A Medida Do Amor de Deus
A Medida Do Amor de Deus
A Medida Do Amor de Deus
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2016
Categoria: Vida cristã / Ensino / Bíblia
Copyright © 2017
Todos os direitos reservados
1°. Edição
Edição e Revisão:
Lorena Fayal
Capa:
Roghi Assessoria - 62|98228-0116
Obrigado Jesus!
Introdução
Boa leitura!
SUMÁRIO
1 A MEDIDA DO AMOR DE DEUS
2 A REVELAÇÃO DO QUANTO DEUS NOS AMA
3 COMO ALGUÉM PODE CONHECER JESUS E
NÃO SE SENTIR AMADO?
4 GRAÇA:UM AMOR QUE DESCONHECE LIMITES
5 O ENCONTRO DA ONISCIÊNCIA COM AMOR PROFUNDO
6 A PERSPECTIVA DO AMOR DE DEUS
1
A MEDIDA DO AMOR DE DEUS
Sempre que lia esse texto era levado a pensar que Jesus simbolizava o
tesouro escondido no campo e que, como cristãos que o encontraram,
deveríamos vender tudo que tínhamos para adquiri-lO. No meu ponto de
vista a parábola falava do amor intenso que deveríamos despender a Cristo.
Vender tudo fala de não ficar com absolutamente nada, de se esvaziar
completamente por amor.
Pense comigo, o maior boxeador da atualidade Floyd Mayweather Junior
foi o atleta mais bem pago em 2015, ele comprou seu segundo jato com vaso
sanitário, torneiras e poltrona feitos todos de ouro. Há também empresas de
casamento que oferecem até mesmo papel higiênico com imagem dos noivos –
que coisa horrível! Imagine usar a minha foto com a minha esposa para os
convidados se limparem – mas há pessoas que tem tanto dinheiro que não tem
mais com o que gastar. Fui a um barbeiro em Belo Horizonte que vai para
Barcelona apenas cortar o cabelo de um jogador de futebol e volta. Por mais que o
homem tivesse muito dinheiro como esses, e se esse tesouro fosse Jesus quem é
que poderia compra-lo? Isso não tem cabimento. Aquele tesouro não era a
representação de Jesus.
Na parábola que Jesus estava contando Ele era o homem e o tesouro era
você! Ele foi e vendeu tudo o que tinha. Essa parábola fala do nível do amor de
Deus, que deixou tudo por ter achado um tesouro. Quem define o valor do que
compramos somos nós mesmos, ou seja, para você algo pode ter custado
barato mas para outro, custado caro. Acredite, Deus olhou para você e disse:
“Vale tudo o que eu tenho!”
Eu não posso produzir uma revelação por experiências a respeito do amor
de Deus por você, é sua a decisão de se abrir para ter uma experiência com esse
de Deus, para descobrir a medida que você é amado. Não tenha dúvidas, isso
faz toda diferença, preenche todo vazio que você tem, resolve seu problema de
carência e a nossa postura muda quando nós temos essa revelação. O que nós
podemos oferecer a alguém que deu tudo por nós?!
Certa vez um garotinho fez um barquinho que amava muito, era o seu
barquinho preferido, brincava todo dia, ia para frente da sua casa e colocava o
barco na “valinha” que passava e ficava brincando. Houve um dia que
choveu muito e então não conseguiu ir para calçada e, ao chegar lá, o
barquinho não estava mais, alguém o havia levado. O garotinho, lógico, ficou
muito triste e desolado. Passaram-se dias quando novamente foi brincar na
praça e de longe avistou outro garoto brincando com o barquinho e disse: “Olha
meu barquinho, ele é meu, fui eu quem fiz, ele é meu”. O outro garoto disse:
“Não, eu achei então ele é meu”. E o garotinho disse: “Eu tenho certeza que
fui eu quem fiz”. O garoto que achou respondeu: “Não não, ele não é mais
seu, agora ele é meu, mas se você quiser posso te vender”.
Então aquele garotinho voltou para casa, começou a ver meios de ganhar
dinheiro, por isso ajudou sua mãe fez tarefas e conseguiu juntar um dinheiro.
Voltou com o garoto e disse: “Está aqui tudo que eu consegui, quero meu
barquinho de volta”. Após tê-lo novamente, abraçou-o e disse: “Agora eu amo
você duas vezes, a primeira porque eu fiz você e a segunda porque eu paguei
tudo que eu tinha para ter você”.
Nós somos esse barquinho! Nós fomos feitos por Ele, o pecado nos
roubou, mas Ele foi lá, olhou para nós e viu que nós valíamos tudo que possuía.
Como nós podemos ficar da mesma forma ao descobrirmos isso? Algumas
pessoas mantêm sua postura de fazer sacrifícios ao Senhor porque não têm
noção da medida do amor de Deus, então servir a Deus se torna um grande
preço, sempre ouço: “Ai meu Deus eu estou aqui, mas só Deus sabe”.
Infelizmente, essa é uma medida de quem ainda não teve revelação do Seu
amor.
Irmão, embora seja legítimo pagar o preço, sejamos honestos e maduros
para reconhecer: Que preço que nós pagamos diante do que Ele fez? Nada se
compara a tudo, por mais que você pague muito caro, por mais que você queime
seu corpo e dê tudo que você pode dar nada se compara, porque Ele nos amou
em uma medida absoluta, plena e ao nos depararmos com a realidade desse
amor, não há qualquer possibilidade de permane cermos da mesma forma,
mudamos a nossa postura e nosso relacionamento com o Pai também muda.
As palavras, com o tempo, podem perder a sua força, mas essa é a grande
verdade: Ele nos ama incondicionalmente. Isso não deveria soar para nós como
algo banal, sem importância, ao contrário, deveria provocar uma reflexão a
ponto de trazer sobre nós uma grande perturbação que mude completamente a
perspectiva a respeito de Deus e de como nos enxergamos.
A aceitação do amor incondicional implica em mudanças profundas,
portanto, preciso encorajá-lo a ter um relacionamento mais profundo, a ter um
conhecimento mais exato, a compreender, como disse Paulo, qual a altura, a
largura e a profundidade do amor de Deus por você.
Se você tiver que fazer apenas uma coisa pela sua vida cristã, faça isso:
invista a sua vida em descobrir o quanto você é amado. Uma vez que você
descobre, nada mais será um limite para você. Assim, continuaremos vivendo
aqui nessa terra com a revelação de que Ele nos ama incondicionalmente,
independente do que os outros dizem ou pensem ao nosso respeito. Nós
podemos ter o nosso vazio preenchido e não vamos sair por aí em uma corrida
desenfreada em busca de amor, pois não precisamos ser amados ou amar
alguém, pois já somos amados por Deus.
O mundo está esperando por esse amor e nós somos esses canais, vamos
passar pela vida das pessoas e deixaremos a marca de que conseguimos amar os
outros como Deus realmente os amaria. Que as pessoas possam ver o amor de
Deus em nós.
É isso que o amor furioso faz, Ele nos consome a ponto de não sobrar
mais nada nosso. Não conseguimos continuar pensando que algo é sobre nós,
por causa de nós, pois nada começou em nós. Tudo começou nele e nisto está
o amor; não na percepção que temos de que amamos muito a Deus e fazemos
muitas coisas para Ele, mas na revelação de que Ele nos amou
completamente. Ele nos amou e ponto! Não deixe que algumas verdades, que
parecem muito óbvias sejam ouvidas por você sem que elas produzam mais
uma revolução em seu interior. É muito comum ouvir que Deus ama a todos,
mas eu garanto a você que poucas pessoas desfrutam dessa revelação.
Posso afirmar que o valor da compreensão que Deus nos ama será
descoberto na hora que formos testados. Quando nos sentimos sozinhos e
desamparados, tentados a ceder, podemos olhar para o lado e ouvir uma
canção ou mesmo Deus falar de uma maneira que nem sequer estávamos
esperando, enfim, tudo isso provará o amor de Deus por nós. Quando
encontramos com essa profunda revelação, ela provoca em nós uma revolução
e nunca mais enxergaremos as circunstâncias da mesma forma.
Reflito, não houve alguém que tenha sido tão humilhado, testado e
rejeitado como Jesus foi, mas não há registros de Jesus tendo crises de
identidade, ficando com raiva ou mesmo magoado com Judas por tê-lO
entregado aos judeus e com Pedro por tê-lO negado. Tudo isso porque havia uma
fonte sobrenatural de amor que o abastecia, fazendo com que as reações de Jesus
mantivessem-se as mesmas apesar dos altos níveis de pressão que sofreu. De
fato, o amor furioso do Pai o tomou por completo, não havia um espaço sequer
que dependesse da aceitação dos homens, e isso firmou seu ministério sobre a
rocha inabalável e incondicional do amor. Essa, não foi só a primeira, mas
principal revelação que o levou a completar seu propósito divino, sem falhar.
Penso que não é simples remover ou mesmo substituir fundamentos, é
inevitável que chegar a revelação da suficiência do amor de Deus será fruto
talvez de muitas decepções, frustrações e testes, mas como diz o apóstolo
Paulo, é válido sofrer as dores de parto se, no fim de tudo, pudermos ver Cristo
nascer e ser formado em nós, e assim possamos afirmar, por experiência e, não
mais somente por conhecimento que, de fato, somos filhos amados de Deus.
3
COMO ALGUÉM
PODE CONHECER JESUS E
NÃO SE SENTIR AMADO?
Ele ainda estava conversando, quando chegou
Raquel com as ovelhas de seu pai, pois ela era
pastora. Quando Jacó viu Raquel, filha de Labão,
irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão,
aproximou- se, removeu a pedra da boca do poço
deu de beber às ovelhas de seu tio Labão. Depois
Jacó beijou Raquel e começou a chorar bem alto.
Então contou a Raquel que era parente do pai dela e
filho de Rebeca. E ela foi correndo contar tudo a seu
pai. Logo que Labão ouviu as notícias acerca de
Jacó, seu sobrinho, correu ao seu encontro,
abraçou-o e o beijou. Depois, levou-o para casa, e
Jacó contou-lhe tudo o que havia ocorrido.
Então Labão lhe disse: "Você é sangue do meu
sangue". Já fazia um mês que Jacó estava na casa
de Labão, quando este lhe disse: "Só por ser meu
parente você vai trabalhar de graça? Diga-me qual
deve ser o seu salário". Ora, Labão tinha duas
filhas; o nome da mais velha era Lia, e o da mais
nova, Raquel. Lia tinha olhos meigos, mas Raquel
era bonita e atraente. Como Jacó gostava muito de
Raquel, disse: "Trabalharei sete anos em troca de
Raquel, sua filha mais nova". Labão respondeu:
"Será melhor dá-la a você do que a algum outro
homem. Fique aqui comigo". Então Jacó trabalhou
sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos d
i a s , p e l o t a n t o q u e a a m a v a . Então disse Jacó a
Labão: "Entregue-me a minha mulher. Cumpri o
prazo previsto e quero deitar-me com ela". Então
Labão reuniu todo o povo daquele lugar e deu uma
festa. Mas quando a noite chegou, deu sua filha Lia
a Jacó, e Jacó deitou-se com ela. Labão também
entregou sua serva Zilpa à sua filha, para que ficasse
a serviço dela. Quando chegou a manhã, lá estava
Lia. Então Jacó disse a Labão: "Que foi que você
me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você
me enganou? " Labão respondeu: "Aqui não é
costume entregar em casamento a filha m a i s n o va
a n t e s d a m a i s v e l h a . Deixe passar esta semana de
núpcias e lhe daremos também a mais nova, em
troca de mais sete anos de trabalho". Jacó
concordou. Passou aquela semana de núpcias com
Lia, e Labão lhe deu sua filha Raquel por mulher.
Labão deu a Raquel sua serva Bila, para que ficasse
a serviço dela. Jacó deitou-se também com Raquel,
que era a sua preferida. E trabalhou para Labão
outros sete anos. Quando o Senhor viu que Lia era
desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era
estéril. Lia engravidou, deu à luz um filho, e deu-lhe o
nome de Rúben, pois dizia: "O Senhor viu a minha
infelicidade. Agora, certamente o meu marido me
amará". Lia engravidou de novo e, quando deu à luz
outro filho, disse: "Porque o Senhor ouviu que sou
desprezada, deu-me também este". Pelo que o
chamou Simeão. De novo engravidou e, quando deu
à luz mais um filho, disse: "Agora, finalmente, meu
marido se apegará a mim, porque já lhe dei três
filhos". Por isso deu-lhe o nome de Levi. Engravidou
ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho,
disse: "Desta vez louvarei ao SENHOR". Assim deu-
lhe o nome de Judá. Então parou de ter filhos. (Gn
29.1-35)
Quando você olha para o Filho, você vê o Pai. Isso é outra verdade que se
perdeu ao longo do tempo. Ser filho não é apenas dizer: Eu tenho um pai. Mas
é quando as pessoas olham para você e vêem o Seu Pai. O Filho era a expressão
exata, não havia nada de diferente. E essa expressão exata se fez carne e
habitou entre nós só por um motivo; Ele nos amou. Às vezes, essa verdade não
entra em nossa cabeça. Phillip Yancey diz que o homem resiste à graça, porque
ela é ilógica, foge da com preensão. Em algumas circunstâncias a aceitamos
quando nos favorece, mas quando diz respeito ao outro, tendemos a ponderar as
situações.
A Graça não tem nada a ver com o homem. A Graça não pode ser
explicada com uma conta, não tem como, ela é uma revelação do céu para a
terra. É uma natureza divina e só assumimos essa postura quando nós nos
relacionamos com Deus. Paulo fez uma oração no livro de Efésios muito
importante. Ele diz:
Paulo, com essa citação, quis dizer que ainda que haja muito pecado, o
amor de Deus não sofre variação, Ele continua nos amando independente de
qualquer coisa. Graça é isso, é o favor imerecido que nos alcança,
teologicamente falando. Mas o fato que precisamos entender é que precisamos
tanto da teologia quanto da prática, da revelação pessoal. O amor de Deus, a
graça de Deus é essa manifestação sobre nós. Nós não merecemos, mas Ele nos
amou mesmo assim.
Não precisamos correr ou nos esforçar para obter algo que já é nosso.
Bill Johnson diz que quando você quer ter algo que já é seu, isso é entrar na lei
novamente. Charles Spurgeon diz que quando ficamos tentando ser amados por
alguém que já nos ama, nos tornamos semelhantes a um menino que deixa
uma moeda cair no bueiro e fica horas a fio tentando explicar como aquela
moeda caiu naquele lugar. E então ele se prende aquela situação, sem perceber
que o amor e a aceitação estão lá para que Ele desfrute gratuitamente. É uma
ofensa ao Evangelho e a Deus! Já fomos alcançados.
Quando compreendemos a Graça de Deus nós paramos de ficar
tentando fazer com que Ele nos ame e nos perdoe, então nós devolvemos isso
em gratidão a Deus. Aí começa a adoração genuína. Somos tão constrangidos
pelo amor dEle por nós, que conseguimos concluir que não há nada que
façamos para que Ele nos ame mais, então entregamos gratidão e nos
tornamos verdadeiros adoradores. Por isso, Jesus disse que Maria tinha
escolhido a melhor parte. Não se trata de algo que façamos ou deixemos de
fazer. Não há nada de errado em fazer, contanto que isso não se torne o
centro de tudo para nós.
Quando compreendemos a Graça de Deus o nosso relacionamento com
Ele é afetado. Imagine comigo um garoto que esteja dirigindo um carro que, de
repente, perde o controle e bate em um muro. Ele sai do acidente ileso, mas o
carro e o muro ficam completamente destruídos. O homem que foi prejudicado
com o acidente tem três opções diante dele: 1ª O garoto pagaria o muro
quebrado, consertaria o carro e resolveria os estragos; 2ª Ele pode agir com
misericórdia, deixando que o garoto vá embora sem pagar o prejuízo; 3ª Ele
pode agir com graça; perdoando, construindo um novo muro, pagando o
conserto do automóvel, e dando o seu próprio carro para que o garoto não
ficasse sem carro. Jesus escolheu a 3ª opção, foi isso que Ele fez. Ele não
apenas consertou a nossa vida, não apenas nos livrou de um prejuízo, mas
acima disso, Ele nos deu Jesus, para podermos viver como Jesus viveu,
receber a mesma herança, nos tornar filhos como Jesus é. Ele nos deu a chave
do carro para andarmos e desfrutarmos do Seu amor. Isso é Graça! Isso muda
tudo em nós!
A Graça de Deus nos alcançou. Não é pelo que temos ou fazemos, se
oramos muito, se temos cargos, isso não muda nada. Se o nosso trabalho se
limita a fazermos algo para aumentar o amor de Deus por nós, estaremos
cometendo um grande engano, vivendo uma mentira. O nosso trabalho para
Deus não muda a Sua natureza. Quando compreendemos como é viver essa
Graça, então eu trabalho em gratidão, dizendo: Deus, o que eu posso fazer
para retribuir o Teu amor por mim? Absolutamente nada. Não tente entender
a Graça com a mente humana, pois isso tem tudo a ver com as coisas do céu!
Quando lemos o Evangelho de João, percebemos que ele se refere a si
mesmo como o discípulo que Jesus amava. Assim que devemos nos ver! Quero
desafiar você a viver essa Graça na prática! Ela muda nossa mentalidade!
Sejamos como o filho pródigo. Phillip Yancey chama o pai do filho pródigo de
o “Pai cego”. Há quem pergunte: Mas, será que se o filho pródigo tivesse
economizado seu dinheiro, ele voltaria? Para o seu pai isso não importou. Ele
apenas o recebeu. Será que um garoto que rejeita Jesus em sua adolescência, no
ápice da vida e chegando aos 80 anos, vendo sua vida prestes a acabar aqui na
terra, recebendo a proposta de receber Jesus, novamente, a aceita – talvez
tomado pelo medo do inferno – será salvo? Talvez alguém possa olhar e dizer
que não é justo, pois ele teve oportunidade antes, mas o fato é que Jesus estará
esperando esse homem de 80 anos do mesmo jeito, para desfrutar de toda a
herança que um filho tem direito.
Essa definição de amor não entra facilmente em nossas cabeças,
precisamos da mente do céu e do coração de Deus para desfrutar dessa
Graça. O amor de Deus é largo, comprido, alto e profundo. Excede todo o
entendimento. Somos filhos amados e achados pelo Pai, não aceite outra
definição além dessa, pois isso é tornar a obra da cruz inútil, isso é o mesmo
que dizer que Jesus morreu em vão.
5
O ENCONTRO
DA ONISCIÊNCIA COM AMOR
PROFUNDO
A Grande Descoberta
Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes
quando me sento e quando me levanto; de longe
percebes os meus pensamentos. Sabes muito
bem quando trabalho e quando descanso; todos
os meus caminhos te são bem conhecidos.
Antes mesmo que a palavra me chegue à língua,
tu já a conheces inteiramente, Senhor. Tu me
cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão
sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso
demais e está além do meu alcance, é tão
elevado que não o posso atingir. (Sl 139.1-6)
Sou pastor e fui criado em uma família cristã liderada também por
pastores, passei a minha vida inteira ouvindo a respeito das verdades da
palavra de Deus e do seu grande amor por nós. Após alguns anos
frequentando cultos, participando de atividades na igreja dei-me conta de
que apesar de válido todo o aprendizado com meus pais, líderes, pastores,
livros que li... tudo isso na verdade dependia de uma experiência profunda
e mar- cante com a revelação prática desse amor, caso contrário seriam
apenas informações e ideologias fragilmente tocadas pelos desafios da vida
cristã bíblica.
Nesses anos de experiência, vi muitos deixarem o caminho da fé porque
suas decisões de caminhar com Cristo nasceram apenas de uma ideologia,
mas não de um profundo conhecimento a respeito de como são amados pelo
Pai. Pois bem, falei sobre isso no primeiro capítulo deste livro, mas não custa
lembrar que a caminhada de Jesus com o Pai, não começou nele, mas na
esplêndida revelação do amor do Pai no dia do seu batismo, a céus abertos,
anunciando sua identidade.
Depois de vivenciar algumas experiências pessoais sobre a questão de
ser amado primeiro, percebi que esse é o maior ato de fé que um cristão
precisa ter: o de ser aceito por Deus completamente, apesar de todos os seus
defeitos, imperfeições e incoerências. Podemos pensar que não, mas para
mim, particularmente, isso parecia ser uma tarefa desafiadora, apesar de ter
sido cristão a vida inteira.
Aquilo que já era muito difícil se tornou impossível quando certa vez o
Senhor me fez refletir sobre os seus atributos e, em especial, sobre sua
Onisciência. A palavra onisciência significa saber ilimitado, pleno e absoluto,
sendo este um atributo exclusivo de Deus. Como eu poderia agora crer que o
Senhor me ama me conhecendo tão profundamente? A experiência da
onisciência de Deus parecia não coexistir logicamente com a ideia de que Ele
me aceita completamente.
Deus nos criou com um profundo anseio por amor e aceitação. Se
parássemos para refletir um pouco sobre isso, descobriríamos que a maioria
dos esforços que empreendemos tem como objetivo alcançar aquilo que
acreditamos que nos trará como frutos: o amor, a aceitação e a afirmação.
Durante toda a nossa vida, somos condicionados a conquistar o amor das
pessoas, porque se de um lado a aceitação nos abastece e nos deixa felizes, de
outro a rejeição parece nos drenar e deixar insatisfeitos na mesma proporção.
Quando somos crianças não deciframos muito isso, por essa razão as crianças
são autênticas e não se preocupam muito em representar algo que não são, mas
conforme vamos crescendo e decifrando a moeda de troca do amor humano,
vamos sendo ensinados pelo mundo a ocultar nossos aspectos indesejáveis,
com vistas a evitar sofrimentos e reprovações e, quem sabe, conseguir um
pouco mais de amor. Geralmente, quando vamos nos relacionar com Deus,
agimos de forma semelhante, vivendo uma vida aparentemente religiosa e lhe
mostrando aquilo que achamos que vai fazer Ele nos amar.
Davi, apesar de viver na dispensação da lei, viveu uma pré-estreia do
que viveríamos na dispensação da Graça com o Espírito Santo habitando
dentro de nós. No Salmo 139, claramente vemos Davi tendo uma das maiores
experiências pessoais com a onisciência de Deus descritas na bíblia. Na
verdade Deus já o conhecia, mas no Salmo que citei acima Davi relata a
experiência de sua grande descoberta sobre o conhecimento de Deus.
Provavelmente, o Senhor compartilhou com o seu servo situações,
pensamentos, palavras que não lhe saíram da boca, coisas que somente Davi
sabia... Ele não havia, talvez, se dado conta de como um Deus tão grande
conseguiria saber tudo de alguém tão pequeno. Ora, sabemos que Deus tem
muitos filhos, no mundo há bilhões de pessoas, como Ele pode saber de tudo?
Quando Davi é invadido por essa revelação, suas palavras revelam o
choque que sofreu em seu entendimento humano, ficou extasiado com Deus e
maravilhado com sua grandeza: “Tal conhecimento é maravilhoso demais e
está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir”. Penso que
nesse momento, o Pai lhe revelou segredos íntimos e simples da sua vida coti
diana, que ao ver de Davi não tinham importância, mas que Deus sabia.
A grande descoberta de Davi foi saber que desde sempre ele estava
sendo minuciosamente observado. Não saberíamos disso, a menos que Davi
tivesse experi- mentado Deus nesse nível, o que o salmista viveu foi baseado
numa experiência em seu lugar secreto, entre- tanto não podemos permanecer
confinados à experiên- cia de Davi, existe um salmo 139 para nós escrevermos
em nossos dias.
Quando foi a última vez que você foi desvendado pelo Senhor?
Após a fuga Davi se depara com a cura e imediatamente sua oração muda
de direção, agora Deus se revela ao salmista como um Pai e não como um juiz,
alguém que vê a onisciência como subproduto do amor. A contemplação
geralmente tem a ver com admiração, afeto e atração. Ao contrário do que o
inimigo possa nos fazer pensar, Deus não está nos vigiando esperando uma
falha nossa, Ele nos vê através de Cristo, Ele está nos contemplando, porque
quando nos criou o que disse foi: Muito bom! Veja:
Agora já não é mais uma questão de obedecer à lei para a colher amor e
aprovação, é simplesmente crer que apesar de conhecer nossa estrutura, nosso
coração e nossos pensamentos, Ele simplesmente nos aceita e nos ama. E é
essa revelação que nos dá coragem de abrir a porta para que Ele entre e tome o
controle de tudo, exercendo livremente sua paternidade, para nos tornar, com a
nossa permissão, à imagem e semelhança do Filho. Não tente outros
caminhos, esteja certo, não haverá nada que você possa ser ou fazer antes disso,
porque tudo começa no quanto se sabe sobre a verdadeira medida do amor de
Deus.
O nome Davi significa amado. Na bíblia, geralmente os nomes
apontam para o propósito divino, Jesus trocou o nome de Simão e o chamou
de Pedro, porque nomes agregam valor na ótica de Deus. Davi foi um homem
segundo o coração de Deus, porque conseguiu captar a essência do Pai, Ele
nasceu para ser amado, e desvendar essa revelação, em meio a tantas
perseguições, sucesso, e pecados foi o legado que ele deixou para os filhos de
Deus. Seja Davi, em outras palavras, descubra que você é amado e ser um
filho segundo o coração de Deus será mera consequência.
6
A PERSPECTIVA DO
AMOR DE DEUS
Pois os meus pensamentos não são os
pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são
os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como
os céus são mais altos do que a terra, também os
meus caminhos são mais altos do que os seus
caminhos e os meus pensamentos mais altos do
que os seus pensamentos. (Isaías 55:8,9)
O que acontece neste texto? Se você for a fundo perceberá que Sara está
ouvindo a notícia que os três anjos trouxeram a respeito do nascimento de seu
filho. Ai que ela, ouvindo do outro lado, começou a rir. E não riu de forma
acanhada, mas de forma debochada, pois Sara tinha uma idade avançada, não
poderia engravidar naturalmente, aos seus olhos. Sara ainda comete um
segundo erro, além de rir e debochar da notícia, Sara mente, piorando a
situação que era apenas de incredulidade, e ficando receosa, devido à
repreensão do anjo, mente a respeito de ter rido. Ela não acreditou na
promessa, riu e zombou e mentiu do que Deus havia prometido. Não obstante,
a Bíblia ainda a menciona em outro texto e, de forma surpreendente, a Sara de
Hebreus 11:11, nada tem a ver com a que mencionei acima; que riu e debochou
da promessa. Veja:
A Bíblia diz que Sara foi considerada fiel àquele que lhe havia feito a
promessa! Como assim? Sara riu, debochou e mentiu! Ela não confiou na
palavra dos anjos. A palavra de Deus não deveria tê-la mencionado neste
contexto. Certo? Mas sabe o que Deus fez? Provavelmente, depois Sara se
arrependeu. E, quando Deus decide escrever sua história, Ele diz ao anjo:
“Certifique-se que você escreverá algo sobre ela. Escreva que ela é fiel e que
confiou em mim!” O anjo, talvez, questionaria, dizendo: “Mas como? Ela
mentiu e debochou da promessa!” E, Deus, compassivo e amoroso,
responderia: “Escreva isto, eu estou escrevendo a história de Sara a partir da
minha perspectiva.”
Sabe por quê? Porque o sangue de Jesus muda a nossa história pela dele.
Não é por nós ou pelo que podemos fazer, mas por causa dele. A história dele vira
a nossa, por causa do sangue. Se nos arrependemos, é a partir daí que Ele
escreverá a nossa história. Que Sara é essa, que mentiu e debochou da promessa,
mas que em Hebreus 11 é mencionada como uma mulher que confiou na
promessa até o fim? A verdade é que Deus a via dessa maneira! A forma que
Deus nos enxerga é diferente da nossa. Ele nos vê a partir da perspectiva do Seu
amor.
Você sabia que a sua mente não renova a si mesma? É por isso que
Paulo diz que é necessário que renovemos a nossa mente. Isso é uma atitude,
um comportamento e decisão. Por isso, se nós pararmos e ficarmos apenas
acreditando nas mentiras do diabo, e se não buscarmos a renovação da mente,
perderemos a perspectiva que Deus tem a nosso respeito. E passamos a viver
segundo o olhar do diabo ou de qualquer pessoa, menos de Deus.
A renovação da mente começa com a nossa nova identidade a partir da
cruz. Uma vez éramos escravos do pecado, mas agora somos escravos da
justiça. Paulo enfatiza isto aos Romanos, “[...] da mesma forma, considerem-
se mortos para o pecado” (Romanos 6:11). Preste atenção! Paulo está falando
de uma atitude, uma maneira de pensar, uma evidência de arrependimento.
Paulo está dizendo: “a partir de agora, tomem uma decisão, considerem-se
mortos para o pecado e ponto final”. Isso é uma decisão, um comportamento,
uma evidência de que houve arrependimento.
Arrependimento é uma mudança na forma de pensamento. Não é
simplesmente dizer “Deus, eu pequei ontem, mas estou me arrependendo”,
não! É uma mudança na forma de pensar. Muitas pessoas pedem perdão, mas
continuam com um olhar errado, enxergando os eventos da sua vida sob uma
perspectiva errada, quando nos vemos assim, somos levados a uma mudança
de mentalidade.
A nossa mente tem poder de inf luenciar os nossos comportamentos,
negativa e positivamente, no entanto, ela não tem poder para mudar a nossa
natureza! Se já nascemos de novo, então nascemos para uma nova natureza,
não mais a velha. Por isso que Paulo disse que se não vemos dessa maneira,
estamos ofendendo a Deus (Galátas 5:1-4). Pois Cristo morreu, e se Ele
morreu, a partir de agora não é uma escolha, precisamos decidir viver como
quem morreu para o pecado definitivamente.
A Bíblia diz que Deus não dará a outros a Sua Glória. Existem pessoas
que leem esse texto e dizem que Deus não dá Glória a outros como nós,
porém, a verdade é que nós não somos outros, porque Ele disse que nós
seríamos parte de Seu corpo onde Ele é o cabeça. Se Ele é o cabeça do corpo
e a glória é dele, todo corpo recebe a mesma Glória, pois Ele disse, em sua
oração sacerdotal “[...]Pai, a glória que Tu me deste, eu dou a eles” (João 17).
Fomos criados para viver como príncipes e princesas. Uma vez que Jesus se
sacrificou na cruz, Ele devolveu para nós uma posição de pureza. Não
vivemos mais sob a perspectiva de quem quer pecar, porque nós o amamos.
Na realidade, nós não somos os outros. Em Romanos 3:23, Paulo diz que
todos nós pecamos e fomos destituídos da Glória e se fomos afastados, é porque
um dia estivemos nela. Jesus morreu para que o plano original fosse refeito e
nós retornássemos para Sua glória. Se você é fruto do sacrifício de Jesus na cruz,
eu tenho uma notícia: Tudo já aconteceu, está consumado! Jesus agora pode nos
devolver o que perdemos por causa do pecado e se fomos perdoados nos
tornamos príncipes e princesas que podem desfrutar da Glória e do amor de
Deus.