismos catalíticos
Os enzimas, tal como outros catalisadores, baixam a energia de activação duma determinada
reacção. O que os torna tão eficientes é o facto de terem uma enorme especificidade de ligação
ao substrato, combinada com o arranjo dos seus grupos catalíticos e com a combinação de
vários mecanismos catalíticos que serão agora descritos. Existem assim seis grupos de catálises
empregues pelos enzimas.
Catálise ácido-base
A catálise ácida é, geralmente, um processo no qual protões parciais se transferem de um ácido
e vão baixar a energia de transição de uma reacção.
Uma reacção pode também ser estimulada por catálise básica se a sua velocidade for
aumentada por remoção parcial de protões por uma base.
Algumas reacções podem ser simultaneamente sujeitas aos dois processos.
Muitas reacções bioquímicas são susceptíveis a catálise ácido-base; as cadeias laterais de alguns
resíduos proteicos possuem pK’s perto do pH fisiológico, que vai assim permitir que ajam como
catalisadores ácidos ou básicos. Assim, a habilidade dos enzimas em arranjarem vários grupos
catalíticos em volta do seu substrato, faz com que a catálise ácido-base seja um mecanismo de
catálise enzimática bastante comum. Logo, vem que a actividade catalítica destes enzimas é
sensível ao pH, já que o pH influencia o estado de protonação das cadeias laterais do centro
activo.
Catálise covalente
A catálise covalente acelera a reacção através da formação de uma ligação covalente
catalisador-substrato. Normalmente, esta ligação covalente é formada pela reacção de um grupo
nucleófilo catalisador com um electrófilo no substrato.
A catálise covalente pode ser decomposta em três partes:
1. A reacção nucleófila entre o catalisador e o substrato para formar uma ligação covalente;
2. A troca de electrões do centro da reacção com o agora electrofílico catalisador;
3. A eliminação do catalisador, uma reacção que é essencialmente a inversa de 1.
Um aspecto importante da catálise covalente é que quanto mais estável for a ligação covalente
formada, menos facilmente se decompõe a reacção nos seus passos finais. Assim, vem que uma
boa catálise covalente é aquela que combina o poder nucleófilo com a habilidade de reverter
formação dessa mesma ligação, tal como o fazem certos coenzimas.
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Catálise metal-iónica
Perto de um terço de todos os enzimas conhecidos necessitam da presença de iões metálicos
para a actividade catalítica. Este grupo de enzimas inclui os metaloenzimas que contêm como
cofactores iões metálicos (como o próprio nome indica). Os enzimas metal-activados, em
contraste, ligam metais iónicos de soluções, usualmente metais alcalinos ou alcalino-terrosos.
Os iões metálicos participam no processo catalítico de três formas principais:
1. Ligando-se aos substratos, de maneira a orientá-los adequadamente para a reacção;
2. Permitindo reacções redox, através de mudanças reversíveis nos seus estados de oxidação;
γ. Através de estabilização electrostática ou “blindando” cargas negativas.
Em muitas das reacções catalisadas por iões metálicos, estes vão funcionar tal qual um protão,
neutralizando uma carga negativa. No entanto, estes iões têm a vantagem de poderem existir em
mais altas concentrações a pH neutro e de possuírem cargas superiores a +1.
Catálise electrostática
A ligação de um substrato geralmente exclui a água do centro activo dum enzima. Assim, pode
dizer-se que o centro activo tem as características polares dum solvente orgânico, onde as
interacções electrostáticas são muito mais fortes que numa solução aquosa.
Depois de muito estudo, verificou-se que as distribuições de carga à volta do centro
activo de um enzima estão arranjadas de maneira a estabilizar os estados de transição das
reacções catalisadas. Por outro lado, em muitos enzimas as distribuições das cargas vão,
aparentemente, guiar substratos polares aos sítios da ligação, aumentando assim a velocidade da
reacção.
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que estes análogos tenham maior afinidade com o enzima do que a molécula que pretendemos
catalisar.
CINÉTICA ENZIMÁTICA
Progressão das curvas para uma reacção simples catalisada por um enzima. Com excepção da fase inicial da reacção,
os declives das curvas de [E] e [ES] são essencialmente zero enquanto [S] >> [E].
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Um enzima [E] combina-se com o substracto [S] para formar o complexo [ES], com uma
constante de velocidade K1. O complexo [ES] pode dissociar-se em [E] e [S], com uma
constante de velocidade K2, ou pode prosseguir para formar o produto [P], com uma constante
de dissociação K3.
A equação que explica as propriedades cinéticas das enzimas é a equação de Michaelis-
Menten :
De acordo com a equação, verifica-se que para concentrações muito baixas de [S], quando [S]
muito menor que Km, V= [S] Vmáx/Km; ou seja, a velocidade é directamente proporcional a [S].
Para concentrações muito elevadas de substrato, quando [S] é muito maior do que K m, V=Vmáx;
ou seja, a velocidade máxima é independente da concentração do substrato. Quando a
concentração de substrato [S] é igual ao valor de Km, a velocidade de reacção é metade da sua
velocidade máxima; isto é, V=½ Vmáx.
Os valores de Vmáx e Km podem ser determinados fazendo variar a concentração de [S] a partir
da linearização de Lineweaver-Burk, a qual transforma a equação de Michaelis-Menten num
gráfico em linha recta de 1/V em função de 1/[S] , o qual intersecta o eixo de 1/V no ponto
1/Vmáx com uma inclinação de Km/Vmáx.
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Influência da Temperatura na actividade enzimática
À medida que a temperatura aumenta, a actividade catalítica aumenta também, até atingir um
determinado valor - Temperatura Óptima. A partir desta temperatura, que corresponde ao
valor máximo de actividade enzimática, a actividade catalítica começa a diminuir, pois, a
temperaturas elevadas inicia-se a desnaturação térmica das proteínas.
Inibição enzimática
Os enzimas podem sofrer dois tipos de inibição:
- A inibição irreversível, na qual o inibidor se dissocia muito lentamente do “enzima-
alvo”,
- A inibição reversível, que é caracterizada por uma dissociação rápida do complexo
enzima-inibidor.
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Inibição não competitiva: o substrato e o inibidor podem ligar-se ao enzima em simultâneo.
Então, um inibidor não competitivo age pela diminuição do número de renovação, em
detrimento da diminuição da quantidade de complexos ES.
Inibição mista: um inibidor tanto afecta a ligação do substrato, quanto altera o número de
renovação.
(3)
40
Na qual [I] é a concentração do inibidor e KI é a constante de dissociação do complexo E-I ( KI
= [E] * [S] / [EI] ). Na inibição não competitiva, o valor de Vmáx diminui, sendo o seu valor
dado pela equação:
[ ]
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GLÚCIDOS
Os glúcidos representam o grupo mais abundante de compostos da matéria viva. Ainda hoje
continuam a ser descobertos novos glúcidos bem como as funções que desempenham nos
processos biológicos, normais ou patológicos. Muitos destes compostos constituem uma fonte
de energia para os organismos. Alguns, como a glucose ou a sucrose (ou sacarose) com o qual
adoçamos os alimentos, são utilizáveis pela célula, através de processos relativamente
expeditos; outros, como o amido, nos vegetais e o glicogénio, nos animais, constituem as
reservas energéticas oportunamente mobilizáveis através de mecanismos bioquímicos
complexos. Muitos outros glúcidos intervêm como materiais de estrutura, tais como a celulose e
a pectina das paredes das células vegetais, a quitina, constituinte preponderante do esqueleto de
vários grupos de animais, nomeadamente dos insectos, o ácido hialurónico, presente
nomeadamente nas cartilagens, ou o ágar-ágar que se extrai de certas algas marinhas.
Caracterização química
Os glúcidos são compostos de carbono, oxigénio e hidrogénio, muitos dos quais obedecem à
fórmula empírica Cn(H2O)n, razão pela qual foram designados antigamente por hidratos de
carbono. Na realidade existem muitas excepções, quer na proporção dos principais constituintes,
quer pela presença de outros elementos associados, como o azoto, o enxofre ou o fósforo.
Quimicamente, os glúcidos definem-se como poli-hidroxialdeídos, poli-hidroxicetonas e seus
derivados simples ou poliméricos destes compostos unidos por ligações glicosídicas.
Oses
a) Caracterização
A B C
Exemplos de oses: Isómeros D e L de Gliceraldeído (A, B) e Di-hidroxiacetona (C)
(verde: função aldeído; roxo: função cetona)
Numa aldose, o átomo de carbono da função aldeído é o átomo número 1; numa cetose, o átomo
de carbono da função cetona tem o número mais baixo possível, mas nas cetoses que intervêm
no metabolismo fundamental, é sempre o carbono 2.
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b) Isomeria
c) Ciclização
Os monossacarídeos, a partir da tetrose (na série das aldoses) e da pentose (na série das cetoses)
podem, em solução aquosa, sofrer uma ciclização e formar anéis de cinco (furanoses) ou de seis
lados (piranoses). Esta ciclização ocorre por eliminação de uma molécula de água, entre o OH
que ficou ligado ao carbono 1 das aldoses (ou carbono 2 das cetoses) e o OH ligado ao
penúltimo ou ao antepenúltimo da estrutura.
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d) Principais monossacarídeos
Trioses e tetroses
Duas trioses, o gliceraldeído e a di-hidroxiacetona, são muito comuns nas células animais e
vegetais, onde se encontram geralmente sob a forma de ésteres fosfóricos e intervêm como
compostos intermediários na glicólise.
A eritrose, é uma tetrose que se encontra presente também como éster fosfórico;
intervém, nomeadamente, na via das pentose-fosfato e na fase escura da fotossíntese (Ciclo de
Calvin).
Pentoses
A pentose mais importante é sem dúvida a ribose, a qual, à semelhança das anteriores, se
encontra geralmente sob a forma de éster fosfórico. Na forma de éster 5 - fosfórico participa na
fotossíntese e na via das pentose-fosfato e é constituinte do ATP, NAD+, NADP+, FAD e
coenzima A. Na forma de ésteres 3,5 - fosfórico, entra na constituição da molécula de RNA.
Duas cetopentoses, igualmente como ésteres fosfóricos, intervêm também como compostos
intermédios na via das pentoses-fosfato: a xilulose e a ribulose. A ribulose 1,5-difosfato é por
sua vez o composto ao qual o CO2 se fixa no decurso da fotossíntese, na maioria das plantas
Hexoses
As hexoses mais comuns nos organismos são a glucose, a galactose, a manose (aldoses) e a
frutose (cetose).
A glucose é o monossacarídeo mais difundido no mundo vivo. Na forma livre, encontra-
se presente nos frutos e outros órgãos vegetais, no mel, no sangue e na linfa, etc. É, por sua vez,
o principal constituinte de oligossacarídeos como a sacarose, a lactose e a trealose, e de
polissacarídeos, como a celulose, o glicogénio e o amido. Os ésteres 1-fosfórico e 6-fosfórico
são compostos intermediários das cadeias respiratórias.
A galactose é, depois da glucose, a ose mais abundante. Aparece em dissacarídeos como
a lactose do leite e em diversos polissacarídeos.
A frutose é a única cetose que se encontra em grandes quantidades na natureza. No
estado livre, encontra-se presente em muitos frutos, no néctar das flores e no mel. Enquanto
ésteres fosfóricos (frutose-6-fosfato e frutose 1,6-bifosfato), intervêm, tanto nas células animais
como nas vegetais, como importantes constituintes intermediários da glicólise.
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Hexoses: D-Glucose (A); D-Galactose (B); D-Manose (B); D-Frutose (D)
b) Desoxiaçúcares
Os desoxiaçúcares resultam da substituição de um grupo oxidrilo de um monossacarídeo por um
átomo de hidrogénio; recebem o prefixo desoxi, antecedido pelo algarismo de posição. O
desoxiaçúcar mais importante é sem dúvida a pentose 2-desoxi-D-ribose, que intervém na
estrutura dos nucleótidos constituintes dos ácidos desoxirribonucleicos (DNA).
D-Glucose-6-fosfato
Ósidos
Os ósidos são açúcares complexos, constituídos geralmente por determinado número de oses ou
então por oses e outras moléculas não glucídicas. No primeiro caso, situam-se os
oligossacarídeos, constituídos por um pequeno número de oses, e os polissacarídeos, em cuja
constituição intervém um grande número de oses. No segundo caso, situam-se, entre outros, os
glicolípidos e as glicoproteínas.
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Oligissacarídeos
a) Lactose
A lactose é o açúcar do leite dos mamíferos. É formado por uma molécula de galactose e por
uma molécula de glucose, unidas por uma ligação glicosídica de tipo ß. São raros os enzimas
capazes de hidrolisar ligações de tipo ß, mas os jovens mamíferos possuem uma ß-
galactosidase, que lhes faculta a possibilidade de digerir a lactose do leite. Nos adultos, este
enzima pode faltar, havendo então uma intolerância ao leite.
Polissacarídeos
a) Amido
O amido é a forma de reserva glucídica dos vegetais, sendo constituído por dois polissacarídeos,
a amilose e a amilopectina, em proporções variáveis, mas características das espécies e
variedades. Tanto a amilose como a amilopectina são polímeros da glucose, na forma de α-D-
glucopiranose. A amilose é uma molécula geralmente linear, apresentando por isso, tendência
para enrolamento em hélice. Pelo contrário, a amilopectina é uma molécula ramificada.
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Nas células, o amido apresenta-se em forma de grânulos de dimensões e formas características.
b) Glicogénio
O glicogénio é a forma de reserva glucídica dos animais, mas encontra-se também nos fungos.
Possui uma estrutura ramificada semelhante à da amilopectina, mas com mais ramificações. Nas
células, o glicogénio forma grânulos relativamente idênticos, mas de dimensões variáveis.
Estrutura do glicogénio
c) Celulose
A celulose é um dos componentes orgânicos mais abundantes. Este estatuto deve-se ao facto de
ser o componente principal da parede das células vegetais. A celulose é constituída por cadeias
muito longas, formadas por moléculas de D-glucose, unidas por ligações glicosídicas ß-1,4.,
mas também por pontes de hidrogénio (entre o grupo hidroxilo do C(6) de uma glucose e o
grupo hidroxilo do C(2) do resíduo da glucose anterior. Estas cadeias associam-se, lado a lado,
através de pontes de hidrogénio e ligações de van der Waals, formando microfibrilhas. As
microfibrilhas associam-se, por sua vez, em feixes.
Celulose: disposição das moléculas de glucose, unidas por ligações glicosídicas(A);as moléculas de glucose assumem
a configuração em cadeira e estabelecem entre si pontes de hidrogénio(B)
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ÁCIDOS NUCLEICOS
Ácido nucleico é um tipo de composto químico, de elevada massa molecular, que possui ácido
fosfórico, açúcares e bases purícas e pirimidícas. São portanto macromoléculas formadas por
nucleótidos.
Ocorrem em todas as células vivas e são responsáveis pelo armazenamento e
transmissão da informação genética e por sua tradução que é expressa pela síntese precisa das
proteínas.Os ácidos nucleicos são as biomoléculas mais importantes do controle celular, pois
contêm a informação genética. Existem dois tipos de ácidos nucleicos: ácido
desoxirribonucleico - DNA e ácido ribonucleico - RNA. Utilizando técnicas apropriadas, foi
possível isolar os ácidos nucleicos e identificar os seus constituintes.
Nos ácidos nucleicos podem identificar-se três constituintes fundamentais:
Ácido fosfórico - confere aos ácidos nucleicos as suas características ácidas. Faz as ligações
entre nucleótidos de uma mesma cadeia. Está presente no DNA e no RNA.
Pentoses- como o próprio nome descreve, é um açúcar formado por cinco carbonos. Ocorrem
dois tipos: a ribose e a desoxirribose.
Adenina Guanina
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Bases de anel simples (pirimidinas)- timina (T), citosina (C) e Uracilo (U).
Timina Citosina
Uracilo
Adenina
A adenina é uma das cinco bases nitrogenadas usadas na formação de nucleotídeos. No código
genético é representada pela letra A. A adenina se emparelha com a timina através de duas
ligações de hidrogénio. No RNA a adenina se emparelha com a uracilo (U). A Adenina e a
Guanina são bases nitrogenadas derivadas do composto purina, por isso são chamadas de bases
púricas.
Adenina forma a adenosina (um nucleósido) quando ligado à ribose, desoxiadenosina
quando ligada a desoxiribose, e forma a adenosina trifosfato (ATP), quando três grupos fosfato
são adicionados à adenosina. A adenosina trifosfato é usada no metabolismo celular como um
dos métodos básicos de transferir energia química entre reacções. Outra função importantíssima
de nucleósidos de adenina é o composto chamado AMPcíclico, que funcionam como
sinalizadores secundários de hormonas.
Timina
A timina é uma base nitrogenada que compõe o nucleótido, a principal estrutura que forma o
ácido desoxirubonucléico, mais conhecida como DNA.
A estrutura da timina é formada por substâncias químicas que formam uma molécula
num único anel. Este tipo de composição é chamada pirimidina. A timina é a única molécula
que existe apenas no DNA. As outras moléculas (guanina, citosina e adenina) também fazem
parte do ácido ribonucléico (RNA), Nela, a timina é substituída pelo uracilo.
Uracilo
Uracilo ou uracila é uma base nitrogenada. É representada pela letra U no código genético.
Substitui a timina na transcrição do DNA para RNA e é portanto, complementar à adenina
Guanina
Guanina é uma base nitrogenada, orgânica, assim como a adenina, a citosina e a timina, que se
une com uma molécula de desoxirribose (pentose, monossacarídeo) e com um ácido fosfórico,
geralmente o fosfato, para formar um nucleotídeo, principal base para formar cadeias
polinucleotídeas que, por sua vez, formam o DNA (ácido desoxirribonucléico).
Citosina
Citosina é uma fibra orgânica que constitui boa parte do citoplasma das células vivas, formando
o chamado citoesqueleto. É uma substância cristalina, uma base nitrogenada. É uma das bases
que compõem o código genético.
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Nucleósido
Um nucleósido, ou nucleosídeo é constituído por uma base azotada ou nitrogenada (timina,
adenina, guanina, citosina ou uracila) e por uma pentose, a ribose ou a desoxirribose. Um
nucleosídeo equivale a um nucleotídeo sem o grupamento fosfato.
Nucleótido
Nucleótidos são compostos ricos em energia e que auxiliam os processos metabólicos,
principalmente as biossínteses, na maioria das células. Funcionam ainda como sinais químicos,
respondendo assim a hormonas e outros estímulos extracelulares; eles são também componentes
estruturais de cofactores enzimáticos, intermediários metabólicos e ácidos nucleicos. Os
nucleótidos podem ser considerados os monómeros da DNA/RNA, sendo o polímero, o próprio
DNA/RNA. Os nucleótidos são compostos por uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo
fosfato. As bases nitrogenadas podem ser classificadas em: pirimidinas e purinas. A base está
ligada ao carbono 1 da pentose e o fosfato está esterificado ao carbono 5 da mesma. Tanto o
DNA como o RNA tem duas bases púricas: a adenina e a guanina. Eles possuem também uma
pirimidina principal: a citosina. Mas existe uma diferença entre as bases de DNA e RNA: a
segunda base pirimídica, que vai ser a timina no DNA e a uracilo no RNA.
Ácido desoxirribonucleico
Ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA) é uma moléculaorgânica que contém a "informação"
que coordena o desenvolvimento e funcionamento de todos os organismos vivos. O seu
principal papel é armazenar as informações necessárias para a construção das proteínas e RNAs.
Os segmentos de DNA que são responsáveis por carregar a informação genética são
denominados genes. O restante da sequência de DNA tem importância estrutural ou está
envolvido na regulação do uso da informação genética.
Do ponto de vista químico, o DNA é um longo polímero de unidades simples
(monómeros) de nucleótidos, cujo cerne é formado por açúcar e fosfato intercalados unidos por
ligações fosfodiéster. Atracado a molécula de açúcar está umas das quatro bases nitrogenadas e
é a sequência dessas bases ao longo da molécula de ADN que carrega a informação genética. O
código genético é justamente a leitura destas sequências, a qual especifica a sequência linear dos
aminoácidos das proteínas. O código não é lido directamente no DNA, mas as suas informações
são transmitidas para um intermediário (RNAm) que é sintetizado a partir de um molde de DNA
através de um processo chamado Transcrição e posteriormente a informação contida neste é
"traduzida" em proteínas através de um processo chamado Tradução. Embora a maioria do RNA
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produzido seja usado na síntese de proteínas, a outra parte tem função estrutural, como por
exemplo o RNA ribossómico.
Dentro da célula, o DNA é organizado numa estrutura chamada cromossoma e o um
conjunto de cromossomas de uma célula forma o cariótipo. Antes da divisão celular os
cromossomas são duplicados através de um processo chamado Replicação. Os eucarióticos têm
o seu DNA dentro do núcleo enquanto que as bactérias o tem disperso no citoplasma. É
responsável pela transmissão das características hereditárias de cada espécie de todos os seres
vivos.
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ligada a um açúcar é chamado nucleósido e uma base ligada a um açúcar e um fosfato é
chamado nucleótido. Portanto, o DNA pode ser referido como um polinucleótido.
O cerne da fita de DNA é formada por fosfato e resíduos de açúcar dispostos
alternadamente. O açúcar no DNA é 2-desoxirribose, o qual é um açúcar pentose (cinco
carbonos). Os açúcares são unidos por grupos de fosfato que formam ligações fosfodiéster entre
o terço e quintos átomos de carbono dos anéis de açúcar adjacentes. Estas ligações assimétricas
significam que uma “única” fita de DNA tem uma direcção. Em uma dupla hélice a direcção
dos nucleótidos em uma fita é oposta à direcção dos nucleótidos na outra fita. Este arranjo das
fitas do DNA é chamado antiparalelo. As terminações assimétricas das fitas de DNA são
chamadas terminais 5’ (cinco linha) e γ’ (três linha). Um das diferenças principais entre DNA e
RNA é o açúcar, com 2-desoxirribose sendo substituída pela ribose no RNA.
A dupla hélice DNAé estabilizada por pontes de hidrogénio entre as bases presas às
duas fitas. As quatro bases achadas em DNA são adenina (abreviado A), citosina (C), guanina
(G) e timina (T). Estas quatro bases são mostradas na figura 3 e são ligadas ao açúcar / fosfato
para formar o nucleótido completo, que na figura é mostrada como adenosina monofosfato.
Estas bases são classificadas em dois tipos; adenina e guanina são compostos
heterocíclicos chamados purinas, enquanto citosina e timina são chamados pirimidinas. A quinta
base (uma pirimidina pirimidina) é chamado uracilo (U), aparece no RNA e toma o lugar da
timina, a uracila difere da timina pela falta de um grupo de metila em seu anel. O uracilo
normalmente não esta presente no DNA, só ocorrendo como um produto da “quebra” da
citosina, mas há uma raríssima excepção para esta regra é um vírus bacteriano chamado PBS1
que contém uracilo em seu DNA. Em contraste, após a síntese de certas moléculas de RNA, um
número significante do uracilos são convertidas a timinas pela adição enzimática do grupo de
metila. Isto acontece principalmente em RNAs estruturais e enzimáticos como “RNA
transportador” e “RNA ribossomal”.
A dupla hélice é uma espiral destra. Como as fitas de DNA giram uma ao redor da
outro, elas deixam espaços entre cada cerne de fosfato, revelando os sítios das bases que estão
localizadas na parte interna. Há dois destes espaços ao redor da superfície da dupla hélice: um
espaço é maior e possui 22 Å de largura e o outro, o espaço menor com é 12 Å de largura.
Proteínas como factores de transcrição podem se ligar a sequências específicas no DNA dupla-
fita normalmente estabelecendo contacto aos sítios das bases expostos no espaço maior.
COMPOSISÃO DO DNA
O DNA é composto por açúcar (pentose), radicais fosfatos e por sequências de quatro bases
nitrogenadas, ligadas por pontes de hidrogénio, formando uma estrutura semelhante a uma
escada em espiral - a dupla hélice. A sequência de pares de bases se assemelha aos degraus,
enquanto a desoxirribose e o agrupamento fosfato se alternam, apresentando semelhança com o
corrimão de uma escada em espiral.
As bases do DNA são:
Adenina (A)
Guanina (G)
Citosina (C)
Timina (T)
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Sendo que a Adenina se liga por meio de duas pontes de hidrogénio à Timina, e a Citosina se
liga através de três pontes com a Guanina. A cadeia de DNA apresenta-se enrolada numa
estrutura em dupla-hélice que uma vez no núcleo recebe a acção de histonas e se enovela para
formar a cromatina.
O DNA é encontrado em todos os seres vivos, incluindo os vírus, que ora possuem
DNA, ora possuem RNA, porém, rara e recentemente, foi encontrado um vírus que possuía
tanto DNA como RNA, ao mesmo tempo. O diâmetro de uma molécula de DNA é de cerca de
2,3 nm (nanómetros).
Mutações
Mutações são alterações na sequência de nucleótidos, que uma vez transmitida para a prole pode
ocasionar mudanças nas características dos indivíduos. As mutações podem ser de diferentes
tipos, sendo que os principais são as de ponto, onde somente um nucleótido é substituído,
inserções, eliminações ou estruturais, as quais alteram a morfologia dos cromossomas.
Dependendo do tipo da alteração no código genético, a mesma poderá ser letal caso seja
afectada a produção de enzimas e proteínas essenciais à sobrevivência do organismo. Em outros
casos, mutações podem conferir uma maior viabilidade ao indivíduo portador da alteração,
favorecendo sua sobrevivência caso haja mudanças na pressão selectiva do ambiente.
Geralmente, as mutações ocorrem ao acaso e são um dos principais factores do processo
evolutivo já que as mesmas contribuem para a existência de variação intra e extraespecíficas.
Com a presença de variação, o processo selectivo pode conferir uma maior viabilidade para
certos indivíduos de uma população.
Simplesmente a mutação é um produto talvez de uma deficiência já concebida no gene,
que, pode desencadear alterações desde uma cegueira até um problema cardíaco grave.
Um gene não é uma coisa descartável e sim um tipo de impressão digital especial. Uma
mutação é um defeito de um ou mais cromossomas que tem uma programação genética falsa ou
errada.
REPLICAÇÃO DO DNA
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A replicação é um processo no qual uma molécula de DNA dupla fita é duplicado. Devido ao
facto do DNA conter a "informação" que é fundamental para codificar todas as proteínas e
RNAs necessários para se "construir" um organismo, é através da replicação que os seres vivos
conseguem dar origem a um novo ser que possui as mesmas características de quem o originou.
A replicação também explica como nós, seres multicelulares, fomos formados a partir de uma
única célula - o zigoto. Portanto a replicação do material genético é importante para todas as
formas de vidas conhecidas. No entanto os mecanismos de replicação dos procarióticos e
eucarióticos não são idênticos. Como cada fita de DNA contem a mesma informação genética,
qualquer uma das duas fitas podem servir como molde por isso a replicação do DNA é dita
semiconservativa. Para que o processo de replicação se inicie é necessário que a actuação de um
enzima, o DNA polimerase.O enzima liga-se à cadeia de DNA e desliza sobre esta, quebrando
as ligações entre as duas cadeias de nucleótidos - ligações por pontes de hidrogénio - ficando
então as duas cadeias de DNA separadas. Em seguida, os nucleótidos livres existentes no núcleo
ligam-se, por complementaridade de bases, às cadeias de DNA. De uma cadeia original de DNA
formam-se duas novas cadeias.
54
SÍNTESE DE RNA – TRANSCRIÇÃO
Introdução e conceitos
Transcrição é o processo pelo qual uma molécula de RNA é sintetizada a partir de um molde de
DNA.
Através da transcrição, são sintetizados todos os tipos de RNAs da célula, ou seja, o
RNA mensageiro (mRNA), o RNA ribossomal (rRNA), o RNA transportador (tRNA) e outros
RNAs menores. Todos os RNAs estão envolvidos activamente na síntese proteica. O mRNA
será usado para transferir a informação genética do DNA às proteínas, mas os demais RNAs
sintetizados têm, por si, funções finais na célula, tanto estruturais como catalíticas.
É principalmente durante a transcrição que a célula exerce o controlo da expressão
genética. Os genes não são transcritos indiscriminadamente, pois esse processo é regulado por
proteínas. Na maioria dos casos, o principal ponto de regulação da actividade de um gene é a
decisão de iniciar ou não a sua transcrição.
Existem muitas semelhanças entre a síntese de DNA e a de RNA. Entretanto, a função
biológica de cada um desses processos é bastante diferente. A síntese de DNA deve ser precisa e
uniforme. Estes conceitos se referem à necessidade da nova cópia de DNA ser exactamente uma
réplica da original, e que esta síntese englobe toda a extensão da cadeia progenitora. Em
contradição, a transcrição espelha o estado fisiológico da célula. Ela é extremamente variável
para atender às suas necessidades num determinado momento. Tal variabilidade se reflecte no
facto de que somente um gene ou grupo de genes em particular é transcrito naquele instante
fisiológico. Por outro lado, dependendo da necessidade da célula, o mesmo gene pode ser
transcrito incontáveis vezes até que a procura seja suprimida.
Além da característica temporal da transcrição, este é um processo extremamente
selectivo. Esta selectividade acontece em dois níveis: (1) somente partes do DNA são transcritas
para produzir RNA. Por exemplo, nas células da maioria dos mamíferos, somente 1% de toda a
sequência do DNA é copiada para formar sequências de RNA funcional e algumas partes do
DNA podem nunca ser transcritas, e (2) somente uma porção ainda menor da sequência de
nucleótidos do RNA sobrevive os passos de processamento pelo qual o RNA recém transcrito
passa para se tornar maduro e funcional. Para resumir, a célula restringe a expressão de
informação genética para a formação de genes necessários naquele momento especificamente.
Mecanismos de transcrição
A transcrição ocorre a partir da informação contida na sequência de nucleótidos de uma
molécula de DNA fita dupla, sendo sempre no sentido 5' 3'. Apenas uma das fitas do DNA,
chamada de fita molde, é utilizada durante a síntese, que segue as mesmas regras de
complementaridade e antiparalelismo, excepto pelo pareamento de uracil (U), ao invés de timina
(T), com adenina (A). O RNA recém sintetizado (5' 3') é, portanto, complementar à fita de
DNA que serviu de molde (3' 5') e idêntico a outra fita de DNA do duplex (5' 3'). Por
convenção, entretanto, a sequência de nucleótidos de um gene é sempre representada na
orientação 5' 3', ou seja, a fita que não serve de molde.
Em 1960 foi descoberto um enzima capaz de, na presença de DNA fita dupla e dos
ribonucleótidos trifosfatados (ATP, CTP, GTP e UTP), sintetizar RNA. Esse enzima foi
denominado RNA-polimerase (RNAP). A reacção catalisada pelas RNAPs é mecanisticamente
idêntica à reacção catalisada pelas DNApolimerases.
55
As RNAPs desempenham todas as actividades necessárias para a transcrição:
Existem, pelo menos, cinco RNAPs diferentes que estão envolvidas na síntese de RNAs
específicos: RNAP I, RNAP II, RNAP III, RNAP mitocondrial (mtRNAP), e RNAP de
cloroplastos. As RNAPs nucleares são abordadas a seguir:
56
como um “código enigmático e padrão” de bases que éentendido pelo agente que vai interpretá-
lo. O agente específico capaz de descodificar este “código” seaproxima e sobre ele actua. Isto se
dá de duas formas: ligando-se a ele e assim sinalizando a outros agentes olocal de acção
(promotor), ou ainda liga-se ao código, mas para modular a actividade de outros
agentes(enhancer). Por estarem presentes em todos os genes, podem ser chamadas de região
consenso ouconservada, termos que também se aplicam para outras sequências que não somente
regulam, mas sinalizam.
Os promotores para transcrição no DNA são inicialmente reconhecidos por factores de
transcrição que, ligados ao DNA, interagem com outros factores, formando um complexo ao
qual as RNAPs se associam. Eles sempre estão próximos ao sítio de início da transcrição e
possuem sequências consenso, comuns a todos os promotores, que são reconhecidas pelos
factores de transcrição. Eles são responsáveis por uma transcrição em nível basal – muito baixo.
Os enhancers são sequências pequenas de DNA que podem ocorrer na região 5' do
gene, antes do promotor ou após o terminador, e activam a expressão. Podem estar muito
distantes do promotor e ainda assim serem activados. Alguns desses elementos de regulação dão
a especificidade à transcrição, tanto temporal quanto tecido específico.
O processo pode ser dividido em 3 partes: iniciação, alongamento e terminação. Essas
etapas serão detalhadas para os genes transcritos pela RNAP II, genes que codificam proteínas.
Iniciação
O primeiro passo da transcrição requer regiões reguladoras, acoplamento de factores de
transcrição, e factores de RNAP II. Embora a organização das regiões reguladoras da
transcrição por RNAP II variem para os diferentes genes e nos diferentes organismos, existem
alguns componentes básicos:
B) Enhancers
Esses elementos aumentam a expressão do gene, independentemente da sua orientação,
localização (a 5' do promotor ou após o sinal de fim da transcrição) e distância do promotor.
O início da transcrição em genes que utilizam RNAP II é complexo e envolve uma
cascata na qual vários factores de transcrição vão se ligando ao DNA. Inicialmente há ligação de
um factor ao TATA Box.
Essa ligação sinaliza para que outros factores se liguem entre si e a outros elementos do
promotor. Quando todos os factores já estiverem em seus devidos locais, o complexo estará
pronto para receber a RNAP II e formar o chamado complexo de iniciação da transcrição. A
RNAP II é responsável por abrir as fitas de DNA, e colocar a primeira base. Essa abertura das
cadeias forma a “bolha de transcrição”, estrutura que é característica do processo. Para activar a
57
transcrição, outros factores ligam-se ao enhancer e interagem com o complexo de iniciação da
transcrição.
Elongação
É o aumento da cadeia de RNA para o qual outros factores acessórios são necessários. Os
factores utilizados no complexo de iniciação da transcrição são liberados e a RNAP II sofre
alterações na sua conformação. A “bolha de transcrição” move -se sobre o molde de DNA,
abrindo o DNA à frente e fechando atrás de si. Um duplex híbrido DNA-RNA forma-se dentro
da bolha à medida que o RNA é sintetizado. Os erros na sequência da cadeia produzidos nesta
etapa são cuidadosamente corrigidos pela RNA polimerase.
Terminação
Muito pouco se conhece sobre o término da transcrição. Sabe-se que todas as três RNAPs
terminam a síntese em regiões consenso do DNA ricas em T. Essas regiões são “sinais”
codificados pelo DNA, que indicam onde deve ser a extremidade 3'. Esses sinais são
reconhecidos por enzimas que se ligam ao RNA, clivando-o para formar a extremidade 3', ou
seja, o sítio de clivagem precede esta região consenso. Após a clivagem, esses nucleótidos que
compunham a região consenso sinalizadora para a clivagem, são degradados no núcleo.
Em resumo:
REPLICAÇAO
A replicação do DNA no núcleo é iniciada quando as duas fitas de DNA são separadas pelo
enzima DNA Helicase. As proteínas de ligação do DNA impedem as fitas de DNA de se
ligarem outra vez. Uma fita de DNA encoda a Strand principal que se forma do prime 5´ao
prime γ’ usando a DNA polimerase III. Este processo não encontra nenhum problema a ser
realizado, sendo um processo contínuo de replicação.
No filamento secundário levanta problemas a ser replicado porque se forma no sentido de 5´para
3´mas é inverso ao que acontece no filamento principal. Então formam-se os filamentos de
OKASAKI.
Inicialmente o enzima RNA primase liga um primer de RNA e o enzima polimerase III inicia a
formação de um novo DNA, sendo um processo que se repete continuamente. O DNA
polimerase I substitui os nucleótidos do primer de RNA por nucleótidos de DNA. Finalmente o
DNA Ligase “preenche” as ligações entre os fragmentos de OKASAKI.
TRANSCRIÇÃO
A transcrição inicia-se com um “strand” de DNA, que é dividido em várias regiões importantes
sendo a maior a unidade de transcrição, esta porção de DNA será utilizada para a formação de
RNA. Na parte superior da unidade de transcrição encontra-se a “ TATA box” e uma região de
ligação. Vários complexos conhecidos como factores de transcrição são necessários para uma
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transcrição bem sucedida. O primeiro é TFIID, sendo o maior dos factores. Um componente
deste factor, TBP, liga-se ao DNA para posicionar o TFIID para dar início à transcrição. Outros
factores de transcrição, TFIIA e TFIIB ligam-se também ao complexo. Este complexo prepara o
DNA para a ligação do enzima RNA polimerase. Este enzima ficará ligado aos factores de
transcrição até o processo estar completo.
O ATP é adicionado ao sistema para que a transcrição se inicie sendo reduzido a ADP e Pi.
Quando o processo se inicia a maioria dos factores de transcrição vão-se libertando do
complexo. Quando a transcrição aproxima-se do final o enzima RNA polimerase dissocia-se
sendo também libertada a nova “strand” recém formada.
TRADUÇÃO
O anticodão do tRNA também especifica qual o aminoácido que está ligado ao prime γ’ final da
sua cadeia. Os enzimas sintetases de aminoácidos ligam o grupo carboxilo (COOH) ao grupo
hidroxilo (OH) do tRNA libertando H2O.
A síntese de proteínas ocorre nos ribossomas que são compostos de pequenas subunidades
ribossomais e também uma subunidade um pouco maior que são formadas por RNA ribossomal
ou rRNA e outras proteínas.
Iniciação
Elongação
Terminação
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A elongação inicia-se quando um segundo tRNA ligado ao seu aminoácido aproxima-se. O
tRNA complementar ao seu anticodão com um segundo codão do mRNA preenchendo o sítio
A. O primeiro aminoácido é transferido do seu tRNA para o segundo aminoácido por outro
enzima formando uma ligação peptídica. Os dois aminoácidos formam então dipeptídeo que
está ligado ao segundo tRNA. O primeiro tRNA liberta-se do rRNA (sítio P). O ribossoma
move-se até introduzir o segundo tRNA no sítio P, deixando vazio o sítio para o próximo tRNA
com o aminoácido correspondente, este processo repete-se continuamente até a formação de
polipeptídeos.
A tradução é terminada quando o tRNA encontra o codão stop no fim do gene. Os factores de
libertação ligam-se o codão stop e liga-se ao sítio A. Um enzima liberta a cadeia polipeptídica
do tRNA com a adição de uma molécula de água.
Após o processo de tradução o rRNA, o mRNA e o tRNA iram formar outros complexos de
iniciação para iniciar outras traduções.
Numa cadeia longa de mRNA, vários complexos de rRNA poderão de ligar ao mRNA para
formar vários complexos de iniciação, um polipeptídeo é produzido em cada ribossoma em são
formados vários polipeptídeos iguais.
60
LÍPIDOS
Reserva energética: fornecem mais energia que os glúcidos, porém, não são preferencialmente
utilizáveis pela célula. Toda vez que a célula necessita de uma substância energética, ela vai
optar pelo uso imediato de um glúcido, para depois consumir os lípidos.
Estrutural: certos lípidos fazem parte da composição das membranas celulares, que são
formadas pela associação de lípidos e proteínas. Os mais importantes são: os fosfolípidos e o
colesterol.
Isolante térmico: auxiliam na manutenção da temperatura dos animais endotérmicos, por
meios de uma camada de tecido denominado hipoderme, a qual protege o individuo contra as
variações de temperatura.
Os lípidos constituem um grupo heterogéneo. Caracterizam por possuírem, na sua
estrutura molecular, ácidos gordos com, pelo menos, 8 átomos de carbono. Na maioria dos
casos, o ácido esterifica um álcool, o qual é, frequentemente, o glicerol. Noutros casos, os
ácidos ligam-se a uma amina alcoólica.
Todavia, a característica essencial dos lípidos é a sua fraca, ou mesmo muito fraca
solubilidade na água e a grande solubilidade nos solventes orgânicos, como o éter, a acetona, o
álcool, o sulfureto de carbono, o tetracloreto de carbono.
Os lípidos desempenham funções biológicas de extrema importância, quer ao nível das
estruturas (membranas celulares), quer como reserva energética, quer ainda, entre outras
funções, como mensageiros (hormonas). Existem diversos tipos de moléculas diferentes que
pertencem à classe dos lípidos. Embora não apresentem nenhuma característica estrutural
comum todas elas possuem muito mais ligações carbono-hidrogénio do que as outras
61
biomoléculas, e a grande maioria possui poucos heteroátomos. Isto faz com que estas moléculas
sejam pobres em dipolos localizados (carbono e hidrogénio possuem eletronegatividade
semelhante). Uma das leis clássicas da química diz que "o semelhante dissolve o semelhante":
daí a razão para estas moléculas serem fracamente solúveis em água ou etanol (solventes
polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente apolares). Ao contrário das
demais biomoléculas, os lípidos não são polímeros, isto é, não são repetições de uma unidade
básica. Embora possam apresentar uma estrutura química relativamente simples, as funções dos
lípidos são complexas e diversas, actuando em muitas etapas cruciais do metabolismo e na
definição das estruturas celulares.
Os químicos podem separar os lípidos de uma amostra biológica através de uma técnica
conhecida como extracção; um solvente orgânico é adicionado a uma solução aquosa da
amostra e, com um auxílio de um funil de separação, obtém-se a fase orgânica rica em lípidos.
Com a evaporação do solvente orgânico obtém-se o lípido. É desta maneira que, em escala
industrial, se obtém o óleo vegetal.
Como veremos a seguir, alguns lípidos têm a habilidade de formar filmes sobre a
superfície da água, ou mesmo de formar agregados organizados na solução; estes lípidos
possuem uma região, na molécula, polar ou iónica, que é facilmente hidratada. Este
comportamento é característico dos lípidos que compõe a membrana celular. Os lipossomos são
"microenvelopes" capazes de envolverem moléculas orgânicas e entregarem-nas ao "endereço
biológico" correcto.
Lípidos simples
Os lípidos simples compreendem os glicéridos e as ceras. Os glícéridos são ésteres do glicerol e
de ácidos gordos; são habitualmente designados por óleos ou gorduras, consoante se encontrem
em estado líquido ou sólido, à temperatura ambiente. As ceras são igualmente ésteres, mas de
mono-álcoois de elevado peso molecular.
Glicéridos
Como foi dito, os glicéridos são ésteres do glicerol de ácidos gordos. Estes, podem ser saturados
ou possuírem uma ou mais duplas ligações (insaturados).
Os ácidos gordos saturados obedecem à fórmula CH3 – (CH2)n – COOH, e possuem um
número par de átomos de carbono. A estrutura mais simples é do tipo representado na figura
seguinte, tendo em conta que os ângulos da valências são de 109º.
Os ácidos Gordos são insolúveis na água em razão da maior parte da molécula, formada por
CH2-, ser hidrofóbica, e somente o radical carboxílico ser hidrofílico.
62
O glicerol é um tri-álcool com três carbonos. É solúvel na água e insolúvel ou pouco solúvel nos
solventes orgânicos.
Glicerol
Ao ser esterificado por ácidos gordos, o glicerol dá origem aos glicéridos. Os monoglicéridos
podem ser formados a partir de um álcool primário (isómero α) ou de um álcool secundário
(isómero ß).
Monoglicéridos: isómeros α e ß
Lípidos conjugados
Contrariamente aos lípidos simples, os lípidos conjugados contêm na sua molécula, outras
substâncias para além do álcool estrutural e dos ácidos gordos, como fosfato, bases azotadas,
açúcares, etc. Os mais importantes no contexto da biologia da célula, são os glicerofosfolípidos,
os esfingolípidos e os glicolípidos. Apenas focaremos os primeiros.
Glicerofosfolípido: a L-a-lecitina. A vermelho, assinala-se o glicerol original, esterificado por dois ácidos gordos e
pelo ácido fosfórico.
63
Os fosfolípidos são os elementos constituintes da dupla camada lipídica das membranas
celulares. R1 e R2 representam as duas cadeias alifáticas (hidrofóbicas), enquanto o ácido
fosfórico constitui o pólo hidrofílico (ver arquitectura molecular das membranas celulares).
Lípidos derivados
Nesta classe encontram-se substâncias muito variadas, que possuem características dos lípidos,
nomeadamente a insolubilidade na água e a solubilidade nos solventes orgânicos. Englobam-se
aqui os ácidos gordos, os álcoois de elevado peso molecular, os hidrocarbonetos, as vitaminas
D, E e K, os compostos isoprénicos e as prostaglandinas.
Os compostos isoprénicos constituem um importante grupo de compostos orgânicos presentes
tanto em animais como nas plantas. Têm em comum o facto de resultarem da condensação de
unidades de isopreno, um hidrocarboneto insaturado com 5 átomos de carbono Entre os
compostos isoprénicos, merece-nos destaque, no contexto da biologia celular, o grupo dos
esteroides, do qual fazem parte diversas hormonas (androgénios, estrogénios, etc) e o colesterol.
Colesterol
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catalítica (este processo é chamado de redução). A presença de insaturação nas cadeias de
ácido carboxílico dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral, estes se
apresentem, à temperatura ambiente, no estado líquido; já os saturados, com uma maior
facilidade de empacotamente intermolecular, são sólidos. A margarina, por exemplo, é obtida
através da hidrogenação de um líquido - o óleo de soja ou de milho, que é rico em ácidos gordos
insaturados.
Conhecidos como gorduras neutras, esta grande classe de lípidos não contém grupos
carregados. São ésteres do glicerol - 1,2,3-propanotriol. Estes ésteres possuem longas cadeias
carbónicas ligadas ao glicerol, e a hidrólise ácida promove a formação dos ácidos gordos
correspondentes e o álcool (glicerol). Nos animais, os TAGs são lípidos que servem,
principalmente, para o armazenamento de energia; as células lipidinosas são ricas em TAGs.
É uma das mais eficientes formas de armazenamento de energia, principalmente com TAGs
saturados; cada ligação C-H é um sítio potencial para a reacção de oxidação, um processo que
libera muita energia. Os TAGs provindo de animais terrestres contém uma maior
quantidade de cadeias saturadas se comparados aos TAGs de animais aquáticos. Embora
menos eficientes no armazenamento de energia, as TAGs insaturadas oferecem uma vantagem
para os animais aquáticos, principalmente para os que vivem em água fria: elas têm uma menor
temperatura de fusão, permanecendo no estado líquido mesmo em baixas temperaturas. Se
fossem saturadas, ficariam no estado sólido e teriam maior dificuldade de mobilidade no
organismo do animal. Os TAGs podem ser chamados de gorduras ou óleos, dependendo do
estado físico na temperatura ambiente: se forem sólidos, são gorduras, e líquidos são óleos. No
organismo, tanto os óleos como as gorduras podem ser hidrolisados pelo auxílio de enzimas
específicas, as lipases (tal como a fosfolipase A ou a lipase pancreática), que permitem a
digestão destas substâncias.
Fosfolípidos
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Esfingolípidos
Esteróides
Os esteróides são lípidos derivados do colesterol. Eles actuam, nos organismos, como
hormonas e, nos humanos, são secretados pelas gónadas, córtex adrenal e pela placenta. A
testosterona é a hormona sexual masculina, enquanto que o estradiol é a hormona por muitas
das características femininas.
66
O colesterol, além da actividade hormonal, também desempenha um papel estrutural - habita a
pseudofase orgânica nas membranas celulares. O colesterol é um composto vital para a maioria
dos seres vivos.
Prostaglandinas
Estes lípidos não desempenham funções estruturais, mas são importantes componentes em
vários processos metabólicos e de comunicação intercelular. Um dos processos mais
importantes controlados pelas prostaglandinas é a inflamação. Todas estas substâncias têm
estrutura química semelhante a do ácido prostanóico, um anel de 5 membros com duas longas
cadeias ligadas em trans nos carbonos 1 e 2. As prostaglandinas diferem do ácido prostanóico
pela presença de insaturação ou substituição no anel ou da alteração das cadeias ligadas a ele.
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A. Estrutura molecular da lecitina, um fosfolípido fundamental na composição das membranas
das células vivas.
B. Representação esquemática da estrutura da membrana celular, mostrando a organização dos
fosfolípido que a compõem. Note que há também moléculas de proteínas e de glúcidos dispersas
na camada dupla de fosfolípidos.
68
METABOLISMO E INTEGRAÇÃO METABÓLICA
Metabolismo
Primeiramente, o metabolismo refere-se de grosso modo à síntese (anabolismo), à degradação
(catabolismo) e à transformação de proteínas, ácidos gordos e hidratos de carbono.
Chama-se metabolismo, num sentido lato, ao conjunto de reacções químicas que ocorrem nas
células, e que lhe permitem manter-se viva, crescer e dividir-se, Classicamente, divide-se o
metabolismo em:
Catabolismo – obtenção de energia e poder redutor a partir dos nutrientes.
Anabolismo – produção de novos componentes celulares, em processos que geralmente utilizam a
energia e o poder redutor obtidos pelo catabolismo de nutrientes.
Existe uma grande variedade de vias metabólicas. Em humanos, as vias metabólicas mais
importantes são a Glicólise, onde ocorre a oxidação da glucose obtendo-se desta forma ATP; o
Ciclo de Krebs sendo o acetil-CoA oxidado para obtenção de energia; na Fosforilação Oxidativa
são eliminados os electrões libertados na oxidação da glucose e do Acetil-CoA. Grande parte da
energia libertada neste processo pode ser armazenada na célula sob a forma de ATP. Aquando da
vida das pentose-fosfato processa-se a síntese de pentoses, obtendo-se também o poder redutor
para reacções anabólicas. O Ciclo da Ureia contribui para a eliminação de NH4+ sob formas menos
tóxicas. Na b-oxidação dos ácidos gordos ocorre a transformação de ácidos gordos em acetil-CoA.
Finalmente na Glucogénese produz-se a glucose a partir de moléculas mais pequenas.As diversas
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vias metabólicas relacionam-se entre si de forma complexa, de modo a permitir uma regulação
adequada. Este relacionamento envolve a regulação enzimática de cada uma das vias, o perfil
metabólico característico de cada órgão e controlo hormonal.
Integração Metabólica
O equilíbrio das nossas reacções químicas é dinâmico, ou seja, adapta-se às variações do meio
externo dentro de um intervalo, de modo a que as células funcionem bem ainda que as
concentrações não sejam sempre exactamente as mesmas. O objectivo final das células é produzir
energia e manter-se vivas, havendo várias vias metabólicas responsáveis por este finalidade, para
além da preferencial.
A integração metabólica é a integração das várias vias metabólicas e o seu funcionamento
conjunto para o funcionamento da célula em questão. As inter-relações entre os diferentes tipos de
compostos são numerosas e deve considerar-se todo o metabolismo celular como um conjunto de
reacções harmoniosamente integradas.
Maior parte das vias metabólicas humanas num pré-absorsivo – o foco central é a regulação da concentração
de glucose no sangue. As setas entre as caixas traduzem o transporte de substâncias no sangue.
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Perfil metabólico dos principais órgãos
Fígado
Regula a disponibilidade de combustíveis metabólicos no organismo. Controla a glucémia e boa
parte do metabolismo lipídico obtendo uma maior obtenção de energia necessária para essas
funções a partir de outro tipo de nutrientes. Quando a glicemia é elevada, retira glucose “sérica”,
transformando-a em forma de glucogénio.
Tecido adiposo
O tecido adiposo é a principal reserva de combustíveis metabólicos e precursores glucogénicos em
jejum, estando assim o seu metabolismo estritamente relacionado com o metabolismo do fígado.
Quando existem muitos nutrientes, o fígado sintetiza ácidos gordos que são enviados para o tecido
adiposo sob a forma de VLDL (lipoproteína). O tecido adiposo estratifica-as e armazena-as como
triglicérios. Quando a glucémia baixa, os triglicéridos do tecido adiposo são hidrolisados e passam
a ácidos gordos e glicerol. Estes compostos podem ser utilizados como combustível por alguns
órgãos, ou são captados pelo fígado e são transformados em glucose (e glicerol) ou corpos
cetónicos (ácidos gordos), que voltam à corrente circulatória para serem distribuídos pelo
organismo.
O cérebro e o músculo
O cérebro é totalmente dependente da glucose como combustível. Só após a adaptação que se
produz num jejum prolongado é que se podem utilizar, em determinada medida, os corpos
cetónicos produzidos pelo fígado. Fora este caso, asnecessidades da glucose diminuem mas não
desaparecem. Pelo contrário, o músculo é um tecido relativamente versátil relativamente às suas
capacidades metabólicas. Em repouso, o sem combustível preferido é os ácidos gordos ou, corpos
cetónicos, no caso do miocárdio. Durante um exercício intenso, o músculo consome
preferencialemnte glucose e já vimos que se o exercício ocorre em condições anaeróbias, o ácido
láctico produzido, pode ser transformado em glucose pelo fígado, de igual forma ai que ocorre com
71
a alanina produzida a partir do excesso de piruvato. Durante um jejum prolongado, as proteínas do
músculo podem degradar-se para resultar em intermédios neoglucogénicos.
A hidrólise das ligações glucosídicas do glucogénio realiza-se com mais dificuldade nos pontos de
ramificação, que não são degradados pela amilase, resultado moléculas de maltose, maltotriose e
de dextrina (oligossacárido). A dextrina sofre a acção da oligo-1-6-glucosidade segregada pelas
células da mucosa intestinal. Por outro lado, a hidrólise da maltose e da maltotriose está a cargo da
glucosidade e da maltase, originando duas moléculas de glucose.
Apesar destes enzimas, ainda há as que catalisam os di-holósidos como a frutosidase (sacarase ou
invertase), que hidrolisa a sacarose em glucose e frutose, e a galactosidase que hidrolisa a lactose
em galactose e glucose.
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GLUCÓLISE
O termo glucólise provém do grego glykos, doce, lysis, perda, ou seja, o desaparecimento de algo
doce. Este é a principal via metabólica para obtenção de energia, ATP (adenosina trifosfato),
através da degradação de moléculas de açúcar, pelo que é visto como o mecanismo oposto à
gluconeogénese. É um processo considerado universal por ocorrer um quase todas as células vivas,
para além de poder ocorrer em situações que haja falta de oxigénio.
Este mecanismo começou a ser estudado por volta de 1930 por bioquímicos alemães, entre
os quais se destacaram Gustav Embden e Otto Meyerhof, que também estão na origem do nome
alternativo desta via metabólica: via Embden-Meyerhof. Para as células armazenarem a glucose, no
seu interior têm que lhe provocar algumas modificações. O processo consiste em duas fases, a
primeira é extramitrocondrial (ocorre no citosol) e termina na produção do ácido pirúvico a dióxido
de carbono (CO2).
Para facilitar a compreensão do processo, este encontra-se dividido em várias reacções.
73
Reacção 1 – Fosforilação da glucose
No citosol da célula, a glucose sofre a acção de um enzima, a hexocinase. Este induz a ligação de
um grupo fosfato, proveniente da molécula de ATP, ao oxigénio que se encontra ligado ao carbono-
6 da cadeia, originando a glucose-6-fosfato que é retida no interior da célula, uma vez que a
membrana lhe é permeável. A reacção pode se descrita da seguinte reacção:
Esta reacção inicia-se quando um dos grupos que constituem o enzima se liga ao gliceraldeído-3-
fosfato, por condensação. Por outro lado, devido à facilidade que existe na molécula de di-
hidroxiacetona-fosfato por ser isomerada em gliceraldeído-3-fosfato, àmedida que o gliceraldeódo-
3-fosfato é oxidado, a di-hidroxiacetona-fosfato é isomerizada, o que permite a continuidade do
processo.
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Reacção 7, 8 e 9 – Formação do Ácido Pirúvico
Na 7ª reacção, através do enzima fosfoglicerato-mutase, o ácido 3-fosfoglicérico é transformado
em ácido 2-fosfoglicérico, que na reacção 8, é catalisado pelo enzima enolase, que provoca a
desidratação do ácido 2-fosfoglicérico e forma-se o ácido fosfoenol-pirúvico. Na última reacção,
ocorre novamente uma fosforilação de ADP a ATP, devido à energia libertada pela reacção 8, que
com a acção da piruato-cinase, permite a formação o ácido pirúvico.
Assim, a glucólise recorre a duas moléculas de ATP para decorrer, no entanto, produz quatro
moléculas deste. Relativamente ao NAD+ utilizado como substrato na oxidação do gliceraldeído-3-
fosfato, é regenerado para este processo ter continuação através da reoxidação do NADH. Esta
poderá processar-se em condições aeróbias, através do sistema transportador de electrões, ou por
anaerobiose, em que o sistema transportador de electrões não funciona e a célula recorre a outras
reacções para reoxidar o NADH, nomeadamente a produção de ácido láctico, a fermentação
alcoólica e a redução da di-hidroxiacetona a glicerol.
Fermentação láctica
Nas células musculares, por catálise da lactato-desidrogenase, o ácido pirúvico é reduzido a ácido
láctico e permite a oxidação do NADH a NAD+.
Fermentação alcoólica
O ácido pirúvico é numa primeira fase descarboxilado a dióxido de carbono e acetaldeído através
da acção da piruvato-descarboxilase. Posteriormente, através da catalisação da álcool-
desidrogenase, o acetaldeído é reduzido a etanol, o que permite a oxidação o NADH a NAD+.
75
mesmo compartimento celular (com a excepção da primeira reacção da neoglucogénese), o que faz
com que tenham reacções comuns, pelo que a regulação de ambos os processos tem de estar
intimamente conjugada.
Uma regulação de tipo alostérico ocorre a nível da fosfofrutocinase e, juntamente com esta,
o enzima que catalisa a reacção no sentido inverso, a frutose-1,6-difosfatase. Quando se encontra
em concentrações muito elevadas, a fosfofrutocinase é activada pelo AMP e Pi (fosfato inorgânico),
o que acontece com frequência em anaerobiose e, em qualquer caso quando o nível de reserva
energética de ATP for reduzida. Por outro lado, o ATP também actua como inibidor sobretudo em
aerobiose à custa de ADP e Pi e pode ser considerado produto final e último da glicólise.
Neoglucogénese
A neoglucogénese é o conjunto de vias metabólicas que permite utilizar compostos não glucídicos,
como o lactato, o glicerol e a alanina. Este processo ocorre quanto o organismo se encontra com
hipoglicemia e permite manter os níveis de glicemia, uma vez que o sistema nervoso central apenas
ocorre a esta molécula como fonte de energia.
Os precursores referidos anteriormente são encaminhados para uma via comum a partir do
piruvato (ácido pirúvico) ou lactato (ácido láctico), existindo também vias especiais que vão dos
percursores ao piruvato.
O fígado e o rim possuem uma elevada capacidade neoglucogénica.
76
Via final
Há pontos de controlo-chave, regulados por enzimas que não catalisam reacções reversíveis. Estes
pontos de controlo são a transformação do ácido pirúvico em ácido fosfoenolpirúvico e as
desforilações da frutose-1-6-difosfato e daglucose-6-fosfato. Estes enzimas que têm a
particularidade de funcionar numa só direcção chamam-se enzimas-chave, enquanto as que
funcionam em ambos os sentidos têm por nome enzimas bifuncionais.
Ciclo de Cori
Durante a prática de exercício físico, forma-se lactato que é transportado para o fígado ou para o
rim para ser oxidado em ácido pirúvico.
Ciclo da alanina
No músculo, o ácido pirúvico não é convertido em ácido fosfoenolpirúvico (PEP), uma vez que
não tem enzimas glicogénicas-chave para tal processo, pelo que o ácido pirúvico sofre
transaminação em alanina que ao ser transportada para o fígado pode ser transformada em ácido
pirúvico e entrar na neoglucogénese.
77
No músculo forma-se alanina que é excretada para o fígado, onde novamente por transaminação, se
forma piruvato:
78
esta reacção é fortemente exergónica, levando a que não sejareversível.
Conversão Acetoacetil-CoAAcetil-CoA
79
Aminoácidos que formam só Acetil-CoA
A partir da Isoleucina, por perda dos grupos α-amina em reacções de transaminação, formam-se α-
cetoácidos ramificados que, por cisão tiolítica, formam acetil-CoA.
A partir da Treonina, por acção da treonina desidrogenase, forma-se o 2-amino-3-cetobutirato, que
por acção de uma ligase gera Acetil-CoA.
CICLO DE KREBS
O ciclo de Krebs vai aproveitar o catabolismo das principais biomoléculas para a obtenção de
energia. É um ciclo anfibólico que se realiza na matriz mitocondrial pois é ai que se encontra as
principais fontes do seu substrato – Acetil-CoA. O seu objectivo primário é a oxidação completa
de Acetil-CoA em CO2 resultando na formação de equivalentes redutores através de 8 reacções
sequenciais.
1- Por acção dos enzimas da glicólise a glicose é, no citosol das células, parcialmente oxidada a
piruvato. O piruvato entra para a mitocôndria e, através da acção catalítica da desidrogénase do
piruvato (piruvato + NAD+ + CoA → acetil-CoA + NADH + CO2), dá origem a acetil-CoA.
No catabolismo dos aminoácidos, dos ácidos gordos e do etanol também se forma acetil-CoA.
O ciclo de Krebs (do citrato ou dos ácidos tricarboxílicos) é uma via metabólica central no
metabolismo dos nutrientes pois permite a oxidação do grupo acetilo da acetil-CoA (a CO2)
com a concomitante redução do NAD+ e do FAD a NADH e FADH2 que são intermediários
no processo de redução do O2 (a H2O).
2- Nas mitocôndrias hepáticas, os enzimas envolvidos nas reacções do ciclo de Krebs são: (1) a
síntase do citrato (acetil-CoA + oxalacetato + H2O → citrato + CoA), (2) a aconitase(citrato
↔ isocitrato), (3) a desidrogénase do isocitrato (isocitrato + NAD+ → α-cetoglutarato + CO2 +
NADH), (4) a desidrogénase do α-cetoglutarato (α-cetoglutarato + NAD+ + CoA → succinil-
CoA + NADH + CO2), (5) a sintétase de succinil-CoA [succinil-CoA + GDP (ou ADP) + Pi ↔
succinato + CoA + GTP (ou ATP)], (6) a desidrogénase do succinato (succinato + FAD ↔
fumarato + FADH2), (7) a fumárase(fumarato + H2O ↔ malato) e (8) a desidrogénase do
malato (malato + NAD+↔ oxalacetato + NADH). A sintétase de succinil-CoA existe na forma
de dois isoenzimas sendo que um deles tem maior especificidade para o ADP e a outro maior
especificidade para o GDP. Embora a cínase dosnucleosídeos-difosfatos não seja,
habitualmente, considerada um enzima do ciclo de Krebs ela tem um papel importante neste
contexto já que permite a transferência do fosfato terminal do GTP (formado pela acção de um
dos isoenzimas da cínase do succinato) para o ADP e a formação de ATP (GTP + ADP ↔ GDP
+ ATP). Por contraponto com a formação de ATP na fosforilação oxidativa esta fosforilação do
ADP diz-se que ocorre “ao nível do substrato”.
3- A fase preparatória da oxidação do grupo acetilo da acetil-CoA a CO2 começa com a sua
ligação ao oxalacetato por acção da síntase do citrato. Os passos oxidativos em que ocorre a
redução do NAD+ e do FAD são os catalisados pelas desidrogénases do isocitrato, α-
cetoglutarato, do malato (NAD+ reduzido a NADH) e do succinato (FAD reduzido a FADH2).
As descarboxilações (e consequente libertação de CO2) ocorrem durante as acções catalíticas
da desidrogénase do isocitrato [isocitrato (6C) + NAD+→ α-cetoglutarato (5C) + CO2+ NADH]
e da desidrogénase do α-cetoglutarato [α-cetoglutarato (5C) + NAD+ + CoA → succinil-CoA
(4C-CoA) + NADH + CO2]. No “último” passo do ciclo de Krebs ocorre a regeneração do
80
oxalacetato. Uma visão global do processo permite compreender que se diga que o oxalacetato
tem, no ciclo de Krebs, um papel catalítico. Tal como os enzimas (que em cada ciclo catalítico
se ligam ao substrato e se regeneram como enzima livre após a formação do produto) o
oxalacetato reage com o acetil-CoA na “primeira” reacção do ciclo mas é regenerado na
“última” quando o malato é oxidado.
4- A equação que descreve o somatório das reacções que constituem o ciclo de Krebs
CH3CO-CoA + 2 H2O + 3 NAD+ + FAD + ADP + Pi → 2 CO2+ CoA + 3 NADH + FADH2 +
ATPmostra que, conceptualmente, este pode ser entendido como um somatório de
trêsprocessos: (1) a hidrólise da acetil-CoA, (2) a oxidação do acetato a CO2 e (3) a síntese
deATP (a partir de ADP + Pi).CH3CO-CoA + H2O → CoA + CH3COOH (1)CH3COOH + 2H2O
+ 3NAD+ + FAD → 2CO2 + 3 NADH + FADH2 (2)ADP + Pi → ATP + H2O (3)
Os processos (1) e (2) referidos acima são exergónicos enquanto o (3) é endergónico e só ocorre
porque está acoplado, via acção catalítica da sintétase do succinato e da cínase dos
nucleosídeos-difosfatos, com os processos exergónicos de rotura da ligação tioéster do succinil-
CoA (catalisada pela sintétase de sucinil-CoA) e da ligação anidrido ( - ) do GTP (catalisada
pela cínase dos nucleosídeos difosfatos).
7- É de notar que o acetil-CoA não estimula a actividade dos enzimas do ciclo de Krebs; ou
seja, não é de esperar que a ingestão aumentada de glicose leve por si só a um aumento da
oxidação da acetil-CoA formada a partir desta. Os sistemas oxidativos e em particular o ciclo de
Krebs funcionam mais ou menos lentamente em função do gasto de ATP: só é possível
aumentar a oxidação do acetil-CoA (e, em última análise, a oxidação dos nutrientes) aumentado
o consumo de ATP, ou seja, fazendo exercício.
8- O ciclo de Krebs tem carácter anfibólico: os intermediários deste ciclo são intermediários no
catabolismo dos nutrientes mas também podem ser intermediários em processosanabólicos,
81
como a síntese de ácidos gordos a partir de glicose, a síntese de glicose a partir de muitos
aminoácidos ou a síntese de alguns aminoácidos a partir de glicose.
9- A acetil-CoA, reage com um intermediário do ciclo de Krebs (o oxalacetato) formando
citrato. Esta reacção pode ser interpretada como a conversão de um intermediário do ciclo de
Krebs noutro intermediário do ciclo de Krebs e não pode, por este motivo, aumentar a
concentração dos intermediários do ciclo de Krebs entendidos como um todo. Pelo contrário,
alguns aminoácidos (como, por exemplo, o glutamato, a metionina, a fenilalanina e o aspartato)
geram, no seu catabolismo, intermediários do ciclo de Krebs mas o processo não pode ser
interpretado como a conversão de um intermediário noutro. Estes aminoácidos dizem-se
glicogénicos porque aumentam a concentração dos intermediários do ciclo de Krebs podendo
formar oxalacetato que pode converter-se em glicose. Ao conjunto dos processos que permite
formar glicose a partir de compostos não glicídicos chama-se gliconeogénese.
10- A maioria dos ácidos gordos contém um número par de carbonos. Estes ácidos gordos
geram, no seu catabolismo, apenas acetil-CoA e não podem, portanto, contribuir para a
formação de glicose: não são glicogénicos. Pelo contrário, a glicose pode dar origem aácidos
gordos cuja síntese ocorre no citosol partindo de acetil-CoA (lipogénese). A acetil- CoA que se
forma a partir do piruvato e que, num determinado momento, está em excesso relativamente às
necessidades energéticas da célula não pode ser oxidada a CO2 sendo convertida em ácidos
gordos no citosol das células. A acetil-CoA não pode sair da mitocôndria directamente porque
não existe na membrana interna da mitocôndria um transportador adequado para esta substância.
Contudo, existe um mecanismo complexo que permite o transporte de acetil-CoA para o citosol.
Este mecanismo envolve as actividades catalíticas da (1) síntase do citrato (oxalacetato +
acetil-CoA + H2O → citrato + CoA) dentro da mitocôndria, (2) de um transportador para o
citrato e, (3) já no citosol, da líase docitrato-ATP (ATP + citrato + CoA → oxalacetato + ADP
+ Pi + acetil-CoA). O somatório das acções combinadas das duas enzimas e do transportador de
citrato mostra que o transporte de acetil-CoA ocorre à custa do gasto de uma “ligação rica em
energia” do ATP: acetil-CoA (mit.) + oxalacetato (mit.) + ATP + H2O → acetil-CoA (cit.) +
oxalacetato (cit.) + ADP + Pi.
82
Características energéticas do ciclo de Krebs
Uma das características do ciclo de Krebs está relacionada com o facto de este ser um ciclo
anfibólico, ou seja, tem a capacidade de participar em reacções de catabolismo e de anabolismo.
Por um lado participa, tal como foi visto anteriormente, no catabolismo de aminoácidos, ácidos
gordos e oses, que servem como percursores de vários intermediários do ciclo. Por outro lado, em
caso de necessidade, alguns intermediários do ciclo também podem servir como percursores na
biossíntese de determinados compostos, como se pode observar na imagem 6. Alguns exemplos
importantes são os casos do oxaloacetato e do alpha-cetoglutarato que por transaminação dão
origem respectivamente ao aspartato e ao glutamato, que por sua vez são percursores de outros
aminoácidos e de bases azotadas. O succinil-CoA também tem um papel muito importante, ao ser
um percursor das porfirinas, constituintes do grupo heme.
Todavia, para que um ciclo decorra normalmente é necessário que as concentrações dos
vários intermediários se mantenham mais ou menos constantes, e como tal torna-se necessário
repor um dos intermediários de cada vez que este sai do ciclo para originar outro composto. Para
que isso seja possível ocorrem as chamadas reacções anapleróticas, que permitem uma renovação
eficiente dos intermediários em caso de necessidade. Estas reacções permitem regenerar as
concentrações de malato e oxaloacetato a partir do piruvato e do fosfoenolpiruvato.
A regulação do ciclo de Krebs é feita em todas as etapas devido à concentração dos substratos e
dos produtos. Contudo, é importante referir o papel que têm as etapas mais exergónicas (síntese do
citrato, descarboxilação do isocitrato e descarboxilação do alpha-cetoglutarato) nessa mesma
regulação, visto serem consideradas as etapas limitantes do ciclo. Torna-se necessário existir um
controlo mais eficaz destas etapas, pois devido às suas características exergónicas são as que têm
mais tendência para se dar. Os enzimas participantes nestas 3 etapas são regulados de forma
alostérica por acção de vários compostos. Também se deve referir o papel da regulação da
conversão do piruvato em Acetil-CoA que, embora não faça parte do ciclo, influencia o
83
funcionamento deste através do controlo da quantidade de Acetil-CoA que reage com o
oxaloacetato. A regulação desta conversão é feita de forma alostérica e covalente. É importante
referir a regulação covalente do complexo PDH visto esta ser semelhante à do complexo alpha-
cetoglutarato desidrogenase (os dois são estruturalmente semelhantes). Na presença de uma grande
concentração de ATP, a enzima E1 do complexo sofre uma fosforilação num resíduo específico de
serotonina, fazendo com que a proteína altere a sua conformação e consequentemente a sua função.
84
β-Oxidação dos Ácidos Gordos
A lipólise compreende a activação dos ácidos gordos. Esta activação, que produz Acil-CoA, ocorre
na membrana mitocondrial externa, enquanto que a oxidação ocorre na matriz mitocondrial dos
hepatócitos. Este é um processo activado pela glucagina quando é necessário mobilizar reservas.
85
Note-se que na última reacção, cada Acil-CoA formado sofrerá por sua vez a mesma sériede
quatro reacções para originar um Acetil-CoA e um novo Acil-CoA, sempre com menos dois
carbonos que aquele que lhe deu origem. Este processo é exemplificativo para o ácido palmítico
onde cada espiral representa um conjunto de reacções que permite oxidar dois carbonos.
Consequentemente o número de reacções em espiral, em cada ácido gordo, é função do tamanho
do mesmo.
86
A -oxidação permite à célula obter H2O e ATP. O balanço energético é:
• Por cada volta da espiral – 2 a 3 ATP;
• Por cada ciclo de Krebs – 12 ATP;
• Por cada átomo de carbono – 8 ATP.
Cetogénese
O acetil-CoA produzido pela oxidação de ácidos gordos pode ser oxidado adicionalmente no
ciclo do ácido cítrico. Nas mitocôndrias dos hepatócitos, parte desse acetil-CoA tem outro
destino: Cetogénese que compreende a formação de corpos cetónicos, sendo então convertido
em ácido acetoácético, ácido -hidroxibutírico, e acetona.
87
Transporte dos Lípidos
Os lípidos por serem substâncias hidrófobas necessitam de um sistema de transporte que lhes
possibilite o deslocamento na corrente sanguínea. Esse transporte é feito peças lipoproteínas ou
pela ligação à albumina, no caso dos ácidos gordos livres.
88
Alterações metabólicas
As dislipedemias, perturbações do metabolismo dos lípidos, classificam-se em:
89
Metabolismo dos corpos cetónicos
90
hepáticos pode envolver uma transférase que catalisa a transferência do CoA do succinil-CoA
para o acetoacetato (succinil-CoA-acetoacetato-CoA-transférase: succinil-CoA +acetoacetato
→ succinato + acetoacetil-CoA). O acetoacetil-CoA sofre cisão tiolítica (acetoacetil-CoA +
CoA → β acetil-CoA) e o acetil-CoA formado é oxidado, no ciclo de Krebs, a CO2.
5- A cetogénese aumenta durante o jejum e na diabetes tipo I porque, nestas circunstâncias, (i)
há diminuição da insulina e aumento da glicagina que implica uma (ii) oferta aumentada de
ácidos gordos livres ao fígado e uma (iii) diminuição da actividade de síntese de malonil-CoA
cuja concentração baixa permitindo (iv) um aumento da velocidade da oxidação em e da
síntese de acetil-CoA (v) cuja oxidação só ocorre na exacta medida das necessidades
metabólicas neste órgão. Para além disto a diminuição da razão [insulina]/[glicagina] também
(vi) estimula directamente o ciclo de Lynen estimulando a actividade da síntase da HMG-CoA.
7- Um dos destinos metabólicos da acetil-CoA é a sua oxidação a CO2 no ciclo de Krebs mas a
actividade desta via metabólica é estritamente regulada pelas concentrações de ADP/ATP e
91
NAD+/NADH. Um aumento do consumo de acetil-CoA que permitisse compensar o aumento da
sua formação só poderia ocorrer se houvesse, simultaneamente, um aumento proporcional no
consumo de ATP hepático. No fígado o consumo de ATP durante o jejum e na diabetes de tipo I
não permite a oxidação de toda a acetil-CoA formada e a remanescente, devido à presença das
enzimas do ciclo de Lynen, é convertida em corpos cetónicos. A cetogénese é um mecanismo
que permite ao fígado oxidar grandes quantidades de ácidos gordos sem aumentar a velocidade
de hidrólise do ATP.
8- A diabetes tipo I deve-se a incapacidade de produzir insulina por destruição das células dos
ilhéus de Langerhans. Na ausência de terapêutica adequada podem ocorrer situações de crise
que põem em risco a vida do doente. Uma dessas situações é a cetoacidose cuja causa é um
aumento anormal da produção de corpos cetónicos. O pKa dos ácidos acetacético e D- -
hidroxibutírico é, em ambos os casos, inferior a 5 o que explica que, ao pH do sangue, estejam
predominantemente na forma ionizada; ou seja, aquando da sua formação estes ácidos orgânicos
sofrem protólise gerando H+ e os respectivos sais acetoacetato e D- -hidroxibutirato. Os protões
libertados levam a uma descida do pH do plasma sanguíneo (acidose). Uma equação que
permite compreender o que se passa durante a cetoacidose do diabético é a que descreve o
somatório dos processos de hidrólise da tripalmitina, da oxidação em dos ácidos gordos, da
fosforilação oxidativa, da hidrólise do ATP e do ciclo de Lynen: tripalmitina (C51O6H98) + 21 O2
→ 1β ac. acetacético (C4O3H6) + 9 H2O + glicerol (C3O3H8).
92
CICLO DA UREIA
Metabolismo do azoto dos aminoácidos
2 - A esmagadora maioria dos aminoácidos é degradada no fígado mas uma parte importante do
catabolismo dos aminoácidos ocorre no músculo. Nos processos catabólicos dos aminoácidos os
átomos de azoto que fazem parte da sua estrutura podem, directa ou indirectamente, converter-
se (a) no azoto do grupo amina da alanina e (b) do grupo amida da glutamina. Por exemplo, (a)
por acção catalítica da transamínase da alanina, opiruvato pode aceitar o grupo amina de
diversos aminoácidos gerando alanina e os α-cetoácidos correspondentes. (b) Em reacções de
desaminação (i) oxidativa, como o caso do glutamato que sofre a acção da desidrogénase do
glutamato;
ou (iii) outra (como nos casos da histidina, da serina, treonina e da homoserina) forma-se
amoníaco que, por acção da sintétase da glutamina:
3 - A alanina pode ser captada no fígado e, neste órgão, por acção das transamínases da
alanina ou do glutamato pode transferir o grupo amina para o α-cetoglutarato formando
glutamato (alanina + α-cetoglurato ↔ piruvato + glutamato). No fígado, o grupo aminado
glutamato (que pode ter origem na alanina proveniente dos músculos e doutros tecidosmas
também provir doutros aminoácidos que sofrem catabolismo no fígado; α-aminoácido+ α-
cetoglutarato ↔ α-cetoácido + glutamato) pode gerar amoníaco por acção catalíticada
desidrogénase do glutamato:
93
amoníaco aí libertado passa para o sangue da veia porta e é captado pelo fígado. (A maior
concentração de NH3 na veia porta relativamente ao sistema vascular sistémico também tem
como causa a acção das bactérias intestinais que podem formar NH3). O glutamato formado por
acção da glutamínase pode ser dador de grupos amina para o piruvato (transaminação)
formando alanina que é também transportada via veia porta para o fígado.
5 - O amoníaco é um substrato na síntese de ureia (OC(NH2)2) que tem lugar no fígado. Numa
reacção (NH3 + CO2 + 2ATP + H2O → carbamil-P + 2ADP + Pi) catalisada pela sintétase do
carbamil-P I, uma enzima da matriz mitocondrial, forma-se carbamil-P. O processo pode ser
entendido conceptualmente como uma reacção exergónica (a hidrólise de 2 ATP) acoplada com
outra endergónica (a combinação de NH3, CO2 e Pi).
CO2 + NH3 + aspartato + 3ATP + 2H2O → ureia + βADP + AMP + Pi + PPi + fumarato (γ)
9 - No seu conjunto cerca de 16% da massa dos proteídos é azoto que, no catabolismo dos
aminoácidos, é convertido em ureia que é eliminada na urina. Mesmo na ausência de ingestão
de protídos um mínimo de 20 a 30 gramas de aminoácidos são diariamente degradados
correspondendo à eliminação de 6 a 8 gramas de ureia. Se admitirmos que os protídos ingeridos
contêm os aminoácidos nutricionalmente indispensáveis nas quantidades que permitem repor os
94
que foram degradados então a absorção de 20 a 30 gramas de aminoácidos (ingeridos
normalmente na forma de protídos) seriam suficientes para compensar as perdas e permitir um
balanço azotado (azoto ingerido – azoto eliminado) nulo.
10 - Em geral, tendo em conta que parte dos protídos ingeridos não são eficazmente digeridos,
para assegurar uma reposição adequada dos aminoácidos nutricionalmente indispensáveis
recomenda-se uma ingestão diária de, pelo menos, 0,8 g de protídos por Kg de peso. Porque os
mamíferos não fazem reservas de aminoácidos num adulto saudável que não faz
musculação está em equilíbrio azotado (tem um balanço azotado nulo) e em respostaa um
aumento da ingestão de protídos aumenta o catabolismo dos aminoácidos. Para o total do
azoto eliminado também contribui o azoto das proteínas das células da pele ou das mucosas que
no seu processo de renovação cíclica descamam assim como as proteínas da dieta cujo digestão
e absorção é incompleta. A digestão incompleta de proteínas é mais marcada no caso das
proteínas dos alimentos vegetais. Dependendo da dieta as perdas nas fezes podem constituir
cerca de 20% do total do azoto eliminado diariamente sendo que o restante é, quase todo,
eliminado na urina. Cerca de 85% do azoto urinário é azoto ureico sendo o restante componente
de diversos compostos azotados da urina (ácido úrico, creatinina, amónia, etc.). Assim, se
admitirmos que à ingestão de 100 g/dia de proteínas (a ingestão média nos EUA) corresponde
uma absorção de 80 g/dia a eliminação de ureia poderia ser de cerca de 23g /dia (80g * 0,16 *
60/28 * 0,85).
12 - Para além da ureia, um importante composto azotado da urina é o ião amónio (NH4+). O
amoníaco forma-se nas células tubulares renais quer por desaminação hidrolítica da glutamina
(ver eq. 2) quer por desaminação oxidativa do glutamato (ver eq. 1). O valor do pKa do ião
amónio é de cerca de 9,3 encontrando-se por isso na forma protonada em pHs fisiológicos. O
ião amónio formado é segregado para o lúmen tubular e quer a síntese quer a secreção
aumentam em situações de acidose.
95
96
Aterosclerose
Afecta, não só órgãos vitais (artérias do cérebro, coração e até mesmo os rins, mas também
braços e pernas
É a primeira causa de mortalidade na Europa, sendo o enfarte do miocárdio a sua
exteriorização mais frequente. Hoje em dia, sabe-se que quanto mais rica for a nossa
alimentação em frutas, legumes, cereais completos e peixes magros, mais protegidos estamos
contra as doenças cardiovasculares.
97
98
Diabetes
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose)
no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos
alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se
que o doente está com hiperglicemia.
A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e
em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem
diabéticos:
Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:
Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo
os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito
nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo
pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.
Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes
casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.
99
Tipos de diabetes
100
Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos
os sexos;
Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das
cicatrizes depois das cirurgias.
Insulina
A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de
Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a
partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana
através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do
porco.Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso
a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua
grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina. No nosso país,
só se encontra disponível a concentração U-100 (1ml=100 unidades).
Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram
destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina
não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento
imprescindível de substituição.
O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele (subcutânea).
Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de
insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.
Por ser injectável, é necessário que o doente tenha atenção ao modo como a manuseia. Deve ter
os seguintes cuidados:
101
SEMESTRE 1
Ano lectivo 2009-2010
EXERCÍCIOS
102
1. Indique os nomes dos seguintes elementos: Ag; Al; Au; B; Be; Cl; Cr; Cu; Hg; Pt.
2. Indique os símbolos químicos dos seguintes elementos: potássio, lítio, hélio, enxofre, flúor,
silício, carbono, cálcio.
3. Das seguintes substâncias, quais são compostos e quais são elementos: oxigénio, açúcar,
prata, ferrugem?
4. Indique se cada uma das seguintes unidades é uma medida de comprimento, massa, volume
ou tempo:
a) Ml; b) kg; c) μs; d) cm3; e) mg; f) m3; g) μg; h) nm.
103
Questão para estudo
Com base nos dados laboratoriais e clínicos descritos acima foi feito o diagnóstico de
cetoacidose diabética.
Responda:
104
9) Indique dois exemplos de proteínas globulares?
10) O que interfere na solubilidade das proteínas?
1. Identifique os grupos funcionais das seguintes moléculas.
105
3. Que volume de uma solução 0,5 mol/dm3 de KOH é necessário para neutralizar
completamente as seguintes soluções:
5. Fez-se a titulação de 20,0 cm3 de uma solução de HCl 0,2 mol/dm3 com uma solução de
LiOH 0,12 mol/dm3.
5.1. Identifique a solução titulante e a solução titulada.
5.2. Calcule o pH nas seguintes alturas.
5.2.1. Inicialmente.
5.2.2. Após a adição de 5,0 cm3 de base.
5.2.3. Após a adição de 10,0 cm3 de base.
5.2.4. No ponto de equivalência.
5.2.5. Após a adição de 5,0 cm3 depois do ponto de equivalência.
5.3. Trace a curva de titulação do pH versus volume de titulante.
1.A principal substância ORGÂNICA que encontramos nas células dos seres vivos animais é
(são):
106
a) a água. b) gorduras. c) proteínas. d) sais. e) vitaminas.
2. Dos vinte aminoácidos constituintes das proteínas dos vertebrados, alguns são
chamadosESSENCIAIS porque:
c) são precursores na formação de hormonas.d) não são absorvidos pelo aparelho digestivo.
3.Nos laboratórios químicos, a maneira mais frequente de activar uma reacção é fornecer calor,
que funciona como energia de activação. Nos seres vivos, isso não é possível, pois corremos o
risco de as proteínas serem desnaturadas. A estratégia desenvolvida pelos seres vivos para
superar a barreira inicial das reacções foi a utilização de:
4. Para inibir a acção de um enzima, podemos fornecer à célula uma substância que ocupe o
centro activo desse enzima. Para isso, essa substância deve:
a) estar na mesma concentração do enzima. b) ter a mesma estrutura espacial do substrato
do enzima.
c) encobrir toda a molécula do enzima. d) ter a mesma função biológica do substrato do
enzima.
e) promover a desnaturação desse enzima.
5.O gráfico seguinte relaciona a velocidade de uma reacção química catalisada por enzimas com
a temperatura na qual essa reacção ocorre. Podemos afirmar que:
107
6.Para uma reacção de Michaelis-Menten, k1 = 5x107 M-1 s-1, k2 = 2x104 s-1, e k3 = 4x 102 s-1.
Calcule a constante de dissociação do complexo enzima-substrato (Ks) e a constante de
Michaelis (Km).
(Nota: Se o KM não coincide com o da enzima do músculo o indivíduo poderá estar a sofrer de
uma doença do fígado).
8.Um enzima que segue o modelo simétrico para os efeitos do pH sobre a sua actividade tem
pKES1 = 4 e pKES2 = 8. Qual é o pH no qual a V'max é óptima para este enzima? Que fracção da
Vmax o V'max atinge neste pH?
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Ficha de exercícios, Proteínas e Catálise Enzimática
1. a) Diga quais os principais tipos de ligações não-covalentes responsáveis pela estabilidade da
estrutura tridimensional das proteínas.
b) Para cada um dos seguintes pares de amino ácidos Asp, Lis; Leu, Val; Asn, Gln.
Indique quais os tipos de ligações que poderiam estabelecer entre as respectivas cadeias
laterais?
a) Identifique o tipo de inibição observada. Diga de que forma a presença do inibidor afecta a
reacção enzimática, escrevendo os equilíbrios envolvidos.
b) Calcule os valores de KM e Vmax do enzima na presença e ausência de inibidor.
c) Calcule KI sabendo que a concentração de inibidor é igual a 20 mM.
5. Diga quantas moléculas de ATP são produzidas em condições aeróbias, em que ocorre a
oxidação completa de uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato (por via da glicólise, ciclo
deKrebs e fosforilação oxidativa).
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( ) III - E
( ) II - B
( ) III - C
( )I-C
( ) IV - C
( )V-D
( )V-A
7. Dos vinte aminoácidos constituintes das proteínas dos vertebrados, alguns são chamados
ESSENCIAIS porque:
a) Participam da síntese de proteínas.
b) São importantes como coenzimas.
c) São precursores na formação de hormonas.
d) Não são absorvidos pelo aparelho digestivo.
e) Não são sintetizados por estes animais.
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Ficha de Exercícios, DNA e Síntese Proteica
1.2.As bases azotadas podem dividir-se em dois grupos. Caracterize esses dois grupos,
indicando:
a) bases constituintes;
_____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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2.3. O esquema seguinte representa duas cadeias de ácidos nucleicos. Podemos concluir que...
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4. A tabela 1 diz respeito ao código genético.
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Responda as seguintes questões escolhendo somente a opção correcta ou as opções
correctas quando é pedido.
7.Os enzimas:
1. Diminuem a energia de activação da reacção.
2. Afectam a velocidade a que se atinge o equilíbrio.
3. Podem ser muito selectivos em relação ao substrato sobre que actuam.
4. Diminuem a energia livre padrão da reacção.
a) 1, 2 e 3 estão correctas.
b) 1 e 3 estão correctas.
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c) 2 e 4 estão correctas.
d) Só a afirmação 4 está correcta.
e) TODAS são correctas, ou TODAS são incorrectas.
k2
afirmações é INCORRECTA?
a) Km é metade da concentração de substrato necessária para atingir Vmax.
b) Quando [S] = Km, metade dos locais de ligação ao substrato encontram-se ocupados.
c) De acordo com a dedução de Km, Km é maior do que a constante de dissociação de ES E +
S.
d)Excepto a concentrações muito baixas de substrato, o aumento de V é inferior ao aumento de
[S].
e) V é sempre igual a [ES] vezes k3.
11.A carga negativa num carboxilato (COO-) tende a alinhar-se com a carga positiva de um
grupo amina (NH3+). Esta atracção denomina-se:
a) Ligação iónica.
b) Ponte de hidrogénio.
c) Ligação covalente.
d) Interacção hidrofóbica.
12.Das quatro moléculas seguintes: ácido acético (pKa=4.76), fenóxido (pKb=4.1), ácido
cianídrico (HCN, pKa=9.1), anilina (pKb=9.4) a base mais forte será:
a) O anião acetato.
b) O anião fenóxido.
c) A anilina.
d) O anião cianeto.
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c) O pH em que o grupo -NH2 não possui carga.
d) O pH em que todos os grupos ionizáveis se encontram protonados.
19.Estrutura do DNA:
1. O DNA é composto de duas hélices de polinucleótidos enroladas em torno de um eixo
comum e orientadas no mesmo sentido.
2. As purinas e pirimidinas encontram-se empilhadas dentro da dupla hélice, e os açúcares e
grupos fosfato encontram-se expostos no exterior da hélice.
3. As duas cadeias são estabilizadas principalmente por ligações de hidrogénio.
4. As bases azotadas das duas cadeias são complementares entre si, e formam-se ligações de
hidrogénio entre adenina e timina, e entre citosina e guanina.
a) 1, 2 e 3 estão correctas.
b) 1 e 3 estão correctas.
c) 2 e 4 estão correctas.
d) Só a afirmação 4 está correcta.
e) TODAS são correctas, ou TODAS são incorrectas.
OH
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c) β0:γ( Ω β).
d) β0:γ( Ω 4).
e) β0:γ(Ω 7).
O
OH
H O O H O O H O O H O O H O OH
H H H H H
OH H OH H OH H OH H OH H
HO H H H H H
H OH H OH H OH H OH H OH
a. b. c. d.
24.As duas cadeias da dupla hélice de DNA estão unidas por:
a) Ligações de hidrogénio entre adenina e guanina, e entre citosina e timina.
b) Ligações covalentes entre adenina e timina, e entre citosina e guanina.
c) Ligações de hidrogénio entre adenina e timina, e entre citosina e guanina.
d) Ligações covalentes entre adenina e guanina, e entre citosina e timina.
b)Um monossacarídeo. H 3C C
c) Um nucleósido. CH OH
117 OH
27.O anticodão faz parte do:
a) DNA.
b) RNA ribossomal.
c) RNA de transferência.
d) Péptido sinal.
30.As fermentações:
a) Produzem ácido láctico.
b) Não requerem oxigénio.
c) Usam oxigénio.
d) Produzem grandes quantidades de energia.
e) Ocorrem apenas em bactérias.
31.Qual a produção de NADH quando se oxida completamente uma mole de acetil-CoA a CO2
pelo ciclo de Krebs?
a) 0 mole NADH.
b) 1 mole NADH.
c) 2 mole NADH.
d) 3 mole NADH.
33.A glicólise:
1. É a única fonte de ATP nos eritrócitos.
2. É a única via do metabolismo da glucose fisiologicamente importante.
3. Inclui passos termodinamicamente irreversíveis nas condições fisiológicas.
4. Fornece NADPH.
a) 1, 2 e 3 estão correctas.
b) 1 e 3 estão correctas.
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c) 2 e 4 estão correctas.
d) Só a afirmação 4 está correcta.
e) TODAS são correctas, ou TODAS são incorrectas.
a) 1, 2 e 3 estão correctas.
b) 1 e 3 estão correctas.
c) 2 e 4 estão correctas.
d) Só a afirmação 4 está correcta.
e) TODAS são correctas, ou TODAS são incorrectas.
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